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Realidade, Étnica, social, Histórica, Geográfica, Cultural, Política e Econômica do Estado de Goiás e do 
Brasil 
 
 1 
 
 
 
 
 
A linha do tempo da formação de Goiás explica, 
paulatinamente, a atual situação do Estado e seu posicionamento 
dentro do território brasileiro. Fatos e figuras históricas, famosos 
e anônimos, que construíram um Estado forte, desenvolvido em 
ciclos de lavoura, gado e mineração, às custas de negociações, 
estratégias e, mesmo da sorte – por vezes – a arraigar uma 
estrutura consolidada e, hoje, moderna e dinâmica. Da 
distribuição espacial dos povos pré-históricos, passando pelo ouro 
vilaboense, até as marchas de progressos vindas rumo ao oeste, e 
a criação do Tocantins e de Brasília, Goiás tem, sim, muita 
história para contar. 
A ocupação do território de Goiás teve início há milhares de 
anos com registros arqueológicos mais antigos datados de 11 mil 
anos atrás. A região de Serranópolis, Caiapônia e Bacia do Paranã 
reúne a maior parte dos sítios arqueológicos distribuídos no 
Estado, abrigados em rochosos de arenito e quatzito e em grutas 
de maciços calcários. Também há indícios da ocupação pré-
histórica nos municípios de Uruaçu, em um abrigo de micaxisto, 
e Niquelândia, cujo grande sítio superficial descoberto por 
pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) guarda 
abundante material lítico do homem Paranaíba. 
 
COLÔNIA 
 
Após o descobrimento do Brasil pelos portugueses, durante os 
séculos XVI e XVII, o território goiano começou a receber diversas 
expedições exploratórias. Vindas de São Paulo, as Bandeiras 
tinham como objetivo a captura de índios para o uso como mão 
de obra escrava na agricultura e minas. Outras expedições saíam 
do Pará, nas chamadas Descidas com vistas à catequese e ao 
aldeamento dos índios da região. Ambas passavam pelo 
território, mas não criavam vilas permanentes, nem mantinham 
uma população em número estável na região. 
A ocupação, propriamente dita, só se tornou mais efetiva com 
a descoberta de ouro nessas regiões. Na época, havia sido achado 
ouro em Minas Gerais, próximo a atual cidade de Ouro Preto 
(1698), e em Mato Grosso, próximo a Cuiabá (1718). Como havia 
uma crença, vinda do período renascentista, que o ouro era mais 
abundante quanto mais próximo ao Equador e no sentido leste-
oeste, a busca de ouro no “território dos Goyazes”, passou a ser 
foco de expedições pela região. 
 
Bandeiras 
O território goiano recebeu bandeiras diversas, sendo que a 
de Francisco Bueno foi a primeira a achar ouro na região (1682), 
mas em pequena quantidade. Essa expedição explorou até as 
margens do Rio Araguaia e junto com Francisco Bueno veio seu 
filho, Bartolomeu Bueno da Silva, conhecido por Anhanguera 
(Diabo velho). Segundo se registra, Bartolomeu Bueno da Silva 
teria se interessado sobre o ouro que adornava algumas índias de 
uma tribo, mas não obteve êxito em obter informações sobre a 
procedência desse ouro. Para conseguir a localização, resolveu 
então ameaçar pôr fogo nas fontes e rios da região, utilizando 
aguardente para convencer aos índios de que poderia realmente 
executar o feito – o que lhe conferiu o apelido. 
Seu filho, também chamado de Bartolomeu Bueno da Silva, 
40 anos depois, também tentou retornar aos locais onde seu pai 
havia passado, indo em busca do mito da “Serra dos Martírios”, 
um lugar fantástico onde grandes cristais aflorariam, tendo 
formas semelhantes a coroas, lanças e cravos, referentes à 
“Paixão de Cristo”. Chegou, então, as regiões próximas ao rio 
Vermelho, onde achou ouro (1722) em maior quantidade do que 
noutros achados e acabou fixando na região a Vila de Sant'Anna 
(1727), chamada depois Vila Boa de Goyaz. 
Após retornar para São Paulo para apresentar os achados, foi 
nomeado capitão-mor das “minas das terras do povo Goiá”. 
Entretanto, seu poder foi sendo diminuído à medida que a 
administração régia se organizava na região. Em 1733, perdeu 
direitos obtidos junto ao rei, sob a alegação de sonegação de 
rendas, vindo a falecer em 1740, pobre e praticamente sem 
poder. 
Nessa época, as principais regiões ocupadas no período 
aurífero foram o Centro-Sul (próximo ao caminho para São 
Paulo), o Alto Tocantins e Norte da capitania, até próximo a 
cidade de Porto Nacional (hoje Estado do Tocantins). Grandes 
áreas como o Sul, o Sudoeste, o Vale do Araguaia e as terras ao 
Norte de Porto Nacional só foram ocupadas mais intensamente 
no século XIX e XX, com a ampliação da pecuária e da agricultura. 
O ouro goiano era principalmente de aluvião (retirado na 
superfície dos rios, pela peneiragem do cascalho), e se tornou 
escasso depois de 1770. Com o enfraquecimento da extração, a 
região passou a viver principalmente da pequena agricultura de 
subsistência e de alguma pecuária. 
 
As primeiras divisões do Estado 
Durante o período colonial e imperial, as divisas entre 
províncias eram difíceis de serem definidas com exatidão, muitas 
vezes sendo definidas de forma a serem coincidentes com os 
limites das paróquias ou através de deliberações políticas vindas 
do poder central. No entanto, no decorrer do processo de 
consolidação do Estado de Goiás, o território sofreu diversas 
divisões, com três perdas significativas no período colonial. 
 
Separação da Capitania de São Paulo 
Durante parte do período colonial o território que hoje é o 
Estado de Goiás foi administrado pela Capitania de São Paulo, na 
época a maior delas, estendendo-se do Uruguai até o atual estado 
de Rondônia. Seu poder não era tão extenso, ficando distante das 
populações e, também, dos rendimentos. 
 
 
Formação econômica de Goiás: a 
mineração no século XVIII, a 
agropecuária nos séculos XIX e XX, 
a estrada de ferro e a 
modernização da economia goiana, 
as transformações econômicas com 
a construção de Goiânia e Brasília 
 
 2 
 
Realidade, Étnica, Social, Histórica, Geográfica, cultural, Política e Econômica do Estado de 
Goiás e do Brasil 
A medida que se achava ouro pelas terras do sertão brasileiro, 
o governo português buscava aproximar-se da região produtora. 
Isso aconteceu em Goiás depois da descoberta de ouro em 1722. 
Como uma forma de controlar melhor a produção de ouro, 
evitando o contrabando, responder mais rapidamente aos 
ataques de índios da região e controlar revoltas entre os 
mineradores, foi criado através de alvará régio a Capitania de 
Goiás, desmembrada de São Paulo em 1744, com a divisão 
efetivada em 1748, pela chegada do primeiro governador a Vila 
Boa de Goyaz, Dom Marcos de Noronha. 
 
Triângulo mineiro 
A região que hoje é chamada de “Triângulo Mineiro” 
pertenceu à capitania de Goiás desde sua criação em 1744 até 
1816. Sua incorporação à província de Minas Gerais é resultado 
de pressões pessoais de integrantes de grupos dirigentes da 
região, sendo que em 1861 a Assembleia Geral foi palco de 
discussões acaloradas entre parlamentares de Minas Gerais, que 
tentavam ampliar ainda mais a incorporação de territórios até o 
Rio São Marcos e de Goiás. 
 
Leste do Mato Grosso 
Em 1753, começaram as discussões entre a administração da 
Capitania de Mato Grosso e de Goiás para a definição de divisas 
entre as duas. Nesse período, a divisa entre elas ficou definida a 
partir do Rio das Mortes até o Rio Pardo. Em 1838, o Mato Grosso 
reiniciou as movimentações de contestação de divisa, criando a 
vila de Sant'Ana do Paranaíba. Apenas em 1864, a Assembleia 
Geral cria legislação para tentar regular o caso. 
Durante a república, com a criação do município de Araguaia 
(1913) por parte do Mato Grosso e de Mineiros por parte de 
Goiás, o conflito se intensificou.A questão ficou em suspenso até 
1975, quando uma nova demarcação foi efetuada. Por fim, em 
2001, o STF definitivamente demarcou a nascente A do Rio 
Araguaia como ponto de partida das linhas demarcatórias entre 
os estados. 
 
IMPÉRIO 
 
A partir de 1780, com o esgotamento das jazidas auríferas, a 
Capitania de Goiás iniciou um processo de ruralização e regressão 
a uma economia de subsistência, gerando graves problemas 
financeiros, pela ausência de um produto básico rentável. 
Para tentar reverter esta situação, o governo português 
passou a incentivar e promover a agricultura em Goiás, sem 
grandes resultados, já que havia temor dos agricultores ao 
pagamento de dízimos; desprezo dos mineiros pelo trabalho 
agrícola, pouco rentável; a ausência de um mercado consumidor; 
e dificuldade de exportação, pela ausência de um sistema viário. 
Com a Independência do Brasil, em 1822, a Capitania de 
Goiás foi elevada à categoria de província. Porém, essa mudança 
não alterou a realidade socioeconômica de Goiás, que continuava 
vivendo um quadro de pobreza e isolamento. As pequenas 
mudanças que ocorreram foram apenas de ordem política e 
administrativa. 
A expansão da pecuária em Goiás, nas três primeiras décadas 
do século XIX, que alcançou relativo êxito, trouxe como 
consequência o aumento da população. A Província de Goiás 
recebeu correntes migratórias oriundas, principalmente, dos 
Estados do Pará, Maranhão, Bahia e Minas Gerais. Novas cidades 
surgiram: no sudoeste goiano, Rio Verde, Jataí, Mineiros, 
Caiapônia (Rio Bonito), Quirinópolis (Capelinha), entre outras. 
No norte (hoje Estado do Tocantins), além do surgimento de 
novas cidades, as que já existiam, como Imperatriz, Palma, São 
José do Duro, São Domingos, Carolina e Arraias, ganharam novo 
impulso. 
Os presidentes de província e outros cargos de importância 
política, no entanto, eram de livre escolha do poder central e 
continuavam sendo de nacionalidade portuguesa, o que 
descontentava os grupos locais. Com a abdicação de D. Pedro I, 
ocorreu em Goiás um movimento nacionalista liderado pelo bispo 
Dom Fernando Ferreira, pelo padre Luiz Bartolomeu Marquez e 
pelo coronel Felipe Antônio, que recebeu o apoio das tropas e 
conseguiu depor todos os portugueses que ocupavam cargos 
públicos em Goiás, inclusive o presidente da província. 
Nas últimas décadas do século XIX, os grupos locais 
insatisfeitos fundaram partidos políticos: O Liberal, em 1878, e o 
Conservador, em 1882. Também fundaram jornais para 
divulgarem suas ideias: Tribuna Livre, Publicador Goiano, Jornal 
do Comércio e Folha de Goyaz. Com isso, representantes próprios 
foram enviados à Câmara Alta, fortalecendo grupos políticos 
locais e lançando as bases para as futuras oligarquias. 
 
