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1 OBJETIVOS Os objetivos desta prática são determinar o peso de um objeto desconhecido através de um sistema de forças; medir as reações nos apoios de uma viga bi-apoiada, enquanto um corpo móvel é deslocado sobre a mesma; verificar as condições de um estado de equilíbrio. MATERIAL 1ª Parte Massa aferida de 100g; Estrutura de madeira; Massa desconhecida; Balança digital; Transferidor montado em suporte; Material para desenho (papel, régua, esquadro e transferidor). 2ª Parte Massa aferida de 50g; Dinamômetros de 2N (dois); Estrutura de suporte; Barra de 100 cm de comprimento. 2 FUNDAMENTOS (1ª Parte) A condição de equilíbrio de um corpo é que a resultante de todas as forças que atuam sobre ele seja zero. A figura abaixo ilustra um sistema em equilíbrio, onde sobre o corpo 1 atuam as forças peso (P1) e tração (T1). Estando o corpo em equilíbrio, o módulo das forças P1 e T1 é o mesmo. O nó A sofre a influência das forças T1, T2 e T3, e como ele está em equilíbrio, o somatório delas é nulo. Sabe-se que a resultante da soma entre T2 e T3 é oposta a T1, portanto, com o valor de P1, pode-se obter os valores de T2 e T3. Para determinar os módulos de T2 e T3, utiliza-se a regra do paralelogramo, onde a diagonal do mesmo é definida por um vetor de mesmo módulo e sentido oposto a T1, ou seja -T1. Foi definida uma escala para T (em centímetros), para que os módulos de T e T pudessem ser determinados através de suas medidas. O nó B, em equilíbrio, sofre a influência das forças T4, T5 e T6, onde, para um fio de massa desprezível T3 = T4 (em módulo). Faz-se uso novamente da regra do paralelogramo para determinar os módulos de T5 e T6, onde a figura formada tem como diagonal um vetor de mesmo módulo e sentido oposto a T4, nesse caso, -T4. Usando a mesma escala do paralelogramo anterior, os módulos de T5 e T6 serão obtidos, e também P2, já que seu módulo é igual ao de T6. Seguem abaixo imagens de como ficam os paralelogramos obtidos nos dois nós: 3 PROCEDIMENTO (1ª Parte – Equilíbrio de um corpo) Utilizando-se o sistema disponível para a prática, que estava montado com os materiais já citados, certificou-se que o peso P=100gf estava à esquerda e o peso desconhecido, P, estava à direita. Com o transferidor, foram medidos os ângulos entre os fios para obter- se a geometria para cada nó. Foi utilizada uma relação de 5,0 cm para representar 100gf. Nó A Nó B 4 Através do método descrito nos fundamentos da primeira parte desta prática e fazendo-se a análise dos desenhos anteriores pode-se determinar o peso desconhecido P2, por meio de relações simples. Os cálculos a seguir ilustram como se chegou a tal conclusão: 5 cm – 100 gf 4,3 cm – x x= 86 gf (equivalente aos valores T2 e T3) T4 = P2 = 3,7 cm 5 cm – 100 gf 3,7 cm – P2 P2 = 74 gf (equivalente aos valores de T4 e P2) Foi informado ao professor o resultado de P2 obtido e, em seguida, observou-se o peso obtido do mesmo objeto por uma balança, para constatar-se que o erro percentual do experimento foi inferior a 10%. Os cálculos se encontram abaixo: Peso obtido na balança = 72 gf Peso obtido no experimento = 74g Erro percentual = |Pb -Pd|/Pb = [|72 – 74|/72] = 0,0278 x 100 = 2,78% FUNDAMENTOS (2ª Parte) O equilíbrio de um corpo rígido é definido pelos seguintes fatores: A soma vetorial de todas as forças externas que atuam sobre ele seja nula; A soma vetorial de todos os torques externos que atuam sobre ele seja nula. Como representado na figura abaixo, para uma barra uniforme de peso P2 e comprimento L, em equilíbrio sobre os apoios A e B, e com uma carga P1, que pode ser movida pela extensão da barra, sendo x sua posição em relação à extremidade esquerda. 