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UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo ÍNDICEÍÍNNDDIICCEE TTTRRRAAABBBAAALLLHHHOOO TTTEEEÓÓÓRRRIIICCCOOO I. INTRODUÇÃO II. A MOTIVAÇÃO 1. Conceito de motivação 2. Tipos de motivação 3. Frustração e conflito III. TEORIAS DA MOTIVAÇÃO 1. Teorias Comportamentais ou Behavioristas 2. Teoria do Reforço 3. Teoria Humanistas 4. Teoria Psicanalistas IV. ESTRATÉGIAS DE MOTIVAÇÃO, ENQUADRADAS NAS DIVERSAS TEORIAS DE MOTIVAÇÃO 1. Teoria relacional de Nuttin 2. Teoria da Motivação Intrínseca de Deci 3. Teoria da Aprendizagem Social de Rotter 4. Teoria da Auto-Eficácia de Bandeira 5. Teoria da Atribuição causal de Weiner V. MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEM OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 1 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo VI. MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA E EXTRÍNSECA 1. Indicadores da motivação 2. Desenvolvimento motivacional 3. Motivação inconsciente 4. Declínio da motivação intrínseca 5. Papel da família VII. FACTORES QUE INFLUENCIAM A MOTIVAÇÃO NO CONTEXTO EDUCATIVO 1. Situações de constrangimento: 2. Nível de preocupação (desafio) 3. Tonalidade afectiva 4. Interesse 5. Conhecimento de resultados (tomada de consciência das suas acções) 6. Auto-estima 7. Sucesso (Competência) 8. Objectivos da sala de aula e estruturas de recompensa (grupo ↔ indivíduo) 9. Atender aos motivos de influência e afiliativos 10. Expectativas 11. Organização 11.1 Espaço 11.2 Tempo 11.3 Conteúdos 11.4 Tarefas 11.5 Participação 12. Conflitos Motivacionais 13. Humor 14. Indisciplina OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 2 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo VIII. CONCLUSÃO TTTRRRAAABBBAAALLLHHHOOO PPPRRRÁÁÁTTTIIICCCOOO I. INTRODUÇÃO II. METODOLOGIA E OBJECTIVOS 1. Questionário III. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS IV. CONCLUSÃO ¾¾¾ BBBIIIBBBLLLIIIOOOGGGRRRAAAFFFIIIAAA ¾¾¾ AAANNNEEEXXXOOOSSS OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 3 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo TRABALHO TEÓRICOTTRRAABBAALLHHO TO TEEÓÓRRIICCOO OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 4 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo INTRODUÇÃOIINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO “Na vida corrente, (…) a conduta humana é concebida espontaneamente como guiada e dominada por um projecto e um esforço para realizar ou atingir um objectivo.” (FRAISE & PIAGET, 1965:8) Tudo o que fazemos, fazemo-lo por um motivo; o nosso comportamento é orientado para uma meta. Mesmo que inconscientemente, todas as nossas atitudes são conduzidas para um fim. A Motivação é um tema que há muito preocupa psicólogos e educadores. Comum no estudo da Psicologia e da Educação, a motivação na aprendizagem quando adequada a cada aluno e a cada professor, conduz a um envolvimento activo e produtivo nas actividades da sala de aula. Retirando o papel passivo dos alunos, a escola passa a ser um meio activo e dinâmico; um local onde se gosta de aprender e ensinar. Ensinar não é apenas transmitir conhecimentos e currículos; mais do que instruir os alunos, devemos procurar motivá-los para que eles aprendam a agir por si. Este trabalho tem como principal objectivo saber de que maneira o professor, as suas atitudes e o processo ensino-aprendizagem que conduz, influenciam a motivação dos alunos. O trabalho é composto por uma parte teórica e uma parte prática. Na primeira parte abordamos vários temas ligados à motivação na aprendizagem, dando mais ênfase ao papel do professor na motivação dos alunos. Para tal, a nossa pesquisa não se resumiu apenas aos livros de Psicologia em geral e Psicologia educacional, mas também a livros feitos por professores, que, aliando as teorias da psicologia à sua experiência profissional, deixam nestes livros não só testemunhos, mas mensagens para outros professores e futuros professores. Na parte prática, sustentada e fundamentada na nossa pesquisa teórica, realizámos entrevistas a alunos do ensino secundário, com o objectivo de concluir quais as características do professor que motivam e desmotivam os alunos, quais as actividades utilizadas para motivar os alunos; e qual a relação entre a OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 5 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo curiosidade/interesse do aluno e o seu objectivo na escola. Esta componente prática constitui apenas A MOTIVAÇÃO AA MMOOTTIIVVAAÇÇÃÃOO A palavra motivação vem do Latim “movere”, que significa mover. A motivação é assim um fenómeno susceptível de mover o indivíduo, de o levar a agir em ordem a atingir algo, de lhe produzir diferentes tipos de comportamentos orientados. ¾ Conceito de Motivação O lugar da motivação no estudo e explicação do comportamento humano não está bem definido pelos psicólogos. Jean Piaget e Paul Fraisse referiram, em 1965, que se verificava uma diversidade de pontos de vista em relação a este tema; entre os quais destacaram os de vários autores behavioristas, que entendem por motivação a influência de uma variedade de estados fisiológicos sobre o comportamento. Psicólogos contemporâneos admitem que a motivação é um fenómeno de activação dos seres vivos, isto é, os seres reagem a estímulos e esta reacção está dependente da aprendizagem ou do comportamento que modificam as reacções aos estímulos. Outros psicólogos estudam a motivação em termos de mobilização de energia, isto é, estudam as razões que levam o organismo a ter actividade. No início de 1900 Külpe e Wurzburgo definiam a motivação como fruto duma intenção voluntária ligada à aceitação duma tarefa. Segundo estes autores a ordem para realizar determinada tarefa predetermina a direcção e o tipo de reacção do indivíduo; a aceitação da ordem provoca uma intenção de agir de acordo com ela. Actualmente parece que o conceito de motivação mais aceite engloba estas três abordagens. A motivação tem uma componente dinâmica e uma componente direccional, ela é orientação activa da conduta humana, na medida em que a conduta humana é OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 6 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo guiada por um projecto e um esforço para realizar ou atingir um objectivo. Fala-se então duma necessidade e dum impulso. O estado motivado é um estado de qualquer necessidade, emanifesta-se normalmente por um aumento de actividade. A motivação exprime-se através do processo motivacional, constituído por 5 fases: Necessidade – é o motivo, o fundamento da acção; Impulso – actividade desenvolvida pela necessidade; Resposta instrumental – meio ou conjunto de meios através dos quais o impulso se manifesta para atingir o objectivo; Incentivo (reforçamento) – objectivo para o qual se orienta o impulso; Saciedade – satisfação, quando se atinge a meta. A motivação apresenta-se sob duas formas: como uma orientação positiva (no sentido de aproximação, busca do prazer) e como uma orientação negativa (no sentido de rejeição, fuga ao desprazer). A valência positiva dá origem a impulsos de atracção (como por exemplo, quando temos fome) e a reforçadores positivos (como, no mesmo exemplo, ingerir alimentos); por seu turno, a valência negativa determina impulsos de repulsão ou aversão (por exemplo, quando sentimos dor), e reforçadores negativos (por exemplo, eliminação da causa da dor). Principalmente no ser humano, o desenvolvimento das valências está condicionado por experiências passadas, por aprendizagens, por factores sociais e culturais. Como exemplo, para certas pessoas determinadas situações ou objectos são vividas como valências positivas e para outras, a mesma situação e o mesmo objecto são encaradas com valências negativas. Outro exemplo são os casos em que um objecto, de início neutro ou positivo para o indivíduo, conduz à fuga, como consequência dum processo de aprendizagem; o objecto provoca medo ou ansiedade enquanto sinal duma situação dolorosa ao qual foi associado. ¾ Tipos de motivação O facto de existir uma grande diversidade de motivos, e eles interferirem reciprocamente uns sobre os outros, torna difícil definir, delimitar e classificar de forma exacta as diferentes motivações. Assim, existem diferentes classificações, consoante os critérios que os psicólogos utilizam para classificar os motivos. OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 7 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo De um modo geral, podemos classificar as motivações como Inatas, Aprendidas e Combinadas. As Motivações