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APROVA – HISTÓRIA PARA VESTIBULANDOS. APROVA Entre Fins do Século XIX e Início do Século XX: A Europa em Guerra Segundo Lênin, líder da Revolução Bolchevique, o fundamento do Imperialismo estava concentrado na formação de grandes empresas monopolistas – o capitalismo tinha alcançado sua fase superior. Daí, segundo o líder russo, decorreram disputas por riquezas da África e da Ásia que aprofundaram rivalidades entre os países industrializados mais prósperos – resultando na eclosão da Primeira Grande Guerra. No entanto, várias outras motivações devem ser consideradas para a emergência da Primeira Guerra Mundial. Existe uma análise conjuntural muito mais ampla e mais complexa para a ocorrência de um conflito de tamanha envergadura. Desde fins do século anterior ao da Grande Guerra, uma série de rivalidades geopolíticas era alimentada na Europa. Além das questões neocoloniais, o século XIX foi cenário de nacionalismos exacerbados e do avanço do militarismo europeu. Questões geopolíticas mais específicas levaram ao início da Primeira Guerra Mundial. Exemplo disso foram as rivalidades entre a Inglaterra e a Alemanha. A partir, especialmente de 1870, pós-processo de unificação, a Alemanha reconheceu vertiginoso impulso industrial. A princípio, a Inglaterra via de forma positiva a projeção alemã, tendo em vista que poderia fazer frente à influência francesa no Continente. Porém, já em fins do século XIX, os ingleses já percebiam que a proeminência alemã tornava-se mais ameaçadora de seus interesses que a concorrência francesa. Os alemães promoveram sua marinha mercante e seus produtos alcançavam cada vez mais domínios coloniais das tradicionais forças imperialistas. Ingleses e franceses, embora cercados por desacordos históricos e por suas concorrências imperialistas, assumiram proximidades desde os instantes finais do século XIX. Antagonismos ainda mais particulares cercaram as relações entre França e Alemanha. Os dois países se enfrentaram na Guerra Franco-Prussiana (1870-1871) quando das definições do processo de unificação da Alemanha. Os germânicos, vitoriosos, e pelas definições do Tratado de Frankfurt, anexaram a região da Alsácia-Lorena (rica em minérios), impuseram pesadas exigências de indenização de guerra aos derrotados; o que provocou forte Revanchismo Francês, desde então. Além desse fator, havia entre as "Temos de reduzir a insatisfação com o fato de que nós nos tornamosuma grande nação, fazendo o mundo sentir o peso dessas forças [...]. Devemos persuadir desta forma que uma hegemonia alemã na Europa seria mais útil, mais desinteressada e menos prejudicial para a liberdade dos outros que uma hegemonia francesa, russa ou inglesa. O respeito dos direitos inerentes a outros países, especialmente os que a Françanão admitiu durante o tempo da sua posição dominante e a Inglaterra só se atém de acordo com seus interesses, será mais facilmente observado pela Alemanha por duas razões: em primeiro lugar, por causa do caráter alemão, essencialmente objetivo; por outro lado, e isto sem mérito algum de nós, porque não temos necessidade urgente de expandir nosso território. [...] A política alemã [...] tem apenas um desejo: mostrar-se justa e pacífica.” Testamento político de BISMARCK, chanceler Alemão. desavenças franco-germânicas a Questão do Marrocos – possessão francesa cobiçada pelos alemães. O discurso do imperador alemão Guilherme II em favor da autonomia do Marrocos, em 1905, quase se converteu em uma motivação de guerra entre franceses e alemães naquele ano. O impasse se resolveu em 1906 na Conferência de Algeciras, na Espanha. A França manteve seu domínio sobre o Marrocos concedendo certas aberturas econômicas a produtos de outros países nos mercados marroquinos – inclusive mercadorias alemãs. Resolveu-se o impasse; não o antagonismo. A França estimulou sua corrida armamentista e afinou ainda mais as relações com a Inglaterra. Rivalidades entre Alemanha e Rússia se afloraram por conta da pretensão alemã de construir a estrada de ferro Berlim-Bagdá. Tal empreendimento colocou a posição dos dois países em rotas de colisão. A construção da estrada permitiria ao capital alemão alcançar as dimensões do Império Turco – o maior da época, com uma vasta população (que poderia consumir) e rico em matéria-prima. Ocorre que a obra pretendida pelos alemães era vista com resistência pelos russos que enxergavam a possibilidade de os produtos alemães concorrerem com os seus nos mercados orientais. Os russos aproveitaram que a visão da Inglaterra quanto a questão construção da estrada de ferro era muito similar à deles (pois poderia ameaçar as possessões britânicas na Índia) e se aproximaram dos ingleses. Ainda em torno da estrada de ferro Berlim-Bagdá e das rivalidades entre russos e alemães, pairava a pretensão russa de dominar o Império Turco-Otomano (as rivalidades