A abertura da fronteira agrícola na região Centro-
Oeste 
O desenvolvimento agrícola da região Centro-Oeste é 
intensificado a partir da década de 1930, com o objetivo de 
atender ao mercado consumidor de produtos agrícolas da região 
Sudeste, assim, o desenvolvimento agrícola do Centro-Oeste 
esteve diretamente ligado ao desenvolvimento industrial do país, 
que se iniciou na região Sudeste nesse período. 
A necessidade de um custo de mão-obra mais barato levou a 
indústria a pressionar o setor agrícola, para que ele elevasse a 
oferta de bens primários, buscando, consequentemente, uma 
redução dos preços dos produtos agrícolas. Com uma maior 
oferta de produtos agrícolas, menor seria o custo da força de 
trabalho industrial, sendo que isso seria fundamental para o 
fortalecimento do setor industrial brasileiro. Dessa forma, o 
processo de industrialização da região Sudeste passou a 
demandar da agricultura uma evolução técnica e produtiva. Com 
isso, a região Sudeste promoveu uma reestruturação do espaço 
agrário nacional, reorganizando-o de acordo com os interesses do 
capitalismo industrial que começava desenvolver-se no país. 
É nesse contexto que a região Centro-Oeste e, portanto, o 
estado de Goiás passam a integrar a nova dinâmica capitalista do 
país, como uma região capaz de contribuir, por meio do 
fornecimento de bens primários, para a consolidação do capital 
industrial. 
A construção de Goiânia, na década de 1930, foi um marco 
na inserção do estado no processo de divisão inter-regional do 
trabalho e de interiorização do país, sendo considerada um 
símbolo governamental na inserção do Centro-Oeste na dinâmica 
capitalista nacional. 
Apesar de no período em análise ter ocorrido uma 
reorientação do padrão de acumulação capitalista no país, 
passando de agropecuário para industrial, o estado de Goiás não 
acompanha a tendência da região Sudeste, pois continuou 
alicerçado na agropecuária. Assim, a ocupação de novas áreas na 
fronteira e a redução dos custos de produção tornaram-se a base 
do crescimento da produção agropecuária goiana. 
 
Os obstáculos ao processo de integração regional 
do Centro-Oeste 
As dimensões continentais do Brasil redundavam sempre em 
impasses para a sua integração econômica e geográfica, visto que 
as grandes distâncias entre os centros regionais dificultavam a 
expansão do capital pelo país, e, como salienta Cunha (2002), a 
incorporação do interior à economia nacional estava calcada num 
mercado interno inexpressivo e na precariedade das estruturas de 
transporte, de energia e de comunicações. Tendo em vista esses 
aspectos, é importante mostrar o papel que os meios de 
transportes e comunicações tiveram frente à integração nacional. 
A ferrovia foi o meio de transporte que iniciou a integração 
nacional, pois ela contribuiu para estender a fronteira agrícola, 
criando e ligando os pontos de produção agropecuária. 
Realidade, Étnica, social, Histórica, Geográfica, Cultural, Política e Econômica do Estado de Goiás e do 
Brasil 
 
 3 
 
A construção de ferrovias faz parte da própria gênese do 
processo de constituição do mercado nacional, permitindo a 
absorção das mercadorias mais elaboradas que vinham dos 
núcleos urbanos mais avançados e viabilizando o escoamento dos 
bens agropecuários as outras regiões. A melhoria das condições 
do translado das mercadorias induz à maior especialização 
produtiva de diversas áreas geográficas, possibilitando uma 
crescente complementaridade entre suas estruturas produtivas. 
Assim, o papel do aperfeiçoamento das comunicações entre 
diferentes áreas vai desenhando uma divisão inter-regional do 
trabalho (BRANDÃO, 1999, p. 51). 
Dessa forma, como em diversas outras regiões do país, o 
estado de Goiás possuía as características necessárias para ser 
considerado uma nova fronteira agrícola, porém existiam 
algumas barreiras que inibiam a sua inserção no novo processo 
de acumulação capitalista. Essas barreiras eram as péssimas 
condições de transportes e comunicação. Devido à localização do 
estado, o alto custo dos transportes elevava o valor final dos bens 
e, ao mesmo tempo, reduzia a competitividade do produto goiano 
na região Sudeste. Para a consolidação do estado como 
fornecedor de bens primários, seriam necessários meios de 
transportes mais rápidos e eficientes, a fim de obter custos mais 
baixos e maiores condições de comercialização na região Sudeste. 
A Estrada de Ferro Goiás teve suas obras iniciadas na primeira 
metade do século XX, e, apesar de apresentar graves deficiências, 
como a grande lentidão de suas obras, problemas técnicos, entre 
outros, teve papel relevante. Foi o primeiro meio de transporte 
que propiciou ao estado de Goiás condições reais de escoamento 
da sua produção para a região Sudeste, embora ainda não 
atendesse todas as percorriam todas as regiões do estado, 
servindo,inicialmente, às regiões mais ao sul do estado. 
O trem-de-ferro – simbolizado na maria-fumaça – com seu 
silvo estridente e cauda em aço, emplumada em fumaça, 
serpenteando pelos sertões, despertava Goiás de séculos de 
isolamento e transformava a paisagem regional através de um 
processo dialético marcado pela destruição/reconstrução do 
espaço (BORGES, 2000, p. 41). 
Além de fazer todo o transporte de produtos destinados à 
exportação, levava, também, os produtos manufaturados do 
Sudeste para Goiás. 
Assim, a estrada de ferro, mais especificamente, os terminais 
ferroviários desempenharam a função de transformar a vida 
econômica e social das populações que viviam naqueles locais, 
pois, aos redores dos terminais ferroviários, desenvolveram-se 
vilas, vilarejos, acompanhados de um dinâmico comércio. 
A Estrada de Ferro de Goiás foi importante para a inserção de 
Goiás no processo de acumulação de capital industrial que estava 
ocorrendo no país. Porém os problemas financeiros e técnicos, em 
conjunto com a chegada da rede rodoviária federal na região 
Centro-Oeste, levaram a Estrada de Ferro de Goiás a assumir um 
papel secundário como um meio de transporte. Em última 
análise, a ferrovia, além de ter constituído uma via de transporte 
estratégica na ocupação do Centro-Oeste, foi um elemento 
fundamental na reorganização do espaço agrário regional e na 
estruturação da economia goiana. 
Nesse contexto, a malha rodoviária viria complementar a 
infraestrutura de transportes, necessária à plena inserção do 
estado de Goiás ao mercado nacional. Até a década de 1950, o 
desenvolvimento das rodovias no estado ficava a cargo da 
iniciativa privada, dos governos estadual e municipal, não 
apresentando grande desenvolvimento, em razão da escassez de 
recursos para aplicar nessa área. A escolha pela expansão da rede 
rodoviária e não pela expansão e melhorias da rede ferroviária 
teve como pano de fundo o interesse político, pois os governos 
estaduais distribuíam subsídios ao capital privado. 
Com a construção de Brasília, o contexto foi alterado, 
passando a ser de interesse federal o desenvolvimento da 
estrutura rodoviária do Centro-Oeste. Com esse objetivo, foram 
feitos grandes investimentos em melhorias e na construção de 
novas rodovias, visando atender às necessidades da nova capital 
do país e, com isto, consolidar a posição da região como fronteira 
agrícola e grande exportadora de bens primários para a região 
Sudeste do país. 
A rodovia Belém-Brasília teve, também, papel relevante ao 
beneficiar as regiões localizadas mais ao norte do estado, 
proporcionando a essas áreas maior integração aos mercados das 
regiões Norte e Sul do país. Mais uma vez, o interesse político foi 
responsável pela maior vontade governamental em levar o 
projeto ao fim, visto que a emergente indústria automobilística 
multinacional, que estava sendo implantada no país, necessitava 
de novos mercados consumidores, e a expansão da malha 
rodoviária era o caminho para esse mercado. 
 