Inatas, ou não aprendidas, são motivações inerentes ao ser vivo, têm origem em mudanças fisiológicas e visam a manutenção do equilíbrio interno. São exemplo: a fome, a sede e a respiração As Motivações Aprendidas, ou sociais, são adquiridas por aprendizagens socioculturais, visam a adaptação ao meio social, ou seja, têm origem nas relações com os outros. Diferem de cultura para cultura e, dentro da mesma cultura, dependem das aprendizagens e experiências de cada um. O prestígio e o sucesso são exemplos de motivações aprendidas. As Motivações Combinadas tal como as fisiológicas dependem de mecanismos biológicos inatos e, tal como as motivações aprendidas, dependem essencialmente dos padrões culturais. O impulso sexual e o impulso maternal são motivações combinadas, pois têm uma origem biológica, mas são modificadas e condicionadas por factores externos, de índole sociocultural. Apesar desta divisão das motivações, todas as motivações são conscientes ou inconscientes. Todo o acto humano é determinado e esta determinação, ou motivação, muitas vezes é inconsciente, está oculta. O Homem por vezes esconde as causas dos seus actos, dissimula intencionalmente (através da mentira, do exagero, da omissão) e inconscientemente (através da fabulação, ou seja, da mentira sem saber). Uma vez que a satisfação das motivações fisiológicas se situa para além do papel do professor, no âmbito deste trabalho convém referir mais em pormenor algumas motivações sociais: Necessidade de aprovação - manifesta-se pelo desejo de ser aceite pelo grupo em que se procura viver. Promove uma conduta de acordo com as regras do grupo. Necessidade de êxito social - ultrapassa o desejo de aprovação, manifesta-se na conquista duma posição especial dentro do grupo. Exterioriza-se por exemplo, através da aquisição de bens ou de riqueza, do prestígio. OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 8 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo ¾ Frustração e conflito Frustração e conflito estão relacionados porque um pode ser causa de outro. A frustração é a privação com sentido depressivo para o sujeito; é toda a interferência à realização dum objectivo. É essencialmente um fenómeno psíquico (que afecta a personalidade). Depende da força da motivação, do género do obstáculo que impede a realização e do tipo de personalidade do indivíduo. De facto, a intensidade e o significado da frustração e o grau de adaptação à situação varia de indivíduo para indivíduo, e depende muito da maneira como cada um vê e valoriza um obstáculo. As frustrações dividem-se em frustrações internas e externas, consoante os obstáculos que se opõem aos nossos impulsos provêm do meio interior ou exterior. A frustração cria uma nova motivação de defesa orientada pelo obstáculo encontrado. As reacções à frustração são reacções emotivas, como a agressividade (a reacção ao obstáculo é violenta); a retirada (a fuga é a reacção à frustração) e a regressão (a tarefa que gera frustração é substituída por uma tarefa mais fácil). “Um conflito é um estado produzido, num indivíduo, pela luta, dentro de si, de duas motivações ou necessidades simultâneas”. (LOPES, 1979:51) Estas motivações são mais ou menos equivalentes, e mais ou menos incompatíveis. Os diferentes tipos de conflitos são: Aproximação – Aproximação, quando ambas as motivações provocam um comportamento em direcção a algo. Resulta da oposição de duas motivações positivas (duas necessidades igualmente desejáveis que não podem ser satisfeitas simultaneamente). Rejeição – Rejeição, quando ambas as motivações provocam um comportamento de afastamento em relação a algo. Resulta da oposição de duas motivações negativas (dois fins não desejáveis). Aproximação – Rejeição: uma motivação provoca um comportamento de afastamento e outra de aproximação. OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 9 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo Quando o indivíduo não encontra facilmente uma solução para os conflitos, estes tornam-se fontes de emoções como ansiedade, excitação, agressividade, regressão, inibição, evasão física ou imaginativa. ¾ Motivação e Emoção “A etimologia, antes da ciência, havia estabelecido o parentesco entre motivação e emoção que vêm, ambas, de movere.” (FRAISE & PIAGET, 1965:96) Tanto a motivação como a emoção movem o organismo. Muitos psicólogos reconhecem que uma estimulação intensa prejudica a nossa adaptação aos problemas do quotidiano. OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 10 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo TEORIAS DA MOTIVAÇÃOTTEEOORRIIAASS DDAA MMOOTTIIVVAAÇÇÃÃOO O papel da motivação, os seus conceitos e as suas hipóteses, têm constituído uma parte importante nas diferentesteorias de aprendizagem e da personalidade, de tal maneira que nas últimas décadas se formularam cada vez mais teorias específicas sobre motivação. Como algumas teorias explicam melhor uns comportamentos do que outros, o objectivo é encontrar uma teoria que consiga explicar todos os parâmetros do comportamento motivado e que seja capaz de descrever as condições que influenciam este comportamento. Apesar da motivação ser importante na vida humana, a motivação educativa tem-se revelado particularmente importante nos nossos dias, seja qual for a teoria pedagógica analisada, destacando-se como determinante na aprendizagem e no sucesso escolar. Existem inúmeras teorias sobre a motivação que podem ser agrupadas em 5 grandes grupos. 1. Teorias Comportamentais ou Behavioristas O condicionamento clássico foi um dos importantes processos de aprendizagem capaz de influenciar a motivação de uma criança na sala de aula. Teve origem em Pavlov, nos finais do século XIX, quando este descobriu o reflexo condicionado, posteriormente utilizado em aplicações educativas por Watson, numa experiência com uma criança de 11 anos. Desta experiência, concluiu-se que, no campo da educação, as palavras do professor podem funcionar como um estímulo condicionado, tanto para emoções positivas como para negativas. Se o professor e os livros fossem associados pela criança a emoções negativas, o abandono escolar poderia ocorrer. 2. Teoria do Reforço Thorndike elaborou a Lei do Efeito, destacando-se como o 1º pioneiro da Psicologia Experimental da Aprendizagem. Segundo esta lei, a aprendizagem dependia do que acontecia depois da resposta, ou seja, estabelecendo-se uma conexão entre um estímulo e uma resposta, existiria OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 11 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo um reforço se essa conexão fosse satisfatória, e assim a aprendizagem estaria associada à satisfação. Caso contrário, existiria mal-estar na aprendizagem, agora deficiente. Estas teorias são mecanicistas, não incluem variáveis de ordem cognitiva na explicação do comportamento humano, reduzindo a motivação a um associação de estímulos, desprezando os processos mentais envolvidos na aprendizagem escolar. 3. Teorias Cognitivas A motivação, segundo esta corrente, depende não apenas das necessidades e da sua satisfação mas, sobretudo, das expectativas do sujeito, ou seja, das crenças, ou cognições, de que as suas acções vão levar à satisfação das suas necessidades. Exemplo: Um estudante empenhado em decidir quanto tempo vai dispensar para estudar para o exame de Psicologia. Donald Hebb, em 1949, reconhecia que uma teoria da motivação baseada na satisfação de necessidades de ordem biológica era insuficiente para explicar a complexidade do comportamento humano, uma vez que o nosso pensamento pode alterar o nosso comportamento, o que é evidente quando pensamos na motivação intrínseca e na extrínseca. É verdade que os seres humanos são capazes de desenvolver actividades para as quais não se identificam recompensas palpáveis, visíveis. Exemplo: As crianças destroem as suas construções depois de terminadas. Os adultos fazem palavras cruzadas. A estas actividades, cuja recompensa é o prazer de realizar a actividade, os psicólogos denominam de comportamentos intrinsecamente motivados, cuja função seria a procura de estimulação, a necessidade de se sentir competente e de dominar o ambiente, o prazer de “ser capaz”. OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 12 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo Deci, em 1975, mostrou, nos seus estudos, que um grupo de estudantes, a quem, na 1ª sessão, foi proposta uma recompensa pela resolução de puzzles, na 2ª, sem recompensa, resolveu os puzzles em menos tempo. Por outro lado, os estudantes que nunca receberam qualquer recompensa, executaram a tarefa no mesmo tempo. A utilização da recompensa deve ser feita, como tudo na vida, com bom senso. Oferecer recompensas para tarefas inicialmente atractivas, pode diminuir o nível de interesse ou mesmo levar ao desinteresse. As recompensas extrínsecas ou incentivos são as fornecidas pelo meio e visam fortalecer os comportamentos já existentes, facultar às pessoas informação acerca das suas realizações, sentimentos de valorização pessoal e competência. São os louvores, o grau académico, o pagamento de um trabalho, etc. Quando as recompensas extrínsecas pretendem modificar a orientação motivacional, podem provocar uma diminuição da motivação intrínseca. Neste caso, as recompensas verbais são as que menos interferem neste tipo motivação. 