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1 Professora Luciana Marinho Capítulo 3.1 Espaços Vetoriais 2 Professora Luciana Marinho Muitos conjuntos têm comportamento bastante semelhante aos vetores. Estudar todos esses conjuntos ao mesmo tempo se faz possível se agruparmos todos em uma mesma classe: a dos espaços vetoriais. Alguns conjuntos munidos de uma operação de soma e de uma operação de produto por um escalar comportam-se de forma bastante semelhante a vetores. A esses conjuntos, munidos das operações apropriadas, chamamos espaços vetoriais. Veja então os exemplos a seguir. 3.1.1 – Introdução 3 Professora Luciana Marinho 3.1.1 – Introdução a) Matrizes coluna Estudaremos diversos conjuntos que serão postos em analogia aos vetores. Alguns desses conjuntos são bem conhecidos e outros serão apresentados agora. A notação matricial pode ser utilizada para representar vetores como matrizes coluna. Na verdade, matrizes coluna não são vetores, mas podem representá-los. Para vetores em duas dimensões e para vetores no espaço, podemos escrever 4 Professora Luciana Marinho 3.1.1 – Introdução a) Matrizes coluna 5 Professora Luciana Marinho 3.1.1 – Introdução a) Matrizes coluna Essa notação de matriz coluna é muito útil se quisermos generalizar nossa noção de vetor. Por exemplo, um vetor em um espaço de quatro dimensões poderia ser representado como uma matriz 4 x 1 e um vetor em n dimensões poderia ser representado por uma matriz n x 1. Ela pode ser usada quando se tem um número muito grande de dados que se quer colocar sob a forma de um vetor e é amplamente utilizada em econometria e computação. 6 Professora Luciana Marinho Este vetor só poderia ser representado em quatro dimensões, o que não nos é possível. Podemos fazer uma analogia entre tal vetor e um vetor bidimensional ou tridimensional. A representação de dados numéricos em vetores é bastante econômica e fácil de ser utilizada quando se faz necessário efetuar operações com esses dados. Omitimos a notação , com a seta sobre a letra. Para vetores representados na forma matricial, essa notação costuma ser abolida. 3.1.1 – Introdução a) Matrizes coluna Exemplo 3: Represente as cotações da venda do dólar comercial nos quatro primeiros meses de 2007 em termos de vetor. O vetor é dado por 7 Professora Luciana Marinho 3.1.1 – Introdução a) Matrizes coluna Se tomarmos agora a totalidade das matrizes n x 1, podemos definir um conjunto Estudaremos diversos conjuntos que serão postos em analogia aos vetores. Alguns Vn das matrizes coluna de ordem n da seguinte forma: 8 Professora Luciana Marinho 3.1.1 – Introdução a) Matrizes coluna Do mesmo modo que com vetores, os elementos de um espaço de matrizes coluna têm a operação de soma (soma matricial): 9 Professora Luciana Marinho 3.1.1 – Introdução a) Matrizes coluna E matrizes coluna também têm a operação de produto por um escalar (número): 10 Professora Luciana Marinho 3.1.1 – Introdução a) Matrizes coluna Também existem, para matrizes coluna, conceitos análogos ao vetor nulo e ao vetor inverso (de mesma intensidade, mesma direção e sentido inverso). 11 Professora Luciana Marinho Quando estudamos funções de uma variável real, a base dos domínios dessas funções era o conjunto dos números reais. Esse conjunto pode ser associado a uma reta, sendo cada número real associado a um ponto dessa reta. Funções mais gerais dependem não apenas de uma, mas de diversas variáveis reais. As bases dos domínios desse tipo de função são os espaços mais gerais que , chamados . O espaço é definido como conjunto formado por todos os pares ordenados (x,y), onde x ϵ e y ϵ . Em notação de conjunto, 3.1.1 – Introdução O espaço é o resultado do produto cartesiano x , o que significa que tomamos todas as combinações possíveis de um número real com outro número real. Ele descreve todos os pontos em um plano. 12 Professora Luciana Marinho De forma semelhante, podemos definir o espaço como o conjunto de todas as ternas ordenadas (x,y,z): 3.1.1 – Introdução Esse conjunto representa todos os pontos do espaço tridimensional. 13 Professora Luciana Marinho 3.1.1 – Introdução 14 Professora Luciana Marinho 3.1.1 – Introdução 15 Professora Luciana Marinho 3.1.1 – Introdução Também podemos citar uma analogia entre os elementos dos conjuntos e e vetores no plano e no espaço, como nas figuras desenhadas a seguir. 16 Professora Luciana Marinho 3.1.1 – Introdução A Soma de polinômios de graus menores ou iguais a 3 é um polinômio de grau menor ou igual a 3: A soma de dois polinômios de grau n resulta em um outro polinômio de grau n. Outro conjunto que tem comportamento vetorial é o dos polinômios de graus menores ou iguais a n, definido como 17 Professora Luciana Marinho 3.1.1 – Introdução O Produto por um escalar de um polinômio de grau menor ou igual a 3 é, também, um polinômio de grau menor ou igual a 3: O produto de um polinômio de grau n por um escalar é um polinômio de grau n. Outro conjunto que tem comportamento vetorial é o dos polinômios de graus menores ou iguais a n, definido como 18 Professora Luciana Marinho 3.1.1 – Introdução Podemos fazer uma representação vetorial de um polinômio. Para um polinômio de grau 1, p1 (x) = a0 + a1 x, podemos representar a parte constante em um dos eixos coordenados e o coeficiente do termo em x em outro eixo coordenado. Para um polinômio de grau 2, p2 (x) = a0 + a1 x + a2 x2, podemos representar o termo constante e os coeficientes de x e x2 em três eixos cartesianos. 