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Resumo Adimplemento e Exclusão das Obrigações

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Civil II – AV2 (Aulas 10 a 15)
Adimplemento e Extinção das Obrigações
Adimplemento é um gênero, que muitas vezes será usado como sinônimo de pagamento, porém não são sinônimas, pois existem várias situações em que a extinção da obrigação não decorre do pagamento, por exemplo, a dação em pagamento, que é quando o devedor não tem dinheiro para pagar a obrigação, mas tem um imóvel que pode ser dado em troca da extinção da obrigação, então a obrigação é adimplida.
Pagamento: É o cumprimento da prestação devida exatamente como havia sido prometido, então o pagamento passa a ser, a partir de agora, o correspondente ao que o devedor prometeu entregar. O pagamento é estudado sob dois pontos de vista: subjetivo e objetivo. Qualquer interessado na extinção da obrigação poderá pagá-la, portanto é indiferente que seja o pagamento efetuado pelo próprio sujeito passivo da obrigação (devedor) ou por terceiro que tenha interesse na solução da obrigação. Há, porém, uma diferença a salientar-se: quando o pagamento é feito pelo próprio devedor, a dívida se extingue definitivamente, e quando feito por um terceiro interessado, ela apenas se extingue com relação ao credor, uma vez que, por força da sub-rogação que se opera, a dívida continua subsistente entre o devedor principal e o terceiro interessado que efetuou o pagamento ao credor. Para que o pagamento seja válido, deverá ser feito diretamente ao próprio credor, daí aquele velho ditado de que quem paga mal, paga duas vezes. Portanto, o Código, exige de modo geral, para a validade do pagamento, que seja ele feito à própria pessoa em favor da qual existir a obrigação, isto é, pessoalmente ao credor. Essa regra, porém, não tem caráter absoluto, pois o próprio artigo admite transigência, validando o pagamento feito a quem de direito represente o credor. Quanto à prova do pagamento o devedor tem o direito de receber quitação regular, que mencionará sempre, o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor ou o de quem por ele pagou, bem como o tempo e o lugar do pagamento. Se o credor se recusar a dar a quitação, poderá o devedor reter o pagamento até que aquela lhe seja dada.
Do ponto de vista subjetivo vê-se quem paga a dívida, quem pode pagar e depois quem recebe e quem pode receber. A partir de o artigo 313, analisa-se o que será pago. (O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa).
Princípios:
Boa-Fé: Dever leal de cooperação das partes;
Correspondência: Binômio direito à prestação e dever de prestar;
Integralidade: Nem o devedor tem o direito de executar parcialmente a obrigação, nem o credor o de exigir que ela se execute por artes;
Concretização: Passar do plano teórico do comportamento devido em uma atitude concreta.
Entre os artigos 304 e 307 o legislador discorre sobre quem deve pagar, e, ao dizer terceiro ele se refere a alguém que não é o devedor principal, porém dentre os terceiros a lei distingue o terceiro interessado do terceiro não interessado. (exemplo: Beatriz é a garantidora do Sergio, portanto, o devedor é ele, ela é uma terceira que garante a obrigação dele). Para distinguir o terceiro interessado do não interessado é preciso saber que no caso de um inadimplemento o terceiro interessado é quem vai suportar as consequências, pois o interesse é jurídico. (exemplo: imaginemos que Guilherme tem uma dívida e que seu pai vai querer pagar sua dívida, ele não é credor interessado, ele vai pagar a dívida porque tem interesse moral e não jurídico).
ART.304: Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Esta regra diz que o devedor e o terceiro interessado (que tem os mesmos direitos) poderão obrigar o credor a receber a dívida, através dos meios conducentes (ação de consignação em pagamento), e, se o terceiro interessado fizer o pagamento da dívida, ele se sub-roga (substitui) na posição do credor em relação ao devedor. Quando ocorre a sub-rogação, todas as vantagens que, por acaso, o sub-rogado tinha o sub-rogante passa a ter. Já o terceiro não interessado não tem os mesmos direitos, caso ele queira pagar, ele não se sub-roga. (Exemplo: Guilherme deve para Gabriel. O pai do Guilherme não querendo mais que ele pague juros paga o Gabriel, podendo depois cobrar o Guilherme, mesmo sendo terceiro não interessado. Dado isso, ele não se sub-roga. Ele pode cobrar o Guilherme para evitar enriquecimento sem causa, pois ele não doou o dinheiro). A hipótese do terceiro não interessado é cobrar o que gastou, mas sem se sub-rogar, ele cobra apenas para sair do prejuízo.
Terceiro Interessado
Fiador, avalista, garantidor;
Motivo: Para não incidir em Mora
Sub-rogação Legal (ART. 346, III) - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
Parágrafo Único: Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.
O terceiro não interessado, em lugar de pagar em seu nome, pode pagar em nome do próprio devedor, não contando assim no recibo quem realmente efetuou o pagamento, pois ao fazer isso a relação jurídica não muda, portanto mantém-se originaria. (neste caso, a interpretação é de que houve uma doação, teoricamente não se deve presumir o ato gratuito, mas a corrente predominante é de que é uma doação).
Obs.: tanto o credor como o devedor podem se opor ao pagamento de terceiro não interessado.
Quem possui legitimidade para o pagamento?
Devedor;
Herdeiros;
Representantes Legais;
O que assume a dívida;
Terceiros interessados ou não interessados;
Obrigações Personalíssimas. (é aquela que somente poderá ser cumprida pelo devedor, por exemplo: a prestação de alimentos.)
ART.305:O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.
O pagamento pelo terceiro não interessado pode se dar de duas maneiras. A primeira é quando o recibo fica em nome do terceiro.
Se o devedor pagar para uma pessoa que não é o credor e não tem nem procuração, nem recibo o pagamento só valerá se posteriormente o credor convalidar.
O credor incapaz pode receber o que é devido a ele e usar em seu próprio benefício (Exemplo: pagar uma conta que ele tem em um hospital), mesmo que o devedor saiba que seu credor é incapaz o pagamento é valido quando ele beneficia o incapaz. E, se o devedor ignora o fato de seu devedor ser incapaz, o pagamento é valido.
Parágrafo Único: Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento.
ART. 306: O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.
 
ART307.: Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.
Parágrafo Único: Se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la.
O pagamento que importar em alienação (obrigação de dar) não terá eficácia se feito por quem não era dono da coisa. Porém, se a coisa era fungível e o credor a recebeu e a consumiu (usar, usufruir, vender) de boa-fé reputa-se eficaz o pagamento e do credor nada se poderá reclamar, cabendo ao terceiro, que era o verdadeiro proprietário, buscar as reparações cabíveis do devedor que entregou o que não lhe pertencia.
Exemplo: Henrique vende um relógio para Carol, porém este relógio é do Hamid, que havia emprestando-o para ele há uma semana. Como o relógio é um bem fungível e a Carol agiu apenas com boa-fé, ela não perde o que já lhe pertence, então o Hamid terá que ir buscar o prejuízo que lhe foi causado com o Henrique. (fungível significa que você pode trocar por outro equivalente).
ART.308.: O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente,sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
Em regra, o pagamento deve ser realizado, diretamente, ao credor ou a quem ele represente. Nesses casos, o represente, vale dizer, não recebe como terceiro, mas sim na qualidade de álter ego do credor, o qual pode ser constituído, ilustrativamente, por meio de instrumento de mandato com poderes especiais para receber e quitar(representação convencional), pela gestão de negócios (representação oficiosa), por decorrência da lei (representação legal), por determinação judicial, tal qual se dá nos casos de depositário legal ou administrador designado pelo juiz, entre outros.
Eventual ratificação posterior do pagamento pelo credor, a despeito do pagamento ter sido realizado a quem não estava autorizado a receber, torna o pagamento eficaz. Será ainda eficaz o pagamento, caso o devedor prove que montante pago foi entregue ao credor, até o limite que este houver se beneficiado. Pagamento efetuado diretamente ao credor: A satisfação do crédito depende de pagamento realizado ao credor, sob pena de ser o pagamento inválido, porém credor pode ser qualquer um que disponha de legitimidade para receber, como o herdeiro, entre outros, devendo ser ratificado pelo mesmo ou ainda convertido em seu proveito (Art. 308, CC/02).