4. Teorias Humanistas Pretendem a explicação do comportamento humano, integrando elementos da Teoria do Impulso, das abordagens universais e da construção das expectativas, analisando todo o ciclo de vida e não apenas aspectos particulares do comportamento. Este comportamento é perspectivado na relação estabelecida pelo indivíduo com o meio social, cultural e com o seu sistema de valores. Os psicólogos desta corrente teórica dão particular importância à dignidade, à escolha e liberdade individuais, à auto-valorização. Maslow e a hierarquia das motivações Sendo um dos fundadores da abordagem humanista, considera que os indivíduos são essencialmente bons, com uma inclinação inata para desenvolver o OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 13 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo seu potencial e procurar a beleza, a verdade, a bondade e com uma motivação inata para a auto-realização. Abraham Maslow estabeleceu o princípio de que o nosso comportamento é comandado por necessidades que se organizam segundo uma hierarquia. O seu modelo explicativo das motivações assenta nos seguintes fundamentos ou pressupostos: (a) Os indivíduos só conseguem atingir um nível superior de motivação quando estiverem satisfeitas as necessidades do nível anterior, ou seja, a satisfação das necessidades superiores depende da satisfação das necessidades básicas. (b) A diferença entre o que é comum aos homens e aos outros animais e o que é específico dos seres humanos, vai crescendo à medida que se sobe na escala hierárquica. (c) A hierarquia é representada sob a forma de pirâmide e não de cilindro ou paralelepípedo porque, segundo Maslow, as necessidades dos níveis inferiores são sentidas pela totalidade dos seres humanos enquanto as dos níveis superiores surgem, apenas, num número cada vez mais reduzido de pessoas. A pirâmide, inicialmente, apresentava 5 níveis de necessidades: 1º nível, referente às necessidades básicas, fisiológicas ou vitais para o organismo; tais como a sede, a fome, o sono, o desejo sexual, abrigo. 2º nível, necessidades de segurança, ou seja, estabilidade familiar, protecção, ausência de medo, necessidade de ordem, defesa perante situações de perigo. 3º nível, necessidades sociais, a aceitação pessoal, a afiliação do grupo, a participação, a amizade, o afecto, o amor, a aceitação por parte dos outros, necessidade de pertença. 4º nível, necessidades de estima,relacionadas com o modo como o indivíduo se vê e se avalia, ou seja, a auto-estima, o respeito próprio, o reconhecimento, o prestígio, reputação, o estatuto social, sentido de competência. OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 14 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo 5º nível, necessidades de auto-realização, relacionadas com o sucesso, satisfação e a realização de metas, ambições e talentos pessoais. O professor percebe e não pode exigir maravilhas ao seu aluno quando este não toma o pequeno-almoço ou o almoço, de forma sistemática. E isto, infelizmente, acontece em cidades como a de Lisboa. Mais tarde, Maslow acrescentou mais três níveis à pirâmide: 6º nível, necessidades de estética, necessidades de ordem e de beleza. 7º nível, representaria o 5º e último nível da pirâmide inicial, associado às necessidades de auto-realização. 8º nível, necessidades de transcendência, necessidades espirituais de identificação cósmica, visão cósmica da nossa participação no universo, tentando atingir a união com as forças universais. Se bem que esta pirâmide tenha larga aceitação por conseguir explicar, de uma forma simples, a generalidade dos comportamentos humanos, não é de todo universal, em especial para os comportamentos de greve de fome. 5. Teorias Psicanalistas Segundo estas teorias, o comportamento humano é motivado pelas experiências da mente, que representam o núcleo da personalidade humana. Apesar de se poder ter consciência de algumas dessas experiências e motivações, a maioria funciona a um nível inconsciente, sendo a maior parte dos pensamentos e dos comportamentos individuais determinados pela motivação inconsciente, ou seja, por pulsões. Teoria de Freud Freud, em 1920, dada a dificuldade em explicar a origem da agressividade em termos exclusivamente sexuais, propõe a existência de duas pulsões, opostas: - Thanatos, ou instinto de morte, força instintiva que promove comportamentos de agressão e de ódio, auto dirigidos ou dirigidos a terceiros, OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 15 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo - Eros, ou instinto de vida, que inclui as pulsões sexuais, de conservação e de protecção do Ego. O indivíduo, porque possuidor de uma energia psíquica, torna-se assim capaz de agir em função destas pulsões, localizadas no inconsciente. O aparelho psíquico funciona a 3 níveis: 1ºnível - nível consciente, consistindo nos pensamentos e acções de que o indivíduo se apercebe racionalmente. 2º nível – nível pré-consciente, relacionado com actividade mental de que o indivíduo tem consciência, apenas se lhe der atenção específica. 3º nível – nível inconsciente, onde o indivíduo só se apercebe dos seus efeitos através de técnicas particulares, como a análise dos sonhos. A motivação inconsciente situa-se neste último nível. Dois conceitos essenciais na Teoria de Freud são a motivação inconsciente e o determinismo psíquico. Segundo este psicanalista, todas as reacções mentais e comportamentais são determinadas pelas primeiras experiências de vida, em especial aquelas que ocorrem durante a 1ª e 2ª infâncias. Daí a importância da acção familiar, dos berçários e infantários. Freud e a motivação como energia A teoria da personalidade é também uma teoria de motivação onde os conceitos–chave são a pulsão e o conflito. Este psicanalista considera a pulsão como uma força ou energia que tem como origem determinada condição orgânica e como objectivo a satisfação da necessidade, satisfação essa obtida pela descarga do excesso de tensão acumulada, através de vários meios, em função das idades, das aprendizagens e das culturas. O reservatório desta energia ou força pulsional é o corpo humano. Das pulsões aí existentes, Freud destaca a energia sexual, também designada Libido, que significa desejo em latim, cuja função é basilar na determinação do comportamento humano. OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 16 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo Quando acumulada, a libido, à medida que atinge determinado nível crítico, tem de encontrar um escape para a descarga, ocorrendo, então, a libertação com a reposição do equilíbrio do indivíduo. Se a saída normal estiver bloqueada, a libertação tenderá a efectuar-se por outras saídas, o que explica certos comportamentos aparentemente fora do normal. Conflito intra-psíquico Quando os desejos individuais encontram obstáculos à sua realização, ocorrem frustrações e conflitos. O obstáculo, inicialmente exterior ao indivíduo, torna-se interno a partir do momento em que o super ego se constitui, interiorizando regras e interdições sociais. Os conflitos intra-psíquicos, assim apelidados por Freud, são situações conflituosas, vividas pelo indivíduo, onde as energias ligadas ao instinto de vida (Eros), associadas ao amor e à criatividade, e as energias ligadas ao instinto de morte (Thanatos), associadas ao ódio e à destruição, se opõem. Estas situações conflituosas são um desafio para os indivíduos pois estes têm de encontrar estratégias adequadas para a sua resolução. Algumas estratégias que resolvem conscientemente a situação problemática base são devidas à intervenção da vontade. No entanto, a grande maioria liga-se a mecanismos inconscientes – mecanismos de defesa do eu. Mecanismos de defesa do eu Representam estratégias inconscientes de resolução de conflitos, com a diminuição de forças pulsionais. São três as características apresentadas por todos os mecanismos com que o ego se protege: 1. Negar, falsificar ou distorcer a realidade 2. Operar inconscientemente pelo que a pessoa não se apercebe do que está a acontecer. 