A consolidação da fronteira agrícola e a 
industrialização da agricultura 
A região Centro-Oeste e o estado de Goiás participaram do 
processo de desenvolvimento do capitalismo no campo, como 
uma nova região de fronteira agrícola e produtora de bens 
primários com um baixo custo. 
O desenvolvimento da produção agropecuária do estado de 
Goiás, inicialmente, ocorreu de acordo com as necessidades do 
mercado consumidor existente na região Sudeste. A primeira 
atividade, que veio substituir o modelo de subsistência, foi a 
rizicultura. O arroz era plantado de forma tradicional e as 
condições naturais favoráveis, como o clima e o solo, facilitavam 
o cultivo. As culturas temporárias foram utilizadas basicamente 
para desbravar a terra e prepará-la para a atividade pastoril, 
aliado a isso, havia pouco crédito destinado ao pequeno produtor, 
promovendo, assim, a sua expulsão gradativa e um processo de 
concentração fundiária. 
O processo de desenvolvimento agropecuário goiano 
acompanhou o estímulo trazido pelos meios de transporte. Dessa 
forma, na década de 1940, a primeira região a incorporar-se à 
zona de fronteira foi o sudeste goiano e, consequentemente, a 
primeira a estagnar-se e entrar em decadência. 
A expansão da atividade pastoril no estado de Goiás foi 
assentada no seu relacionamento comercial com a região 
Sudeste, pois as maiores facilidades de transporte que o gado 
propiciava e também as condições naturais, tais como clima e solo 
favoreceram a especialização do estado nessa atividade 
econômica. Enfim, na década de 1950, o estado de Goiás já estava 
incorporado ao processo de desenvolvimento capitalista, que 
ocorria em quase todo país, atendendo à demanda da região 
Sudeste. Porém, possuía baixos níveis de produtividade, o que era 
justificado pelas práticas tradicionais utilizadas na agricultura, 
inclusive no tocante a relações de sociais de trabalho. 
 
A consolidação do capital agroindustrial no Centro 
-Oeste e no estado de Goiás 
O processo de modernização agrícola no Centro-Oeste e no 
estado de Goiás trouxe consequências perversas, como impactos 
ambientais, êxodo rural, problemas populacionais nas grandes 
cidades, concentração de renda e, principalmente, a 
subordinação da agropecuária goiana aos setores antes da 
porteira, ou seja, enquanto o estado se especializava na cultura 
de commodities e na pecuária, aumentava, assim, a sua 
dependência aos setores a jusante da agricultura, que estavam 
instalados na região Sudeste. 
Essa subordinação da agricultura, como salienta Estevam 
(2000), significa que, com o tempo, parte substancial dos lucros 
da produção goiana foi se canalizando para os setores a jusante 
da agricultura, ou seja, para a região Sudeste do país. 
A consolidação desse processo ocorreu na década de 1980, e, 
ao mesmo tempo, o reconhecimento do potencial agroindustrial 
do Centro-Oeste, sendo que, a região passou a responder por 40% 
da produção nacional de grãos. Porém o aumento da produção 
 
 4 
 
Realidade, Étnica, Social, Histórica, Geográfica, cultural, Política e Econômica do Estado de 
Goiás e do Brasil 
não foi correspondido na mesma proporção pela implantação de 
unidades de armazenamento e esmagamento. 
No final da década de 1980, o quadro começa a modificar-se, 
pois foram implantadas as primeiras agroindústrias na região, 
que tinham como principal objetivo o aumento da 
competitividade. 
Esses investimentos em nova capacidade produtiva ocorreram 
basicamente na região de cerrado do Centro-Oeste [...] tiveram o 
objetivo de assegurar o seu acesso privilegiado às fontes de 
matérias-primas (soja) e a mercados regionais de crescente 
importância (carne de frango) (CASTRO e FONSECA, 1995, p. 
5). 
 
 
 
Formação socioespacial do estado de Goiás: 
Goiás, estado brasileiro com o nome de origem tupi, gwaya, 
da tribo dos guaiás, que quer dizer indivíduo igual, gente 
semelhante, da mesma raça, fica localizado no leste da região 
Centro-Oeste, do Planalto Central brasileiro e faz divisa com 
Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 
Possui um clima tropical semiúmido, e tem como paisagem 
predominante o cerrado. Sua história está marcada pela corrida 
do ouro, que fez com que muitos interessados, principalmente os 
bandeirantes paulistas, fossem para a região em busca de riqueza. 
Atualmente, o estado possui muitas outras riquezas para se 
apreciar e conhecer, como as belas cidades, as águas quentes 
termais, a culinária exótica, entre outros. Ainda apresenta as 
belezas naturais dos rios, cachoeiras, parques ecológicos, fauna e 
flora do cerrado, fazendo doestado um ótimo lugar para se 
visitar. 
 
Dinâmica socioespacial do estado de goiás: 
Os estudos sobre as cidades, no geral direcionam-se apenas 
para os grandes centros urbanos do país e do mundo, deixando 
de lado as pequenas cidades, por estas se encontrarem em outra 
dinâmica sócio espacial. Desta forma, cabe aos pesquisadores 
destacar a complexidade e o dinamismo existentes nesses 
pequenos centros. Principalmente por as cidades brasileiras 
serem bastante diversificadas, o modo de vida em uma pequena 
cidade é bastante diferente dos grandes centros. 
O processo de globalização tem intensificado a fragmentação 
do espaço e excluindo as áreas menos influentes nas redes de 
fixos e fluxos. Segundo Santos (1980) estes espaços só aparecem 
como fornecedores daquilo que é propriamente seu quer seja mão 
de obra barata, matéria prima em abundância, cérebros eficientes 
ou qualquer outro produto que o mercado tenha necessidade de 
adquirir. Mas para a divisão do lucro o que acontece é o oposto, 
não compete às pequenas cidades participar de tal divisão. O 
processo de urbanização brasileiro, assim como nos países 
Subdesenvolvidos, ocorreu de forma desigual, em Goiás este 
processo concentrou expressiva quantia da população na Região 
Metropolitana de Goiânia (RMG) e no entorno do Distrito 
Federal. Isto se deve a transferência da capital do estado para 
Goiânia e a construção de Brasília que atraíram grande 
contingente populacional. 
 
1
 Disponível em: 
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Goias/59963094.html. Acesso 
em: Março/2016. 
Formação e ocupação do território goiano: 
Antes da colonização do Brasil, a região onde atualmente está 
situado o estado de Goiás, era povoada predominantemente pelos 
índios Avás-canoeiros (Tronco Linguístico: Tupi-Guarani) e 
Tapuias. 
A descoberta de ouro em Minas Gerais foi o primeiro passo 
para o desbravamento da região do estado de Goiás. No fim do 
século XVII e início do século XVIII, expedições de Bandeirantes 
descobriram as primeiras minas de ouro no território de Goiás. 
Os Bandeirantes tinham como objetivo explorar, em busca de 
ouro, o interior do país e as margens do rio São Francisco. As 
primeiras expedições saíram de São Paulo em direção noroeste, 
seguindo uma trilha de índios, chamada de “Caminho dos 
Goiases”. No mesmo período, chegaram a região os missionários 
vindos do norte do país. 
Bartolomeu Bueno da Silva foi um dos primeiros 
Bandeirantes a chegar a região. Acompanhado de seu filho de 12 
anos, de nome igual ao do pai, Bartolomeu obteve sucesso em sua 
primeira expedição ao sertão, caçando muitos índios e 
encontrando várias pepitas de ouro. O sucesso de Bartolomeu 
atraiu outros Bandeirantes a região. Em 1720, Bartolomeu, o 
filho, chega a Lagoa Mestre d’Armas, situada próxima de onde foi 
construída a cidade de Brasília. Nessa expedição, foram coletadas 
muitas pepitas de diferentes minas, o que acabou por atrair 
milhares de aventureiros para a região. 
Bartolomeu, o filho, fundou o primeiro povoado na região, 
chamado de Barra (atualmente, é o município de Buenolândia), 
e fundou o Arraial de Sant’Ana, que em 1739 passou a se chamar 
Vila Boa, e posteriormente de Cidade de Goiás, capital do 
território. A Capitania foi instituída em 1748. A formação inicial 
do território muda em 1809, quando Goiás é obrigada a ceder 
áreas de terras para o Maranhão e para minas Gerais. 
Em 1863, mudou-se a capital para a cidade de Leopoldina, na 
região do Araguaia. A partir de 1930, a região já se tornou 
prospera, graças principalmente a agricultura e a expansão das 
ferrovias. Como resultado, em 1932 foi iniciado a construção da 
nova capital do estado, Goiânia, inaugurada em 1942. A escolha 
do Planalto Central para a construção da capital da Federação 
também contribuiu com o desenvolvimento da região.
1
 
 
Localizado na região Centro-Oeste, na qual a atividade 
agropecuária tem grande destaque, Goiás apresenta extensas 
áreas de pastagens e lavouras. 
Quase metade do território goiano é formada por latifúndios 
rurais, ou seja, propriedades com mais de mil hectares. 
 
A economia do estado de Goiás tem como principais 
atividades a agricultura, a pecuária e a indústria. 
 
Em 2008, a contribuição de Goiás para o Produto Interno 
Bruto (PIB) brasileiro foi de 2,5% e, no âmbito regional, sua 
participação foi de 27,6%. 
 
A composição do PIB goiano é a seguinte: 
Agropecuária: 11% 
Indústria: 27% 
Serviços: 62% 
 
A agropecuária goiana tem grande importância no cenário 
econômico nacional, uma vez que sua produção de carnes e grãos 
impulsiona a exportação estadual. 
 
A produção agrícola de Goiás é das mais expressivas do país. 
Industrialização, infra-estrutura 
e planejamento. 
Realidade, Étnica, social, Histórica, Geográfica, Cultural, Política e Econômica do Estado de Goiás e do 
Brasil 
 
 5 
 
Goiás é um dos maiores produtores de tomate, milho e soja 
do Brasil. Responsável por 33% da produção nacional de sorgo, 
Goiás é o principal produtor desse grão no país. Outros cultivos 
importantes são: algodão, cana-de-açúcar, café, arroz, feijão, 
trigo e alho. 
 
A pecuária, por sua vez, está em constante expansão. O estado 
possui, atualmente, o terceiro maior rebanho bovino do país. 
A pecuária de corte é mais desenvolvida do que a pecuária 
leiteira. 
No entanto, a atividade é a principal responsável pelo 
desmatamento e destruição do cerrado, destruindo esse 
ecossistema e provocando erosões. As criações de suínos e de aves 
também são significativas no estado 
 
Goiás também possui reservas minerais. Entre essas, 
destacam-se os municípios de Minaçu (extração de amianto), 
Niquelândia e Barro Alto (níquel), além de Catalão (fosfato). 
 
