Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANESTESIA Profa. Dra. Carina Aparecida Marosti Dessotte Fevereiro 2017 Objetivos Definir: Anestesia Geral Anestesia Geral Inalatória Anestesia Geral intravenosa (Geral EV) Anestesia Geral Balanceada Bloqueios regionais Raquianestesia Peridural Principais fármacos utilizados em anestesia Anestesia - permitir que o paciente receba o tratamento cirúrgico sem sofrimento e risco e que o cirurgião possa realizar o trabalho de maneira confortável e segura. (Garcia, LV. Comunicação oral, 2015) Objetivos relacionados ao ato anestésico: 1) Suprimir a sensibilidade dolorosa do paciente durante o procedimento cirúrgico, mantendo ou não a sua consciência; 2) Promover relaxamento muscular; 3) Proporcionar condições ideais de atuação para os médicos-cirurgiões. (SOBECC, 2013) Fatores que determinam a escolha do tipo de anestesia: 1) Condições fisiológicas, mentais e psicológicas do paciente; 2) Doenças preexistentes; 3) Tipo e duração do procedimento cirúrgico; 4) Posição do paciente para a realização da cirurgia; 5) Recuperação pós-operatória; 6) Manuseio da dor no pós-operatório; 7) Exigências particulares do cirurgião. (SOBECC, 2013) Condições físicas do paciente – Classificação da American Society of anesthesiologist (ASA): 1) Classe 1 (ASA 1) = paciente saudável; 2) Classe 2 (ASA 2) = paciente com doença sistêmica discreta; 3) Classe 3 (ASA 3) = paciente com doença sistêmica grave; 4) Classe 4 (ASA 4) = paciente com doença sistêmica impactante, com risco para a vida; 5) Classe 5 (ASA 5) = paciente moribundo, com pouca probabilidade de sobrevida; 6) Classe 6 (ASA 6) = paciente com morte cerebral; 7) Classe E (ASA E) = paciente que requer cirurgia de emergência. (SOBECC, 2013) Classificação do estado físico do paciente, segundo a ASA Classificação das anestesias Anestesia Geral: inalatória, intravenosa e balanceada (inalatória + intravenosa); Anestesia Regional: peridural, raquidiana, bloqueio de plexos nervosos; Anestesia Combinada: geral e regional; Anestesia Local. Anestesia Geral Estado inconsciente reversível, obtido por via inalatória e/ou por via endovenosa (EV), caracterizado por amnésia (perda temporária da memória), inconsciência (hipnose), analgesia (ausência de dor), relaxamento muscular e bloqueio dos reflexos autonômicos, bem como a homeostase das funções vitais. (SOBECC, 2013) Anestesia Geral Analgesia; Hipnose-amnésia; Relaxamento muscular; Proteção neurovegetativa (Garcia, LV. Comunicação oral, 2015) Anestesia Geral Inalatória Fármacos anestésicos voláteis são administrados sob pressão; Estado de anestesia = agente inalado atinge a concentração adequada no cérebro; Resulta em anestesia, inconsciência e amnésia. (SOBECC, 2013) Anestésicos Inalatórios Anestésicos voláteis existem como líquidos claros e não inflamáveis em temperatura ambiente, sendo liberados ao paciente na forma de vapor. Os mais utilizados: a) Gazes – óxido nitroso; b) Vapores – predominância dos éteres halogenados, como halonato, enflurano, isoflurano, sevoflurano, desflurano e metoxiflurano. (SOBECC, 2013) Anestesia Geral Endovenosa A infusão dos fármacos é realizada por um acesso venoso e tem como meta atingir os quatro elementos: (SOBECC, 2013) Analgesia Hipnose-amnésia Relaxamento muscular Proteção neurovegetativa Anestesia Geral Endovenosa Analgesia Hipnose-amnésia Relaxamento muscular Proteção neurovegetativa Proteção neurovegetativa Relaxamento muscular Succinilcolina Pancurônio Rocurônio Atracúrio Vecurônio Hipnose – hipnóticos Tiopental Diazepam Midazolam Etomidato Propofol Analgesia - opióides Morfina Fentanil Alfentanil Sufentanil Remifentanil (Garcia, LV. Comunicação oral, 2015) Anestesia Geral Balanceada Combinação de agentes anestésicos inalatórios e endovenosos. Muito difundida e largamente utilizada não existe um único fármaco ideal que proporcione anestesia adequada. (SOBECC, 2013) Fases da anestesia geral (SOBECC, 2013) 1ª fase – Indução 2ª fase – Manutenção 3ª fase – Reversão Fases da anestesia geral (SOBECC, 2013) 