Pagamento efetuado ao representante do credor: Existem três tipos de categorias para representantes: legal, judicial e convencional. O representante legal é aquele que é instituído pela lei, como ocorre com os pais, tutores, etc., o representante judicial é o definido em juízo, como por exemplo o curador e por fim, o representante convencional, este último é definido pelo próprio credor. Detalhe importante, é que o pagamento que for ser realizado ao representante legal ou judicial, só poderá ser feito a este, já no caso de representante convencional, o pagamento poderá ser realizado tanto ao representante quanto ao credor
OBS.: A quem não possui LEGITIMIDADE, não é válido, salvo ratificação ou reversão.
Quem possui legitimidade para receber o pagamento?
Credor;
Representante – legal, convencional, judicial;
Herdeiros;
Cessionários.
ART.309.: O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.
 Pagamento efetuado ao credor putativo: O pagamento realizado ao credor putativo, ou seja, aquele que facilmente poderia se concluir ser o verdadeiro credor, será válido (Art. 309, CC/02), porém se o erro for grosseiro, o direito não poderá proteger aquele que agiu com negligência ou imprudência. 
O credor putativo é aquele que confere aos demais a aparência de ser o titular do crédito. Ilustrativamente, pode-se mencionar o credor primitivo se o devedor não tomou conhecimento da cessão de crédito, o portador do título de crédito, o herdeiro aparente, o legatário cujo legado não prevaleceu ou caducou. Obviamente que a análise da aparência do credor deverá ser feita casuisticamente, sempre averiguando a boa-fé do devedor e a existência de uma suposição razoável da qualidade creditícia.
O pagamento feito ao credor putativo, por devedor de boa-fé, é eficaz e exonera o devedor. Nesses casos, o credor original não poderá exigir a prestação do devedor sequer nos casos em que tenha demonstrado em juízo sua qualidade de titular do crédito.
A hipótese do credor putativo (toda vez que aparecer a palavra ‘putativo’ no direito significa aparência, que merece proteção) é o caso em que você faz o pagamento para uma pessoa acreditando que estava pagando determinado bar, e nesse bar ele fica sabendo que tem uma pessoa que é amiga do seu credor. Em um mês ele dá o dinheiro do credor para o amigo entregar e em alguns dias ele volta com o recibo dado pelo verdadeiro credor. Como ele viu que deu certo ele faz isso por mais seis meses, pois tem a confirmação do credor (através do recibo) que o dinheiro chegou às mãos dele. Um dia ele paga o amigo do credor, porém este não dá o dinheiro para o credor e quando o credor for cobrá-lo, ele diz que havia pagado para o amigo e que tem o recibo do amigo. Tem-se então uma hipótese em que o devedor acreditava que poderia continuar efetuando o pagamento daquela maneira, pois o credor colaborou emitindo o recibo anteriormente (é como se ele dissesse que autorizava que o pagamento fosse feito daquela maneira).
Então a proteção da boa-fé do direito se destina a putatividade do devedor, embora não o pagamento não tenha chegado às mãos do credor é considerado válido.
Credor Putativo(slide): É aquele que diante dos olhos do devedor e de qualquer pessoa de diligência normal é o verdadeiro credor, apesar de não o ser.
ART.310.: Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.
Credor Incapaz: Pagamento inválido, salvo se feito com boa-fé (sem haver a ciência da incapacidade pelo devedor).
O pagamento feito ao credor incapaz apresenta duas configurações, quando o solvens sabe da incapacidade do accipiens é preciso que o pagamento seja revertido em proveito do accipiens para que o mesmo seja válido, porém se o devedor não tem ciência da incapacidade do credor, o pagamento será considerado válido, mesmo que o accipiens tenha dissipado ou malbaratado o mesmo.
O pagamento feito a incapaz, em razão de idade, poderá ser considerado válido e eficaz, caso, após o cumprimento da prestação e sobrevindo a maioridade, haja a quitação retroativa da obrigação.
ART.311.: Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante.
Presume-se que o portador do instrumento de quitação está autorizado pelo credor (representante convencional) a receber a prestação em seu nome. A presunção de autorização é relativa e admite prova em contrário, caso as circunstâncias gerem dúvidas quanto à validade da representação. Ilustrativamente, poderão gerar dúvidas quanto à representação os casos de furto ou extravio do instrumento da quitação ou mesmo de notificação ao devedor cancelando a autorização. Pagamento efetuado ao credor cujo crédito foi penhorado: Pode ocorrer uma situação na qual o crédito é penhorado para terceiro, devendo o devedor ser notificado de tal penhora, se isto ocorrer, o solvens não deve realizar o pagamento ao credor, deve depositar em juízo a quantia, sob pena de ser constrangido a pagar novamente.
ART.312.: Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.
Crédito Penhorado: O crédito deverá estar disponível ao credor, o que ocorre até a notificação da penhora.
Hipótese em que o pagamento é feito ao verdadeiro credor, mas, mesmo assim, não tem eficácia, vez que o credor estava impedido legalmente de receber. A penhora retira o crédito da esfera de disponibilidade do credor, razão por que ele não pode recebê-lo. Se o devedor é intimado de penhora incidente sobre o crédito ou de impugnação judicial oposta por terceiros e, ainda assim, paga ao credor, estará pagando mal, e corre o risco de vir a ser compelido a pagar novamente. O exequente e o oponente substituem o credor por ação judicial e o pagamento deverá ser feito a eles no momento oportuno, ou por depósito judicial, livrando-se o devedor da obrigação. O objetivo do dispositivo é proteger os direitos dos credores do credor, uma vez que os créditos fazem parte de seu patrimônio e este é a garantia dos credores. O devedor, ciente da penhora ou da oposição judicial que paga o débito diretamente ao credor, será cobrado novamente pelos credores daquele nada lhe restando fazer senão procurar reaver do seu credor o que havia pago.
Objeto do Pagamento
Prestação Devida;
Dar coisa certa (Art.313, CC) – Entregar o que foi acordado.
DO OBJETO DO PAGAMENTO: O objeto do pagamento deveser o conteúdo da prestação obrigacional, assim sendo, o devedor não está obrigado a dar qualquer coisa distinta da que se obrigou, da mesma forma, o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que se contratou, ainda que mais valiosa, porém pode o credor consentir em receber coisa distinta da que se estabeleceu.
Diz respeito da especialidade. O devedor não pode obrigar o credor a receber prestação diversa ainda que mais valiosa. (o devedor só se desonera da obrigação após entregar ao credor exatamente o objeto que prometeu dar, ou realizar o ato a que se comprometeu, ou se abster da prestação, nas obrigações de não fazer. Do contrário, a obrigação converter-se-á em perdas e danos, conforme já tivemos oportunidade de explicar nos comentários anteriores).
ART.314.: Ainda que a obrigação tenha por prestação objeto divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
Diz respeito da indivisibilidade. O credor não é obrigado a receber o pagamento parcelado, salvo tenha sido estipulado que assim fosse desde o início ou assentimento expresso do credor.
Extra: a literalidade do código não resolve todos os problemas, é preciso considerar também a finalidade ética e social do direito.
ART.315.: As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes.
ART.316.: É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.
Constam no código por uma razão histórica, da época das grandes inflações que o brasil passou, eles discorrem sobre os valores expressos em moeda brasileira, hoje o real, serão pagos pelo valor nominal que representam, mas se o momento que o valor foi fixado e o momento em que o pagamento será efetuado forem momentos diferentes e a moeda houver sido desvalorizada, é possível corrigir o valor da moeda (correção monetária) para que se possa ter o pagamento de forma equilibrado para o credor e para o devedor.
ART.317.: Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
Teoria da onerosidade excessiva. O legislador autoriza o juiz a decidir e analisar se ouve fato extraordinário, se surgiu após a obrigação ser assumida e se desequilibrou muito o contrato, com fim de reequilibrar o contrato. (estes requisitos precisam estar presentes para que isso aconteça, pois se no momento da celebração do contrato já existia uma lei que previa a desvalorização, não é mais um fato extraordinário).
Exemplo: Assumi uma obrigação hoje, portanto, hoje me tornei devedor. Vou retirar o produto hoje, mas o pagamento é só para daqui um ano. Se durante esse prazo o objeto da obrigação recebe uma desvalorização grotesca por causa de fatos imprevistos, que não estavam presentes no momento da compra, e torna o valor que eu vou pagar excessivamente oneroso o juiz poderá reequilibrar o contrato.
Obs.: excessiva onerosidade – ex.: uma prestação que a comprou por 10 e na hora de pagar vale muito menos, vale 2 ou a prestação que comprou por 10 e na hora de pagar vale muito mais, vale 17. Esse é o desequilíbrio, a excessiva onerosidade.
Ex.: o sujeito está empregado quando assume a dívida para comprar um carro, e aí ele perde o emprego. Quando ele estava empregado, os 200 reais que ele pagaria por mês estavam compatíveis com a renda dele. Quando ele está desempregado, 200 reais é uma fortuna. O art. 317 não se aplica a esse caso, porque a expressão excessiva onerosidade tem a ver com a prestação e aquilo que você pagou por ela. Pelo equilíbrio das prestações. Se a pessoa está desemprega, 200 é caro, mas a prestação não vale mais ou menos por causa disso. A prestação vale a mesma coisa, se os juros faziam com que a pessoa pagasse 200 reais por mês, os juros não mudaram, a taxa é a mesma, a situação pessoal da pessoa é que foi modificada.
Quando se fala da excessiva onerosidade do art. 317, se fala da prestação e da contraprestação, nunca da condição pessoal do devedor.
ART.318.:São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, executados os casos previstos na legislação especial.
Tem o objetivo de impedir as pessoas de usar o ouro ou moeda estrangeira como referência de correção monetária no Brasil.
Objeto do Pagamento
ART.319.: O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada.
O devedor tem o direito à quitação regular (receber comprovante), e poderá reter o pagamento até receber a quitação. No entanto, a pessoa não fica dispensada de pagar, deverá realizar o pagamento em consignação, por força do art. 335, III, parte final.
ART.320.: A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.
Parágrafo Único: Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.
– O devedor pode recusar o pagamento se o credor se recusar a dar o recibo para ele. Se ele recusar a dar o recibo, o devedor entra com uma ação de consignação de pagamento.
Prova do pagamento – quitação. A prova do pagamento pode sempre ser dada por instrumento particular.
Existe um jeito de fazer a prova do pagamento que é outorgando escritura pública, ou seja, indo ao cartório de notas e pedindo para ser feito um documento que é a quitação (instrumento público), mas também pode ser feita uma prova de pagamento/quitação/recibo por um instrumento particular, que é aquele feito no “papel de caderno”.
Quitação – prova do pagamento em regra é escrita (instrumento particular ou escritura pública), mas é possível a prova do pagamento ser feita por testemunhas, que se chama prova verbal do pagamento.
Obs.: você pode provar só por testemunhas se o valor pago for inferior do que 10 salários mínimos. Se o valor pago superar isso, pode provar por testemunha desde que tenha princípio de prova documental, tem que ter um começo de prova documental e completa com testemunhas (art. 229). Completa a prova documental com testemunhas, mas essa prova não poderia ser feita só com testemunhas, se não tivesse um princípio (começo) de prova documental.
ART.321.: Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.
Alguns débitos são representados por documentos e estão de tal modo presos ao título/documento, que só podem ser pagos a quem tiver o documento em suas mãos. Fisicamente precisa ter o documento. Em outros casos, você pode ter o documento fisicamente, mas não necessariamente a posse física do documento é necessária.
Ex.: Se eu fizer um documento confessando uma dívida numa escritura pública, numa escritura feita no cartório de notas, esse documento não vai circular, ele fica no cartório, o que eu recebo é uma cópia fiel do que está lá, mas o documento não sai do cartório. Se quiser pagar o credor, ele dá um recibo, cujo original fica no cartório e esse recibo é suficiente para se ele cobrar a dívida outra vez, a pessoa se livrar mostrando o recibo. Mesmo que haja uma dívida confessada por escritura pública, o recibo pode ser por instrumento particular. A prova do pagamento sempre pode ser feita por instrumento particular (sem exceção) sem que seja necessária escritura pública para provar.
Alguns títulos, alguns documentos que provam a existência da dívida estão ligados ao documento fisicamente, por exemplo, cheque, nota promissória. Esses documentos, se foram entregues a alguém, na hora de pagar, o original precisa ser resgatado pelo devedor.Se o credor der um recibo, ele prova que o devedor foi pago, mas o devedor pode ter pago mal (ex.: cheque endossado), o devedor seria obrigado a pagar de novo.
Existem documentos que não são escritura pública, mas também não são documentos que são título de credito (prova do crédito representada por um documento literal, autônomo e abstrato). (se é um título de crédito, aquele papel vale tudo o que está envolvido na negociação). Ex.: cheque, duplicata, nota promissória (esses documentos representam o crédito). Se a pessoa paga qualquer um desses, título de volta. Se continuar circulando e estiver na mão de alguém de boa-fé, vai ter que pagar de novo.
ART.322.: Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até a prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.
Cotas periódicas: tenho uma obrigação dividida em parcelas (ex.: empréstimo – 10 parcelas de 1.000). O legislador considera que se você tem o recibo da 6ª parcela é porque as demais foram pagas. A prova do pagamento de uma parcela, se for sucessiva, gera presunção de que as anteriores estão pagas. A lógica é que ninguém aceita receber a sexta parcela se as anteriores não foram pagas – presunção. A presunção é extrair de um fato conhecido, uma conclusão aplicável a um fato que a pessoa não conhece. Pegar um fato, uma verdade que eu conheço e aplicar a um fato que eu não conheço.
Presunção absoluta: paga e pronto. Não permite prova em sentido contrário. Presunção relativa: presumo que a pessoa é culpada, mas dou a chance de ela provar que não foi culpada. Permite prova em sentido contrário.
Correção monetária significa corrigir o valor da moeda. Correção monetária não é juros. É um instrumento diferente dos juros. Juros são fruto do capital, como o aluguel é fruto do imóvel.
ART.323.: Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos.
Ex: se eu tenho um recibo com o valor principal pago, entende-se que os juros foram pagos também.
ART.324.: A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.
Título de crédito: devolveu o título, está pago. Se for outro documento, a quitação faz prova (precisa do recibo).
Cota periódica – o pagamento da última presume o pagamento das anteriores.
Capital quitado – presume a quitação dos juros.
Bilhete de caderno (confissão de dívida): não é título de crédito e não é instrumento de quitação, porém se volta para o devedor é porque provavelmente ele pagou a dívida – presunção de pagamento.
Parágrafo Único: Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento.
Não fala título de crédito, fala título do crédito, porque se for título de crédito, pego de volta. Título do crédito é o documento privado.
Ex.: Adriana não tem a quitação (recebi...), mas está com o bilhete de caderno (confissão de dívida), então presume-se que ela pagou. Porém, ela não pagou e furtou o papel do Eduardo. Ele tem sessenta dias para derrubar a presunção (e provar que ela não pagou).
ART.325.: Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida.7
As despesas com o pagamento e quitação, salvo estipulação em contrário, presumir-se-ão a cargo do devedor. Se, porém, o credor vier a mudar de domicílio ou a falecer, deixando herdeiros em locais diversos, arcará, pessoalmente ou através dos sucessores, com a despesa acrescida.
ART.326.: Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar de execução.
Pagamento de quantia em medida ou peso, sem especificar qual é, considera-se que será usado o critério de medida ou peso do lugar em que o negócio foi feito, no lugar onde se der a execução (o pagamento). – Regra supletiva (se houver divergência ou não for claro, utiliza-se a regra do lugar onde será pago).
Lugar do Pagamento
Fator importantíssimo na ocasião do pagamento, é o lugar onde deverá ocorrer o mesmo, preocupado com esse local o código alude que deverá ser no domicílio do devedor, se as partes não convencionarem em contrário, esse é o princípio da liberdade contratual (Art. 327, CC/02), quando o pagamento ocorre no domicilio do devedor, dizemos que ela é quesível, ao contrário, o termo é portável.
ART.327(APLICA-SE EM REGRA GERAL).:	Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.
Parágrafo Único: Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.
ART.328.: Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a um imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem.
ART.329.: Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor.
ART.330.: O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renuncia do credor relativamente ao previsto no contrato.
Em alguns contratos, o local do cumprimento da obrigação é determinado pela lei ou pelas circunstâncias.
- Exemplo de domicílio estabelecido pela lei: art. 328 do CC: “se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem”.
- Exemplo de domicílio estabelecido pelas circunstâncias: contratos de empreitada, em que a prestação prometida é cumprida no local em que se realiza a obra.
Quando estão ausentes tais determinações, o lugar do pagamento pode ser livremente escolhido pelas partes e constar expressamente do contrato.
Se a lei não o fixar, nem as circunstâncias, nem o contrato, o pagamento deverá ser feito no domicílio do devedor (a dívida é quérable ou quesível, devendo o credor buscar o pagamento no domicílio do devedor).
Quando se estipula como local do cumprimento da obrigação o domicílio do credor, a dívida é portable ou portável.
QDPC (Quérable = Devedor ;Portable = Credor).
Se o contrato estabelecer mais de um lugar para o pagamento, a quem caberá a escolha?
Resposta: Ao credor (art. 327, prg. único). Compete ao credor cientificar o devedor do lugar escolhido para o pagamento, em tempo hábil, sob pena de o pagamento vir a ser validamente efetuado pelo devedor em qualquer dos lugares, à sua escolha.
Se o local do pagamento for o do domicílio do devedor e houver mudança de domicílio do devedor após o contrato, qual é o local adequado?
- O Código Civil não cogita da hipótese de haver mudança de domicílio do devedor. Apesar da referida omissão, é razoável entender-se que pode o credor optar por manter o local originalmente fixado. Se isso, todavia, não for possível e o pagamento tiver que ser efetuado no novo domicílio do devedor, arcará este com as despesas acarretadas ao credor, tais como taxas de remessa bancária.
É possível a flexibilização da regra do domicílio contratual, por razões graves?
Sim. “Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor”. Deve-se assinalar que, se o fato constituir caso fortuito ou força maior, não se poderá falar em qualquer espécie indenização ao credor (art. 393).
É possível a flexibilização da regra do domicílio contratual, para proteção da boa-fé contratual?
Sim. “O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato” (art. 330). (institutos da supressio ou verwirkung).
Não se confunde o foro do pagamento com o foro para dirimir litígios (regulado pelas normas processuais).
ART’S. 327, 328, 329 e 330 – onde a obrigação será cumprida.
As partes podem escolher o lugar onde será feito o pagamento, elas estão autorizadas a dizer onde será feito o pagamento. Pode ser na casa do credor, na casa do devedor, no banco. Onde elas escolherem. Porém, se elas não disserem nada, será sempre o domicílio do devedor. Sempreque houver silencio – domicilio do devedor.
Se o pagamento consiste na entrega de um imóvel, o lugar do pagamento será onde está o imóvel.
As duas últimas regras são as que admitem que o lugar escolhido pelas partes para ser feito o pagamento varie, mude. Os ART’S.: 329 e 330 oferecem duas possibilidades de mudar o lugar de pagar. Ou o lugar é o domicilio do devedor ou é escolhido pelas partes, mas pode haver mudança tácita (mudança ditada pelo comportamento das partes) no lugar de pagamento. O comportamento significa aceitação de que o lugar deixou de ser um e passou a ser outro.
Ocorrendo motivo que impossibilite o pagamento no lugar determinado, ele pode ser feito em outro, desde que respeitados os limites da lei e não sendo prejudicial ao credor. 
Ex.: Adriana não consegue ir na casa do Eduardo fazer o pagamento porque há uma barreira que impossibilita sua ida até a casa e ela deposita o dinheiro na conta dele. Não é prejudicial ao credor, pois o dinheiro estava na conta dele na data combinada. Portanto, pode ser feito dessa maneira.
Tempo do Pagamento
Termo: Acontecimento ou momento futuro e certo.
ART.331.: Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.
Com o pagamento, o credor deverá devolver o título ao devedor, quitando, assim a dívida. Todavia, poderá ocorrer que ao credor seja impossível a devolução do título particular em razão de sua perda ou extravio. Deverá, então, fornecer ao devedor uma declaração circunstanciada do título extraviado, contendo quitação cabal do débito, inutilizando-se o título não restituído. E se por ventura o credor se recusar a fazer tal declaração para invalidar o título que se perdeu, o devedor poderá reter o pagamento até receber esse documento.
ART.332.: As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor. (Condição – Evento futuro incerto)
Nas obrigações de prestação sucessiva e no pagamento em quotas periódicas, o cumprimento de qualquer uma faz supor que os das anteriores também se deu e o da última cria a presunção juris tantum, até prova em contrário, de que houve extinção da relação obrigacional, uma vez que não é comum o credor receber sem que as prestações anteriores tenham sido pagas.
ART.333.: Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:
Em caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;
Se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados, em execução por outro credor;
Se cessarem, ou se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforça-las.
Parágrafo Único: Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes.
O credor poderá cobrar o débito, antes de seu vencimento, de um dos codevedores solidários que se encontrar em algum dos casos do art. 333, I, II e II do CC. Não vencerá quanto a devedor solvens.
Exemplo: Contrato de compra e venda de mercadoria, a ser entregue no prazo de noventa dias ao credor. Esse prazo foi fixado porque, nesse período, o credor construirá um armazém para guardá-la. Não deverá ser obrigado a aceitá-la antecipadamente.
Consignação em Pagamento
Conceito: Meio pelo qual o devedor deposita a prestação devida e obtém a liberação obrigacional.
 O pagamento em consignação consiste no depósito, pelo devedor, da coisa devida, com o objetivo de liberar-se da obrigação e transferir os riscos da mora ao credor (art. 334). Revela que o pagamento é não só uma obrigação, mas um direito do devedor. É meio indireto de pagamento ou pagamento especial. A consignação pode ser feita na esfera judicial (em conta vinculada ao processo judicial) ou extrajudicial (em estabelecimento bancário).
Uma coisa substitui a outra coisa (real) ou uma pessoa a outra pessoa (pessoal). (Ex.: fiador, devedor que paga a dívida em obrigação indivisível, adquirente de imóvel hipotecado).
A sub-rogação real supõe a ocorrência de um fato por virtude do qual um valor sai de um patrimônio e entra outro, que nele fica ocupando posição igual à do primeiro. O valor que se adquire é tratado como se fora o que se perde: passa a estar sujeito à mesma condição ou regime jurídico.
A sub-rogação é uma figura jurídica anômala, pois o pagamento promove apenas uma alteração subjetiva da obrigação, mudando o credor.
Não prejudica terceiros, visto que não faz alterar verdadeiramente a situação.
 Esta espécie de pagamento vem a ser um direito atribuído ao devedor para libertar-se de sua obrigação em determinadas circunstâncias e em certos casos, com o depósito judicial da coisa devida. O pagamento, além de ser uma obrigação do devedor, é também um direito que lhe assiste, para livrar-se de uma obrigação quando chegar a hora do vencimento, a fim de não incorrer nos ônus do inadimplemento. Desse modo, se surgirem circunstâncias que impeçam, dificultem ou embaracem o pagamento direto, assiste ao devedor o direito de efetuá-lo por outra forma, que alcance o mesmo resultado, ou seja, que op deixe a salvo das consequências do inadimplemento. Essa forma vem a ser, então, o pagamento por consignação, que nada mais é do que o depósito judicial ou o depósito em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e formas legais.
Espécie
A sub-rogação legal é a que decorre da lei. Em regra, o motivo determinante da sub-rogação, quando nem credor nem devedor se manifestam favoravelmente a ela, é o fato de o terceiro ter interesse direto na satisfação do crédito (Ex.: codevedor solidário – fiador).
A sub-rogação convencional é a que deriva da vontade das partes. 
ART.334.: Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e formas legais.
ART. 335.: A consignação tem lugar:
I - Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - Se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III – Se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - Se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
OBS: 
- Inciso I: Nesse caso o devedor não é obrigado a efetuar a consignação, por estar sem culpa, não se caracteriza mora de sua parte. Contudo, a lei lhe possibilita a realização desse pagamento, que será em consignação, para provar seu animus solvendi e marcar a recusa do credor.
 Exemplo: “quando o proprietário negando a relação ex locato repele o aluguel que lhe é oferecido pelo ocupante de seu imóvel. Tendo a Corte entendido tratar-se de locação, foi o depósito julgado oportuno, a ação de pagamento em consignação procedente e o devedor exonerado.
- Inciso II: trata de dívida quesível, em que o pagamento deve efetuar-se fora do domicílio do credor, cabendo então a este a iniciativa de ir receber o pagamento. Na inércia do credor, é facultado ao devedor o pagamento em consignação.
- Inciso III: Ocorrendo qualquer uma das hipóteses figuradas no inciso acima, o devedor pode consignar a prestação.
-Os incisos IV (Esse inciso retrata a hipótese de dúvida do devedor quanto a quem seja o credor legítimo, tal devedor receando pagar mal, procede ao depósito em juízo) e V (o litígio mencionado nesse inciso é entre o credor e o terceiro. O devedor deve entregar coisa ao credor, coisa essa que está sendo reivindicada por terceiro. Deve o devedor exonerar-se com consignação. O credor e o terceiro é que resolverão, entre eles, a pendência) do 335 são exclusivos da consignação JUDICIAL.
- Dúvida subjetiva: dúvida sobre a quem deve pagar -> o gerente do banco não decide nada, quem deve decidir é o juiz. Portanto, se tem dúvida, faça consignaçãojudicial.
- Se pender litígio sobre o objeto do pagamento -> também precisa de decisão do juiz.
ART.336.: Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação as pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido em pagamento.
Quanto às pessoas: a ação deve ser proposta contra o credor ou seu representante, ou seja, por quem tenha legitimidade para efetuar o pagamento.
A legitimidade passiva será do credor ou seu representante, já que somente esses têm poder para exonerar o devedor.
Quanto ao objeto, é essencial que a prestação paga seja íntegra, ou seja, consista na entrega da coisa avençada e na quantidade devida, p. ex., é julgada improcedente a ação se o devedor, descontando da prestação valores que acha indevidos, deposita apenas a diferença. (RT, 186/824)
Quanto ao tempo, é essencial que a consignação se efetue no prazo devido ou venha acrescida de encargos da mora se em atraso.
Quanto ao modo este será convencionado, p. ex. não se admite o pagamento em parcelas se o combinado era que fosse feito à vista.
Quanto ao lugar do pagamento, sendo a dívida quesível o pagamento efetua-se no domicílio do devedor, sendo portável no do credor, podendo haver foro especial de contrato
ART.337.: O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.
Quanto ao lugar do depósito, este deve ser o lugar do pagamento. Sendo quesível a dívida, o pagamento efetua-se no domicílio do devedor; sendo portável, no do credor, podendo haver, ainda, foro de eleição. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada
ART.338.: Enquanto o credor não declarar que aceita o depositado, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as consequências de direito.
diz que “enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências de direito”.
ART.339.: Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores.
afirma que, depois de julgado procedente o depósito, o devedor não poderá levantar o depósito, a não ser que consintam o credor, bem como todos os devedores e fiadores.
ART.340.: O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os codevedores e fiadores que não tenham anuído.
Se o credor recusar depósito, o levantamento não poderá mais ocorrer sem a sua anuência. Se, no entanto, vier a concordar com a sua efetivação, concede ele novo crédito ao devedor, em substituição ao anterior. Em consequência, ficam desobrigados os codevedores e fiadores por não ser justo que se vejam obrigados a reassumir o risco da dívida por conta de uma opção do credor.
 Visto que a consignação tenha efeito de pagamento, se o credor aceita o depósito a dívida se extingue. Se depois de aceitar o depósito o credor concorda com o levantamento do depósito efetuado pelo devedor, surge uma nova dívida-fenômeno chamado novação- consequentemente há a liberação dos fiadores e codevedores do débito anterior que não tenham anuído.
ART.341.: Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.
Se a obrigação consistir em entrega de coisa incerta e a escolha competir ao credor (CC art. 244), e se esse se recusar a receber a solução se encontra no seguinte dispositivo:
ART.342.: Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher, feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no art. Antecedente.
Assim o devedor não será obrigado a permanecer aguardando indefinidamente pela escolha do credor.
ART.343.: As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor.
ART.344.: O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento.
ART.345.: Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação.
Normalmente, são legitimados para requerer a consignação o devedor e eventual terceiro interessado. Como exceção, todavia, vencida a dívida e existindo litígio entre credores que buscam excluir-se mutuamente, cada um afirmando
ser o único titular do crédito, poderá qualquer deles requerer a consignação, sendo o devedor citado para depositar a coisa em juízo.
Sub-Rogação
Sub-rogação é a substituição de uma coisa por outra ou de uma pessoa por outra, em uma relação jurídica.
No primeiro caso, a sub-rogação é real, enquanto no segundo, pessoal.
- Exemplo de sub-rogação real ou objetiva: Art. 1.425, prg. 1º: “Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, esta se sub-rogará na indenização do seguro, ou no ressarcimento do dano, em benefício do credor, a quem assistirá sobre ela preferência até seu completo reembolso”.
- A sub-rogação pessoal gera efeito liberatório em relação ao antigo credor e translativo em relação ao novo credor, que ingressa na relação jurídica investido das mesmas garantias, acessórios e privilégios do credor originário.
Sub-rogação legal e convencional:
A sub-rogação pode ser, ainda, legal ou convencional.
A primeira decorre da lei e é um ato unilateral; a segunda, da vontade das partes e é um ato bilateral.
Natureza jurídica:
Trata-se de instituto autônomo e anômalo, em que o pagamento promove apenas uma alteração subjetiva da obrigação, mudando o credor. A extinção obrigacional ocorre somente em relação ao credor originário, que fica satisfeito. Nada se altera para o devedor, exceto a circunstância de que deverá pagar ao terceiro, sub-rogado no crédito.
Causas de sub-rogação legal:
A sub-rogação opera de pleno direito (art. 346):
a) em favor do credor que paga a dívida do devedor comum;
A utilidade dessa regra se revela quando um credor desconfia que o patrimônio do devedor não é suficiente para quitar a sua obrigação, pois existe outro credor com privilégio ou garantia que, para satisfazer seu crédito, pode esvaziar o patrimônio do devedor comum. Assim, ele pode satisfazer esse crédito, para se sub-rogar nele e aumentar as chances de que o seu crédito seja adimplido.
Exemplo: A deve a B R$10.000,00 (e A possui um fiador, F) e A deve a C R$20.000,00. C paga para B R$10.000,00 e poderá cobrar de A R$30.000,00, tendo a faculdade de cobrar de F R$10.000,00.
b) em favor do adquirente do imóvel hipotecado que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
Exemplo: o locatário do imóvel pode quitar a dívida para continuar a locação.
Exemplo: o novo proprietário que paga a dívida para não sofrer os efeitos da evicção.
c) em favor do terceiro interessado que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
Exemplo: Fiador ou avalista.
Causa da sub-rogação convencional (art. 347)
É um ato bilateral que envolve terceiros não-interessados.
Ocorre nas seguintes hipóteses:
a) quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
b) quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nosdireitos do credor satisfeito.
Efeitos da sub-rogação:
A sub-rogação produz dois efeitos:
a) o liberatório, por exonerar o devedor ante o credor originário; e
b) o translativo, por transmitir ao terceiro (sub-rogado) os direitos de crédito do credor originário, com todos os privilégios e garantias contra o devedor e fiadores, mas também com todos os ônus e encargos, pois o sub-rogado passará a suportar todas as exceções (defesas) que o sub-rogante teria de enfrentar (art. 349).
Pagamento parcial:
O pagamento parcial por terceiro pode gerar consequências diversas na sub-rogação legal e na sub-rogação convencional.
Na sub-rogação legal, o crédito fica dividido em duas partes: a parte não paga, que continua a pertencer ao credor primitivo, e a parte paga, que será objeto da sub-rogação. Na sub-rogação legal, o sub-rogado só pode reclamar do devedor aquilo que houver desembolsado (art. 350). Em caso de insolvência do devedor, o credor originário, só parcialmente pago, terá preferência sobre o terceiro sub-rogado (art. 351).
Na sub-rogação convencional, se o credor originário quiser, ele pode receber o pagamento parcial e transmitir a integralidade de seu crédito, por sub-rogação. Aqui, o regime jurídico da sub-rogação se assemelha à cessão de crédito.
ART. 346.: A sub-rogação opera-se, em pleno direito, em favor:
I: Do credor que paga a dívida do devedor comum.
II: Do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel. 
III: Do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte: não vale para o terceiro não interessado que paga a dívida em seu próprio nome, pois, apesar de ter direito ao reembolso do que pagou, não se sub-roga nos direitos do credor
ART.347.: A sub-rogação é convencional:
I: Quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos: o terceiro não interessado sub-roga-se nos direitos do credor se este lhe transferi-los expressamente até o momento do recebimento da prestação. Esta é hipótese é disciplinada pelas regras da cessão de crédito. Diferencia-se da cessão de crédito porque se opera por efeito do pagamento, enquanto a cessão não o faz.
II: Quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.: sub-rogação realizada no interesse do devedor, independentemente da vontade do credor.
ART.349.:A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.
ART.350.: Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor.
ART.351.: O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever.
É o pagamento da dívida efetuado por terceiro que assume a posição do credor originário com todos os seus direitos, privilégios e garantias.
A sub-rogação pode ser de 2 tipos:
a) Sub-rogação legal: é aquela imposta pela lei. Não depende da vontade das partes. É automática. As suas hipóteses estão previstas no artigo 346:
- O credor que paga a dívida do devedor comum.
- O adquirente de imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel (Ex: o promitente comprador, que paga uma dívida pretérita de condomínio, que veio com o imóvel comprado, para não perdê-lo)
Obs.: a hipoteca não impede a venda do imóvel, ela é uma garantia real que irá acompanha-lo sempre, independente de quantas vezes ele for vendido.
- O terceiro interessado que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado no todo ou em parte (Ex: fiador e avalista).
b) Sub-rogação convencional: é aquela que ocorre a partir de um acordo de vontade entre o credor e o terceiro ou entre o devedor e o terceiro. Está prevista no artigo 347 do CC, que apresenta 2 hipóteses:
- Quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos (Ex: o namorado que paga, em seu nome, a dívida da namorada, pedindo que o credor coloque que ele está lhe sub-rogando o crédito na posição de credor originário, o que fará com que todos os privilégios também lhe sejam transferidos).
- Quando o terceiro empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar sub-rogado nos direitos do credor satisfeito (Ex: o namorado empresta o dinheiro diretamente para a namorada, sem qualquer contato com o credor).
Obs.: O “expressa” foi grifado pois a sub-rogação depende de disposição expressa quando for convencional.
Dação em Pagamento
É a entrega pelo devedor de coisa diversa da que estava estabelecida no contrato.
Para que ocorra a dação, o consentimento do credor é indispensável (ele não está obrigado a aceitar coisa diversa, ainda que melhor).
A dação em pagamento pode ter por objeto qualquer tipo de obrigação (dar, fazer ou não fazer). Pode também ocorrer com alteração do tipo de obrigação.
Ex: o devedor está sem dinheiro e vai lá e oferece de pintar a casa do credor (obrigação de dar substituída por obrigação de fazer).
OBS: Se ocorrer a evicção (perda por força de decisão judicial) da coisa dada, será restabelecida a obrigação original. Não fica o credor restrito a conversão em perdas e danos.
Mas se havia um fiador na obrigação original, ele fica desobrigado. Mesmo com a evicção, ele não volta a ser responsabilizado.
Art. 358, CC) Sendo Título de Crédito, a transferência importará em cessão de crédito, ou seja, além de quitar a dívida o credor passará a ter direito sobre o crédito do cedente.
(Art. 359, CC) Evicção: comprar uma coisa e não se tornar dono por má-fé daquele que deu a coisa em pagamento. Neste caso, restabelece-se a dívida inicial, sendo ressalvado os direitos de terceiros. Ex: Eu recebi um terreno em dação achando que uma dívida foi paga, em virtude do valor do terreno. No entanto, o terreno não pertencia ao devedor e, logo, fui evicto do terreno que achei que seria meu. A dívida original se restabelece com o devedor.
Dação em pagamento é uma forma satisfativa de pagamento indireto, na qual, mediante acordo de vontades, o credor concorda em receber do devedor prestação diversa da que lhe é devida, para exonerá-lo da dívida (art. 356).
 Requisitos:
a) existência de um débito vencido;
b) animus solvendi (intenção de pagar); - obs.: art.: 313
c) diversidade do objeto oferecido, em relação ao devido;
d) consentimento do credor na substituição. 
Remissão
É a liberalidade efetuada pelo credor, consistente em exonerar o devedor do cumprimento da obrigação. É o perdão da dívida (art. 385).
É o perdão da dívida concedido pelo credor.
Para validade e eficácia do perdão, é preciso haver o consentimento do devedor. Se ele não consentir, não haverá a remissão da dívida, e o devedor poderá consignar em pagamento se o credor não quiser receber.
Natureza jurídica:
É um negócio jurídico bilateral e complexo.
Embora seja espécie do gênero renúncia, que é unilateral, a remissão se reveste de caráter convencional porque depende de aceitação. O remitido pode recusar o perdão e consignar o pagamento. Adotamos a teoria alemã, em contraposição à teoria italiana, que identifica a remissão com a renúncia.
- No nosso sistema jurídico, não se pode confundir a remissão com a renúncia. A renúncia é ato de disposição unilateral, abdicativo e que independe de aceitação.
Espécies:
 total ou parcial (art. 388);
A remissão parcial permite a cobrança da dívida remanescente dos devedores solidários. Mas deverá ser descontada a cota remitida (art. 388).
expressa, tácita ou presumida:
- Remissão expressa: resultade declaração do credor, em instrumento público ou particular, por ato inter vivos ou causa mortis, perdoando a dívida. 
- Remissão tácita: decorre do comportamento do credor, incompatível com sua qualidade de credor. Deve consubstanciar inequívoca intenção liberatória.
Ex. credor recebe pagamento parcial e destrói o título de crédito.
Não se deve deduzir remissão tácita da mera inércia ou tolerância do credor, salvo nos casos excepcionais de aplicação da supressio, como decorrência da boa-fé, como, por exemplo, se uma prestação for descumprida por largo tempo, e o crédito, por sua própria natureza, exige cumprimento rápido.
- Remissão presumida: quando deriva de expressa previsão legal:
I) entrega voluntária do título da obrigação por escrito particular (CC, art. 386); e
II) entrega do objeto empenhado, que faz presumir a renúncia à garantia não ao crédito (CC, art. 387).
Remissão e Pluralidade de Devedores:
a) Se a obrigação é indivisível, o codevedor perdoado pelo credor está liberado da obrigação, mas os codevedores permanecem responsáveis pela prestação, com o direito de exigir do credor o reembolso da cota remitida.
b) Se a obrigação é solidária, o codevedor perdoado está liberado de sua obrigação, mas os codevedores permanecem responsáveis pelo restante, abatida a cota remitida (art. 388);
- Como visto, a diferença de regime jurídico não é significativa quando há pluralidade de devedores.
ART.385.: A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro.
ART.386.: A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus coobrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.
ART.387.: A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não à extinção da dívida.
ART.388.: A remissão concedida a um dos codevedores extingue a dívida na parte a ele correspondente, de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.
A remissão é o ato pelo qual o credor dispensa graciosamente o devedor de pagar a dívida. É um ato bilateral, pois depende da concordância do devedor. A remissão pode ser total ou parcial, podendo produzir os mesmos efeitos que a transação.
Caso Concreto – Aula 09
João deve R$ 1.000,00 a Pedro que recebe esse valor, por depósito em sua conta
bancária, após o vencimento da dívida, conforme prometera João. Acreditando haver
recebido a dívida, Pedro remeteu o título a João, dando-lhe quitação da dívida e, em
seguida, recebeu uma cobrança de seu sócio José que alega haver depositado a
importância em conta errada e por engano. O que deve fazer José para reaver seu
dinheiro?
 Questões Objetivas
1. Considerando o lugar do pagamento, não dispondo de forma expressa a convenção
entre as partes, pode-se dizer que pelo direito brasileiro:
a) A presunção é que o pagamento seja quesível, devendo o devedor ser procurado pelo
credor;
b) A presunção é que o devedor ofereça o pagamento ao credor no domicílio deste;
c) O devedor sempre pagará onde o credor indicar, podendo mudar constantemente;
d) A opção do lugar de pagamento sempre caberá somente ao devedor;
2. “A” é devedor de “B”. “C” que não tem nenhum interesse na obrigação, paga a dívida.
Assinale a alternativa correta (60º Exame de ordem /MS):
a) Se “C” pagou em nome do devedor não terá direito a receber o que pagou.
b) Se “C” pagou em seu próprio nome sub-roga-se nos direitos do credor.
c) “B” não está obrigado a dar quitação sem a anuência de “A”.
d) Se “C” pagou em seu próprio nome tem direito a se reembolsar, mas só se sub-roga
nos direitos do credor se este autorizar.
Caso Concreto – Aula 10
Roberto adquire um imóvel no valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) pagável em
dez parcelas iguais e mensais de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Roberto efetua o
pagamento regular de nove parcelas. Em decorrência de fatores alheios à sua vontade,
torna-se inadimplente em relação à última parcela. No intuito de honrar o compromisso e
liquidar o seu débito, ele oferece ao credor um veículo avaliado em R$ 50.000,00. Após
avaliar o bem, o credor aceita o veículo e dá quitação da parcela vencida.