A indústria goiana é responsável por 27% do PIB regional, 
esse setor da economia vem se diversificando constantemente. 
A cidade de Goiânia, capital do estado, abriga boa parte dos 
complexos industriais. Outras cidades que se destacam são: 
Aparecida de Goiânia, Anápolis, Catalão, Rio Verde e Itumbiara. 
O setor industrial está em expansão. A variedade de indústrias 
no estado é grande, com destaque para as indústrias de 
transformação, alimentícias, têxteis, metalúrgicas, madeireira, 
mobiliaria, automobilísticas, de mineração e farmacêutica. 
Em Goiás, especificamente no Distrito Agroindustrial de 
Anápolis (DAIA), está situado o maior polo farmoquímico da 
América Latina, abrigando também, indústrias alimentícias, 
automobilísticas, têxteis, além de possuir o único porto seco 
brasileiro. 
O estado é um dos maiores produtores de medicamentos 
genéricos do Brasil. 
Produz ainda açúcar e álcool em quantidades significativas. 
Goiás é o único estado brasileiro que possui um porto seco.
2
 
 
O extrativismo, tanto mineral como vegetal contribuem com 
a economia do estado. 
Goiás possui reserva de vários minerais, sendo os de maior 
destaque, o calcário, o amianto, o fosfato e o níquel. Existem 
ainda jazidas de ardósia, cobre, rutilo, argila, manganês, estanho, 
talco, dolomita e cromita. Ouro, pedras preciosas (esmeraldas), 
pedras semipreciosas e cristais-de-rocha também são 
encontradas. Os vegetais extraídos são: madeira (mogno), pequi, 
babaçu e casca de angico. 
 
O turismo é outra atividade de fundamental importância para 
a economia goiana. As cidades de Caldas Novas e Rio Quente, 
principais estâncias hidrotermais do país, atraem milhares de 
visitantes. O turismo histórico é cultuado na Cidade de Goiás 
(Goiás Velho), Corumbá e Pirenópolis. Na região da Chapada dos 
Veadeiros edo Rio Araguaia, o turismo ecológico é 
proporcionado. 
 
Dados referentes à exportação e importação de Goiás: 
 
Exportações – 4,1 bilhões de dólares: 
 
Soja: 27% 
Carne bovina: 16% 
Resíduos da extração do óleo de soja: 12% 
Sulfeto de cobre: 12% 
 
2
 PACIEVITCH, Thais. Economia de Goiás. Disponível em: 
http://www.infoescola.com/economia/economia-de-goias/. Acesso em: 
Março/2016. 
Carne de aves: 7% 
Ferro-nióbio: 3% 
Milho em grãos: 3% 
Outros: 20%. 
Importações – 3 bilhões de dólares: 
 
Carros e peças: 37% 
Adubos e fertilizantes: 20% 
Produtos farmacêuticos: 12% 
Máquinas e equipamentos: 8% 
Enxofre: 3% 
Outros: 20%.
3
 
 
Assim, com localização privilegiada, potência agropecuária e 
política de incentivos fiscais, o território goiano é visto como a 
nova fronteira dos investimentos no Brasil, sendo que o Estado 
ficou na dianteira da retomada dos investimentos previstos pelo 
governo federal desde 2015. 
A economia de Goiás vai viver um dos maiores saltos de sua 
histórica nos próximos anos com os investimentos em logística e 
infraestrutura realizados pelo poder público e iniciativa privada. 
 
O Aeroporto de Cargas de Anápolis, que integra a Plataforma 
Multimodal, vai gerar o maior up grade da história da economia 
de Goiás. 
Além da plataforma, o transporte ferroviário é outra vertente 
de investimento trabalhada pelo poder público e pela iniciativa 
privada em Goiás. 
Outro projeto férreo é o que promoverá a ligação entre 
Goiânia e Brasília. 
 
GOIÂNIA 
 
Goiânia é um município brasileiro, capital do estado de Goiás, 
distando 209 km de Brasília, a capital nacional, sendo assim, a 
capital estadual mais próxima da capital federal. 
Localizada no centro do seu estado, foi planejada e construída 
para ser a capital política e administrativa de Goiás sob influência 
da Marcha para o Oeste, política desenvolvida pelo governo 
Vargas para acelerar o desenvolvimento e incentivar a ocupação 
do Centro-Oeste brasileiro. Os estreitos laços de amizade e 
inteirações políticas entre Pedro Ludovico Teixeira e Vargas 
contribuíram bastante para essa empreitada. Sofreu um 
acelerado crescimento populacional desde a década de 1960, 
atingindo um milhão de habitantes em 1996. Desde seu início, a 
sua arquitetura teve influência do Art Déco, que definiu a 
fisionomia dos primeiros prédios da cidade. 
É a segunda cidade mais populosa do Centro-Oeste, sendo 
superada apenas por Brasília. É um importante polo econômico 
da região, sendo considerada um centro estratégico para áreas 
como indústria, medicina, moda e agricultura. 
 
De acordo com as estimativas do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), sua população é de 1 430 697 
habitantes em 2015, sendo a sexta maior cidade do Brasil em 
tamanho, com 256,8 quilômetros quadrados de área urbana e o 
décimo segundo município mais populoso do Brasil. 
A Região Metropolitana de Goiânia possui 2 421 831 
habitantes, o que a torna a 13ª região metropolitana mais 
populosa do país. 
Goiânia pertence à Mesorregião do Centro Goiano e à 
Microrregião de Goiânia. Com uma área de aproximadamente 
739 km², possui uma geografia contínua, com poucos morros e 
baixadas, tendo terras planas na maior parte de seu território, 
3
 FRANCISCO, Wagner De Cerqueria E. "A Economia de Goiás "; Brasil 
Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-
economia-goias.htm>. Acesso em 09 de marco de 2016. 
 
 6 
 
Realidade, Étnica, Social, Histórica, Geográfica, cultural, Política e Econômica do Estado de 
Goiás e do Brasil 
com destaque para o rio Meia Ponte, além dos córregos Botafogo 
e Capim Puba. Goiânia destaca-se entre as capitais brasileiras por 
possuir o maior índice de área verde por habitante do Brasil, 
ultrapassada apenas por Edmonton em todo o mundo. 
 
 
 
(Acima, à esquerda, o Monumento às Três Raças; à direita o 
Parque Vaca Brava; ao meio uma vista panorâmica da cidade; 
abaixo, à direita o Viaduto Latif Sebba; ao lado o Jardim 
Botânico). 
 
Bandeira e Brasão: 
 
 
 
 
 
(Localização de Goiânia em Goiás) 
 
 
 
(Localização de Goiânia no Brasil) 
 
Goiânia é a capital do décimo segundo estado mais populoso 
do Brasil, Goiás, situando-se próximo ao paralelo 16º40'43'' sul e 
do meridiano 49º15'14'' oeste. 
A área do município é controversa, e varia conforme fonte de 
dados. A própria prefeitura refere 739 km² e o IBGE indica 733 
km². 
Suas cidades limítrofes são Nerópolis e Goianápolis ao norte; 
Aparecida de Goiânia ao sul; Senador Canedo e Bela Vista de 
Goiás ao leste; e Goianira e Trindade ao oeste. 
 
Região Metropolitana de Goiânia 
O intenso processo de conurbação atualmente em curso na 
chamada Grande Goiânia vem criando uma metrópole cujo 
centro está em Goiânia e atinge os municípios de Abadia de 
Goiás, Aparecida de Goiânia, Aragoiânia, Bela Vista de Goiás, 
Bonfinópolis, Brazabrantes, Caldazinha, Caturaí, Goianápolis, 
Goianira, Guapó, Hidrolândia, Inhumas, Nerópolis, Nova Veneza, 
Santo Antônio de Goiás, Senador Canedo, Terezópolis de Goiás e 
Trindade. 
A Região Metropolitana de Goiânia foi criada no ano de 1999 
e atualmente é constituída por 20 municípios, sendo a décima 
maior aglomeração urbana do Brasil, com 2 206 134 habitantes. 
Seu Produto Interno Bruto (PIB) representou menos de 40% 
do estado em 2005. 
 
Cenário econômico recente: 
Na década de 1970, teve início um período de intenso 
desenvolvimento econômico nos estados do Centro-Oeste, 
motivado principalmente pela modernização da 
agricultura. A mecanização, a introdução de novas culturas 
e o desenvolvimento de tecnologias e técnicas como a adubação 
e correção dos solos de cerrados impulsionaram a 
produtividade da agricultura regional, que se tornou 
altamente competitiva nos mercados internacionais. 
No entanto, essa modernização tem sido responsável por 
diferentes impactos ambientais, em especial o desmatamento. 
Desde a década de 1980, o incremento da produção 
agropecuária e os incentivos fiscais atraem para o Centro-
Oeste indústrias ligadas à transformação de matérias-primas de 
origem animal ou vegetal. É o caso dos frigoríficos, das empresas 
de avicultura, do setor sucroalcooleiro e das indústrias que 
processam os grãos de soja. Instaladas próximos aos polos 
produtores, essas indústrias lucraram com a redução de despesas 
com fretes. 
Sendo assim, o panorama industrial da região é pouco 
diversificado. 
A exceção fica por conta de alguns polos produtivos instalados 
no eixo Brasília-Goiânia, em especial em Anápolis, que concentra 
empresas do setor farmoquímico e farmacêutico. 
Nas últimas décadas, o Mato Grosso do Sul foi o estado da 
região que apresentou maior crescimento econômico. A 
agricultura, praticada principalmente na porção leste do estado, 
beneficiou-se da proximidade com os grandes mercados 
consumidores do Sul e do Sudeste. Dados do Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística indicam que somente no estado de 
Mato Grosso, o crescimento da área plantada de soja foi de 28,7% 
entre os anos de 2008 e 2011. 
A expansão dos canaviais para o Centro-Oeste também é fato 
recente. Os maiores índices de crescimento da produção de cana-
de-açúcar são encontrados em Goiás e Mato Grosso do Sul. 
Além do aumento da área cultivada, destaca-se a instalação 
de usinas na região, o que fortalece a cadeia agroindustrial 
sucroalcooleira. 
A indústria do turismo também tem apresentado rápido 
crescimento na Região Centro-Oeste. O pantanal é a área mais 
visitada,embora os parques nacionais da Chapada dos 
Guimarães, em Mato Grosso, da Chapada dos Veadeiros, em 
Goiás, e das Esmas, no sudeste goiano, também contribuam para 
Realidade, Étnica, social, Histórica, Geográfica, Cultural, Política e Econômica do Estado de Goiás e do 
Brasil 
 
 7 
 
o aumento do número de turistas, atraídos pelas chapadas, 
cânions, quedas-d’água, cavernas e diversos sítios arqueológicos. 
No Rio Araguaia, na época da estiagem (junho a setembro), 
o nível das águas cai formando praias, tornando a região uma 
atração turística. 
Cidades históricas como Pirenópolis e Goiás, antiga capital 
goiana, atraem visitantes pelos sobrados coloniais preservados e 
pelas igrejas de arquitetura barroca. 
Em direção ao sul do estado, a cidade de Caldas Novas recebe 
em média um milhão de turistas por ano, em busca de suas fontes 
de água quente. 
Brasília apresenta arquitetura moderna e é considerada 
Patrimônio da Humanidade. 
 