1ª fase – Indução 2ª fase – Manutenção 3ª fase – Reversão Indução Começa com a administração de agentes anestésicos e se prolonga até o início do procedimento cirúrgico, no momento da incisão cirúrgica; a intubação orotraqueal ocorre no início dessa fase. Analgesia - opióides Morfina Fentanil Alfentanil Sufentanil Remifentanil Hipnose – hipnóticos Tiopental Diazepam Midazolam Etomidato Propofol Relaxamento muscular Succinilcolina Pancurônio Rocurônio Atracúrio Vecurônio Proteção neurovegetativa (SOBECC, 2013) Fases da anestesia geral (SOBECC, 2013) 1ª fase – Indução 2ª fase – Manutenção 3ª fase – Reversão Manutenção manter o paciente em plano cirúrgico até o fim da cirurgia; inalação de agentes e/ou administração de medicamentos EV doses tituladas ou infusões contínuas; corresponde do início ao término do procedimento cirúrgico. Proteção neurovegetativa Fases da anestesia geral (SOBECC, 2013) 1ª fase – Indução 2ª fase – Manutenção 3ª fase – Reversão Reversão Superficialização do estado de anestesia depende da profundidade e duração termina quando o paciente está pronto para deixar a sala de operação. OPIÓIODES fentanil, sufentanil, alfentanil, remifentanil Naloxona RELAXANTES MUSCULARES Neostigmina Edrofônio Proteção neurovegetativa Medicamentos adjuvantes/sintomáticos (SOBECC, 2013) Visam prevenir e/ou controlar efeitos diversos, como controle da pressão arterial, frequência cardíaca e tratamento de intercorrências. Antagonistas de receptores H2 - ranitidina, cimetidina; Anti-inflamatórios não esteroidais – cetoprofeno; Antiemético – ondansetrona, metoclopramida, bromoprida; Analgésicos não opióides – dipirona; Vasoativos – nitroprussiato de sódio, nitroglicerina, dobutamina, noradrenalina, adrenalina Bloqueios regionais A anestesia regional é definida como a perda reversível da sensibilidade, decorrente da administração de um ou mais agentes anestésicos, a fim de bloquear ou anestesiar a condução nervosa a uma extremidade ou região do corpo. (SOBECC, 2013) Tipos de bloqueios regionais Raquidiana; Peridural; Bloqueio de plexos. (SOBECC, 2013) Anestesia Raquidiana Anestésico local é injetado no espaço subaracnóideo e se mistura ao líquido cefalorraquidiano (LCR ou líquor). Ocorre o bloqueio nervoso reversível das raízes nervosas, levando o indivíduo à perda das atividades autonômica, sensitiva e motora. (SOBECC, 2013) Anestesia Raquidiana O espaço subaracnóideo encontra-se entre a pia- máter e a aracnóide e se estende desde a junção da dura em S2 até o teto dos ventrículos cerebrais. O espaço contém a medula espinhal, nervos, líquido cefalorraquidiano e vasos sanguíneos que suprem a medula. (Orlandi; Yamashita, 2011) Anestesia Raquidiana anestésico local (AL) no espaço subaracnóideo difusão do AL no líquor raízes nervosas; principal alvo bloqueio sensorial reversível do nervo periférico e das raízes espinais; o bloqueio é seletivo, e depende, primariamente, da espessura da fibra nervosa: • fibras finas e não mielinizadas paralisia vasomotora periférica simpática • fibras mais espessas e mielinizadas o bloqueio ocorre seguindo uma ordem daespessura das fibras: primeiro as fibras condutoras das sensações de calor, dor, pressão e tato e, finalmente, as fibras motoras e de propriocepção (Orlandi; Yamashita, 2011) Anestesia Raquidiana (Greene; Brull, 1992) Como a medula termina, no adulto, em L1, a punção raquidiana é feita abaixo desse nível, entre L2-L3, L3-L4, ou L4-L5. Anestésico hiperbárico alterando a posição do paciente, o bloqueio pode ser direcionado para cima, para baixo ou para um lado do cordão espinhal. Anestesia Raquidiana O bloqueio se estabiliza depois de 10 a 15 segundos posicionamento cirúrgico do paciente. (Orlandi; Yamashita, 2011; SOBECC, 2013) Identificação do espaço da anestesia raquidiana gotejamento do líquor (Garcia, 2015; Orlandi; Yamashita, 2011) Identificação do espaço da anestesia raquidiana gotejamento do líquor (Garcia, 2015; Orlandi; Yamashita, 2011) Anestesia Raquidiana Fármacos mais utilizados: Bupivacaína; Lidocaína; Procaína; Mepivacaína; Associações