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Prof. Ms. Jailson Freitas RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA Desconfortos e Complicações DESCONFORTOS - RA “.... Situações esperadas que podem ocorrer no POI, de acordo com o tipo de intervenção anestésica-cirúrgica e situações decorrentes de interação farmacológicas entre fármacos ministrados, nível de ansiedade pré-operatória e tempo cirúrgico.” SOBECC, 2013p.301 DOR AGUDA “.... É uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a uma lesão tecidual real ou potencial. A dor é um fenômeno frequente no POI, podendo resultar em sofrimento e riscos desnecessários ao paciente.” SOBECC, 2013p. 301 INTERCORRÊNCIAS “.... A dor resulta em alterações respiratórias, hemodinâmicas e metabólicas, que predispõem o paciente à instabilidade cardiovascular, ao maior consumo energético e proteico e a redução do volume ventilatório. Também reduz a movimentação favorecendo a TVP, principalmente em idosos. SOBECC, 2013p. 303 AVALIAÇÃO “.... A avaliação da dor se da através de instrumentos subjetivos. A enfermagem tem papel importe na mensuração da dor, pois é o principal responsável por avaliar a dor na RA.” SOBECC, 2013p. 303 “.... A avaliação pode ser por meio de instrumentos autorrelato (pacientes comunicativos), observação do comportamento (pacientes não comunicativos) e por meio de variações biológicas (SSVV, sudorese, fácies álgica).” TRATAMENTO DA DOR “....O planejamento da analgesia é fundamental para seu controle. O objetivo é bloquear a geração, a transmissão, a percepção e a apreciação dos estímulos nociceptivos, o que pode ser feito em diferentes níveis do SNC e do SNP.” SOBECC, 2013p. 305 “....O controle da dor deve ser iniciado antes da intervenção cirúrgica, com analgesia preventiva, que deve ser planejada pelo anestesista juntamente com o ato anestésico.” INTERVENÇÕES Deve seguir escala de analgesia preconizada pela OMS: - Anti-inflamatórios não hormonais (AINHs): Inib. da COX – 1 e 2; - Opioides: Codeína, fentanil, mepiridina, morfina, metadona, etc; - Medicação adjuvantes: antidepressivos, anticonvulsivantes, neurolépticos e benzodiazepínicos; - Analgesia Controlada pelo Paciente (ACP). SOBECC, 2013p. 306 TAQUICARDIA SINUSAL “...... São consideradas desconfortos comuns no paciente em RA. A taquicardia é o aumento dos batimentos cardíacos, porém mantendo o ritmo sinusal (onda P, complexo QRS e onda T) Fr: 100 a 180 bpm.” Causas: febre, dor, ansiedade, choque, anemia, IC, infecção, hipo e hipertensão, complicações respiratórias. SOBECC, 2013p. 308 BRADICARDIA SINUSAL “...... Diminuição dos batimentos cardíacos, entre 40 a 60 bpm, porém com ritmo regular (onda P, complexo QRS e onda T mantém traçado normal).” Causas: estímulo vagal, digitálicos, uso prolongado das drogas utilizadas antes e no decorrer da anestesia. Atletas podem apresentar bradicardia. SOBECC, 2013p. 308 HIPOTENSÃO ARTERIAL “...... Definida pela redução dos níveis pressóricos (sistólicos e diastólicos). Com queda de 20% da PA inicial. PAM menor que 60 mmHg ou PAS inferior a 90 mmHg. A redução de ate 15% na PA após indução anestésica é considerada normal em razão aos efeitos dos anestésicos. Causas: sangramento, hipovolemia, desidratação, anestésicos, analgésicos e antieméticos. Uso de anestésicos inalatórios. SOBECC, 2013p. 309 INTERVENÇÕES E CUIDADOS Reposição volêmica; Utilização de vasopressores (uso desordenado causa isquemia); Posição de Trendelenburg (caso não tenha outras cardiopatias); SOBECC, 2013p. 309 HIPERTENSÃO ARTERIAL “...... Definida pela elevação dos níveis pressóricos (sistólicos e diastólicos). PAS