3. Tentar reduzir a tensão interior do indivíduo, ou seja, diminuir-lhe a ansiedade. OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 17 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo Tipos de mecanismos de defesa São sete os mecanismos de defesa: 1. Recalcamento - Mecanismo de repressão de pensamentos, sentimentos, pulsões e desejos que são excluídos da consciência, por provocarem ansiedade. Exemplo: O soldado que assiste à morte do amigo, em campo de batalha, pode não ter qualquer recordação do incidente, quando regressa da guerra. 2. Racionalização - Mecanismo lógico de justificação, à posteriori, de forma a evitar sentimentos de inferioridade que possam pôr em causa a auto- estima. Exemplo: Um aluno que faça uma má prova por falta de preparação, pode reagir à frustração, procurando outras causas do insucesso, como má disposição ou incorrecta elaboração do enunciado. Exemplo: Fábula da raposa e das uvas, de Esopo, descrita poeticamente por Bocage. Contam que certa raposa Andando muito esfaimada Viu roxos, maduros cachos Pendentes de alta latada. De bom agrado os trincaria Mas sem lhes poder chegar Disse: “Estão verdes, não prestam, Só aos cães os podem tragar!”Eis que cai uma parra, quando Prosseguia o seu caminho, E, crendo que era algum bago, Volta depressa o focinho. Bocage OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 18 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo 3. Projecção - Atribuição de comportamentos, sentimentos e desejos, a terceiros, que sendo do próprio, são tidos como inaceitáveis. Exemplo: Pais ambiciosos em relação aos filhos, podem projectar neles o seu desejo de sucesso, por eles nunca conseguidos. Exemplo: “Não julgues os outros por ti.” 4. Deslocamento - Mecanismo libertador que ocorre quando o indivíduo, não podendo descarregar sobre o objecto, origem da questão, o faz sobre outro objecto, alvo substituto. Caso extremo de deslocamento: Auto-agressão – o indivíduo é agressor e agredido – condutas neuróticas do foro patológico. Exemplo: Uma criança destrói os seus brinquedos porque a mãe a impediu de brincar com os seus companheiros. 5. Regressão - Mecanismo segundo o qual o indivíduo retoma às formas de conduta de estádios anteriores, podendo chegar à incapacidade de realização das funções vitais. É uma forma de atrair a atenção sobre si, ser o centro de todos os cuidados e atenções, revivendo assim as relações infantis anteriores. A maioria destas doenças é imaginária e aparece associada a frustrações e conflitos infantis não resolvidos ou mal ultrapassados. Exemplo: Uma criança que começa a chuchar no dedo, após o nascimento de um irmão, reclama a atenção só para si. 6. Compensação - Mecanismo de defesa, muitas vezes associado à fantasia, caracterizado por uma fuga à realidade para superar situações de inferioridade fisiológica ou psicológica, real ou apenas sentida e que consiste na realização de outras actividades que permitam ao indivíduo sentir-se realizado, conseguir auto–afirmar-se. Exemplo: Formas exibicionistas de vestuário, de atitudes e de comportamentos, destinam-se a atrair a atenção sobre si, compensando uma deficiente integração social. Exemplo: A criança pode encontrar no jogo um meio de se tornar “capitão”, compensando assim a adversidade ou hostilidade do meio social, reagindo a frustrações sofridas na escola ou na família. OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 19 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo 7. Sublimação - Mecanismo de defesa contra os impulsos sexuais e agressivos, através da substituição de uma actividade socialmente inaceitável por outra socialmente valorizada pois, deparando-se com a censura estabelecida pelos códigos sociais e morais, interiorizados pelo indivíduo, estes impulsos não podem realizar-se, sendo caminhados para actividades artísticas, culturais, etc., permitindo desfazer tensões interiores, sem entrar em colisão com padrões habituais. Exemplo: A competição desportiva que implique força, actividade intensa e consequente dispêndio de energia é um processo de adaptação, permitindo que o indivíduo se ajuste ao meio social sem afectar o seu desenvolvimento individual. OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 20 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo ESTRATÉGIAS DE MOTIVAÇÃO ENQUADRADAS NAS DIVERSAS EESSTTRRAATTÉÉGGIIAASS DDEE MMOOTTIIVVAAÇÇÃÃOO EENNQQUUAADDRRAADDAASS NNAASS DDIIVVEERRSSAASS TEORIAS DE MOTIVAÇÃOTTEEOORRIIAASS DDEE MMOOTTIIVVAAÇÇÃÃOO Da análise das diversas teorias de motivação consideradas surgem implicações de ordem prática que podem ser aplicadas no aumento da motivação do aluno. Citando Jesus (2000: 37-39): “Algumas das hipóteses de intervenção que abaixo referimos foram já apresentadas por outros autores que se têm dedicado à problemática da motivação dos alunos para o estudo, nomeadamente Lens e Decruyenaere (1991), enquanto outras foram por nós deduzidas a partir do conhecimento da teoria subjacente: Teoria Relacional de Nuttin: Para que o aluno desenvolva uma perspectiva temporal de futuro mais extensa e coerente, os conteúdos programáticos e as tarefas propostas aos alunos devem ser apresentadas com valor instrumental ou com sentido para alcançar metas futuras, nomeadamente profissionais, isto é, devem ser inseridas no projecto de vida dos alunos. Simultaneamente, o professor deve clarificar, logo no início do ano lectivo, o sentido e a utilidade dos conteúdos e das tarefas de aprendizagem que irá desenvolver nas aulas seguintes, de forma a que o aluno tenha uma perspectiva de conjunto ou global do programa da disciplina e compreenda o “para quê” desta. Para que o aluno desenvolva uma atitude mais positiva em relação ao estudo, deve antecipar as vantagens da sua vida se estudar, comparativamente às vantagens se não estudar. Teoria da motivação intrínseca de Deci: Para que o aluno realize as tarefas pela competência que percepciona ter para as realizar, as recompensas de “controlo” ou extrínsecas para os bons resultados somente devem ser utilizadas numa fase inicial, quando os alunos estão totalmente desinteressados pelas tarefas escolares. Sempre que possível, devem ser utilizadas “recompensas informativas” ou “feedback” positivo que faça sentir ao aluno o seu esforço, empenho, capacidade e progresso na aprendizagem.(...) por outro lado, para que o aluno realize as tarefas com autodeterminação, os horários e as tarefas de OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 21 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo estudo não devem ser impostos. Os professores e os pais devem colaborar com o aluno, o que é diferente de adoptar uma postura de imposição e fomentar um clima de obrigatoriedade. Na sala de aula os professores poderiam gerir melhor as diferenças individuais aproveitando o facto de uns alunos terem mais conhecimentos que os outros, levando os primeiros a explicar a matéria aos segundos. Desta forma, quer uns quer outros poderiam ficar mais envolvidos no processo de ensino- aprendizagem, evitando as situações de desinteresse dos primeiros, quando o professor tem de explicar várias vezes a matéria até que os segundos consigam compreender, ou dos segundos, quando o professor adopta um ritmo mais rápido, de acordo com a aprendizagem dos primeiros, procurando cumprir o programa. Teoria da aprendizagem social de Rotter: Para que o aluno desenvolva uma maior expectativa de controlo interno dos seus resultados escolares, deve ser promovida a aprendizagem de métodos de estudo e devem ser clarificadas certas crenças inadequadas que possam estar na base de expectativas de controlo externo, como por exemplo “O professor não gosta de mim e, logo, não vou conseguir obter uma boa nota”. Teoria da Auto-eficácia de Bandura: Para que o aluno desenvolva uma maior expectativa de eficácia pessoal podem ser implementadas diversas estratégias, tendo em conta as diversas fontes de auto- eficácia: 1. O aluno deve ser levado a experienciar sucessos, começando por realizar, começando por realizar tarefas em que a probabilidade de ser bem sucedido seja elevada(realização comportamental) 2. O aluno deve observar o comportamento de outros colegas bem sucedidos (experiência vicariante) 3. O aluno deve aprender a controlar os sintomas de ansiedade através de técnicas de relaxamento (activação