que aumentam a duração do bloqueio: Epinefrina; Fenilefrina; Opióides. (SOBECC, 2013) Cefaléia pós-raqui (SOBECC, 2013) Extravasamento de líquor através da punção espinhal; Posição ortostática tensão intracraniana nos vasos e nervos meníngeos na dura máter; Pode durar até duas semanas; Tratamento: repouso + hidratação e/ou blood patch. Anestesia Peridural Anestésico local é injetado no espaço peridural, um espaço virtual situado entre o ligamento amarelo e a dura mater. Seu limite cranial é o forame magno e caudal é o ligamento sacrococcígeo que cobre o hiato sacral. (SOBECC, 2013) Anestesia Peridural Espaço peridural vasos, gorduras e nervos Corte transversal de uma vértebra (Yamashita; Clivatti, 2011) Espaço subaracnóideo (1) – líquor Espaço peridural (2) vasos, gorduras e nervos 1 2 (Yamashita; Clivatti, 2011) Anestesia Peridural A escolha do nível da punção e do volume a ser injetado dependerá do procedimento cirúrgico a ser realizado. Diferentemente da raquianestesia, a peridural pode ser feita em qualquer nível da coluna, promovendo um bloqueio segmentar cranial e caudal ao local de injeção do anestésico. (SOBECC, 2013) Anestesia Peridural Qualquer nível!!! (Garcia, 2015; Yamashita; Clivatti, 2011) Identificação do espaço da anestesia peridural perda da resistência (Garcia, 2015; Yamashita; Clivatti, 2011) Anestesia Peridural Vantagens: Menor incidência de cefaléia; Bloqueios mais restritos; Utilização de catéter Uso de catéter (anestesia peridural contínua) analgesia pós-operatória prolongada alívio da dor + restabelecimento do paciente Desvantagens Maior tempo de latência; Menor intensidade de bloqueio; Maior possibilidade de toxicidade pelo anestésico local (são utilizados em volumes maiores); É mais complexa que a raquianestesia maior habilidade do anestesista. (SOBECC, 2013) Anestesia Peridural Fármacos mais utilizados: Bupivacaína; Lidocaína; Ropivacaína; Cloroprocaína; Associações que aumentam a duração do bloqueio: Adrenalina (SOBECC, 2013) Anestesia Peridural As agulhas utilizadas no bloqueio peridural são mais calibrosas que as utilizadas na raquianestesia, a fim de facilitar a injeção de ar ou líquido no teste de perda da resistência e permitir a passagem de cateter. (SOBECC, 2013) praticamente os mesmos anestésicos; posicionamento; local de punção (lombar); Anestesia raquidiana e peridural doses dos fármacos são diferentes • Raquianestesia anestésico se mistura com o líquor difusão rápida doses menores • Peridural anestésico em um espaço virtual maiores doses (Orlandi; Yamashita, 2011) Anestesia combinada (Garcia, LV. Comunicação oral, 2015) Anestesia combinada (Garcia, LV. Comunicação oral, 2015) Monitorização do paciente Sistema integrado de anestesia: 1. Taxa de fluxo de gases; 2. Concentração do agente volátil liberado; 3. Fração de O2 inspirada e expirada; 4. Volume corrente, volume minuto; 5. Frequência respiratória; 6. Pressão inspiratória e expiratória; 7. Traçado eletrocardiográfico; 8. Valores de pressão arterial não invasiva/invasiva (sistólica, diastólica, média); 9. Frequência cardíaca; 10. Temperatura corpórea; 11. Saturação de oxigênio. (SOBECC, 2013) Serviço de Recuperação Pós-anestésica ou Sala de Recuperação Pós-anestésica 1. Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Pós- Anestésica e Central de Material e Esterilização (SOBECC). Práticas recomendadas SOBECC. 6.ed. 2013. Capítulo 7 – Anestesia: tipos, riscos e fármacos, p.201-214. 2. Orlandi DM, Yamashita AM. Anestesia Subaracnóidea. In: Amaral JLG, Geretto P, Tardelli MA, Machado FR, Yamashita AM. Guia de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da Unifesp – EMP. Anestesiologia e Medicina Intensiva. 1.ed, Manole, 2011. Capítulo 8, p.143-164. 3. Yamashita AM, Clivatti J. Anestesia Peridural. In: Amaral JLG, Geretto P, Tardelli MA, Machado FR, Yamashita AM. Guia de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da Unifesp – EMP. Anestesiologia e Medicina Intensiva. 1.ed, Manole, 2011. Cap. 9, p.165-188. REFERÊNCIAS
Compartilhar