Qual a forma utilizada pelas partes para liquidação da última parcela? Fundamente sua
resposta.
Questões Objetivas
1. Em favor de quem empresta ao devedor o equivalente à dívida, solvida esta, perante o credor, fica estabelecida (OAB PI II 2001): 
a) Novação; 
b) Dação; 
c) Sub-rogação; 
d) Compensação.
2. Marque a alternativa incorreta: 
a) O pagamento com sub-rogação pressupõe pagamento, satisfação do credor originário. 
b) Devem ser interpretadas de forma restrita as hipóteses de sub-rogação legal, pois são taxativas. 
c) No caso de sub-rogação legal, podem as partes convencionar diminuição de privilégios dados ao credor originário. 
d) São efeitos da sub-rogação: liberatório e translativo.
Imputação do Pagamento
É a indicação de qual dívida está sendo paga quando entre um mesmo credor e um mesmo devedor existe mais de uma obrigação e apenas uma delas será cumprida.
Em regra, a imputação em pagamento é feita pelo devedor (solvens).
Se não o fizer, a imputação competirá ao credor (accipiens).
No silêncio do devedor e do credor, a indicação é feita pela lei.
Ex: Havendo dívida de capital (o principal) e dívida de juros, imputa-se o pagamento nos juros
Conceito: É um critério de interpretação da dívida quitada.
Consiste na indicação ou determinação da dívida a ser quitada quando uma pessoa se encontra obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, e efetua pagamento não suficiente para saldar todas eles.
Espécies:
a) imputação feita pelo devedor (art. 352). Limitações: arts. 133, 314 e 354;
b) imputação feita pelo credor (art. 353): quando o devedor não declara qual das dívidas quer pagar;
c) imputação por determinação legal (art. 355): se o devedor não fizer a indicação do art. 352 e a quitação for omissa quanto à imputação. A ordem é: juros, dívida que venceu em primeiro lugar, dívida mais onerosa, imputação proporcional). 
ART.352.: A pessoa obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. ->Imputação pelo devedor
ART.353.: Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo.
A princípio, a imputação cabe ao devedor (art. 352 do Código Civil). Se o devedor se omitir, a imputação caberá ao credor (art. 353 do Código Civil). Se ambas as partes se omitirem, haverá imputação legal (art. 355 do Código Civil).
ART.354.: (EXCEÇÃO): Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.
ART.355.: Se o devedor não fizer a indicação do art.352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.
Novação
É modo não-satisfativo de extinção da obrigação, pois ocorre a criação de obrigação nova para extinguir uma anterior. O credor não recebe a prestação devida, mas apenas adquire outro direito de crédito ou passa a exercê-lo contra outra pessoa.
Requisitos:
a) - Existência de obrigação jurídica anterior;
- Não podem ser objeto de novação obrigações nulas ou extintas (art. 367).
- Por outro lado, obrigações anuláveis,obrigações prescritas e obrigações naturais, embora haja divergências quanto às últimas, podem ser objeto de novação;
b) constituição de nova obrigação, mediante diversidade substancial entre a dívida anterior e a nova.
- Não há novação quando se verifiquem alterações secundárias na dívida, como exclusão de uma garantia, alongamento ou encurtamento do prazo, ou, ainda, estipulação de juros;
c) intenção de novar (animus novandi) claro e inequívoco.
- “Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito, mas inequívoco, a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira” (art. 361), como ocorre na mera renegociação de dívida.
Espécies de novação:
A novação pode ser objetiva, subjetiva ou mista.
Novação objetiva ou real (art. 360, I):
Ocorre quando nova dívida substitui a anterior, permanecendo as mesmas partes.
A novação objetiva pode decorrer de mudança:
a) no objeto principal da obrigação (conversão de dívida em dinheiro em prestação de serviços, p. ex.);
b) em sua natureza (uma obrigação de dar substituída por outra de fazer ou vice-versa); ouc) na causa jurídica (quando alguém, p. ex., deve a título de adquirente e passa a dever a título de mutuário).
A novação objetiva não se confunde com a dação em pagamento. Na dação, ocorre pagamento mediante a substituição do objeto da prestação e não da obrigação como um todo. Por isso, na dação, salvo disposição contrária, subsistem outros elementos do vínculo obrigacional, como a cláusula penal, por exemplo. Na novação objetiva, há nova obrigação, que, salvo disposição em contrário, extingue todos os acessórios da obrigação anterior.
Novação subjetiva:
Pode ser passiva ou ativa:
a) passiva (art. 360, II) — com substituição do devedor.
Pode se dar com ou sem o consentimento do devedor.
Será por expromissão (ato pelo qual quem não é devedor se apresenta ao credor como substituto do devedor, passando a ocupar o lugar deste), quando feita sem o consentimento do devedor; e
Será por delegação, com o consentimento do devedor.
Só haverá novação se houver extinção da primitiva obrigação. Neste caso, a delegação será perfeita.
Se, todavia, o credor aceitar o novo devedor sem renunciar ou abrir mão de seus direitos contra o primitivo devedor, não haverá novação e a hipótese será de delegação imperfeita, que é regulada como assunção de dívida, pelos artigos 299 a 303 do CC.
b) ativa (art. 360, III) — com substituição do credor.
Tal espécie de novação não se confunde com a cessão de crédito. Nesta, todos os acessórios, garantias e privilégios da obrigação primitiva são mantidos (CC, art. 287), enquanto na novação ativa eles se extinguem.
Novação mista ou complexa:
Admitida por alguns doutrinadores, embora não mencionada pelo Código Civil. Decorre da fusão das duas primeiras. Há substituição dos elementos objetivos e subjetivos da obrigação.
Efeitos da novação:
O principal efeito consiste na extinção da primitiva obrigação, substituída por outra. A nova obrigação não tem nenhuma vinculação com a anterior.
Bem por isso, se credor for evicto em relação ao objeto da segunda obrigação, não poderá restabelecer a primeira.
Isso não ocorreria se houvesse recebido esse objeto em dação em pagamento, pois nesse caso a obrigação primitiva seria restabelecida (art. 359).
O Superior Tribunal de Justiça, tendo em conta o princípio da função social do contrato, tem excepcionado a regra que não permite discussão da dívida novada, por extinta, e decidido que “na ação revisional de negócios bancários, pode-se discutir a respeito de contratos anteriores, que tenham sido objeto de novação”.
Leva-se em consideração, para assim decidir, o abuso de direito cometido pelo credor e a onerosidade excessiva representada pela cobrança de juros extorsivos nas obrigações anteriores.
Esse entendimento veio a ser sedimentado com a edição da Súmula 286, do seguinte teor: “A renegociação de contrato bancário ou a confissão da dívida não impede a possibilidade de discussão sobre eventuais ilegalidades dos contratos anteriores”.
 A novação extingue os acessórios e garantias da dívida sempre que não houver estipulação em contrário (art. 364).
- Não aproveitará ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação (art. 364, 2ª parte).
- Os codevedores solidários só continuarão obrigados se participarem da novação (art. 365).
- O mesmo vale para o fiador (art. 366 e Enunciado 214 da Súmula do STJ: “O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual não anuiu”).
Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se este [o primeiro devedor] obteve por má-fé a substituição (art. 363).
A insolvência do novo devedor corre por conta e risco do credor, que o aceitou. Não tem direito a ação regressiva contra o primitivo devedor, mesmo porque o principal efeito da novação é extinguir a dívida anterior.
Mas em atenção ao princípio da boa-fé, que deve sempre prevalecer sobre a malícia, abriu-se a exceção, deferindo-se lhe a ação regressiva contra o devedor originário se este, ao obter a substituição, ocultou, maliciosamente, a insolvência de seu substituto na obrigação. A má fé deste tem, pois, o condão de reviver a obrigação anterior, como se a novação fosse nula. 
Compensação
1)Conceito:
ART. 368.: Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.).
2) Espécies:
2.1) Quanto ao alcance, a compensação pode ser:
a) plena, total ou extintiva: quando as duas dívidas têm o mesmo valor; ou
b) parcial, restrita ou propriamente dita: quando os valores são diversos.
- Na dívida solidária a compensação do devedor apenas poderá acontecer até o montante de sua cota. Caso contrário, haveria enriquecimento ilícito.