Os centros urbanos: 
A rede urbana do Centro-Oeste desenvolveu-se de maneira 
linear, seguindo as rodovias de integração e as ferrovias que 
ligam à Região Sudeste. 
Brasília, metrópole nacional, Goiânia, metrópole, 
assim como Campo Grande e Cuiabá, capitais regionais, 
situam-se sobre os grandes eixos viários. As cidades que exibem 
forte crescimento – como Dourados (MS), Rondonópolis (MT) e 
Anápolis (GO) – estão também situadas nesses eixos. 
 
A cidade-capital: 
Brasília representa um caso especial, entre as grandes cidades 
brasileiras. Não simplesmente por ser uma cidade planejada: Belo 
Horizonte, fundada em 1897, e Goiânia, fundada em 1933, 
constituem outros exemplos de cidades planejadas no Brasil. A 
singularidade de Brasília reside na finalidade específica que 
orientou seu planejamento urbano – a criação de uma cidade-
capital, condição que determinou a expansão demográfica e 
econômica da região. 
O Plano Piloto constitui o cerne da nova capital. É ele que 
está submetido ao plano urbanístico, com seu rígido sistema de 
aprovação de plantas destinado a conservar as características 
originais da cidade. 
Ideologicamente, esse plano, de autoria de Lúcio Costa, 
vinculava-se à tradição de pensamento urbanístico do francês Le 
Corbusier e da escola arquitetônica da Carta de Atenas, cujos 
princípios remontam ao IV Congresso de Arquitetura Moderna, 
realizado em 1933. A cidade deveria ser, a um só tempo, 
funcional e harmônica: uma engrenagem de residências, 
consumo e trabalho. Para isso, os planejadores deveriam dispor 
da capacidade de organizar o espaço de forma absoluta, 
excluindo as incertezas e os conflitos inerentes ao 
desenvolvimento espontâneo das aglomerações urbanas. A 
ordem seria um produto da autoridade e do saber urbanístico. 
A base espacial do plano urbanístico reside na segregação 
funcional. No interior do Plano Piloto, definiram-se as áreas 
reservadas às diferentes funções urbanas – administração 
pública, residências, comércio local e central, etc. 
 
Um eixo viário retilíneo, chamado Eixo Monumental, foi 
implantado e reservado aos palácios e edifícios destinados aos 
órgãos de poder político, à administração e às embaixadas. Esse 
eixo é cortado por um outro, arqueado, chamado Eixo 
Rodoviário, destinado à circulação expressa. Com 13 quilômetros 
de extensão e cinco pistas sem cruzamentos, ele separa a 
circulação municipal da circulação local. Juntos, os dois eixos têm 
o formato de asas de avião. 
Ao longo do Eixo Rodoviário alinham-se as superquadras, 
destinadas à moradia. Nessas áreas encontram-se escolas, igrejas 
e espaços de comércio local. Esses serviços localizam-se no 
interior dos conjuntos de superquadras, direcionado a circulação 
de pessoas para dentro e não para as ruas. O comércio de grande 
 
4
 Disponível em: http://w3.ufsm.br/engrup/iiengrup/pdf/t30.pdf. 
porte foi alocado em uma zona separada, no cruzamento entre os 
dois grandes eixos da cidade. Todo o sistema de zoneamento e 
circulação da cidade prioriza o automóvel, a circulação expressa. 
Concebida por Oscar Niemeyer, a arquitetura da capital é 
coerente com o plano urbanístico, visando reforçar 
simbolicamente a função de sede dos órgãos de poder político, 
que constitui a razão de ser de Brasília. 
 
A cidade polinucleada: 
O plano urbanístico não eliminou a clássica estruturação 
espacial das grandes cidades brasileiras: o contraste entre as 
áreas centrais reservada às classes médias e às elites, de um lado, 
e as periferias populares, de outro. No entanto, operou uma 
transformação radical nesse esquema, abrindo um espaço vazio 
entre a área central (o Plano Piloto) e a periferia (as cidades-
satélite). O elevado preço dos terrenos no Plano Piloto 
empurrou os mais pobres para os núcleos urbanos satélites, que 
cresceram como verdadeiras cidades-dormitório. 
Embora não estivessem formalmente previstas no plano, as 
cidades-satélite desenvolveram-se para, de certa forma, protege-
lo, evitando a concentração da pobreza. Dessa maneira, a capital 
cresceu como cidade polinucleada: uma única aglomeração 
urbana dispersa territorialmente em diversos núcleos separados. 
Esses núcleos são chamados de regiões administrativas, já que a 
Constituição impede a formação de municípios autônomos no 
Distrito Federal. 
A maioria da população ativa que reside nas cidades-satélite 
trabalha no Plano Piloto e consome horas diárias em 
deslocamentos entre o local de moradia e o local de emprego. 
A concentração de recursos financeiros no Plano Piloto – que 
abriga uma elite de políticos, burocratas da administração 
pública e diplomatas estrangeiros – dinamiza a economia do 
Distrito Federal, atraindo migrantes para as cidades-satélite. 
Assim, o crescimento demográfico dos núcleos urbanos ao redor 
é muito superior ao da área central: em 1960, o Plano Piloto 
concentrava cerca de metade da população do Distrito Federal; 
atualmente essa proporção é inferior a 15%. 
 
 
 
As mudanças na estrutura produtiva da região Centro-Oeste, 
como em uma parte considerável das áreas de cerrados no Brasil, 
ocorreram, primordialmente, por meio da modernização da 
agricultura e associação da produção agropecuária à indústria, 
fato que se processou tanto pelo consumo de mercadorias 
industrializadas no processo produtivo (consumo produtivo), 
quanto pelo processamento industrial dos produtos 
agropecuários.
4
 
A implantação do processo de modernização agrícola e 
pecuária nas áreas de cerrados ocorreu, sobretudo, a partir da 
década de 1970, apesar de que no cenário nacional já fazia parte 
das prioridades políticas para a agropecuária brasileira desde os 
anos de 1960. 
A modernização da agricultura enquanto um processo 
inerente ao sistema capitalista se caracteriza principalmente pela 
utilização de técnicas modernas de cultivo, marcadas pelo 
Modernização da agricultura e 
urbanização do território 
goiano. 
 
