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002.Direito_Tributário

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Direito Tributário
Flávia Martins de Carvalho
flaviafnd@gmail.com
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Apresentação
Flávia Martins de Carvalho
Advogada;
Analista de Planejamento e Gestão;
Pesquisadora da UFRJ e da UCAM;
Mestra em Direito pela UFRJ; 
Graduada em Direito (UFRJ) e em Comunicação Social (UERJ);
Professora da UCAM, AVM e diversos cursos preparatórios.
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Ementa
Sistema Tributário Nacional;
Normas gerais do Direito Tributário: vigência, aplicação, interpretação e integração da legislação tributária; Legislação Tributária; 
Obrigação Tributária; Crédito Tributário; 
Administração Tributária; Noções do Processo Administrativo Tributário
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Normas Gerais do Direito Tributário
(Art. 96 a 218 do CTN)
Conceito de Direito Tributário
“é o ramo do Direito que se ocupa das relações entre o Fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra abusos desse poder” 
“o Direito Tributário tem por finalidade limitar o poder de tributar e proteger o cidadão contra os abusos desse poder”
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Normas Gerais do Direito Tributário
Legislação Tributária
Para o Direito Tributário LEI e LEGISLAÇÃO não se confundem.
Lei  Sentido formal  É ato jurídico produzido pelo Poder competente no exercício da função legislativa, nos termos estabelecidos na Constituição.
Lei  Sentido material  É uma prescrição jurídica hipotética, que se reporta a um fato individualizado no tempo e no espaço, mas a um modelo, a um tipo.
Lei, em sentido amplo, é qualquer ato jurídico que se compreenda no conceito formal e no conceito material. Já em sentido estrito, a lei deve reunir os dois sentidos.
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Normas Gerais do Direito Tributário
Legislação Tributária
O CTN emprega a palavra LEI em sentido estrito.
Já a palavra LEGISLAÇÃO significa LEI em sentido amplo, abrangendo, além das leis em sentido estrito, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. (Art. 96 do CTN)
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Normas Gerais do Direito Tributário
Legislação tributária: Art. 97. Somente a lei pode estabelecer
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
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Normas Gerais do Direito Tributário
Legislação tributária: Lei Ordinária x Lei Complementar
Lei Ordinária  Maioria simples (Art. 62)
Lei Complementar  Maioria absoluta (Art. 69 da CF)
Para o STF, não existe hierarquia entre Lei Ordinária e Lei Complementar. 
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Normas Gerais do Direito Tributário
Legislação tributária: Art. 146. Cabe à lei complementar
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239
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Normas Gerais do Direito Tributário
Legislação tributária: Outras matérias tributárias reservada à Lei Complementar
Empréstimo Compulsório (artigo 148, CF);
Imposto sobre Grandes Fortunas (art. 153, VII, CF);
Impostos de Competência Residual da União (art. 154,I,CF);
Contribuições Sociais de Competência Residual (art. 195, §4º da CF)
Medida provisória pode instituir tributo? Ver art. 62, §2º
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Normas Gerais do Direito Tributário
Legislação tributária: Tratados e Convenções Internacionais
Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. (Art. 98 do CTN)
Teoria da Supralegalidade dos Tratados
Legislação tributária: Normas Complementares (Art. 100 do CTN)
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Normas Gerais do Direito Tributário
Vigência e Aplicação da Legislação Tributária
Vigência
É a aptidão para incidir, para produzir efeitos no plano abstrato;
Se a lei é vigente e ocorre situação nela prevista como hipótese de incidência, inevitavelmente ela irá incidir.
A legislação tributária vigora nos limites do território da pessoa jurídica que edita a norma.
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Normas Gerais do Direito Tributário
Vigência da Legislação Tributária
Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo.
 Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União.
 Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor:
I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação;
II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação;
III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista.
 Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:
I - que instituem ou majoram tais impostos;
II - que definem novas hipóteses de incidência;
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.
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Normas Gerais do Direito Tributário
Vigência e Aplicação da Legislação Tributária
Aplicação
A aplicação é ato de alguém e pode ocorrer ou não;
Depende sempre de alguém.
A legislação tributária, uma vez vigente, tem aplicação imediata. Não se aplica aos fatos geradores já consumados, mas se aplica aos fatos geradores pendentes. (CTN 105 c/c 116)
A lei poderá ser aplicada a fatos pretéritos de maneira “retroativa” nas hipóteses do Art. 106, I. 
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Normas Gerais do Direito Tributário
Aplicação da Legislação Tributária
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116.
 Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de
penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
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Normas Gerais do Direito Tributário
Interpretação e Integração
Interpretação
É a atividade lógica pela qual se determina o significado de uma norma jurídica. 
O intérprete não cria, não inova, limitando-se a considerar o mandamento legal em toda a sua plenitude.