5 PROCEDIMENTOS (2ª Parte – Equilíbrio de um corpo rígido) Os dois dinamômetros foram fixados na estrutura de madeira, e uma régua de 100 cm foi presa aos dinamômetros, ficando o dinamômetro A fixado a 20 cm da extremidade esquerda e o dinamômetro B fixado a 20 cm da extremidade direita, como ilustra a figura a seguir: Antes do corpo móvel ser posto sobre a régua, ela foi pesada observando- se as medidas dos dinamômetros, e foi obtido o peso de P2 = 1,98 N. Após isso, a massa de 50 g foi posta sobre a régua e a percorreu de 10 em 10 cm, a partir do zero (extremidade esquerda). Assim foram anotados os valores das reações RA e RB (que são as leituras dos dinamômetros A e B). Os valores obtidos estão apresentados na tabela abaixo: x (cm) RA (N) RB (N) RA + RB 0 1,64 0,86 2,50 10 1,56 0,94 2,50 20 1,48 1,02 2,50 30 1,40 1,10 2,50 40 1,30 1,20 2,50 50 1,22 1,28 2,50 60 1,14 1,36 2,50 70 1,06 1,44 2,50 80 0,96 1,54 2,50 90 0,88 1,62 2,50 100 0,80 1,70 2,50 Abaixo está representado um gráfico que contém as reações RA e RB em função da posição x (cm), assim como os valores de RA + RB em função de x: 6 QUESTIONÁRIO 1. Qual o erro percentual obtido na determinação do peso desconhecido pelo método descrito na 1ª parte? Peso obtido na balança = Pb = 72 gf Peso obtido no experimento = Pd = 74 gf Erro percentual = (Pb – Pd)/Pb = [|72 – 74|/72] * 100 = 2,78% O resultado do erro obtido está dentro da margem de 10% estabelecida pelo professor. 2. Some graficamente T, T e T (use 5cm para representar 100 gf). 3. Qual o peso da régua (barra) utilizada na 2ª parte? Em N e gf. Pela leitura dos dinamômetros, o peso da barra é: 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 0 20 40 60 80 100 120 R e aç õ e s (N ) Posição (cm) Reações em função da posição Ra Rb Ra + Rb Linear (Ra) Linear (Rb) Linear (Ra + Rb) 7 Pb = 1,98 N Definindo peso como P=m.g, temos: 1,98=m.9,80 m = 0,202 kg = 202 g Considerando 1g = 1gf, podemos concluir queque o peso da barra em gf é 202 gf. 4. Verifique, para os dados obtidos com o peso na posição 80 cm sobre a régua, se as condições de equilíbrio são satisfeitas. Comente os resultados. Para haver equilíbrio no corpo devem ser satisfeitas duas condições: a) O somatório de todas as forças deve ser zero: RA + RB – P1 – P2 = 0 0,96 + 1,54 – (0,05 x 9,81) – 1,98 = 0 2,50 – 0,491 – 1,98 = 0 0,029 ≠ 0 b) Somatório dos momentos das forças deve ser zero. Adotando-se como ponto base a extremidade esquerda da régua, temos: P1.d1 + P2.d2 – RA.dA – RB.dB = 0 [((0,05 x 9,8) x 0,8)] + (1,98 x 0,5) – (1,48 x 0,2) – (1,10 x 0,8) = 0 0,392 + 0,99 – 0,296 – 0,88 = 0 0,206 ≠ 0 Analisando-se os resultados obtidos, percebemos que não se chegou a valores cujos somatórios fossem iguais a zero para atender às duas condições. Tal fato pode ter ocorrido devido a eventuais falhas durante o procedimento, o que impediu de chegarmos no valor teórico, mesmo que na prática tenha-se chegado muito próximo. 5. Calcule os valores esperados para as reações RA e RB (em gf) medidas nos dinamômetros, para uma régua de 100 cm e 60gf e um peso de 40 gf colocado sobre a régua na posição x = 60 cm. