Buscar

DIREITO PENAL II - FMU ADAP DP

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL II (003054010)
PROF. CESAR LAVOURA ROMÃO
	DISCIPLINA: Direito Penal II
	
Objetivos da disciplina
Transmitir ao aluno as principais regras pertinentes a aplicação da pena no Direito Penal pátrio, a fim de cumprir tal desiderato serão expostas as regras pertinentes a pena privativa de liberdade, pena restritiva de direitos, pena de multa, "sursis", livramento condicional, unificação das penas e alguns benefícios concernentes à fase de execução da pena.
Semana 1
Tema da aula: Crimes contra a dignidade sexual - Crimes contra a liberdade sexual:            
ESTUPRO: Referência legislativa: Artigo 213 do CP.
De acordo com a LEI Nº 12.015, DE 7 DE AGOSTO DE 2009.
Estupro
Art. 213.  Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 
§ 2o  Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
Observações preliminares:
-A legislação unificou o estupro e o antigo atentado violento ao pudor.
-A principal alteração foi a mudança do termo “mulher” para “alguém”, possibilitando a inclusão, como vítima, do homem.
-A preocupação maior do legislador era proteger os menores, que a lei chama de vulneráveis (ver art. 217-A do CP – Estupro de vulnerável). Com a nova lei, qualquer relação sexual com menores de 14 anos é crime, ainda que haja o consentimento e seja com pessoa de mesma idade. (Ex. Namorados com 13 anos não podem ter atividade sexual).
Antes da reforma o estupro era de ação penal privada, ou seja, promovida mediante queixa-crime. Hoje a regra é AÇÃO PENAL CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO. Veja os detalhes sobre o tipo de ação penal abaixo.
Conceito: “Constranger alguém à conjunção carnal ou à prática de ato libidinoso, mediante violência ou grave ameaça”.
•Vem do latim Stuprum –Relação sexual indevida.
•Em outras palavras: Sexo forçado – constrangimento ilegal para a conjunção carnal.
Conjunção carnal: coito normal (com a penetração do pênis na vagina, a introdução do pênis não precisa ser total para configurar o delito ).
•Ato libidinoso diverso da conjunção carnal: Toda ação atentatória ao pudor, praticada com luxúria, lascívia que não seja a conjunção vaginal. (Ex. Conjunção anal, oral, masturbação etc.) – A lei não define, no caso concreto cabe ao julgador decidir se o houve ou não atentado ao pudor.
Objetividade jurídica: Dignidade/Liberdade sexual da pessoa (homem ou mulher).
Conduta: Constranger: forçar, obrigar, mediante violência ou grave ameaça.
“A violência ou a grave ameaça deve ser forte e séria o suficiente para vencer a recusa da vítima e constrangê-la ao ato sexual indesejado. Como a liberdade sexual é considerada um bem jurídico disponível, o consentimento da vítima elimina a tipicidade da conduta.”
Elemento subjetivo: Dolo de constranger para praticar relação sexual ou ato libidinoso.
 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa. Mulher X Mulher, Homem X Homem ou Homem X Mulher.
Sujeito passivo: Qualquer pessoa
Consumação: Com a execução da conjunção carnal (Com a introdução completa ou incompleta do pênis na vagina) ou com a prática de qualquer ato libidinoso, desde haja a emprego de violência ou grave ameaça.
Tentativa: Admissível
Ação Penal: Nos termos do art. 225, a ação penal passou a ser pública condiciaonada a representação da vítima.
O legislador ainda manteve o respeito à intimidade da vítima que deve manifestar seu interesse no início do processo. Por vezes, diante dos sofrimentos causados pelo ato a vitima, querendo apagar essa barbárie de sua memória, não buscará o sistema repressivo estatal para evitar ter que comparecer as audiências e encontrar com o autor dos fatos ou ter rememorar o ocorrido.
Existem exceções: Quando a vítima for menor de 18 anos e quando for vulnerável a ação penal será incondicionada. Além disso, temos discussões quando a violência é real. Ver súmula 608 do STF
 
 
Questões de fixação:
Conceitue, com suas palavras, o crime de estupro?
O homem pode ser sujeito passivo de estupro?
A mulher pode ser autora de estupro?
O marido que força a conjunção carnal com sua esposa responde pelo estupro?
Em 05 de janeiro de 2011, Maria, utilizando-se do emprego de grave ameaça, constrange João, advogado bem sucedido, a com ela praticar ato libidinoso diverso da conjunção carnal. Em 06 de julho Joao comparece à Delegacia para notificar o crime, tendo sido instaurado inquérito policial para apurar os fatos. Diante do caso, o Promotor poderá oferecer denuncia?
 
Leitura:
Leitura básica:
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Editora Saraiva
 
Leituras complementares:
DELMANTO, Celso e outros. Código Penal Comentado. Ed.. Rio de Janeiro: Renovar.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol. 3. São Paulo: Saraiva.
 
LEAL, João José; LEAL, Rodrigo José. Novo tipo penal de estupro. Formas típicas qualificadas e concurso de crimes. Jus Navigandi, Teresina, ano 13, n. 2258, 6 set. 2009. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=13462>.
 
JOVELI, José Luiz. Breves considerações sobre a noviça Lei nº 12.015/2009 . JusNavigandi, Teresina, ano 13, n. 2233, 12 ago. 2009. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=13313>.
Semana 2
Tema da aula: Crimes contra a dignidade sexual : art. 217-A do CP – Estupro de vulnerável
Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1o  Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
§ 2o  (VETADO) 
§ 3o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4o  Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
“A redação é, praticamente, a mesma contida nas alíneas a e b do revogado art. 224, do CP. A alteração limitou-se a substituir a antiga expressão "débil mental" por "deficiência mental", esta última mais consentânea com a atual linguagem médicopsiquiátrica. Mas, o sentido jurídico penal continua o mesmo.”
Como dito na aula anterior, o legislador visou proteger os menores de 14 anos, que a lei chama de vulneráveis. Com o tipo penal acima qualquer relação sexual com menores de 14 anos é crime, ainda que haja o consentimento e seja com pessoa de mesma idade.
Conceito: “Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos”.
•Em outras palavras: Qualquer relação sexual ou qualquer outra ação lascívia com menor de 14 anos caracteriza o crime de estupro.
A lei também lista como vulnerável o portador de enfermidade ou deficiência mental, que não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência
Objetividade jurídica: Dignidade/Liberdade sexual do menor.
Conduta: Ter conjunção carnal (relação sexual) ou praticar ato libidinoso (qualquer ato atentatório ao pudor).
Elemento subjetivo: Dolo. Intenção de ter a relação sexual ou de praticar ato libidinoso.
 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito passivo: O menor de 14 anos, enfermo ou deficiente, que não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecerresistência
Consumação: Com a execução da conjunção carnal (Com a introdução completa ou incompleta do pênis na vagina) ou com a prática de qualquer ato libidinoso.
Tentativa: Admissível
 
Art. 225 Parágrafo único - Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoavulnerável.
 
Questões de fixação:
Quem a lei considera vulnerável?
Qual a consequência penal se da relação sexual sobrevier a morte da vítima?
A caracterização do estupro contra vulnerável exige violência?
Se o sujeito ativo do crime desconhece a idade da vítima há crime?
 
 
Leitura:
Leitura básica:
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Editora Saraiva
 
Leituras complementares:
DELMANTO, Celso e outros. Código Penal Comentado. Ed.. Rio de Janeiro: Renovar.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol. 3. São Paulo: Saraiva.
Semana 3
Tema da aula: Crimes contra a paz pública: Quadrilha ou bando.
Referência legislativa: Artigo 288 do CP.
Quadrilha ou bando
Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes:
Pena - reclusão, de um a três anos.
Parágrafo único - A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado.
Conceito: É a associação, de mais de três pessoas, para o fim de cometer crimes.*
*O crime de quadrilha ou bando não se confunde com a associação criminosas para o tráfico de drogas – Art. 35 da Lei de Drogas – muito menos com as organizações criminosas – Lei 9.034/95
Objetividade jurídica: Paz Pública. Sentimento de tranqüilidade e segurança.
Sujeito ativo: + de 3 pessoas, ou seja, no mínimo 4 pessoas.
Trata-se de crime plurissubjetivo, coletivo, de concurso necessário.
Verifique que na doutrina há uma divergência sobre a contagem de inimputáveis (menores ou doentes mentais) para considerar a existência da quadrilha. Se 3 maiores se juntarem com menor de 18 anos haverá quadrilha?
Sujeito passivo: Coletividade
Conduta: Associarem-se. É a união, reunião com estabilidade e permanência.
Para a prática de CRIMES*
*Nesse ponto, como o legislador empregou o plural (crimes), se o grupo pretender praticar único crime não haverá quadrilha.
Encontraremos, também, muita divergência (doutrinária e jurisprudencial) sobre esse ponto.
Elemento subjetivo: Dolo de união para a prática de crimes
Consumação: No momento da reunião de 4 ou mais pessoas que pretendam praticar crimes.*
*Não há necessidade de que o crime já tenha sido praticado. Não é necessário que o bando/quadrilha pratique crimes, porque a lei diz: “(...) PARA O FIM de cometer crimes”, se os crimes ocorrem, responderão então, pelo art. 288 e pelo outro crime que foi cometido. Poderá também, haver condenação pelo art. 288 e absolvição pelo outro crime cometido, por falta de provas do roubo, por exemplo. Por isso, é considerado um crime autônomo, pois existe isoladamente.
É um crime que autoriza a decretação da prisão temporária, está previsto na Lei 7.960/89
Tentativa : Impossível.
Causa de aumento (pena em dobro):  se o grupo é armado.**
** Verifique na doutrina os posicionamentos sobre a exigência de que todos os integrantes estejam armados ou se basta apenas um deles estar armado.
Leitura básica:
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Editora Saraiva
 
Leituras complementares:
DELMANTO, Celso e outros. Código Penal Comentado. Ed.. Rio de Janeiro: Renovar.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol. 3. São Paulo: Saraiva.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal.Vol. II. São Paulo: Atlas.
 
Palavras-chaves para busca na Internet  e em bibliotecas:
- Quadrilha ou bando.
- organização criminosa
Questões de fixação:
 
Quais os elementos que caracterizam uma quadrilha?
A união de mais de 3 pessoas para a prática de um único crime caracteriza algum tipo penal?
Se 3 maiores se juntarem com menor de 18 anos haverá quadrilha?
Diferencie quadrilha de organização criminosa.
Para o aumento de pena há necessidade de que todos os integrantes estejam armados?
Pessoas que se reúnam com estabilidade e permanência com o fim de praticar contravenções penais, praticam o crime de bando ou quadrilha?
Semana 4
Tema da aula: Crimes contra a fé pública: Moeda falsa.
Referência legislativa: Artigo 289 do CP.
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro:
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.
Conceito: Falsificar, fabricando ou alterando.
Objetividade jurídica: Fé Pública - é a crença nos documentos, nos símbolos, nos papéis públicos.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa
 
Sujeito passivo: Estado.
Secundariamente o prejudicado. Aquele que recebeu a moeda falsa.
 
Conduta: Falsificar-imitar: Com probabilidade de engano, idoneidade
-Fabricando : produz integralmente a moeda. Contrafação.
-Alterando: modificação da moeda verdadeira.
**A falsificação deve ter probabilidade de engano, caso não tenha, poderemos aplicar a súmula 73 do STJ: A UTILIZAÇÃO DE PAPEL MOEDA GROSSEIRAMENTE FALSIFICADO CONFIGURA, EM TESE, O CRIME DE ESTELIONATO, DA COMPETENCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL.
Elemento subjetivo: Dolo, vontade de falsificar, fabricando ou alterando.
 
Momento Consumativo: No momento em que há fabricação ou adulteração da moeda
Porém, não é pacifico, parte da doutrina entende que para caracterização e consumação do delito, a moeda falsa deve ser colocada em circulação. Dessa forma se a moeda não sair da esfera de vigilância do falsificador não haverá o crime do art. 290, mas do art. 291. Para os adeptos dessa corrente, a justificativa está no próprio tipo penal que fala em “moeda em curso legal".
Tentativa: Discutível. Diante do previsto no art. 291**
**Petrechos para falsificação de moeda
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
}Exemplo: Aquele que é pego imprimindo dólares ainda não poderá ser punido pela falsificação, porém já está consumado o crime de petrechos.
Forma Privilegiada:
Art. 289, § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Aquele que recebe de boa-fé e coloca em circulação é punido.
Competência para o processamento é da justiça federal
 
Como o delito deixa vestígios, a prova pericial é indispensável. A prova da materialidade depende de pericia.
Aplicação do princípio da bagatela ou insignificância: é inviável, o objeto jurídico tutelado não admite a insignificância, uma vez que se trata da fé pública, e assim, da confiança que as pessoas devem depositar na moeda.
Leitura básica:
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Editora Saraiva
Leituras complementares:
DELMANTO, Celso e outros. Código Penal Comentado. Ed.. Rio de Janeiro: Renovar.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol. 3. São Paulo: Saraiva.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal.Vol. II. São Paulo: Atlas.
 
Palavras-chaves para busca na Internet  e em bibliotecas:
- Falsificação de moeda.
Questões de fixação:
Se a falsificação for grosseira haverá responsabilidade penal?
Aquele que recebe de boa-fé uma nota falsa, pode devolvê-la à circulação?
Discorra sobre a possibilidade de tentativa do crime de moeda falsa.
Considere que umindividuo tenha fabricado um instrumento especialmente destinado a falsificação de moeda e que antes da produção do falso papel, tenha sido legalmente flagrado pela polícia em posse do maquinário. Nessa situação, o agente responderá pela tentativa do crime de moeda falsa, visto que não houve a efetiva falsificação?
Comente sobre o momento consumativo do crime de moeda falsa.
Semana 5
Tema da aula: Crimes contra a fé pública: Falsidade documental.
Referência legislativa: Artigos 297 e 298 do CP.
Falsificação de documento público: Art. 297
Falsificação de documento particular: Art. 298
 
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
§ 3o – verificar no Código Penal.
§ 4o – verificar no Código Penal.
Falsificação de documento particular
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Obs. Os comentários a seguir envolverão o crime de falsificação de documento público, sendo que grande parte é aplicável ao crime de falsificação de documento particular.
Conceito: Falsificar ou alterar documento público ou particular.
A distinção entre os dois tipos penais está no objeto material: documento público ou particular.
 
Aqui  a idoneidade é do documento em si, o documento é estruturalmente falso.
Objetividade jurídica: Fé Pública - é a crença nos documentos, nos símbolos, nos papéis públicos.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa.  
Se o sujeito ativo for funcionário público, poderá ser aplicada a regra do §1º:
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
Sujeito passivo: Estado.
Secundariamente o prejudicado pelo falso.
Condutas:
Falsificar no todo ou em parte: criar materialmente, fabricar
     Ex.: Imprime um RG novo
Ou alterar documento verdadeiro – exclui ou inclui dizeres
     Ex.: Troca de foto em RG
Elemento subjetivo: Dolo, vontade de falsificar ou alterar o documento.
 
Momento Consumativo: No momento em que há falsificação ou adulteração. Não é necessária a circulação do documento, pois há um crime especifico que pune o USO do documento falso, que está previsto no art. 304 do CP “Fazer uso de qualquer dos papeis falsificados ou alterados, a que se referem os art. 297 a 302”
 
É pacifico que, quando o uso é feito pelo próprio falsário ele não responderá em concurso pelo falso e pelo uso do documento, no entanto há controvérsia em relação a qual dos crimes o sujeito responderá só o crime de falso, ou só o crime de uso.  (ver correntesdoutrinarias)
 
 
Tentativa: Discutível. (Procure as correntes doutrinárias sobre o assunto)
 
Leitura básica:
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Editora Saraiva
 
Leituras complementares:
DELMANTO, Celso e outros. Código Penal Comentado. Ed.. Rio de Janeiro: Renovar.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol. 3. São Paulo: Saraiva.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal.Vol. II. São Paulo: Atlas.
 
Palavras-chaves para busca na Internet  e em bibliotecas:
- Falsificação de documento público;
 - Falsidade documental;
 
Questões de fixação:
 
Para fins penais o testamento é documento público ou particular?
Aquele que falsifica um documento para receber vantagem responde pela falsificação ou pelo estelionato?
O que diferencia os crimes dos artigos 297 e 298?
A falsificação de um cheque configura que crime?
João, assim que seu tio faleceu alterou o testamento particular por ele deixado para lhe atribuir parte da herança. João responderá por algum crime? Qual?
Em relação ao crime de falsificação de documento público, o fato de o agente ser funcionário público, independentemente de se haver prevalecido do cargo para pratica da falsificação, é suficiente para qualificar o crime?
A falsificação e o uso de documento público, pelo mesmo agente configura qual delito? Explique
Semana 6
Tema da aula: Crimes contra a fé pública: falsidade ideológica.
 
Referência legislativa: Artigo 299 do CP.
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
 
De plano, perceba que falsidade ideológica é uma espécie de falsidade documental e não é a conduta de se passar por outra pessoa. Logo a utilização do termo popularmente é equivocada.
 
FALSIDADE MATERIAL (forma)  X  FALSIDADE IDEOLÓGICA (conteúdo)
FALSIDADE IDEOLÓGICA – modificação do conteúdo. Não há alteração física. É o conteúdo intelectual que não corresponde com a verdade. O documento é materialmente verdadeiro, porém seu conteúdo é viciado.
FALSIDADE MATERIAL – modificação da forma. Exige uma alteração física. Cria um documento novo. É uma réplica uma imitação. Constatável por perícia.
Conceito: É a falsificação com a modificação do conteúdo do documento.
 
Objetividade jurídica: Fé Pública - é a crença nos documentos, nos símbolos, nos papéis públicos.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa**.  
**Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
Sujeito passivo: Estado.
Secundariamente o prejudicado pelo falso.
Condutas:
Falsidade imediata – o autor do crime é quem faz o documento
  -Omitir declaração que deveria constar (Crime omissivo puro)
  -Inserir declaração falsa ou diversa da que deveria
Falsidade mediata - o autor do crime induz o autor do documento
  -Fazer inserir declaração falsa ou diversa da que deveria
Elemento subjetivo: Dolo, vontade de omitir, inserir ou fazer inserir em documento declaração falsa, com a finalidade de:
-Prejudicar direito;
-Criar uma obrigação;
-Alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
 
Assim, o crime exige o especial fim de agir (“com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante”). Dessa forma a falsificação que não conduza a qualquer desses três resultados deve ser considerada penalmente indiferente.
 
Momento Consumativo: No momento em que há a omissão ou a inserção de declarações em documento.
 
Tentativa: Na forma comissiva admissível. Na omissiva inadmissível.
 
 
Leitura básica:
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Editora Saraiva
 
Leituras complementares:
DELMANTO, Celso e outros. Código Penal Comentado. Ed.. Rio de Janeiro: Renovar.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol. 3. São Paulo: Saraiva.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal.Vol. II. São Paulo: Atlas.
 
Palavras-chaves para busca na Internet  e em bibliotecas:
- Falsificação de documento público;
 - Falsidade documental;
- Falsidade ideológica.
 
Questões de fixação:
 
Diferencie falsidade ideológica de falsidade material.
Para a apuração da falsidade ideológica é necessária a prova pericial?
Quem insere declaração falsa em documento público com o fim de prejudicar direito responde por algum crime? Explique.
Semana 7
Tema daaula: Crimes contra a administração pública:
Concussão: art. 316 do CP
Corrupção passiva: art. 317 do CP
Corrupção ativa: art. 333 do CP
Todos são crimes contra a Administração Pública, porém, os dois primeiros são praticados por funcionário público e terceiro por particular.
 
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
 
 
Objetividade jurídica: Administração Pública
Sujeito passivo: O Estado, secundariamente o particula
Sujeito ativo: Funcionário Público – Crime Próprio
O conceito de funcionário público para fins penais é trazido no art. 327 do CP ,   (Art. 327 – “Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.  § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.” Esse conceito é mais amplo do que aquele encontrado no Direito Administrativo. r prejudicado.
Conduta: Exigir: obrigar, ordenar.
É uma extorsão, um abuso da função.
A vítima tem um temor de represálias, retaliações**
**Ex. Fiscal da Prefeitura que exige propina para deixar de multar o estabelecimento por eventual irregularidade.
 
Elemento subjetivo: Dolo. Vontade de exigir vantagem, prevalecendo-se de função
Consumação: Com a exigência de vantagem.
Trata-se de crime formal, por isso, não é necessário o pagamento.
Tentativa: Admissível.
Por exemplo, quando a exigência é feita por escrito, porém, a carta não chegou aodestinatário por vontade alheia a do sujeito ativo.
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
 
 
Objetividade jurídica: Administração Pública
Sujeito ativo: Funcionário Público – Crime Próprio
Obs. A corrupção passiva é praticada por funcionário público e a corrupção ativa é praticada por particular.
Note que é possível a existência de uma sem a outra. São crimes independentes.
Sujeito passivo: O Estado, secundariamente o particular, desde que não seja o corruptor.
Condutas:
Solicitar: pedir, manifestar desejo de receber
Receber: obter, alcançar
Aceitar promessa: concordar, anuir com o recebimento
Elemento subjetivo: Dolo. Vontade de solicitar, receber ou aceitar promessa vantagem, prevalecendo-se de função.
Consumação: Com a solicitação, recebimento ou aceitação da promessa.
Trata-se de crime formal, por isso, não exige que o ato funcional tenha sido praticado, retardado ou omitido.
Tentativa: Admissível.
Por exemplo, quando a solicitação é feita por escrito, porém, a carta não chegou aodestinatário por vontade alheia a do sujeito ativo.
 
Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
Objetividade jurídica: Administração Pública
Sujeito ativo: Qualquer Pessoa
Esse crime é praticado por particular contra a Adm. Pública.
Sujeito passivo: O Estado.
Condutas:
Oferecer: colocar à disposição, expor, apresentar
Prometer: obrigar-se, anunciar, fazer a promessa
Elemento subjetivo: Dolo. Vontade de prometer ou oferecer vantagem para que haja uma conduta do funcionário público.
Consumação:  Com a oferta ou promessa de vantagem.
Trata-se de crime formal, por isso, não é necessária a aceitação pelo funcionário público.
Tentativa: Admissível. Ex.: Por escrito.
 
Leitura básica:
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Editora Saraiva
 
Leituras complementares:
DELMANTO, Celso e outros. Código Penal Comentado. Ed.. Rio de Janeiro: Renovar.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol. 3. São Paulo: Saraiva.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal.Vol. II. São Paulo: Atlas.
 
Palavras-chaves para busca na Internet  e em bibliotecas:
- Crimes contra a administração pública;
- Corrupção
-Concussão
 
Questões de fixação:
A vantagem indevida indicada nos tipos penais estudados é só econômica ou pode ser de outra natureza?
Diferencie corrupção passiva de concussão.
É possível a caracterização de corrupção passiva sem que haja a corrupção ativa? 
Disserte sobre o momento consumativo dos crimes em estudo.
Um particular pode ser participe ou coautor no crime de concussão?
Uma autoridade policial que aceitou quantia em dinheiro como recompensa para concluir as investigações policiais relacionadas ao crime de roubo ocorrido na Fazenda de um empresário comete algum crime? Qual?
O funcionário que recebe dinheiro para a realização de falsa perícia comete qual crime?
Um funcionário público pode cometer concussão mesmo que já esteja aposentado?
Semana 8
Tema da aula: Crimes contra a administração pública: Contrabando e Descaminho.
 
Referência legislativa: 334 do CP.
 
Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
 
 
Contrabando: é a importação ou exportação de mercadoria proibida.
Descaminho: é a fraude para evitar pagamento de imposto.
 
Objetividade jurídica: Administração Pública
Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito passivo: O Estado.
Condutas:
CONTRABANDO:
Importar: trazer para o país e Exportar: tirar do país
               Mercadoria ilícita
DESCAMINHO:
Iludir: fraudar o pagamento do imposto
Elemento subjetivo: Dolo.
**Ex. Fiscal da Prefeitura que exige propina para deixar de multar o estabelecimento por eventual irregularidade.
Consumação:
CONTRABANDO: Com a saída ou ingresso da mercadoria.
DESCAMINHO: Com a posse do bem sem quitação do tributo.
Tentativa: Admissível.
Princípio da especialidade: quando houver lei especifica regulando a importação ou exportação de mercadoria proibida como no caso da lei de drogas (lei 11.343/06), aplica-se  lei especial.
 
A competência para processar e julgar esse crime é da Justiça Federal, ficando prevento o juízo do lugar da apreensão dos bens (Súmula 151 STJ)
Leitura básica:
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Editora Saraiva
 
Leituras complementares:
DELMANTO, Celso e outros. Código Penal Comentado. Ed.. Rio de Janeiro: Renovar.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol. 3. São Paulo: Saraiva.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal.Vol. II. São Paulo: Atlas.
 
Palavras-chaves para busca na Internet  e em bibliotecas:
- Crimes contra a administração pública;
- Contrabando
- Crime de descaminho
 
Questões de fixação:
 
Disserte sobre a aplicação do princípio da bagatela no crime de descaminho.
Diferencie contrabando de descaminho?
O pagamento do tributo extingue a punibilidade do crime de descaminho?
Quando esta consumado o crime de descaminho?

Continue navegando