se faziam desde a Guerra da Criméia de 1856, vencida pelos turcos); também desejado pelos germânicos. A conclusão da estrada poderia facilitar o deslocamento de tropas alemãs para a região. Na região dos Balcãs várias tensões se desdobraram. A região tornou-se tão convulsiva que era considerado um “Barril de Pólvora” prestes a explodir. Alguns países tornaram-se focos centrais dessas tensões. Parte das questões conflituosas da região girava em torno do Império Turco-Otomano que dominava e oprimia grande parte dos países daquela área. Depois que a Grécia adquiriu (com auxílio de potências europeias) sua independência em 1828, outros países também passaram a almejar por sua própria autonomia. Sob proteção de potências europeias (interessadas em fraquejar o Império Otomano) algumas nações rebelaram-se e alcançaram suas independências. Depois de embates, em 1878, ainda sob pressões diplomáticas das potências da Europa, Montenegro, Romênia e Sérvia conquistaram sua libertação em relação aos turcos. Sob tutela da Áustria ficaram as regiões da Bósnia-Herzegovina. Autonomia que não durou muito, pois foram, os bósnios-herzegovinos, dominados pelos austríacos em 1908. Em 1912 foi a vez da Macedônia se insurgir contra o Império Turco-Otomano e, com auxílio da Sérvia e da Bulgária –também países balcânicos- adquiriu sua independência. Por outro lado, o desmantelamento do Império Turco-Otomano não foi visto com bons olhos pelo Império Austro-Húngaro especialmente por conta da projeção sérvia na região. Os austríacos dominavam territórios constituídos por populações eslavas - a mesma dos sérvios. Assim, uma projeção da Sérvia no Balcãs poderia estimular grupos de mesma origem étnica a se rebelarem contra o domínio austro-húngaro. Muito desse temor girava em torno da pretensão da Sérvia de constituir a “Grande Sérvia”– uma grande nação que reuniria os povos de cultura de origem eslava na região balcânica. Esses choques entre austríacos e sérvios se tornariam decisivos para a deflagração da Grande Guerra. Desde fins do século XIX, em diversos países, vários grupos, com apoio das elites rurais e urbanas, desenvolveram discursos de ordem nacionalista. Esses discursos ufanistas acabaram por acirrar as tensões entre os países. O reforço das ideias patrióticas criou uma concepção de superioridade de um povo em relação a outro. Alemães pregavam a proposta do “Pan-germanismo” assentada na ideia de construir a “Grande Alemanha”. Ingleses e franceses se investiam de sua capacidade de “civilizar as áreas do globo”. O “Pan-eslavismo” russo pressupunha unir aos povos eslavos. À medida que essas ideologias iam se enraizando, os países iam, ao mesmo passo, desafinando suas diplomacias. Com o intuito de evitar um confronto com as duas principais potências europeias (Inglaterra e França) e assim solidificar a posição da Alemanha enquanto potência, o chanceler alemão, Otto von Bismarck, adota ao mesmo tempo, uma política diplomática pacifista - a fim de conter o “revanchismo francês” e contar com uma neutralidade inglesa - e reforça as alianças da Alemanha. Quanto a este último aspecto, A Alemanha aproxima-se do Império Austro-Húngaro e da Itália. Assim, em 1882, nascia a Tríplice Aliança. Porém, em 1890, quando de sua renúncia, o Sistema de Bismarck entra em colapso e o Imperador Guilherme II lança um política alemã mais agressiva no sentido expansionista – a Weltpolitik. Por outro lado, França e Rússia firmam sua proximidade em 1894 e, entre o final do século XIX e o início do XX, França e Inglaterra amenizam suas rivalidades neocoloniais e assinam um acordo (L’Entente Cordiale) em 1904. Os três países assim, abrem espaços para a configuração da Tríplice Entente, em 1907. Ao lado da Formação das Alianças, o quadro de adversidade forçou aos países a uma expressiva Corrida Armamentista – estímulo ao recrutamento militar, à produção de equipamentos bélicos, melhoria nos sistemas de comunicação e de transporte, são exemplos da postura assumida pelos países no que envolve a busca por aprimorar seus poderios militares. Todo esse clima de animosidade encontrou no assassinato do Arquiduque Francisco Ferdinando do Império Austro-Húngaro o “estopim” para a eclosão da Grande Guerra. Ocorre que o Arquiduque estava em visita a Saravejo, na Bósnia, quando foi assassinado (28 de junho de 1914) por um extremista sérvio do “Mão-Negra” (Gravillo Princip) que lutava pela autonomia da Bósnia em relação ao domínio Austro-Húngaro. A Áustria enviou um ultimato à Sérvia com teor que parecia não querer evitar o confronto. Parte das definições se pautava na exigência de autoridades austríacas conduzirem as investigações. A Sérvia recusou-se a aceitar os termos. No dia 28 de julho de 1914, a Áustria invadiu a Sérvia. Dessa investida seguiu-se todo um desenrolar do sistema de alianças: era a Grande Guerra Mundial.
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