 8 
 
Realidade, Étnica, Social, Histórica, Geográfica, cultural, Política e Econômica do Estado de 
Goiás e do Brasil 
emprego de maquinários, insumos químicos e sementes 
melhoradas na produção de grãos, como a soja, destinados ao 
mercado externo. 
Com a modernização, a agricultura passou a fazer parte de 
uma dinâmica econômica que agrega setores a jusante e a 
montante da produção agrícola, tornando-se dependente da 
produção industrial. 
Para Graziano da Silva (1982), houve, com a modernização 
ocorrida no campo brasileiro, um processo de “industrialização 
da agricultura” marcado pela subornação da produção agrícola à 
indústria e ao capital financeiro. Conforme Graziano da Silva(1982, p. 46), a agricultura deixa gradativamente o seu papel de 
“mercado de bens de consumo” para cada vez mais assumir a 
posição de “meios industriais de produção”, quer como 
consumidora de certos insumos, quer como vendedora de outros. 
É a isso que chamamos processo de industrialização da 
agricultura brasileira, num duplo sentido: o da elevação da 
composição técnica nas suas unidades de produção e o da 
subordinação do setor aos interesses do capital industrial e 
financeiro. 
Esta forma de produção necessita de elevados investimentos 
em tecnologia, daí a demanda por financiamentos. O Estado 
associado aos ditames do capital internacional foi o principal 
agente na inserção de modernização agrícola no país, sobretudo, 
pela criação dos meios essenciais à expansão desse novo modelo 
de produção no campo. Conforme explicou Santos (2004, p. 
279), “a participação nas condições da modernização tecnológica 
conduz o aparelho do Estado a uma série de obrigações, seja nas 
relações com o mundo exterior, seja para estar em condições de 
responder às novas necessidades da população nacional”. 
Destaca-se no caso brasileiro a atuação estatal por meio da 
implantação de equipamentos técnicos como a construção de 
estradas de rodagens, usinas hidrelétricas e ampliação da 
eletrificação rural, criação de armazéns de grãos e melhoramento 
da capacidade estática dos já existentes; ações político-
administrativas para amparar, divulgar e desenvolver os novos 
processos produtivos; liberação de linhas de crédito, subsídios 
financeiros e também, pelas políticas regionais e municipais 
específicas. 
Ressalta-se que as mudanças processadas no campo pela 
modernização foram acompanhadas de outras tantas nas cidades, 
no conteúdo do processo de urbanização e na distribuição 
espacial da população. Ambas em função do novo processo 
produtivo instalado e das modificações nas relações de trabalho 
e da intensificação da concentração fundiária. 
Nas relações sociais de produção destacam-se como principais 
efeitos, entre outros: a supressão das formas não capitalistas de 
produção (formas de subsistência); a difusão do trabalho 
assalariado com baixa absorção de mão-de-obra, sobretudo, da 
força não especializada; a constituição de novos atores sociais, 
muitas vezes pela expulsão dos anteriores (trabalhadores rurais, 
pequenos produtores, parceiros meeiros), pois, os agentes dessa 
“nova” forma de produção passaram a ser compostos por 
migrantes sulistas e paulistas com experiência na atividade bem 
como pelo grande produtor com potencial em conhecimento e 
capital para investir em empreendimentos que requerem 
tecnologia e trabalho técnico-científico. 
Em Goiás, apesar da expansão da produção agropecuária, não 
produziu ampliação da geração de empregos no campo. Ocorreu 
o contrário, deixou de gerar empregos diretos no campo. Esta 
afirmação é verdadeira diante do dado que, em 1970 criava-se 
um emprego rural, em Goiás, por aproximadamente cada 14,2 
hectares de área aberta para lavoura e pastagens, em 1985, 
precisavam ser abertos 23 hectares para que um único emprego 
fosse criado e em 1995 passou a ser necessários 35 hectares, 
(ABREU, 2001, p. 31). 
Os dados globais do total de pessoas ocupadas em 
estabelecimentos rurais em Goiás também validam a afirmação 
anterior. Demonstram, portanto, reduções no período de 1975 a 
1995, foram 216.376 pessoas que deixaram de ocupar-se nas 
atividades agropecuárias, apesar de ter ocorrido elevação do ano 
de 1975 para o de 1980, período importante da expansão da 
fronteira agrícola em Goiás com abertura de novas áreas 
inicialmente com o cultivo de arroz e depois com a inserção da 
sojicultora. Do censo agropecuário de 1985 para o de 1995 
diminuísse o número de trabalhadores nos estabelecimentos 
rurais na ordem de aproximadamente 23,47 % 
Houve também mudanças no tipo de mão-de-obra que passou 
a ser contratada para as atividades agrícolas. Considerável parte 
dos empregos diretos e indiretos gerada por esta atividade foi 
para trabalhadores com qualificações específicas como 
operadores de máquinas, engenheiros agrônomos, técnicos 
agrícolas, mecânicos, entre outros. 
Informações sobre as quantidades de engenheiro agrônomo e 
médico veterinário existentes em Jataí, em 1980 e em 2003, 
exemplificam a ocorrência do aumento por mão-de-obra 
qualificada no processo produtivo que se instalou em diversas 
partes do campo goiano. 
Aponta-se também entre os fatores indicados para a 
compreensão da dinâmica do emprego no campo o fato de que a 
pecuária, nos dados do censo agropecuário de 1995, continuou 
sendo a atividade de maior importância em relação ao número 
de pessoas ocupadas nos estabelecimentos agropecuários 
segundo os grupos de atividade econômica em toda a região 
Centro-Oeste, sendo em Goiás na ordem 67,0 % (IBGE, 1995-96; 
CUNHA, 2002). 
Outro dado que evidencia a baixa absorção de mão-de-obra e 
a expulsão de trabalhadores do campo nesse contexto, é a 
estrutura fundiária. Em Goiás, no período de 1975 a 1995, houve 
concentração da posse da terra dada pela ampliação da 
proporção de estabelecimentos com mais de 1000 hectares e do 
percentual de área ocupado por estes enquanto a área ocupada 
pelos estabelecimentos menores de mil hectares se manteve e o 
percentual de estabelecimentos diminuiu, sobretudo nos estratos 
menores 100 hectares. 
Os dados e informações analisadas, anteriormente, reforçam 
a compreensão de que a modernização agrícola foi na verdade 
uma “modernização conservadora”. Tornam também evidentes 
que este processo gerou um outro fluxo migratório na fronteira, 
com sentido rural urbano e urbano-urbano, o qual se expressa no 
processo de urbanização. 
A relação campo-cidade nas áreas que se especializaram na 
produção agrícola passam por modificações que se expressam em 
conteúdos e formas específicas. O campo tende a não ser, nesses 
lugares, por excelência o local da moradia permanente dos 
produtores, dos trabalhadores agrícolas e das suas relações de 
vizinhança. Torna-se prioritariamente espaço da produção 
agrícola e agroindustrial. Este fato se manifesta na elevação das 
taxas dos residentes nas cidades em detrimento do campo. 
 
Na região Centro-Oeste o percentual de residentes urbanos 
era 25,91 % contra 74,09 % residentes no campo, em 1950, 
enquanto registrava-se uma taxa de urbanização de 36,16 % para 
o país. Verifica-se que a partir desse período histórico houve uma 
aceleração dessa taxa na região pois, em 1980 atingiu um 
percentual de 67,78 %, superior inclusive ao nacional que era de 
67,59 % neste mesmo ano (IBGE, 2004). 
Esse processo se manifestou igualmente em Goiás que passou 
de um percentual de residentes urbanos de 21,78 %, em 1950, 
para 62,20 % em 1980 e atingiu 80,81 % em 1991 quando a 
fronteira já estava consolidada (IBGE, 2004). 
Conforme analisou Ferreira (1987), o caráter urbanizador da 
fronteira agrícola modernizada não se restringe às mudanças 
processadas nas relações de trabalho. 
Deve-se destacar, além desse aspecto, o papel urbanizador da 
grande lavoura pelas atividades que estimula a nível local, a 
Realidade, Étnica, social, Histórica, Geográfica, Cultural, Política e Econômica do Estado de Goiás e do 
Brasil 
 
 9 
 
saber: de transporte, de armazenamento, de serviços bancários, 
de comércio de produção agrícola, implementos e máquinas, de 
serviços de reposição de máquinas e veículos (FERREIRA, 1987, 
p. 21). 
Nesse mesmo sentido, o fato do novo produtor rural ser de 
uma classe social diferente dos antigos pequenos produtores, leva 
a que ele resida na cidade mais equipada, próxima às suas terras. 
Essanova classe possivelmente média e média alta é mercado 
para comércio mais diversificado e serviços urbanos, além da 
demanda por moradia que dinamiza a construção civil ou o setor 
informal, na cidade (FERREIRA, 1987, p. 21). 
A partir destas considerações de Ferreira (1987), elaboradas 
com base em estudos sobre Rio Verde (GO) e Ceres (GO), das 
análises de Santos (1993) e da pesquisa empírica realizada por 
Melo (2003) em Jataí (GO), (re)afirma-se que cidades 
localizadas em áreas especializadas na produção agropecuária 
moderna, mesmo algumas de pequeno porte, são requisitadas 
para atender as novas demandas que provém das necessidades de 
consumo para a realização da produção agrícola (consumo 
produtivo de mercadorias e serviços especializados) e do 
consumo das famílias (saúde, educação, lazer, informação, 
equipamentos tecnológicos, entre outros). 
Sobre este primeiro tipo de consumo – o consumo produtivo 
rural –, Santos (1993, p. 56) afirmou que este não se adapta às 
cidades, mas, ao contrário, as adapta. Estas são chamadas a dar 
respostas particulares às necessidades das produções 
particulares, e daí a maior diferenciação entre as cidades. Estas 
se diferenciam cada vez mais pelo fato de o nexo do consumo 
produtivo ser ligado à necessidade de encontrar, no lugar e na 
hora, respostas indispensáveis à marcha da produção. 
Santos (1993, p. 56) complementou as análises sobre a 
capacidade da produção agrícola moderna modificar ou fazer 
surgir novos elementos nas cidades afirmando que “hoje, nas 
áreas mais desenvolvidas, todos os dados da regulação agrícola 
se fazem no urbano, novidade que em muito muda a significação, 
neste período, da urbanização brasileira”. 
Nesses processos descritos por Ferreira (1987) e Santos 
(1993) ocorre o desenvolvimento de novas formas e conteúdos 
urbanos e novos atores sociais que se manifestam na paisagem 
das cidades, nas funções que passam a desempenhar para sua 
população, para o entorno rural e até mesmo no contexto 
regional. Expressam-se também por meio da diversificação 
cultural e inserção de novas práticas e manifestações culturais. 
As cidades, sobretudo, as denominadas cidades médias, 
passam a ser palco da difusão dos equipamentos tecnológicos 
bem como das ideias e da informação que o campo necessita para 
a produção agrícola. Conforme Santos e Silveira (2001, p. 281), 
as cidades médias têm como papel o suprimento imediato e 
próximo da informação requerida pelas atividades agrícolas e 
desse modo se constituem em intérpretes da técnica e do mundo. 
Em muitos casos, a atividade urbana acaba sendo claramente 
especializada, graças às suas relações próximas e necessárias com 
a produção regional. 
Estas se tornam, de acordo com Santos e Silveira (2001, p. 
281), “pontes entre o global e o local, em vista das crescentes 
necessidades de intermediação e da demanda também crescente 
de relações”. 
Quanto às pequenas cidades, por sua vez, deve-se 
primeiramente ressaltar que são altamente heterogêneas, mesmo 
as localizadas em uma região específica apresentam diferenças 
importantes no que diz respeito a sua dinâmica econômica e 
funções urbanas. 
Na análise de Ferreira (1987, p. 23), as pequenas cidades, em 
áreas de modernização agrícola, pelo fato de que não são 
atrativas para os investimentos no setor moderno do comércio, 
das indústrias ou dos serviços, submetidos à lógica da economia 
de escala, da concentração espacial e das externalidades e, por 
conseguinte, a uma alta seletividade espacial. Escapam a esses 
centros urbanos os capitais gerados na região e a produção de 
bens e de serviços. 
Ferreira (1987, p. 23) complementa suas análises afirmando 
que: a expansão do capital no campo se direciona para as 
vantagens locacionais das atividades agrárias e não para as 
ligações necessárias ao fluxo do capital. Por outro lado, os lucros 
da produção agrícola fluem para as grandes cidades: as cidades 
dos negócios. Não atraindo capitais de fora e não retendo os 
gerados na região não têm essas cidades condições de se 
dinamizar. 
Conforme proposições de Ferreira (1987) a expansão do 
capital no campo via modernização agrícola não está vinculado 
às potencialidades de fluxo de capital, portanto, das condições 
das estruturas urbanas de movimentação de capitais, de 
produção e circulação de mercadorias e outros geradores de 
fluxos financeiros. Nesse sentido, a existência de centros urbanos 
dinâmicos economicamente e próximos a área da produção 
agrícola, não é condição para tal empreendimento, as vantagens 
observadas são as que dizem respeito às atividades agrárias. 
Na condição identificada por Ferreira (1987) encontraria 
justificativas para os casos de pequenas cidades que mesmo tendo 
um entorno inserido na produção agrícola moderna, não 
conseguem se dinamizar economicamente e demograficamente. 
Dado que por não conseguirem reter a renda gerada, não têm 
condições de diversificar as suas funções urbanas e ao mesmo 
tempo não conseguem fazer com que permaneça a população 
“que nela passa a residir ou que para aí veio em decorrência de 
um push rural mais do que de um pull urbano” (FERREIRA, 1987, 
p. 23). 
No entanto, é também inegável o papel modificador e até 
criador de estruturas urbanas que o processo de desenvolvimento 
da produção agrícola moderna desempenha, mesmo em 
pequenas cidades, conforme casos variados e que envolvem 
fatores locais específicos. Sobre esta afirmação destaca-se o 
exemplo do ocorrido em Mimoso, a 100 km de Barreiras, no 
estado da Bahia. Conforme analisou Lavinas (1987, p. 104), na 
década de 1980, “a associação de interesses – pequeno capital 
imobiliário e o capital agro-alimentar – consubstancia a essa 
estratégia de criação de um novo núcleo urbano com vistas à 
formação de um novo município dentro de alguns anos, dispondo 
então de uma estrutura administrativa, financeira e política 
própria, relativamente independente da interferência das elites 
tradicionais locais que compõem ainda o quadro político-
institucional regional”. 
Para Corrêa (2004, p.75), as mudanças processadas no campo 
brasileiro, a partir da segunda metade do século XX, com a 
inserção da modernização econômica e produtiva, gerou 
alterações no padrão dos pequenos centros urbanos, “criando 
pelo menos quatro caminhos ao longo dos quais evoluíram”, 
sendo: 
Prósperos lugares centrais em áreas agrícolas nas quais a 
modernização não afetou radicalmente a estrutura fundiária e o 
quadro demográfico. Esses centros distribuem produtos para as 
atividades agrícolas e para a população, que tem nível de 
demanda relativamente elevado. A prestação de serviços é 
também importante. Podem, em muitos casos, realizar o 
beneficiamento da produção agrícola. O oeste catarinense 
fornece bons exemplos desses lugares centrais. 
Pequenos centros especializados. A modernização do campo 
esvaziou a hinterlândia desses centros, mas capitais locais ou de 
fora foram investidos em atividades industriais, via de regra uma 
ou duas, que garantem a permanência da pequena cidade que, 
em alguns casos, pode mesmo crescer econômica e 
demograficamente. O oeste paulista e o norte paranaense 
apresentam inúmeras cidades que se enquadram nesse tipo. 
Pequenos centros transformados em reservatórios de força de 
trabalho ou que assim nasceram. No primeiro subtipo o 
esvaziamento do campo gerou a perda de inúmeras funções 
 
 10 
 
Realidade, Étnica, Social, Histórica, Geográfica, cultural, Política e Econômica do Estado de 
Goiás e do Brasil 
centrais, resultou em centros habitados por assalariados rurais 
com emprego temporário. O oeste paulista é rico de exemplos 
desse subtipo. Osegundo subtipo, que ocorre, por exemplo, na 
Amazônia oriental, resulta de um processo de concentração da 
força de trabalho, os “peões”, que é assim confinada em pequenos 
e pobres lugares. 
Pequenos centros em áreas econômica e demograficamente 
esvaziadas por um processo migratório que desequilibra ainda 
mais uma estrutura etária, afetando ainda a proporção dos sexos. 
A renda da cidade é em grande parte procedente de emigrantes 
que mensalmente enviam escassas sobras de recursos aos 
familiares que permanecem, ou procedente de aposentadorias de 
trabalhadores agrícolas. A pobreza desses centros, frequentes no 
Nordeste, contrasta com a prosperidade dos centros do primeiro 
tipo (CORRÊA, 2004, p. 75-76). 
Além desses quatro tipos, vários outros são esperados em 
função das especificidades dos processos espaciais e dada à 
dimensão e complexidade do território brasileiro e mesmo das 
áreas de cerrados. Não se pode desprezar ainda o papel das 
características advindas da formação espacial dos lugares, dos 
agentes locais, das suas potencialidades políticas e naturais, bem 
como dos aspectos culturais. 
Entretanto, nos “caminhos” apontados por Corrêa (1999, 
2004) admite-se também a ocorrência de processos de 
refuncionalização em pequenas cidades as quais podem passar a 
apresentar especializações para o atendimento das necessidades 
básicas da produção local. 
Sobre este aspecto, Santos (1993, p. 52) considera que como 
o campo se torna extremamente diferenciado pela multiplicidade 
de objetos geográficos que o formam, pelo fato de que esses 
objetos geográficos têm um conteúdo informacional cada vez 
mais distinto (o que se impõe, porque o trabalho no campo é cada 
vez mais carregado de ciência) tudo isso faz com que a cidade 
local deixe de ser a cidade no campo e se transforme na cidade 
do campo. 
Ou seja, as cidades locais – “aquelas aglomerações capazes de 
responder às necessidades vitais mínimas, reais ou criadas, de 
toda uma população, função esta que implica uma vida de 
relações” - conforme denominação de Santos (1979, 1993), 
tendem a se especializar de forma a suprir a demanda básica de 
seu entorno agrícola, tornando-se “cidades do campo”, as que 
suas funções se voltem para este fim. 
Observa-se alguns indícios desse processo 
(refuncionalização) nos espaços das pequenas cidades de Ipameri 
e Campo Alegres de Goiás, localizadas no sudeste goiano. Essas 
cidades dispõem de atividades comercias e de serviços que se 
voltam ao atendimento das demandas básicas da produção 
agrícola moderna como loja de peças e máquinas agrícolas, 
escritórios de assistência técnica, armazéns graneleiros, 
agroindústria, entre outros. 
Porém, devido ao alto grau de tecnicização exigido pela 
produção agrícola moderna, as pequenas cidades não atendem às 
necessidades mais especializadas, dispõem somente de serviços 
básicos, o que faz com que seu entorno tenha que recorrer 
constantemente aos centros comerciais e industriais de porte 
médio e grande. 
Observamos também na porção sul do estado de Goiás, 
municípios que por questões variadas, não se integraram à 
produção agrícola moderna, tendo a pecuária como principal 
atividade. As cidades destes municípios não apresentam a mesma 
vitalidade das pequenas cidades de áreas agrícolas. Como 
exemplo podemos citar o caso de Cumari (GO), Nova Aurora 
(GO), Goiandira (GO), Corumbaíba (GO), Davinópolis (GO), e 
Anhanguera (GO). 
A agricultura moderna além de gerar demandas de serviços e 
mercadorias para o consumo produtivo, possibilita a 
transferência de renda do campo para a cidade, ampliando “o 
consumo consuntivo”. Isso ocorre pela renda dos trabalhadores 
agrícolas e dos produtores que inseridos no modo de vida urbano, 
consomem serviços de lazer (bares, festas, clubes), bens duráveis 
e investem imóveis na cidade. Esse fator expressa na paisagem 
das pequenas cidades com a presença de bares (locais dos 
encontros nos finais de semana), restaurantes, supermercados e 
clubes de lazer. Porém, não promove, nos pequenos centros 
urbanos, movimento econômico intenso capaz de atrair, por 
exemplo, concessionárias de automóveis, redes de revendas de 
eletrodomésticos, franquias e etc. 
Podemos concluir, com base nas afirmações de Ferreira 
(1987, p. 14), que essas cidades locais evoluíram como pontos de 
ligação entre a produção regional e os mercados extra regionais. 
Beneficiam-se dessa inserção da região numa divisão espacial do 
trabalho, mas não se tornaram locais de produção e não 
acumularam capital. O comércio e os serviços foram sempre as 
atividades que lhes asseguram o dinamismo. Com a concorrência 
de outros centros mais equipados e não sendo atrativas para os 
novos investimentos, não têm condições para servir a região 
quando ela se moderniza. 
Tal situação é bastante diferente nas chamadas cidades 
médias que receberam investimentos públicos e privados e 
equipamentos diversos, tornando-se centros urbanos de 
expressão regional, regulando e dando respostas as demandas 
mais especializadas da economia regional. 
 