emocional) 4. Deve ser manifestada confiança nas potencialidades do aluno (persuasão verbal) Teoria da atribuição causal de Weiner: OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 22 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo Para que o aluno desenvolva uma maior expectativa de sucesso, associada a um maior esforço e persistência no estudo, deve ser levado a atribuir os sucessos a factores internos, estáveis e globais, enquanto os fracassos devem ser atribuídos a factores externos, instáveis e específicos, de forma tão realista quanto possível. Nesse sentido, deve ser fornecido “feedback” de esforço e capacidade pelos sucessos que o aluno obtém, isto é, o professor deve manifestar explicitamente o reconhecimento do empenhamento e das qualidades dos seus alunos. por outro lado, as tarefas devem ser de níveis de dificuldade intermédia, pois aquelas demasiado fáceis ou difíceis não oferecem oportunidade para sentimentos de competência ou eficácia pessoal, sendo os sucessos atribuídos à facilidade da tarefa e não à capacidade ou esforço” Seriam de esperar alguns pontos convergentes com os factores motivacionais propostos por Hunter (dificuldade, sucesso, feedback), baseados também nas implicações práticas das várias teorias. Acrescentar parte das teorias de motivação enquadradas do livro do Arends OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 23 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo Fig. 10 - Estratégias de influência nas diferentes variáveis cognitivo-motivacionais intermediárias entre o resultado obtido pelo aluno e o seu comportamento (JESUS, 2000: ) OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 24 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEMMMOOTTIIVVAAÇÇÃÃOO NNAA AAPPRREENNDDIIZZAAGGEEMM “Está implícito em toda a literatura sobre o rendimento baixo ou elevado o pressuposto de que as variáveis motivacionais e emocionais desempenham um papel crucial, se não o mais crucial, no sucesso académico.” (SPRINTHALL & SPRINTHALL, 1997:504) O elo entre motivação e aprendizagem sempre existiu, mas nem sempre esteve presente em Educação e Psicologia como tal. Foi Thorndike, no princípio do século XX, com Lei do efeito, o primeiro a realizar uma investigação experimental, na qual evidenciava o envolvimento da motivação na aprendizagem. Desde então muitos estudos se desenvolveram, e em 1920 a motivação era um conceito incorporado em Psicologia e Educação. O comportamento é determinado pela constante interacção entre motivação e aprendizagem. Quanto maior é o esforço realizado, mais se aprende. Assim, a motivação é um elemento chave na aprendizagem que, segundo Thorndike, “é fortalecida quando seguida de um estado de coisas satisfatório” (SPRINTHALL & SPRINTHALL, 1997:504). Existe uma dependência entre motivação, aprendizagem e percepção. Por exemplo: um aluno que detesta Matemática pode não ver o t.p.c. assinalado no quadro, mas copiar a data da greve dos professores. O tema da motivação ligado à aprendizagem é muito complexo, a sua abordagem é difícil, e nem sempre os psicólogos são unânimes nas suas concepções. Frequentemente os professores têm de se questionar se os seus alunos estão envolvidos activa e produtivamente nas actividades da aula. Se reflectirem sobre as suas práticas, analisarem as atitudes dos alunos e o seu envolvimento na aula, saberão se estes estão ou não motivados para aprender. De facto, conhecendo o funcionamento motivacional do aluno na sala de aula, o professor pode adequar a sua prática de modo a que o aluno participe activamente nas actividades da aula. Assim, revela-se de extrema importância conhecer o tipo de motivação que o aluno adopta relativamente à aprendizagem. Esta pode ser intrínseca ou extrínseca, OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 25 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo respectivamente: se o trabalho o desafia, satisfaz a sua curiosidade, ou é realizado somente para obter aprovação. Sabendo quais os indicadores motivacionais mais relevantes, o professor, fazendo do acto reflexivo uma prática diária, saberá gerir a aula de modo a ir ao encontro dos alunos, atenuando comportamentos desmotivantes e muito motivantes. (Veremos no desenvolvimento deste tema que estes dois extremos são prejudiciais ao aluno e ao bom funcionamento duma aula). “A motivação, com efeito, é, ao lado da aptidão, a variável mais importante para o rendimento da conduta” (FRAISE & PIAGET, 1965:22) No âmbito da motivação na aprendizagem, referiremos de seguida algumas conclusões de estudos feitos por vários psicólogos, de interesse e importância para nós, futuros professores. Estas conclusões têm de ser tidas em conta para melhor compreender a motivação na aprendizagem. Estes estudos estão referidos em FRAISE & PIAGET (1965). ¾ O nível de realização atingido por indivíduos com aptidões equivalentes, mas motivação desigual, é muito diferente. ¾ O fracasso e o êxito (punição e recompensa segundo Thorndike) são determinados em função da diferença entre o nível de aspiração concreta (aquilo que o indivíduo se propõe a realizar) e o nível de aspiração efectiva (aquilo que o indivíduo realiza na realidade). O mesmo resultado na realização duma tarefa pode ser entendido como fracasso para um indivíduo, e como sucesso para outro; também o que é considerado inicialmente como sucesso pode parecer fracasso noutras circunstâncias. ¾ A repetição pura e simples da mesma actividade (características de muitas profissões e actividades escolares) provoca aborrecimento, que leva ou à desmotivação, ou à criação de novas motivações, isto é, à criação de novas condutas para atingir novos fins na mesma tarefa. Esta desmotivação ou nova motivação, dependem em parte, do fracasso ou do sucesso obtido anteriormente na realização da actividade, pois, em geral, o nível de aspiração desce após um fracasso e sobe após um sucesso. OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 26 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo ¾ Estudos de Hoppe concluíram que o nível de aspiração depende do nível do ego e da concepção que o ego tem de si próprio. Outros estudos referem que o nível de aspiração é função da idade, da situação social, cultural e emocional do indivíduo. ¾ Pesquisas da Clínica Psicológica de Harvard, sob a direcção de Murray (1938) abriram novos caminhos no estudo da motivação, pondo em evidência certas necessidades especificamente humanas como: Necessidade de execuçãoou de realização; Necessidade de associação; Necessidade de conhecimento e de exploração. A necessidade de execução ou de realização foi tema de estudos de McClelland (1953) e Atkinson (1958). Das várias conclusões a que chegaram, referiremos apenas aquelas que se enquadram no objectivo deste trabalho. Entre estas destacamos o índice de realização nos indivíduos masculinos e femininos (McClelland). Resultados de experiências feitas a estudantes universitários, demonstraram que nos estudantes masculinos, o índice de realização aumenta em função do grau de estimulação da necessidade de realização na actividade anterior. Por seu turno, nas estudantes o índice permanece no mesmo nível (em geral, elevado) independentemente das condições motivacionais da prova anterior. Estas pesquisas também levaram à conclusão que “a necessidade de realização nas pessoas do sexo feminino parece mais sensível à condição de ser mais ou menos aceite socialmente” (McClelland, citado em FRAISE & PIAGET, 1965 : 28) “Acredita-se verificar também uma certa relação entre o grau elevado da necessidade de realização e o tipo de clima familiar: um clima de individualismo e dependência intensificaria a necessidade de realização” (FRAISE & PIAGET, 1965: 28). As pesquisas de Atkinson mostraram que um indivíduo com índice de realização elevado, tende a ter confiança em si, a ser ambicioso (atribui a si próprio um fim elevado) e é capaz de grandes esforços para atingi-lo; não manifesta ansiedade perante a tarefa; mostra-se independente e prefere não pedir a ajuda dos outros. OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 27 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo Várias outras experiências mostram que a necessidade de realização é maior quando a motivação ou a recompensa é maior; no entanto o progresso não aumenta de actividade em actividade, em função da motivação. ¾ O conhecimento dos resultados obtidos em determinada actividade motiva os indivíduos para realizarem bem a tarefa, para fazerem melhor. Se não existir este conhecimento, a tarefa volta a ser uma actividade fortuita. A