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DIREITO PENAL I – Prof. Paulo Donadelli
- A finalidade do direito penal é tutelar (proteger) bens jurídicos fundamentais.
- bem = tudo aquilo que possui “valor”;
- bem jurídico = tudo que é protegido pelo Estado.
Objetividade Jurídica do crime: é o bem jurídico fundamental que o crime defende, ou seja, todo crime protege um bem jurídico fundamental.
Crime complexo: é aquele que tem dupla objetividade jurídica, ou seja, tutela dois bens jurídicos fundamentais (ex: latrocínio, extorsão mediante sequestro).
Características do Direito Penal (principais)
1) Seletivo: seleção das condutas que serão tipificadas e transformadas em crime, pelo legislador (condutas graves). Todo crime está descrito dentro de um tipo penal. O tipo penal é, portanto, a estrutura normativa que define o crime.
2) Fragmentário: o direito penal se interessa por parte dos bens jurídicos e não de todos, apenas os fundamentais.
3) Última ratio: é quando a norma de outro ramo do direito não consegue solucionar o problema aí então entra o direito penal em “última instância” para solucionar (subsidiariedade).
4) O direito penal deve ser adequado socialmente, ou seja, deve atender às vontades da sociedade.
Qual pode legislativo tem competência pra legislar em matéria penal? Segundo o art. 22, I, CF/88 compete privativamente a União legislar sobre direito penal.
Obs: lei complementar poderá autorizar Assembleia Legislativa a legislar sobre direito penal (quem elabora a lei complementar é a União).
1. Principio da Legalidade Penal:
 Art. 1º. - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Obs: não existe crime e não existe pena fora da lei; os dois subprincípios embutidos são: princípio da reserva legal e o da anterioridade penal.
- Reserva Legal: o crime e a pena são fatos reservados à lei; somente por lei ordinária/complementar federal podem ser criados crimes e definidas penas.
- Anterioridade Penal: a norma penal incriminadora que cria um crime nunca retroage, portanto, é irretroativa (para prejudicar o réu).
2. Lei Penal noTempo 
Art. 2º. - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Aboliciu Criminis: quando um crime deixa de existir.
Obs 1: Tudo que “beneficia” retroage e tudo que “não beneficia” não retroage.
Obs 2: Sem que ocorra a mudança da conduta criminosa o legislador pode, no decorrer do tempo, modificar as penas para mais ou para menos. Nesse caso, aplica-se a lei que mais seja benéfica ao réu, até mesmo se a lei estiver revogada por outra (ultratividade penal – dar aplicação jurídica a uma lei já revogada).
3. Lei Excepcional ou Temporária
Art. 3º. - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
Em regra, as leis não possuem prazo certo de vigência, elas iniciam e tem validade por tempo indeterminado. Na lei temporária a vigência é datada, ou seja, tem data para iniciar e para terminar a vigência. A lei excepcional vigora em um evento não comum, durante um tempo anormal na sociedade, ou seja, ligada a um fato excepcional. Ex: calamidade pública, guerra, epidemias etc.
Obs: aboliciu criminis não se aplica nesse artigo, ou seja, os crimes praticados durante a vigência de lei temporária/excepcional aplica-se a “pena” dessa lei, os efeitos permanecem.
“A lei se encerra e seus efeitos permanecem”.
4. Tempo do Crime
Art. 4º. - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
Existem 3 teorias que delimitam o tempo do crime:
4.1) Teoria da Atividade (adotada no Brasil): o crime aconteceu no momento da ação ou omissão (conduta humana).
4.2) Teoria do Resultado: o crime acontece no momento em que se dá a produção do resultado.
4.3) Teoria Mista ou da Ubiquidade: o crime acontece no momento da ação ou omissão ou no momento do resultado.
Obs: nos crimes permanentes a conduta se prolonga no tempo, ou seja, ela acaba apenas quando cessa a ação/omissão.
 