2.2) Quanto à origem, a compensação pode ser:
a) legal;
b) convencional;
 c) judicial.
a) Compensação legal: opera-se automaticamente, de pleno direito. Requisitos:
I) reciprocidade das obrigações, mas abre-se exceção em favor do fiador (art. 371, 2ª parte: “o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado”);
II) liquidez e exigibilidade das dívidas (art. 369 A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.);
III) fungibilidade das prestações (dívidas da mesma natureza).
- Admissibilidade da cláusula de exclusão da compensação (art. 375), salvo nos contratos de adesão (art. 424) e de consumo (art. 51, do CDC).
Diversidade de causa: em regra, a diversidade de causa não impede a compensação das dívidas.
Exceções:
a) se provier de esbulho, furto ou roubo (origem ilícita);
b) se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos (em razão da infungibilidade do objeto dos dois primeiros contratos e da incessibilidade dos alimentos); ou
c) se uma for de coisa não suscetível de penhora (art. 373).
b) Compensação convencional: resulta de um acordo de vontades, incidindo em hipóteses que não se enquadram na compensação legal. As partes passam a aceitá-la, dispensando alguns de seus requisitos, desde que o contrato seja paritário.
c) Compensação judicial: determinada pelo juiz, nos casos em que se acham presentes os pressupostos legais. Era o caso da compensação de honorários advocatícios sucumbenciais, que restou afastada pelo NCPC
É a hipótese em que 2 pessoas são credoras e devedoras entre si, extinguindo-se a obrigação de acordo com a proporção dos respectivos direitos. Ela pode, portanto, ser total ou parcial.
A compensação pode ser voluntária ou legal:
-> Voluntária: é aquela que decorre de acordo de vontades entre as partes. Não tem requisitos.
-> Legal: é aquela imposta em juízo. Ela é forçada, não vem de um acordo de vontade entre as partes. 
Possui alguns requisitos:
. As dívidas devem líquidas (certas quanto a sua existência e determinadas quanto ao seu valor ou objeto). Não pode forçar em juízo a compensação de umadívida líquida com uma ilíquida.
. As dívidas devem ser vencidas (exigíveis).
. As dívidas devem ser fungíveis entre si (dívidas substituíveis, elas devem ter a mesma natureza; Ex: dívida de dinheiro compensa com dívida de dinheiro).
Esses requisitos são CUMULATIVOS. Todos devem estar presentes para haver compensação legal, forçada de dívidas.
ART. 370.:Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no contrato.
ART. 371.: O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado.
ART. 372.: Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a compensação.
ART. 373.: A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:
I - se provier de esbulho, furto ou roubo;
II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;
III - se uma for de coisa não suscetível de penhora.
ART. 374.:    (Revogado pela Lei nº 10.677, de 22.5.2003)
ART. 375.: Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no caso de renúncia prévia de uma delas.
ART. 376.: Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever.
ART. 377.: O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente.
ART. 378.: Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem compensar sem dedução das despesas necessárias à operação.
ART. 379.: Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão observadas, no compensá-las, as regras estabelecidas quanto à imputação do pagamento.
ART. 380.: Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exeqüente a compensação, de que contra o próprio credor disporia.
Confusão
É a hipótese em que credor e devedor são qualidades que se reúnem em uma mesma pessoa.
Ex: Sucessão. -> o pai falecido transmite o crédito de 50 mil reais de um empréstimo que fez para a filha.
A consequência é a extinção da obrigação.
A confusão pode ser de 2 tipos:
 - Confusão própria: é aquela em que a confusão abrange a totalidade do crédito | débito.
 - Confusão imprópria: é a hipótese em que a confusão atinge apenas parte do crédito (Ex: tinha outra herdeira, uma irmã, que dividiu o crédito com ela, e portanto extingue só a parte da sua herança, e persiste a dívida com a irmã).
Conceito:
Na confusão, reúnem-se numa só pessoa as duas qualidades, de credor e devedor, ocasionando a extinção da obrigação (art. 381).
2) Espécies:
a) confusão total ou própria: caso se verifique a respeito de toda a dívida; ou
b) confusão parcial ou imprópria: caso se efetive apenas em relação a uma parte do débito ou crédito.
3) Efeitos:
A confusão extingue não só a obrigação principal como também os acessórios, como a fiança.
Cessando, porém, a confusão, para logo se restabelece, com todos os acessórios, a obrigação anterior (art. 384).
4) Confusão e solidariedade:
A confusão não extingue a solidariedade. “A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade” (art. 383).
Exemplo: D1, D2 e D3 são devedores solidários de C, no valor de R$30.000,00. A cota de cada um deles corresponde a R$10.000,00.
Ocorre que, em outro contrato, D1 também é credor de C, no valor de R$30.000,00.
D1 pode alegar confusão total ou própria, para que nem ele, nem D2, nem D3 possam ser obrigados a pagar a dívida?
Resposta: Não. D1 somente pode alegar a confusão em relação à sua cota-parte, correspondente a R$10.000,00.
5) O que é confusão imprópria? 
A confusão imprópria ocorre quando há a reunião das qualidades de credor e de garante na mesma pessoa. Leva à extinção da obrigação de garantia assessória.
ART.381.: Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor.
ART.382.: A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela.
ART 383.: A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade.
ART. 384.: Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior.
Inadimplemento das Obrigações
1. Disposições gerais e espécies de inadimplemento das obrigações (ART’s.:
389/393)
Espécies de inadimplemento das obrigações:
a) O inadimplemento absoluto - dá-se quando a obrigação não foi cumprida, nem poderá sê-lo, o que ocorre em 3 (três) hipóteses: 
1) por recusa do devedor; ex.: se o dono de um sítio se recusar a transmiti-lo a quem prometeu; 
2) pelo perecimento da coisa; ex.: se o imóvel prometido à doação for destruído por inundação ou incêndio; 
3) pela inutilidade da coisa para o credor; ex.: se o bufê para uma recepção, logo após o casamento, só for fornecido no dia seguinte.
b) O inadimplemento relativo (mora) - ocorre quando a obrigação apenas se retarda, mas pode ainda vir a ser cumprida (purgada) pelo devedor e/ou pelo credor em outra oportunidade; ex.: se o relojoeiro não consertar o relógio na data prometida, mas só dois dias após; se o credor se recusar a receber a joia na data aprazada, alegando defeito inexistente; se nem o dono nem o comprador do cavalo comparecerem ao lugar e hora combinados para sua entrega.
Pressuposto e consequências do inadimplemento absoluto ou relativo - tanto numa como na outra, o pressuposto reside na culpa, com as seguintes consequências:
a)Isenção da culpa - dar-se-á se o inadimplemento decorrer de caso fortuito ou força maior (CC, art. 393 e par. único), isto é: por um fato humano (ex.: a desapropriação, uma doença) ou por um fato da natureza (ex.: uma inundação, um raio), previsível ou imprevisível, não-imputável ao devedor e irresistível (acima de suas forças).
b) O dever de reparar decorrerá como corolário natural do descumprimento culposo, em razão do prejuízo infligido a qualquer das partes, pelo qual respondem todos os bens do devedor, considerando-se inadimplente, nas obrigações negativas, quem executou o ato, de que devia abster-se, desde o dia em que o executou (CC, arts. 395 e 389/391).
c) Nas obrigações de terceiro descumpridas - quem não praticar o fato que prometeu em nome de terceiro, responderá por perdas e danos (CC, art. 439), pois não poderia vincular aquele a uma relação obrigacional, sem seu consentimento.
Responsabilidade contratual:
a) Fundamento - a responsabilidade contratual funda-se na culpa em sentido amplo, no conceito desta, portanto, incluindo-se o dolo (isto é, a intenção de prejudicar).
b) Origem – 1) o dever de indenizar surge somente quando o inadimplemento é consequência de ato ou omissão imputável ao devedor, daquele ou desta resultando dano a terceiro; 
2) a culpa contratual deriva:
 1 °) da infração total ou parcial de um contrato;
 2°) de uma declaração unilateral da vontade.
c) Responsabilidade nos contratos benéficos:
Responsabilidade por simples culpa - do contraente a quem o contrato aproveite (CC, art. 392, 1 a parte), respondendo por qualquer gênero de negligência; ex.: se o comodatário (o beneficiado) antepuser a salvação de seus bens aos do comodante numa situação de risco para os bens de ambos, responderá pelos danos advindos aos bens deste último;
c.2) responsabilidade por dolo - do contraente a quem o contrato não favoreça, porquanto é natural e justo que a responsabilidade

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