comunicação do resultado possui um carácter informativo e afectivo. É necessária uma comunicação não repreensiva e sentenciosa, para não desmotivar os alunos. ¾ A satisfação, ou não, de certas motivações tem repercussão sobre o rendimento geral do trabalho executado. OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 28 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA E EXTRÍNSECAMMOOTTIIVVAAÇÇÃÃOO IINNTTRRÍÍNNSSEECCAA EE EEXXTTRRÍÍNNSSEECCAA Como foi referido anteriormente, os motivos podem ser fisiológicos ou adquiridos. Nestes últimos, encontramos dois tipos de motivação: intrínseca e extrínseca. Quando as necessidades são satisfeitas por reforços internos, dizem-se motivos intrínsecos, não dependentes de reforços externos. Quando são satisfeitas por reforços externos, então os motivos dizem-se extrínsecos. Segundo Jerome Bruner (Sprinthall, Psicologia Educacional, pág. 508), “ a aprendizagem será mais duradoura quando é sustentada pela motivação intrínseca do que quando é impulsionada pelo impulso transitório dos reforços externos”, admitindo, no entanto, que a motivação extrínseca pode ser necessária para obrigar o aluno a iniciar certas actividades ou para começar e activar o processo de aprendizagem”. Uma vez iniciado, este processo, muitas vezes débil, “é melhorado e sustentado por motivos intrínsecos”. Também Allport (SPRINTAHLL & SPRINTHALL, 1997:508) associa o reforço externo ao início da motivação intrínseca. Pode ser necessário para esta se iniciar, mas a partir daí a motivação intrínseca é autónoma, independente da recompensa externa, construindo-se normalmente sobre si mesma, promovendo uma motivação crescente para a continuação da actividade, tornando-se a aprendizagem numa ocupação para o resto da vida pois quando motivados intrinsecamente, os indivíduos fazem um esforço especial na procura de mais desafios. Embora tenha já sido demonstrado, segundo Callero, quais os tipos de comportamento mais influenciados pela motivação intrínseca, convém relembrar que o mesmo comportamento pode ser motivado intrinsecamente para alguns indivíduos e extrinsecamente para outros. OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 29 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo ¾ Indicadores De Motivação Maehr (1984) identificou 5 padrões de comportamentos considerados como indicadores de motivação em contexto educativo: 1. Direcção - a escolha entre um conjunto de possibilidades de acção. 2. Persistência - ocorre quando o indivíduo concentra a sua atenção na mesma tarefa ou acontecimento, durante um período de tempo, e é referente à duração do esforço. 3. Motivação contínua - verifica-se quando, após uma interrupção, ocorre o retorno espontâneo. 4. Actividade - referente ao nível de actividade mantida pelo indivíduo. 5. Realização - níveis de realização. Comportamentos desmotivantes Quando o indivíduo se encontra em condições psicológicas debilitantes, como baixa auto-estima ou problemas de identidade, revela apatia, inércia, passividade, ou seja um comportamento desmotivante. Desvaloriza o eu, sobrevalorizando os outros. Em sala de aula, o professor consegue detectar a maioria destes casos. Comportamentos super-motivados O indivíduo altamente motivado confia nas suas capacidades e encontra-se intrinsecamente motivado. Preocupa-se mais com a realização pessoal, menos com as recompensas resultantes do sucesso. Percepciona o esforço como algo natural. Estabelece metas difíceis, mas possíveis. A super-motivação pode apresentar duas situações extremas relativas a acção: 1. Excesso de motivação antes da acção: Receio, que cessa, mal o indivíduo começa a agir. 2. Excesso de motivação depois da acção: Manifesta-se com reacções físicas espontâneas como o bater acelerado do coração, suores frios, desfalecimento, etc. Por exemplo: atitudes do estudante, no momento em que conhece a sua avaliação. Se bem sucedido, bate as palmas, grita OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 30 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo de alegria, pula, etc. Se mal sucedido, mostra desânimo, fica inactivo, chora,… ¾ Desenvolvimento Motivacional Quanto maior o esforço realizado, maior a aprendizagem, ou seja a motivação é um elemento chave na aprendizagem que, segundo Thorndike, “é fortalecida quando seguida de um estado de coisas satisfatório”, para o estudante, claro. Existe uma forte interacção e dependência entre motivação, percepção e aprendizagem. Exemplo: A percepção de um aluno pode ser afectada por este detestar a disciplina de Matemática, uma vez que não vê os t.p.c. marcados no quadro, de forma bem distinta, pela professora, mas regista sem qualquer problema, escrito no mesmo quadro, o dia em que a professora vai faltar. Isto de forma inconsciente. Os tipos demotivação variam de acordo com a idade e o estádio. Quando as crianças são bastante mais novas, classes infantil e primária, a sua motivação será determinada predominantemente de forma extrínseca. Por exemplo, ganhar um chocolate, a aprovação da professora. Isto acontece, não porque a motivação intrínseca não possa existir, mas porque as crianças, nesta idade, não possuem capacidades para tal. O professor deve estimular a motivação extrínseca, tentando promover a intrínseca, melhorando a capacidade de estar atento e o tempo de tarefa do aluno. Se o adolescente tem capacidade para realizar operações formais (raciocínio abstracto), apresenta uma maior tendência para a motivação intrínseca, agora fundamental para a aprendizagem do aluno. Este estuda pelo prazer que a aprendizagem lhe oferece: motivação auto-reforçante. Do ponto de vista do desenvolvimento, o professor pode adoptar estratégias, adaptadas à idade, estádio e nível de interesse do aluno, utilizando factores motivacionais, dos extrínsecos para os intrínsecos, tendo como objectivo, a longo prazo, o aluno poder sentir prazer e estímulo nas aprendizagens intrínsecas, promovendo a competência pessoal e a auto mestria. OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 31 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo ¾ Motivação Inconsciente Segundo Freud, dois terços da motivação humana encontra-se abaixo do limiar da consciência (necessidades irracionais), sendo o nosso comportamento motivado por diversas razões, das quais o ser humano não tem consciência. Exemplo: Uma criança, com 8 anos, deixa de saber ler, deixa de reconhecer as letras. Este facto pode resultar de uma situação gravosa de um divórcio dos pais. Assim, para além de uma boa conjugação entre percepção, motivação (intrínseca e extrínseca) e aprendizagem, o professor deve ser capaz de detectar alterações de comportamento, seleccionar os desvios comportamentais mais críticos, alertar quem de direito e, no caso de a família não exercer a sua função, apoiar o aluno em causa. ¾ Declínio da Motivação Intrínseca Existe uma mudança na orientação motivacional da criança, à medida que esta percorre o trajecto escolar. A motivação deixa de ser intrínseca e passa a ser exclusivamente extrínseca, com a respectiva diminuição do interesse por actividades com desafio intelectual e também com a diminuição da curiosidade. Qual a explicação? A resposta é bastante fácil para quem vive na Escola. A Escola representa um espaço impessoal, formal, avaliativo e competitivo, privilegiando o resultado da aprendizagem, ou seja, a nota, e não a aprendizagem. ¾ Papel da Família Para estimular a motivação intrínseca de crianças jovens, podem os pais seguir os cincos princípios seguintes (SPRINTAHLL & SPRINTHALL, 1997:508): 1. Proporcionar em casa um ambiente variado e com novidades. 2. Proporcionar experiências nas quais as crianças podem afectar e modificar os seus ambientes. 3. Proporcionar ambientes que respondam às acções da criança. 