5. Territorialidade Temperada (relativizada)
Art. 5º. - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Obs 1: O diplomata não se sujeita a legislação do local aonde ele esteja trabalhando mas sim à do seu país de origem (territorialidade temperada).
Obs 2: O alto mar e o respectivo espaço aérea é considerado “terra nulis” (terra de ninguém);
Obs 3: Princípio da Bandeira / Pavilhão: se a embarcação é privada, em área internacional impera esse princípio, ou seja, o crime cometido dentro dessa embarcação será “julgado” pelo país no qual ela está registrada (serão extensão do território nacional). Se estiverem em outro país vigora a lei do país aonde se encontre.
Se a embarcação for pública, aonde quer que ela se encontre sempre será considerada extensão do território nacional.
6. Lugar do crime
Art. 6º. - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
Pergunta-se: Onde o crime aconteceu?
1ª Teoria, Atividade: considera-se praticado o crime no lugar onde se deu a ação ou omissão.
2ª Teoria, Resultado: considera-se praticado o crime no local onde se deu a produção do resultado.
3ª Teoria: Mista ou Ubiquidade (adotada no Brasil): considera-se o lugar do crime onde se deu a prática da ação ou omissão como também o local onde se produziu o resultado.
7. Extraterritorialidade
7.1 Princípios Orientadores da Extraterritorialidade: 
7.1.1) Defesa Real ou Proteção: aplica-se a lei penal brasileira aos crimes praticados no estrangeiro que lesionam ou ofendem o interesse nacional (a vítima é a própria República Federativa do Brasil);
7.1.2) Justiça Universal: aplica-se a lei penal do Brasil a crimes que atentam contra a humanidade (ex: genocídio) ou crimes que a comunidade internacional se obriga a reprimir (ex: terrorismo internacional, tráfico internacional de drogas).
7.1.3) Nacionalidade
	3.1) Ativa: sujeito que pratica a ação;
	3.2) Passiva: interessa a nacionalidade da vítima
7.1.4) Pavilhão ou Bandeira: para aeronaves e embarcações; o crime será julgado no país em que foi cometido; se estiverem em outro país vigora a lei do país aonde se encontre.
Art. 7º. - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes:
	a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (defesa real)
	b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (defesa real)
	c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (defesa real)
	d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (justiça universal)
Obs: chamada de extraterritorialidade incondicionada: nãodepende de qualquer condição.
1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
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II - os crimes: 
	a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (justiça universal)
	b) praticados por brasileiro; (nacionalidade ativa)
	c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (pavilhão ou bandeira)
Obs: chamada de extraterritorialidade condicionada: não basta ocorrer o fato concreto mas sim comprovar algumas condições.
2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso (tem que cumprir todas as condições) das seguintes condições:
	a) entrar o agente no território nacional; 
	b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
	c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
	d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
	e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior além de (princípio nacionalidade passiva):
	a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
	b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Obs: chamada de extraterritorialidade condicionada: não basta ocorrer o fato concreto, mas sim comprovar as 5 condições do item 2º + as duas condições acima.
Pena cumprida no estrangeiro
Art. 8º. - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 
Eficácia de sentença estrangeira 
Obs: aplica-se comutação de penas; uma pessoa pode ser processada mais de um vez pelo mesmo crime, porém, ela não pode ser punida pelo mesmo crime mais de uma vez.
Eficácia de sentença estrangeira 
Art. 9º. - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada ( pelo STJ) no Brasil para:
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;
II - sujeitá-lo a medida de segurança (tratamento psiquiátrico).
Parágrafo único. A homologação depende:
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
Obs: não pode homologar a sentença penal estrangeira para cumprimento de pena, apenas para danos civis ou para sujeitá-lo a medida de segurança.
Contagem de prazo
Art. 10. - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum (gregoriano).
Frações não computáveis da pena
Art. 11. - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de real cruzeiro.
Legislação especial
Art. 12. - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.
Norma Penal em Branco
É aquela que para ser aplicada necessita de um complemento.
 1) Norma Penal em Branco Latu sensu (sentido amplo): é aquele cujo complemento advém de uma outra norma de mesma hierarquia da lei penal.
2) Norma Penal em Branco Strictu sensu (sentito restrito): é aquela em que o complemento advém de uma outra norma de hierarquia inferior à lei penal.
Conflito Aparente de Normas
É quando é possível aplicar duas ou mais tipificações a um mesmo caso concreto. Neste caso deve-se verificar qual tipo é mais adequado àquela conduta.
Ex: quando se inicia uma execução de lesão corporal e durante a execução o autor muda o dolo e intensifica a execução matando a vítima, nesse caso o autor só responde pelo crime final – homicídio. A parte de “lesão corporal” apenas serve para agravar. (progressão delituosa).
DO CRIME
Corrente bipartida: entende que o conceito de crime é a junção de dois elementos, fato típico (art. 1º) e antijurídico (art. 23).
Para essa corrente, a culpabilidade (art. 26) é pressuposto de aplicação de pena e não um elemento do crime (pode ter pena ou não).
Corrente tripartida: entende que o conceito de crime é a junção de três elementos, fato típico (art. 1º, antijurídico e culpável (art. 26). (sempre vai ter pena)
1. Fato Típico: toda conduta humana tipificada dentro de um tipo penal
	1.1) Conduta; (modificação do mundo exterior provocando um resultado).
- ação (comportamento positivo ou crime comissivo) ou omissão (comportamento negativo ou crime omissivo) são praticadas apenas por ser humano, de forma dolosa ou culposa;
Elementos objetivos da conduta: ação ou omissão;
Elementos subjetivos da conduta: dolo ou culpa.
O conceito de conduta é formado por dois elementos: objetivos e subjetivos.
* Crime Comissivo ação
			 Próprio: “verbo” é uma omissão
* Crime Omissivo
			 Impróprio (crime comissivo por omissão): “verbo” de ação que se dá na omissão. 			 §2º, art.13 – relevância da omissão. Ex: aquele revestido como garantidor (aquele 			 que tem o dever de agir; tem que fazer algo, mas não faz e isso produz um resultado).
Obs: não se pune NUNCA a tentativa em crime omissivo.
	1.2) Resultado;
	1.3) Nexo causal; (relação de causa-efeito ente a conduta e o resultado)
	1.4) Tipicidade. (verificar se a conduta está descrita em algum tipo penal).
Relação de Causalidade
Art. 13. O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Superveniência de causa independente.
1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
Relevância da omissão 
2º - A omissão é penalmente relevante quando o emitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
	a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
	b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
	c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Art. 14. - Diz-se o crime: 
Crime consumado 
	I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
Tentativa 
	
	II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
Pena de Tentativa 
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Art. 15. - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
Arrependimento posterior
Art. 16. - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Crime impossível
Art. 17. - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Art. 18. - Diz-se o crime:
Crime doloso 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; 
Crime culposo 
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 
Parágrafo único. Salvo oscasos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

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