superior a 140 mmHg e a diastólica acima de 90 mmHg.” Causas: dor, distensão vesical, hipoxemia, hipotermia, cirurgia cardiovascular, drogas usadas durante a anestesia ou associadas a outras doenças como feocromocitoma, hipertireoidismo, obesidade e etc. SOBECC, 2013p. 310 HIPERTENSÃO ARTERIAL “...... Hipertensão nos primeiros 30 minutos de RA sugere quadro agudo, com causa que deve ser esclarecida e tratada. Cuidados Imediatos: Procurar manter o paciente aquecido com cobertores ou manta térmica. Verificar retenção urinária e realizar balanço hídrico na justificativa de uma possível disfunção renal. Manter terapêutica medicamentosa hipotensora e diurética (vide prescrição médica).” SOBECC, 2013p. 310 HIPOVENTILAÇÃO “....Pode ocorrer por depressão do SNC por analgésicos e anestésicos e pelo efeito residual dos bloqueadores neuromusculares. Também pode está relacionada à dor apresentada pelo paciente em razão do medo de realizar inspirações profundas.” SOBECC, 2013p. 312 HIPOVENTILAÇÃO “....A Hipoventilação ocasiona acidose respiratória, hipóxia e apnéia. A gasometria arterial permite a avaliação do equilíbrio acidobásico pela medição do pH, da pressão parcial do dióxido de carbono (PaCO2) e da concentração sérica de bicarbonato (HCO3).” SOBECC, 2013p. 312 HIPOTERMIA “....A hipotermia é um diagnóstico de enfermagem definido como temperatura do corpo abaixo da variação normal.” Fatores de riscos: anestesia geral, extremos de idades (idosos e crianças), baixa temperatura da SO, paciente queimado, infusão de líquidos frios, exposição corporal e etc. SOBECC, 2013p. 312 CUIDADOS Aquecer o paciente é um cuidado imediato da RA; Uso de cobertores ou manta térmica; Minimizar exposição corpórea do paciente; Infusão de solução venosa a temperatura de 37°C; Enfaixar MMII na SO e RA; Remover campos molhados; Temperatura adequada na RA. SOBECC, 2013p. 312 HIPERTERMIA “....A hipertermia é um diagnóstico de enfermagem definido como temperatura do corpo elevada acima da variação normal.” Padrão de Normotermia: 36.1 a 37.2°C, a oral entre: (36.5 a 37.5°C, axilar: (35.8 a 37°C), retal: (37 a 38.1°C). SOBECC, 2013p. 312 HIPERTERMIA “....A hipertermia pode ser uma indicação de processo infeccioso ou sepse, ou pode indicar um processo hipermetabólico, como hipertermia maligna, que é uma emergência séria, genética na origem e desencadeada pela associação entre agentes anestésicos voláteis e pelo relaxante muscular despolarizante (Succinil- colina). Deve ser tratada imediatamente com dantrolene.” SOBECC, 2013p. 312 PRÁTICAS RECOMENDADAS Controlar temperatura ambiental; Controlar temperatura corporal; Manter paciente sem mantas de aquecimento; Fazer compressas frias nas regiões dos grandes vasos; Avaliar frequência e ritmo cardíaco; Observar coloração da pele (cianose) e perfusão periférica; Terapêutica medicamentosa. SOBECC, 2013p. 312 NÁUSEAS E VÔMITOS “..... Definida pela NANDA, como sensação desagradável, semelhante a uma onda na parte de trás da garganta, epigástrica ou abdome, que pode ou não levar ao vômito.” SOBECC, 2013p. 312 NÁUSEAS E VÔMITOS Fatores predisponentes para NVPO: - Idade (prevalência em crianças); - Sexo (mulheres são mais acometidas); - Obesidade (adipócitos agem como reservatório de fármacos); - Estados emocionais alterados (ansiedade e medo); - Pacientes com limitações de movimentos; - Pacientes com disfunção do sistema digestório; - Procedimentos cirúrgicos prolongados; - Ingesta de líquido antes do retorno da peristalse. SOBECC, 2013p. 314 NÁUSEAS E VÔMITOS Práticas Recomendadas para NVPO: - Terapêutica medicamentosa mantida; - Higienizar cavidade oral; - Evitar movimentos bruscos; - Oxigenação e temperatura corporal adequada; - Manter cabeceira elevada a 45°, quando não houver contra indicação. SOBECC, 2013p. 312 SOLUÇO/ SINGULTO “..... É um espasmo inspiratóriocom súbito fechamento da glote e contração do diafragma, resultando em um curto ruído, que pode ser causa: direta (irritação do nervo frênico, distensão estomacal, peritonite, TU no tórax, distensão abdominal) ou indireta (toxemia e uremia) ou também reflexa (irritação decorrente de tubo de drenagem, exposição ao frio, ingestão de líquidos muito frio ou quente e obstrução intestinal).” SOBECC, 2013p. 315 SOLUÇOS/ SINGULTO Práticas Recomendadas: - Manter pacientes aquecido e sob oxigenação; - Avaliar presença de distensão abdominal; - Em alguns casos a administração de antieméticos. SOBECC, 2013p. 312 DISTENSÃO ABDOMINAL “..... É o aumento da circunferência abdominal pelo acúmulo de ar aspirado e de gases no trato intestinal após a cirurgia e no pneumoperitônio, resultando em queixa de plenitude, dor abdominal e desconforto respiratório.” SOBECC, 2013p. 315 CAUSAS MAIS COMUNS: Pós – operatório de cirurgia abdominal; Deglutição de ar; Pneumoperitônio em cirurgias laparoscópicas. Práticas Recomendadas: - Manter decúbito de paciente levado a 30° ou 45°; - Assegurar oxigenação contínua do paciente; - Avaliar dor e desconforto abdominal; - Realizar cateterismo retal se necessário; - Avaliar a evolução da distensão abdominal para presença de hipertimpanismo na região hepática (sinal Jobert). SOBECC, 2013p. 316 DISTENSÃO ABDOMINAL PACIENTE SONOLENTO “..... Esperada depois de cirurgias prolongadas e de grande porte, principalmente em obesos e idosos, e ainda pode ser decorrente de fatores que aumentem o volume de distribuição ou diminuam a taxa de eliminação de qualquer fármaco depressor do SNC utilizado na anestesia.” Práticas Recomendadas: Avaliar nível de consciência – EAK; Manter O2 contínuo e monitorar rigorosamente a SPO2; Controlar rigorosamente as infusões e a diurese; RETENÇÃO URINÁRIA “..... Pode ocorrer no POI devido ao uso de fármacos anticolinérgicos ou analgésicos , ao tipo de cirurgia, à terapia intravenosa instituída, à posição e à perda da privacidade do paciente durante a micção.” Sinais e Sintomas: dor suprapúbica, distensão abdominal, agitação no leito, incapacidade de urinar, calafrios, cefaleia e etc. Práticas Recomendadas: Estimular a micção espontânea, preservando a privacidade; Realizar cateterismo vesical asséptico intermitente. “.... As complicações pós-operatórias são definidas como quaisquer alterações fisiológicas persistentes relacionadas direta ou indiretamente ao procedimento anestésico-cirúrgico realizado.” SOBECC, 2013p.320 PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES “.....As complicações pulmonares e respiratórias (CPR) são comumente observadas no POI e as mais frequentes são: atelectasias, obstrução das vias aéreas superiores, Hipoventilação, apnéia, pneumotórax, hemotórax, hemopneumotórax e aspiração de conteúdo gástrico.” SOBECC, 2013p.320 Causas: ação dos fármacos anestésicos no organismo do paciente, dos equipamentos utilizados na anestesia, da falha humana na condução da anestesia e das alterações fisiológicas do paciente. FATORES DE RISCO: - Idade avançada; - Obesidade, Tabagismo; - Doença pulmonar prévia; - POI de cirurgia de emergências, abdominal, torácica e pescoço; - Pós de anestesia geral; - Cirurgia de longa duração; - Imobilidade pós – operatória prolongada. SOBECC, 2013p.321 HIPÓXIA “.... Ocorre pela redução do suprimento de O2 no sangue arterial, capilar ou venoso, definida pela