4. Responder positivamente às perguntas das crianças e simultaneamente encorajá-las a descobrirem as suas próprias soluções. OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 32 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo 5. Recompensar frequentemente as crianças com elogios, dando-lhes um sentido de competência Tudo isto envolvido num ambiente familiar coerente, estável, com amor, compreensão, tolerância, e com regras estabelecidas. Os filhos são normalmente os exemplos dos pais. Quando estes falham, quando a escola também falha, o que pode a sociedade esperar, exigir ou solucionar? OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 33 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo FACTORES QUE INFLUENCIAM A MOTIVAÇÃO NO CONTEXTO FFAACCTTOORREESS QQUUEE IINNFFLLUUEENNCCIIAAMM AA MMOOTTIIVVAAÇÇÃÃOO NNOO CCOONNTTEEXXTTOO EDUCATIVOEEDDUUCCAATTIIVVOO “Na verdade, tudo contribui para reduzir a motivação intrínseca na escola. A escola é obrigatória, sendo portanto entendida contra a autodeterminação e como um autoconstrangimento. O sistema de avaliação é altamente avaliativo e raramente informativo, é como um envolvimento em relação ao ego (extrínseco); a competição social (os bons e os fracos), frequente, é um processo de avaliação social. E para coroar o conjunto, a hierarquia entre as matérias aumenta o carácter avaliativo. No total, se o objectivo explícito da escola é o de uma escola para todos, todas as condições estão reunidas para que o sistema seja de facto elitista. Se a escola deve continuar obrigatória numa perspectiva democrática, não é obrigatório que ela acumule os aspectos constrangedores.” (LIEURY & FENOUILLET, 1997: 106) Motivar os alunos para a aprendizagem é sem dúvida uma das funções mais importante do professor, ainda mais relevante do que os seus conhecimentos técnicos sobre pedagogia ou ciência. Sendo o professor o principal agente motivador num contexto educativo, cabe-lhe desafiar, encorajar e envolver alunos desmotivados e resignados, cada vez mais habituais nas escolas. Um professor eficiente, como bom gestor da sala de aula, age com responsabilidade numa situação de aprendizagem, definindo objectivos, preparando actividades bem estruturadas e organizadas e actuando com atitudes e comportamentos ajustados às situações que se lhe deparam. Essa gestão eficiente, para além de motivar os alunos, mantém-nos activamente empenhados na aprendizagem. Existem diversos factores que influenciam a motivação na aprendizagem, devendo assim o professor conhecê-los e incorporá-los nas suas atitudes na escola e no seu método de ensino. Vão ser focados nesta parte do trabalho factores como: 1. Situações de constrangimento: 1.1. Recompensas 1.2. Vigilância 1.3. Controlo 1.4. Tempo Limite OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 34 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo 2. Nível de preocupação (desafio) 3. Tonalidade afectiva 4. Interesse 5. Conhecimento de resultados (tomada de consciência das suas acções) 6. Auto-estima 7. Sucesso (Competência) 8. Objectivos da sala de aula e estruturas de recompensa (grupo ↔ indivíduo) 9. Atender aos motivos de influência e afiliativos 10. Expectativas 11. Organização 11.1. Espaço 11.2. Tempo 11.3. Conteúdos 11.4. Tarefas 11.5. Participação 12. Conflitos Motivacionais 13. Humor 14. Indisciplina 1. Situações de constrangimento O controlo, a vigilância, a recompensa, a fuga de um castigo ou a imposição de um tempo limite são situações constrangedoras que diminuem a motivação para a aprendizagem. Todas estas situações, externas ao indivíduo, são vistas como uma imposição, inibindo assim a sua autodeterminação, fruto da vontade própria e a base de uma motivação dita intrínseca. De seguida, são apresentados diversos estudos que demonstram este facto, devendo o professor ter em conta osefeitos da aplicação de determinados métodos ou atitudes na sua actividade de ensino. Recompensas Como já referimos anteriormente, Deci (1971, citado por LIEURY & FENOUILLET, 1997), demonstrou a diminuição da motivação intrínseca através OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 35 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo das recompensas externas. Para isso realizou uma experiência que envolvia dois grupos de indivíduos, aos quais eram propostos diversos problemas com puzzles. Estes puzzles eram considerados muito interessantes por ambos grupos. Os problemas são apresentados em três etapas distintas. Na primeira, o problema apresentado deve ser resolvido num tempo estabelecido pelos dois grupos. Na segunda etapa, é dada uma recompensa monetária por puzzle concluído a um dos grupos. Finalmente, na 3ª etapa, é proposto a ambos os grupos que façam puzzles ou outra actividade qualquer (escolha livre). Os comportamentos dos indivíduos são monitorizados por uma câmara escondida, sendo a motivação intrínseca avaliada pelo tempo passado espontaneamente a resolver puzzles. FALTA GRÁFICO DO JÃO (EU APAGUEI PARA POUPAR ESPAÇO) Fig. 1 - O tempo médio passado em escolha livre aumenta para o grupo não recompensado - motivação intrínseca (adaptado de Deci, 1971, citado em LIEURY & FENOUILLET, 1997: 31) Pela observação do gráfico pode retirar-se a conclusão que a motivação intrínseca é afectada negativamente pela apresentação de uma recompensa extrínseca. Na 1ª etapa, o tempo despendido pelos dois grupos é relativamente semelhante, revelando a sua homogeneidade. Na 2ª etapa, o grupo recompensado apresenta mais empenho, baixando drasticamente na 3ª etapa, caracterizada pela escolha livre, contrastando com o comportamento do grupo não recompensado. Os indivíduos do grupo recompensado não realizam a actividade pela satisfação pessoal mas por motivos extrínsecos, autoconstrangedores. Vigilância Lepper e Greene (1975, citados por Lieury e Fenouillet, 1997), realizaram uma experiência envolvendo a variável vigilância enquanto situação de constrangimento diminuidora de motivação intrínseca. 80 crianças de uma creche com idades compreendidas entre os 4 e 5 anos participam num jogo envolvendo puzzles, previamente considerados interessantes e atractivos. A um dos grupos é dito que será dada uma recompensa pelo bom trabalho feito, ao contrário do outro, apenas sujeito à escolha livre. Cada grupo é então dividido em dois, sendo uma parte OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 36 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo vigiada através de uma câmara de filmar ao lado de cada criança e sendo-lhes indicado que é para ver se ela trabalhou bem. Uma a três semanas depois, é dada a todos os subgrupos uma hora de actividades de escolha livre envolvendo puzzles. Procedendo-se à contagem das crianças, obteve-se o seguinte gráfico: GRÁFICO DO JÃO (EU APAGUEI PARA POUPAR ESPAÇO) Fig. 2 - Diminuição do número de indivíduos a escolherem livremente uma tarefa em função da recompensa e da vigilância (a partir de Lepper & Greene, 1975, citado por LIEURY & FENOUILLET, 1997: 33) Para além do efeito da recompensa, verificou-se que a vigilância diminui a motivação intrínseca. Verificou-se também que os efeitos destas situações constrangedoras são cumulativas, podendo assim pressupor-se que, citando Lieury e Fenouillet (1997:34): “a adição de vários constrangimentos, prémio, vigilância... é de tal ordem que esses constrangimentos vão suprimir totalmente a motivação intrínseca”. Tempo limite Também a utilização de um tempo limite numa experiência envolvendo uma actividade lúdica com cubos diminui a motivação intrínseca. Citando Lieury e Fenouillet (1997: 35): “Algumas variações na experiência demonstram que um tempo limite implícito, do género “habitualmente as pessoas não demoram mais do que 15 minutos”, tem o mesmo efeito negativo sobre a motivação intrínseca. Pelo contrário, dizer aos indivíduos que façam o mais depressa que puderem não baixa a motivação intrínseca.”. GRÁFICO DO JÃO (EU APAGUEI PARA POUPAR ESPAÇO) Fig. 3 – Diminuição das escolhas livres quando se impõe um tempo limite (a partir de Amabile, De Jong & Lepper, 1976, citado por LIEURY & FENOUILLET, 1997: 34) Controlo Deci e Ryan (citados por LIEURY & FENNOUILLET, 1997) realizaram um estudo sobre dois grandes estilos de ensino: o estilo informativo e o estilo OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 37 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo controlador. Para tal, foi simulada uma situação de ensino com alunos que exerceriam o papel de professor com os colegas numa actividade com puzzles. O estilo de ensino informativo era induzido experimentalmente sendo dito ao professor (citando LIEURY & FENOUILLET, 1997:64): “O seu papel é facilitar a aprendizagem de construção de puzzles; Não existem exigências específicas de desempenho; O seu trabalho é simplesmente ajudar”. Para o estilo controlador foram usadas directivas mais rígidas: “O seu papel é certificar-se de que o estudante aprende a resolver puzzles; É a responsabilidade de um professor certificar-se de que os seus estudantes atingem níveis de desempenho normais; Se, por exemplo, o seu estudante for submetido a um teste, ele deve ser capaz de o fazer bem.” (LIEURY & FENOUILLET, 1997: 64). Os resultados são apresentados na figura seguinte: GRÁFICO DO JÃO (EU APAGUEI PARA POUPAR ESPAÇO) Fig. 4 – Diferenças de comportamento entre o professor controlador e o professor informativo (a partir de