Interpretação, em sentido estrito, é a busca do significado de uma norma.
Integração
É o meio do qual se vale o aplicador da lei para tornar o sistema jurídico inteiro, sem lacunas. 
Não é atividade de simples declaração do sentido da norma, como a interpretação, mas atividade criadora, embora esse processo criativo esteja diretamente vinculado a normas preexistentes.
Integração é a identificação de uma norma que, não tendo sido elaborada para casos do tipo daquele que se tem a resolver, a ele se ajusta, em face de um critério autorizado pelo legislador.
Os dois conceitos são controvertidos. 
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Normas Gerais do Direito Tributário
Interpretação e Integração
Métodos de Interpretação
Gramatical ou literal: Leva em conta exclusivamente o rigoroso significado léxico das palavras constantes do texto legal, sem considerar qualquer outro valor. Ex.: Norma penal e tributária. (Atenção à textura aberta da linguagem – Hart)
Histórico: Leva em consideração as circunstâncias políticas, sociais, econômicas e culturais presentes no momento da edição da norma. Ex.: Art. 792 da CLT.
Sistemático: Analisa a norma como parte de um sistema na qual está inserida, buscando a harmonia e unicidade que devem caracterizar o ordenamento jurídico, afastando antinomias (contradições). Ex.: Conceito de família no CC/2002.
Teleológico: Busca conhecer o sentido da norma através do entendimento da finalidade de sua inserção no ordenamento jurídico. O intérprete deve possuir em mente os objetivos que presidiram a elaboração da norma, para atribuir-lhe o sentido que mais se coadune com tal vontade. Ex.: Caso Elwanger.
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Normas Gerais do Direito Tributário
Interpretação e Integração
Métodos de Interpretação
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
I - à capitulação legal do fato;
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
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Normas Gerais do Direito Tributário
Interpretação e Integração
Meios de Integração
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I - a analogia;
II - os princípios gerais de direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a eqüidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
§ 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.
Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários.
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.
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Normas Gerais do Direito Tributário
Interpretação e Integração
Meios de Integração
Analogia: É o meio de integração pelo qual o aplicador da lei, diante de lacuna desta, busca solução para o caso em norma pertinente a casos semelhantes, análogos. Ex.: uniões homoafetivas.
Princípios Gerais do Direito Tributários: São os princípios tributários que se encontram na Constituição Federal e na legislação tributária. Ex.: Princípio da Capacidade Contributiva.
Princípios Gerais do Direito Público: São os princípios gerais que norteiam esse ramo do Direito. Ex.: Princípio da igualdade; Princípio da liberdade de profissão.
Equidade: É a justiça no caso concreto. Distingue-se da analogia porque, enquanto na analogia se busca suprir a lacuna com uma norma específica destinada a regular situação análoga, com a equidade se busca uma solução para o caso a partir de uma norma genérica, adaptando a solução de acordo com critérios de justiça.
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Obrigação Tributária
Obrigação Tributária
“É a relação jurídica em virtude da qual o particular (sujeito passivo) tem o dever de prestar dinheiro ao Estado (sujeito ativo), ou de fazer, não fazer ou tolerar algo no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos, e o Estado tem o direito de constituir contra o particular um crédito”. (Hugo de Brito Machado)
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Obrigação Tributária
Obrigação Principal x Obrigação Acessória (deveres administrativos)
A obrigação tributária pode ser principal ou acessória.
O objeto da obrigação tributária principal, isto é, a prestação à qual se obriga o sujeito passivo, é de natureza patrimonial.
A obrigação principal é uma obrigação de dar (dar dinheiro).
A obrigação acessória é sempre NÃO patrimonial.
A obrigação acessória é uma obrigação de fazer, não fazer ou tolerar. Ex.: emitir nota fiscal; escriturar um livro; etc.
A obrigação acessória é instituída através de legislação (lei em sentido amplo). 
A inadimplência da obrigação acessória faz com que esta se converta em principal relativamente à penalidade pecuniária.
A obrigação de pagar multa tributária foi tratada pelo CTN como obrigação tributária principal.
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Obrigação Tributária
Fato Gerador da Obrigação Principal
 Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.
Situação  Toda e qualquer ocorrência, decorrente ou não da vontade. 
Definida em lei  Lei em sentido estrito.
Necessária  Para surgir a obrigação tributária é indispensável a ocorrência da situação prevista em lei.
Suficiente  Para a ocorrência da obrigação tributária basta a ocorrência da situação descrita na lei para esse fim.
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Obrigação Tributária
Fato Gerador da Obrigação Acessória
 Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
O fato gerador pode ser definido pela legislação, dispensando lei em sentido estrito.
Uma determinada situação de fato pode ser, ao mesmo tempo, fato gerador de uma obrigação tributária principal e de uma obrigação tributária acessória. Ex.: A saída de mercadorias de um estabelecimento cria obrigação principal (pagar ICMS) e acessória (emitir nota fiscal).
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Crédito Tributário
“É o vinculo jurídico, de natureza obrigacional, por força do qual o Estado (sujeito ativo) pode exigir do particular, o contribuinte ou responsável (sujeito passivo), o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária (objeto da relação obrigacional)”. (Hugo de Brito Machado)
Hipótese de Incidência + Fato
Gerador = Obrigação Tributária
					 +
				 	Lançamento = Crédito Tributário
Súmula Vinculante 24 (STF): “Não se tipifica crime material contra a ordem tributária previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo”.
A constituição do CRÉDITO TRIBUTÁRIO é da competência privativa da autoridade administrativa. Só esta pode fazer o LANÇAMENTO.
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Crédito Tributário
Lançamento
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
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Crédito Tributário
Lançamento
Modalidades de Lançamento
De ofício ou direto
Por declaração ou misto
Por homologação ou “autolançamento”
Por iniciativa da autoridade competente, independentemente de qualquer colaboração do sujeito passivo.
É o lançamento feito em face de declaração fornecida pelo contribuinte ou por terceiro, quando um ou outro presta à autoridade administrativa informações quanto à matéria de fato indispensável à sua efetivação
É o lançamento feito quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa no que concerne à sua determinação.
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Crédito Tributário
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:
I - quando a lei assim o determine;
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária;
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior;
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. 
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.
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Crédito Tributário
Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.
 § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento.
§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.
 
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Crédito Tributário
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito.
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
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Administração Tributária
A Administração Tributária provem das ações que o Fisco exerce no controle e na conformidade do cumprimento da legislação, bem como do acompanhamento dos Créditos Tributários, constituídos ou ainda não.
A Administração Tributária se baseia no exercício da Fiscalização realizada sobre o Contribuinte para o pleno cumprimento da Legislação Tributária.
A Administração Tributária se constitui pela ação da Fiscalização, através da inscrição na Dívida Ativa de Créditos Tributários do Fisco.
A Administração Tributária é tratada exaustivamente pelo CTN nos Arts. 194 a 208.
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Processo Administrativo Tributário
Tem por objeto a decisão de um conflito, em matéria tributária, suscitado por iniciativa do particular e cuja decisão é da competência de órgãos judicantes da Administração.
Função: Controle de legalidade dos atos administrativos.
Início: É de iniciativa do contribuinte, que se insurge contra o lançamento.
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Processo Administrativo Tributário
PRINCÍPIOS
Oficialidade – a Administração Pública impulsionará o processo. Ela irá zelar pelo seu regular curso, evitando que fique paralisado por inércia do contribuinte, ou que venha ser prejudicado por atos protelatórios do particular.
Informalismo – em favor do contribuinte. Desapego a formalidades. Busca-se no proc. administrativo a verdade material, tolerando-se eventuais equívocos formais.
Ônus da prova – consiste na necessidade de provar o que se alega. No caso da administração, seus atos têm presunção de legalidade, cabendo ao administrado provar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. O ônus para combater a legalidade do ato administrativo passa ao contribuinte.
Contraditório e Ampla Defesa – objetiva o equilíbrio entre as partes. Visa impedir a parcialidade. Art. 5º, LV, CF.
Devido Processo Legal – art. 5º, LIV, CF. 
Motivação – Art. 93, X, CF. – toda decisão deve ser motivada e fundamentada formalmente.
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Fases do Processo Administrativo Tributário
Impugnação ou Reclamação
Marca o início do processo administrativo tributário
Suspende a Exigibilidade do Crédito Tributário (art. 151, III, do CTN)
Prazo: em regra 30 dias
Julgamento em 1ª instância
Em regra, o julgamento é singular
Todas as matérias arguidas devem ser analisadas
A decisão deve ser motivada e contará relatório, fundamentação e conclusão
Princípio da Publicidade
Recurso (Voluntário)
Visa a revisão da decisão de 1º grau
Em regra, o prazo é de 30 dias 
Possui efeito suspensivo
Pode ser parcial ou total (parte sucumbente)
SV 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
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Fases do Processo Administrativo Tributário
Recurso de Ofício
Interposto pelo julgador singular quando a decisão
é favorável, total ou parcial, ao contribuinte
Interposto no próprio ato da decisão e visa devolver a competência
Normalmente a legislação fixa limite de valor para a sua interposição
Julgamento em 2ª instância
Normalmente realizado por órgão colegiado e paritário
Não cabendo mais recursos, essa decisão encerra o processo administrativo fiscal
Princípios da Motivação e da Publicidade
Outros Recursos
Pedido de Reconsideração – mesmo órgão julgador
Embargos de Declaração – omissão, obscuridade ou contradição

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