19 Professora Luciana Marinho 3.1.1 – Introdução 20 Professora Luciana Marinho 3.1.1 – Introdução Para representar polinômios com graus maiores ou iguais a 3 seriam necessárias quatro ou mais dimensões, o que não nos é possível. Todos os conjuntos vistos até aqui podem ser postos em analogia ao conjunto de vetores em duas ou mais dimensões. Esses conjuntos possuem uma operação de soma e uma de operação de produto por um escalar. A soma é sempre entre dois elementos do mesmo conjunto e o produto por um escalar necessita também de um conjunto numérico (o conjunto dos escalares). Vamos agora generalizar esses dois tipos de conjuntos, escalares e vetores. Conjuntos de escalares serão chamados corpos, que se comportam como números, e conjuntos parecidos com vetores serão chamados espaços vetoriais. Começaremos pelos corpos e depois passaremos ao assunto principal: espaços vetoriais. 21 Professora Luciana Marinho 3.1.2 – Corpos Um corpo é basicamente um conjunto cujos elementos se comportam aproximadamente como os números reais. Para definir um corpo, precisamos de uma operação de soma e uma operação de multiplicação, de modo que um corpo é um conjunto munido dessas duas operações. Por isso, frequentemente designamos um corpo pelo símbolo (K, + , *). No entanto, é comum designarmos o corpo dos reais como (R, +, *), no entanto é mais frequente chamá-lo simplesmente R. As operações de soma e produto são definidas de modo que, se a e b pertencem ao conjunto K, então a + b e a * b também têm que pertencer ao conjunto K. A definição completa é feita a seguir. 22 Professora Luciana Marinho3.1.2 – Corpos 23 Professora Luciana Marinho 3.1.2 – Corpos Como montar um corpo com o menor número de elementos possível? Como esse conjunto tem que ter os números 0 (elemento neutro da soma) e 1 (elemento neutro do produto), então podemos começar com o conjunto {0,1}. Esse conjunto forma um corpo, junto com a soma e a multiplicação convencionais? Não, pois o elemento 1 desse conjuntos não tem um inverso com relação à soma, que seria o número -1. 24 Professora Luciana Marinho 3.1.2 – Corpos Vamos adicionar -1 ao conjunto, ficando com {-1,0,1} . Esse conjunto, junto com a soma e a subtração convencionais, forma um corpo? Não, pois 1+1=2, que não pertence ao conjunto (ele não é fechado quanto à soma). Portanto, nenhum grupo finito pode ser um corpo. 25 Professora Luciana Marinho 3.1.2 – Corpos Vamos tentar o conjunto dos números naturais: Esse conjunto não é um corpo, pois não tem inversa quanto à soma: o inverso de 2 quanto à soma é -2, que não pertence ao conjunto. 26 Professora Luciana Marinho 3.1.2 – Corpos Tentamos, então, o conjunto dos números inteiros: Esse conjunto não forma um corpo, pois não tem inversa quanto à multiplicação: a inversa de 2 quanto à multiplicação é ½, que não faz parte do conjunto. O conjunto dos números racionais, munido da soma e da multiplicação usuais, é um corpo, como é mostrado a seguir. 27 Professora Luciana Marinho 3.1.2 – Corpos 28 Professora Luciana Marinho 3.1.2 – Corpos 29 Professora Luciana Marinho 3.1.2 – Corpos 30 Professora Luciana Marinho 3.1.2 – Corpos Elementos de um corpo também são chamados de escalares. Outros exemplos de corpos. O conjunto dos números reais, munidos das operações usuais de soma e produto, é um corpo. O conjunto dos números complexos, munido das operações de soma e produto usuais, é um corpo. O conjunto dos números irracionais não forma um corpo, pois O conjunto dos números imaginários (não confundir com os números complexos) não forma um corpo, pois mas 2 não pertence aos irracionais. 31 Professora Luciana Marinho 3.1.3 – Espaços vetoriais Os escalares mais utilizados por nós serão os números reais. Utilizaremos o conceito de corpo, na definição do que é um espaço vetorial. O conjunto dos vetores pode ser utilizado para definir as operações soma e produto por um escalar, o produto escalar e o produto vetorial. Não são muitos os conjuntos que apresentam essas quatro operações. No entanto, se considerarmos somente a soma e o produto por um escalar, conjuntos como o das matrizes e o dos polinômios admitem essas operações. Portanto, consideraremos somente essas duas operações. O espaço vetorial é um conjunto V munido de uma operação de soma e de uma operação de produto por um escalar, onde o escalar é um elemento pertencente a um determinado corpo K. Por isso, dizemos que o espaço vetorial é um conjunto V sobre o um corpo K. Para que V seja um espaço vetorial, é preciso que, se u e v, pertencerem a V, então u+v e αu também pertençam a V, onde α ϵ K. Uma definição mais completa de espaço vetorial é dada a seguir. 32 Professora Luciana Marinho 3.1.3 – Espaços vetoriais 33 Professora Luciana Marinho 3.1.3 – Espaços vetoriais As propriedades da soma são internas ao conjunto V. Já as operações envolvendo o produto por um escalar são externas a V, pois envolvem também o corpo K dos escalares. 34 Professora Luciana Marinho Resumo 35 Professora Luciana Marinho Resumo 36 Professora Luciana Marinho 3.1.3 – Espaços vetoriais Já chega por hoje, não? Voltamos a essa definição na próxima aula, então! 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