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AD2 Ciência Política Diego Athos

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Nome: Diego Athos Gomes de Souza
Matrícula: 15213110175
Disciplina: Ciência Política
Pólo: Volta Redonda 
Atividade Avaliativa 2
	Na obra de John Locke encontram-se alguns dos seus pensamentos sobre a política e a natureza do homem. Não dá para entender o homem como sujeito político sem tentar entender e investigar a sua natureza, os seus instintos. O homem enquanto ser social convive uns para com os outros, mas o que muitos como John Locke se questionam é saber como isso foi possível de ser realizado, visto cada homem ser distinto apesar das suas semelhanças. 
	Partindo desse inicio de investigação o segundo tratado de governo de John Locke mostra que a ideia de que os governos são originários apenas de força e violência é equivocada se não for analisada de forma racional, distante de paixões. A concepção da formação da sociedade passa pelo entendimento sobre o que vem a ser o Estado de Natureza e a Sociedade Política, segundo Locke. O autor cita que os homens são naturalmente livres num estado de perfeita liberdade, visto que julgam suas ações e dispõem de suas posses conforme lhe convêm, segundo Locke “dentro dos limites da lei da natureza, sem pedir licença ou depender da vontade de qualquer outro homem”.
	Ainda nesse sentido do estado de natureza encontra-se o que Locke chama de estado de igualdade, segundo o qual é reciproco entre os homens visto que todo o poder e jurisdição igualam uns aos outros não havendo superioridade, subordinação ou sujeição. Dessa forma a liberdade e a igualdade no estado de natureza faz com que a responsabilidade pela execução das leis é de cada homem, que tem o poder de punir que viola esse conceito. Por essa razão no estado de natureza, segundo Locke, se qualquer um pode punir a outrem todos o podem fazer devido à igualdade que garante a todos o direito de fazer. Ressalta-se que isso não é um poder absoluto.
	O direito politico nasce então a partir de uma racionalidade. Esse direito de punição é apenas para retribuir de modo proporcional à transgressão visando uma reparação e a restrição únicos motivos pelos quais um homem pode fazer mal a outro. Para garantir a paz e a segurança promovida pela lei natural o homem pode restringir ou destruir o que não faz bem a sociedade, para servir de exemplo para que outros não violem a lei. Percebe-se que a liberdade é um fundamento, um principio que não pode ser suprimido, sob pena de um estado de guerra causar danos às vezes irreparáveis. O estado de guerra é um estado de desordem que contrasta com um estado de natureza que é um estado de boa vontade e cooperação. 
	Segundo Locke cada homem tem “uma propriedade em sua pessoa”. É o trabalho e o esforço do homem que fazem as suas atividades terem valor. Na obra de Locke percebe-se então que a propriedade de um homem inclui sua própria vida, liberdade e bens o que tem muito valor. Para Locke “nenhuma sociedade politica pode existir ou subsistir sem ter em si o poder de preservar a propriedade e, para tal, de punir os delitos de todos os membros dessa sociedade”. A distinção então entre Estado de Natureza e Sociedade Política reside na definição de Locke “apenas existirá sociedade politica ali onde cada qual dos seus membros renunciou a esse poder natural, colocando-o nas mãos do corpo político em todos os casos que não o impeçam de apelar à proteção da lei por ela estabelecida (...) e assim a comunidade passa a ser o arbitro mediante regras fixas estabelecidas imparciais e idênticas para todas as partes”. 
	Estão numa sociedade politica, segundo Locke “Aqueles que estão unidos em um corpo único e têm uma lei estabelecida comum e uma judicatura à qual apelar, com autoridade para decidir sobre as controvérsias entre eles e punir os infratores. Aqueles, que não tem em comum uma tal possibilidade de apelo vivem ainda em estado de natureza sendo cada qual o juiz por si mesmo e executor”. 
	Essas definições são importantes porque a liberdade e a igualdade na sociedade politica ganha outro aspecto em relação ao que são no estado de natureza. Segundo Locke “embora todo homem que entrou para uma sociedade civil e se tornou membro de qualquer corpo politico tenha renunciado, com isso, a seu poder de punir os delitos contra a lei da natureza a seu juízo particular, ele(..) também cedeu ao corpo político o direito de usar a força dele para a execução dos julgamentos desse mesmo corpo político sempre convocado para tal”.
	Pelo exposto verifica-se na obra de Locke que o estado de natureza é uma condição natural de perfeita liberdade e igualdade sem que haja superiores, sendo os homens responsáveis por suas próprias ações e sendo juiz e executor de outrem em caso de violação que prejudique essa liberdade e igualdade. Na sociedade política o homem deixa de ser o soberano e executor e delega essa função ao um corpo maior que o próprio homem, no caso o corpo politico.
	No que toca a liberdade e a igualdade foi visto que no direito natural elas são consideradas em perfeito estado, sendo a cooperação dos homens esperada um para com os outros, fruto de uma consciência do dever sob pena dos outros homens poderem restaurar, através de punições ou morte, o equilíbrio porventura perdido. Já no direito político os homens renunciam a sua liberdade e igualdade do estado natural em prol do Estado para que esse exerça em nome dos homens o papel de juiz e solucionador das controvérsias. O Estado torna-se então o representante dos homens para que este não tenha sua liberdade ferida, pois caso o tenha o Estado fará, em nome dos homens, com que o transgressor repare os danos de suas ações prejudiciais. É como se fosse uma procuração dos homens para que o Estado haja em nome deles, sem que tenha sua liberdade ou igualdade natural cessada.
Referencia Bibliográfica:
Locke, John. O Segundo Tratado sobre o Governo. In FENDT, Roberto. Um ensaio referente à verdadeira origem, extensão e objetivo do Governo Civil. Disponível em: http://graduacao.cederj.edu.br/ava/mod/folder/view.php?id=6490. Acesso em: 02 mar. 2016.

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