 
 
Ocupação territorial e dinâmicas econômicas: 
Originalmente, os territórios que hoje compõem a Região 
Centro-Oeste eram habitados por diversos agrupamentos 
indígenas, especialmente os bororo. Nos termos do Tratado 
de Tordesilhas, assinado em 1494, essas terras pertenceriam 
à América espanhola. Entretanto, a partir do século XVI, 
sucessivas ondas de bandeirantes paulistas se dirigiram para a 
região com a finalidade de aprisionar e escravizar indígenas, 
desbravando o interior do Brasil. 
No final do século XVII, estimulados pela descoberta de ouro 
em Minas Gerais, os bandeirantes passaram a se aventurar em 
terras cada vez mais distantes. Subindo o Rio Cuiabá e 
alcançando o território bororo, os bandeirantes encontraram 
ouro e iniciaram a conquista do território que atualmente 
corresponde ao Mato Grosso. Enquanto isso, expedições pelo 
sertão descobriam minas de ouro no território que hoje 
compreende o estado de Goiás, onde foi fundada a Vila Boa, 
embrião da atual cidade de Goiás. 
Em 1726, Rodrigo César de Meneses, capitão-geral de São 
Paulo, chegou às minas chamadas de Cuiabá, fundando, no ano 
seguinte, a Vila Real do Bom Jesus, que já contava com dois 
portos fluviais. Deles, partiam as expedições que visavam ao 
apresamento de indígenas no Pantanal. 
A cidade de Goiás, conhecida como Goiás Velho, foi fundada 
em 1726 pelo filho do bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o 
Anhanguera. Em 2001 foi reconhecida pela Unesco como 
Patrimônio Cultural da Humanidade. 
Em 1748, preocupada com a posse dessas terras, a Coroa 
portuguesa criou a capitania de Mato Grosso, com sede em 
Vila Bela da Santíssima Trindade, fundada pelo mineradores às 
margens do Rio Guaporé. Posteriormente, a sede da capitania foi 
População goiana: povoamento, 
movimentos migratórios e 
densidade demográfica. 
Realidade, Étnica, social, Histórica, Geográfica, Cultural, Política e Econômica do Estado de Goiás e do 
Brasil 
 
 11 
 
transferida para a Vila de Cuiabá. A Capitania de Goiás, com sede 
em Vila Bela, também foi criada em 1748. 
Em 1750, a assinatura do Tratado de Madri entre Portugal e 
Espanha legalizou a posse efetiva da região pelos portugueses. 
Porém, com a anulação desse tratado, ocorrida em 1761, a Coroa 
portuguesa passou a implantar uma rede de fortificações para 
garantir a posse da margem direta do Rio Guaporé: o Forte de 
Conceição foi erguido em 1762 e o Forte de Príncipe da Beira, em 
1776. O Tratado de Santo Idelfonso, firmado pelas coroas 
ibéricas em 1777, finalmente ratificou a soberania portuguesa 
sobre oterritório das duas capitanias ocidentais. 
A partir de então, o povoamento luso-brasileiro passou a 
avançar na direção do Rio Tocantins, dizimando os índios 
caiapó de Goiás, os xavante do Araguaia e, mais tarde, os 
canoeiro do Tocantins. 
Do século XIX em diante, com o declínio da mineração, as 
províncias de Mato Grosso e de Goiás conheceram um longo 
período de decadência econômica e de isolamento. Apenas as 
atividades agrícolas de subsistência, como a extração da 
borracha, a criação de gado e a exploração de erva-mate, 
sobreviveram na região. 
 
A ocupação moderna do Centro-Oeste: 
Ao longo do século XX, porém, o isolamento da região foi 
sendo vencido gradativamente com a transformação dos estados 
do Centro-Oeste em área de atração populacional. 
A inauguração de Goiânia, em 1936, a Marcha para o 
Oeste, iniciada por Getúlio Vargas na década de 1940, a 
construção de Brasília, assim como as políticas de integração 
nacional consolidadas pela ditadura militar na década de 1970, 
incentivaram a migração para o Centro-Oeste, contribuindo 
para acelerar o povoamento da região. 
No início do século XX, a abertura da Estrada de Ferro 
Noroeste Brasil (Bauru-Corumbá) ajudou a intensificar os fluxos 
entre o Sudeste e o Centro-Oeste. A ferrovia abriu a fronteira para 
a pecuária do Mato Grosso, permitindo o transporte do gado vivo 
até os frigoríficos de São Paulo e do Rio de Janeiro. 
A partir da década de 1960, rodovias como a Belém-Brasília, 
a Cuiabá-Porto Velho e a Brasília-Acre transformaram-se em 
plataforma para a conquista da Amazônia. 
Em 1977 o estado de Mato Grosso foi desmembrado, e dois 
anos depois oficializou-se a criação do estado de Mato Grosso do 
Sul. 
Goiás, por sua vez, foi desmembrado em 1998, quando se 
criou o estado de Tocantins, que atualmente pertence à Região 
Norte. Em ambos os casos, as justificativas utilizadas para o 
desmembramento foram a grande extensão desses estados, as 
dificuldades de planejamento e de administração. 
 
 
 
(Goiânia, capital e cidade mais populosa de Goiás) 
 
 
5
 Wagner de Cerqueira e Francisco. Disponível em: 
http://alunosonline.uol.com.br/geografia/populacao-goias.html. Acesso 
em: Março/2016. 
A população de Goiás é composta por 6.003.788 
habitantes, conforme dados do Censo Demográfico de 2010, 
realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE). Esse contingente populacional, o maior do Centro-Oeste 
e o décimo segundo do país, corresponde a aproximadamente 
3,15% da população atual do Brasil. 
 
A densidade demográfica, também conhecida como 
população relativa, é de 17,6 habitantes por quilômetro 
quadrado, portanto, o estado possui vazios demográficos. A taxa 
de crescimento demográfico é de 1,8% ao ano, impulsionada pelo 
crescimento vegetativo e pelo intenso fluxo migratório com 
destino ao estado. 
 
De acordo com dados do IBGE, cerca de 25% da população 
de Goiás é formada por imigrantes, ou seja, pessoas oriundas de 
outros estados. Esse fluxo migratório é resultado de algumas 
políticas públicas para ocupação da porção oeste do território 
brasileiro, fato que se intensificou a partir da década de 1950. 
 
A construção de Goiânia, capital de Goiás, e de Brasília, 
capital Federal, atraiu pessoas de diferentes partes do país, em 
especial de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Maranhão e 
Piauí. A expansão da fronteira agrícola e o desenvolvimento 
econômico registrado em Goiás também contribuíram para esse 
processo. 
 
Seguindo uma tendência nacional, a população urbana é 
maioria em Goiás (90%). Goiânia é a cidade mais populosa, com 
1.302.001 habitantes. Existem outros 245 municípios, sendo que 
os mais populosos são: Aparecida de Goiânia (455.657), Anápolis 
(334.613), Rio Verde (176.424), Luziânia (174.531) e Águas 
Lindas de Goiás (159.378). 
 
No aspecto social, a população de Goiás enfrenta alguns 
problemas, como, por exemplo, o déficit nos serviços de 
saneamento ambiental: menos de 50% têm acesso à rede de 
esgoto. A taxa de mortalidade infantil é de 18,3 óbitos a cada mil 
nascidos vivos, abaixo da média nacional, que é de 22. Goiás 
ocupa 9° lugar no ranking nacional de Índice de Desenvolvimento 
Humano (IDH).
5
 
Goiás é uma das unidades federativas que integram a região 
Centro-Oeste. Sua extensão territorial é de 340.103,467 
quilômetros quadrados, correspondendo a 4% do território 
nacional. Conforme contagem populacional realizada em 2010 
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua 
população totaliza 6.003.788 habitantes, distribuídos em 246 
municípios, sendo o estado mais populoso do Centro-Oeste. O 
crescimento demográfico é de 1,8% ao ano e a densidade 
demográfica é de 17,6 habitantes por quilômetro quadrado. 
O povoamento do estado de Goiás intensificou-se em 
decorrência de uma série de políticas públicas para a ocupação e 
desenvolvimento econômico da porção oeste do território 
brasileiro, a chamada Marcha para o Oeste. Houve a expansão da 
fronteira agrícola e maiores investimentos em infraestrutura no 
estado, além da construção da nova capital, Goiânia, e da capital 
Federal, Brasília. Fatos estes que desencadearam grandes fluxos 
migratórios para Goiás. 
 
Como resultado dessa política de incentivo à ocupação do 
oeste brasileiro, a população de Goiás teve um aumento 
significativo, principalmente após o ano de 1950. Neste, segundo 
dados do IBGE, havia 1.010.880 habitantes no estado, população 
 
 12 
 
Realidade, Étnica, Social, Histórica, Geográfica, cultural, Política e Econômica do Estado de 
Goiás e do Brasil 
essa que atingiu, conforme dados do mesmo instituto, 6.003.788 
habitantes em 2010. 
Além do crescimento demográfico da população goiana, 
sendo que pessoas de vários locais do país foram grandes 
responsáveis por tal ocorrência. Segundo dados do IBGE, 
aproximadamente 25% da população de Goiás é composta por 
imigrantes, vindos principalmente, dos estados de Minas Gerais, 
São Paulo, Maranhão, Bahia, Piauí, como também do Distrito 
Federal. 
 
A composição étnica da população goiana é a seguinte: 
Pardos: 50,9%. 
Brancos: 43,6%. 
Negros: 5,3% 
Indígenas: 0,2%. 
 
Goiânia, a capital de Goiás, é a cidade mais populosa do 
estado, sua extensão territorial é de aproximadamente 733 
quilômetros quadrados, e possui 1.302.001 habitantes. Outras 
cidades populosas do estado são: Aparecida de Goiânia 
(455.657), Anápolis (334.613), Rio Verde (176.424), Luziânia 
(174.531), Águas Lindas de Goiás (159.378), Valparaíso de Goiás 
(132.982), Trindade (104.488), Formosa (100.085), Itumbiara 
(92.883). 
 
A expectativa de vida da população goiana é de 72 anos; 
A taxa de mortalidade infantil é de 18,3 óbitos a cada mil 
nascidos vivos. 
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) estadual é de 
0,800, ocupando o 9° lugar no ranking nacional e o analfabetismo 
atinge 8,6% da população. 
No que se refere à rede de esgoto, a mesma alcança menos da 
metade das habitações.
6
 
 
Povo Goiano: 
 
 
 
Povos do passado e do presente se reuniram na formação do 
gentílico goiano. Seguindo a tendência do resto do país, na 
mistura de povos indígenas, africanos e europeus, mais tarde dos 
imigrantes e migrantes vindos de todas as partes do globo, Goiás 
reinventa a cada dia sua identidade. É um povo misturado, com 
fortes traços do sertanejo original e que contribuíram, cada qual 
a seu modo, na caracterização desse povo goiano. 
 
Goianos e Goianienses:

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