Deci, Spiegel, Ryan, Koestner & Kauffman, 1982, citado por LIEURY & FENOUILLET, 1997:64) Como é observável, o estilo controlador diminui a autonomia e desempenho do aluno, aumentando o tempo que o professor passa a falar e o número de directivas, tal como a quantidade de críticas feitas. Citando Lieury e Fenouillet (1997: 64): “Sabendo que a experiência era inteiramente concebida com uma afectação ao acaso dos estilos, vê-se bem aqui que o estilo não é apenas uma questão de carácter (autoritário...), mas pode ser gerado igualmente pela pressão social. Imagine-se bem que tipo de turmas são mais susceptíveis de gerar o estilo controlador, as turmas que estão a preparar-se para exames...” Para além das situações de constrangimento, também podemos considerar outros factores que afectam a motivação na aprendizagem. Hunter (1982), citada por Arends (1997:124), distinguiu vários factores interactuantes, que em conjunto podem aumentar a motivação dos alunos: 2. Nível de preocupação OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 38 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo O nível de preocupação dos alunos em atingir uma determinada meta está directamente associado a uma determinada tensão inerente à execução da tarefa proposta. Numa situação em que essa tarefa é demasiado fácil, a tensão será mínima, estando o aluno pouco empenhadona sua realização. Pelo contrário, se a tarefa for demasiado difícil, a tensão gerada será dominante, resultando num empenho mínimo. Assim, torna-se necessário um equilíbrio entre dificuldade e tensão para que a tarefa de aprendizagem esteja no nível ideal à sua concretização. Os trabalhos de Hagtvet (1986, citado por ARENDS, 1997) demonstraram neste sentido que níveis altos ou moderadamente altos de ansiedade afectam de maneira mais negativa os alunos com um nível de competência ou habilidade mais alto, enquanto os alunos menos competentes obtêm melhores resultados quando o seu nível de ansiedade é moderadamente elevado. O nível de preocupação dos alunos em atingir uma determinada meta está directamente associado a uma determinada tensão inerente à execução da tarefa proposta. Numa situação em que essa tarefa é demasiado fácil, a tensão será mínima, estando o aluno pouco empenhado na sua realização. Pelo contrário, se a tarefa for demasiado difícil, a tensão gerada será dominante, resultando num empenho mínimo. Assim, torna-se necessário um equilíbrio entre dificuldade e tensão para que a tarefa de aprendizagem esteja no nível ideal à sua concretização. Os trabalhos de Hagtvet (1986, citado por ARENDS, 1997) demonstraram neste sentido que níveis altos ou moderadamente altos de ansiedade afectam de maneira mais negativa os alunos com um nível de competência ou habilidade mais alto, enquanto os alunos menos competentes obtêm melhores resultados quando o seu nível de ansiedade é moderadamente elevado. Fig. 5 - Equilíbrio de forças (ARENDS, 1997: 125) Fig. 5 - Equilíbrio de forças (ARENDS, 1997: 125) Como referem SPRINTHALL & SPRINTHALL (1997:515): “O professor deve tentar ajustar as novas entradas de estímulos ao nível de competência do aluno. A técnica mais eficaz é a de manter a nova matéria ligeiramente acima do nível a que o aluno opera no momento e sempre ligeiramente longe do seu alcance. Um pouco de desafio ajuda a manter o motivo para a competência do aluno.” Como referem SPRINTHALL & SPRINTHALL (1997:515): “O professor deve tentar ajustar as novas entradas de estímulos ao nível de competência do aluno. A técnica mais eficaz é a de manter a nova matéria ligeiramente acima do nível a que o aluno opera no momento e sempre ligeiramente longe do seu alcance. Um pouco de desafio ajuda a manter o motivo para a competência do aluno.” Hunter (1982:12, citada por ARENDS, 1997:125) deu diversos exemplos de como o professor pode intervir nos níveis de preocupação dos alunos para com as tarefas de aprendizagem: Hunter (1982:12, citada por ARENDS, 1997:125) deu diversos exemplos de como o professor pode intervir nos níveis de preocupação dos alunos para com as tarefas de aprendizagem: Dificuldade (nem muito difícil, nem muito fácil) Dificuldade (nem muito difícil, nem muito fácil) Tensão (nem muito elevada, nem muito baixa) OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 39 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo 1. “Coloque-se ao lado do aluno pouco participativo para aumentar a preocupação ou afaste-se de um aluno ansioso para diminuir a preocupação 2. Anuncie que “Isto irá provavelmente sair no teste” ou tranquilize a turma de que “Toda a gente tem dificuldade com isto no início, mas, à medida que trabalhamos, vai-se tornando cada vez mais claro” 3. Dê um teste que você vai classificar ou dê um teste seguido das respostas para que os alunos possam avaliar a sua própria aprendizagem 4. Anuncie que “Esta parte é difícil e exige muita concentração e esforço” ou que “Isto é difícil, mas nós vamos trabalhar vários dias o assunto antes de esperar que vocês já o saibam”” Directamente relacionado com este ajuste de níveis de preocupação está a necessidade de ajudar o aluno a estabelecer metas realistas e alcançáveis, de acordo com as suas capacidades. 3. Tonalidade afectiva Os alunos esforçam-se mais ou menos consoante o ambiente e situação particulares da aprendizagem. Se estas forem agradáveis, o esforço será maior; de outro modo, não existirá empenho. Hunter (1976), citada por Arends (1997:125) deu diversos exemplos para condutas geradoras de uma determinada tonalidade afectiva: 1. “[Tonalidade] positiva: “Tu escreves histórias tão interessantes, estou desejoso por ler esta” 2. [Tonalidade] negativa: “Esta história deve estar feita antes de poderes ir almoçar” 3. [Tonalidade] neutra: “Se ainda não acabaram, não se preocupem, temos muito tempo depois”” É de realçar que o emprego de uma tonalidade negativa por parte do professor na motivação dos alunos para uma tarefa de aprendizagem difícil deve ser OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 40 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo seguida de uma tonalidade positiva, de forma a libertar a tarefa de uma conotação stressante e opressora. 4. Interesse A motivação para o sucesso está directamente relacionada com o nível de interesse dos alunos. O interesse não implica motivação, mas a motivação implica interesse, podendo o professor intervir a este nível relacionando as tarefas de aprendizagem com os diferentes interesses dos alunos. Hunter (1982, citada por ARENDS, 1995: 126) propõe diversas estratégias que actuam neste sentido: 1. “Relacionar as matérias com a vida dos alunos e usar os nomes próprios dos alunos: “Suponhamos que aqui o João estava a apresentar argumentos para a eleição do seu amigo e o Carlos queria disputar essa posição...”, ou: “A Maria tem a pigmentação geralmente associada às raças nórdicas, enquanto que a da Susana é mais típica dos Latinos.” 2. Tornar as matérias vívidas e originais: “Quando perdem o vosso batido favorito da McDonald’s, ele não se derreterá mesmo que o aqueçam no forno. Isto é o resultado de um emulsionante feito da alga que estamos a estudar.”, ou: “Suponhamos que vocês acreditam na reencarnação. Na vossa próxima vida, o que é que necessitavam de realizar que não tivessem realizado satisfatoriamente nesta vida?”” Uma outra forma de tornar a tarefa de aprendizagem interessante é utilizar actividades (jogos, puzzles) que motivem intrinsecamente os alunos. Variar o tipo de actividades escolares (música, saídas de campo, oradores convidados, simulações, vídeos) e o método de instrução (exposição oral, apresentação por parte de alunos, trabalhos de grupo, trabalhos individuais, discussões) ajuda também a manter o interesse dos alunos nas tarefas escolares. Arends (1995:126) chama a atenção para as algumas precauções na utilização de interesses na motivação dos alunos : “Duas precauções devem ser sublinhadas (...). Realçar a novidade ou a vivacidade pode, algumas vezes, distrair os alunos na aprendizagem (...). Do mesmo modo, novos interesses vão-se formando através da OOO pppaaapppeeelll dddooo ppprrrooofffeeessssssooorrr nnnaaa mmmooottt iiivvvaaaçççãããooo dddooosss aaallluuunnnooosss 41 UUUNNNLLL /// FFFCCCTTT --- LLL...EEE...CCC...NNN... --- PPPsssiiicccooolllooogggiiiaaa dddaaa EEEddduuucccaaaçççãããooo aprendizagem de novos assuntos. Os professores que expõem os seus alunos apenas a matérias em que eles já estão interessados impedem o desenvolvimento de novos interesses.” Balancho e Coelho (2001) defendem a criação
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