saturação de hemoglobina menor que 90%.” Causas: hipoventilação, obstrução das vias aéreas, broncoespasmos, laringoespasmo e atelectasias. SOBECC, 2013p. 322 HIPÓXIA Complicações Imediatas: agitação, confusão, taquicardia, seguida de bradicardia, sonolência e cianose. Complicações mediatas: alterações metabólicas (disfunção a nível renal, hepático, cerebral e intestinal). SOBECC, 2013p. 321 HIPÓXIA Avaliação: a gasometria arterial é essencial e constitui um importante instrumento para estabelecimento das intervenções, pois permite avaliar as trocas gasosas e da função respiratória. SOBECC, 2013p. 322 “.... A obstrução das vias aéreas superiores é caracterizada pela presença de batimento das asas do nariz, retração do esterno e dos espaços intercostais, cianose, sudorese e agitação.” SOBECC, 2013p. 322 Causas: queda da língua (obstrui a faringe, decorrente de sedação ou de bloqueio neuromuscular residual), laringoespasmo (trauma de intubação ou presença de secreção), edema de traqueia, broncoespasmos em pacientes com história de asma ou bronquite. APNÉIA PÓS - OPERATÓRIA “.... Ocasionada pela complicação da anestesia desencadeada por hipotermia, hiperventilação ou por outras causas desconhecidas.” Característica: parada respiratória por mais de 20 segundos, acompanhada de bradicardia, palidez ou cianose. SOBECC, 2013p. 322 PNEUMOTÓRAX “.... O espaço pleural não contém normalmente ar, apenas alguns mililitros de liquido lubrificante. O acúmulo de ar na cavidade pleural é denominado pneumotórax.” Causas: ruptura espontânea de um alvéolo pulmonar ou por trauma. SOBECC, 2013p. 322 HEMOTÓRAX “.... Presença de sangue livre no interior da pleura.” Causas: espontaneamente pela ruptura de um alvéolo ou por traumas (cirúrgico, punção venosa central, ventilação por pressão positiva). SOBECC, 2013p. 322 HEMOPNEUMOTÓRAX “.... Ocasionada pela presença de ar e sangue livre no espaço pleural.” Causas: ruptura de um alvéolo ou por traumas (cirúrgico, punção venosa central, bloqueio de plexo em região subclávia, ventilação por pressão positiva). Avaliação: Presença de dor torácica, dispneia e sudorese. Intervenções: Imediata. SOBECC, 2013p. 322 Alterações eletrocardiográficas nas derivações precordiais: - Desvio do eixo do complexo QRS para direita; - Diminuição da amplitude do complexo QRS; - Diminuição da voltagem da onda R; - Inversão da onda T. Obs: essas alterações do ECG não devem ser confundidas com as alterações de um IAM. SOBECC, 2013p. 322 ASPIRAÇÃO DE CONTEÚDO GÁSTRICO “.... Relaciona-se com a depressão dos reflexos protetores da laringe, seja por efeito das medicações anestésicas, seja por alteração da consciência levando o paciente à aspiração passiva (regurgitação) ou ativa (vômito) de conteúdo gástrico.” Causas: anestesia em pacientes com estômago cheio, portadores de refluxo gastroesofágico, obesos, gravidez e anestesia sob máscara. Avaliação: apresenta hipóxia e à ausculta pulmonar tem presença de roncos e sibilos. Complicação: irritação e destruição da mucosa traqueal, além de pneumonia. BRONCOESPASMO “.... Caracteriza-se pela obstrução das vias aéreas baixas, causada pela contração da musculatura brônquica, sendo identificado pela presença de sibilos à ausculta pulmonar e pelo aumento da frequência respiratória.” SOBECC, 2013p. 323 Boas Práticas Recomendadas: Usar oximetria de pulso; O2 por máscara facial; Monitorar frequência e ritmos respiratório; Avaliar presença de dor; Estimular o paciente a respirar profundamente; Realizar aspiração oral, se indicado. Observar rebaixamento de sensório. OBRIGADO!!!
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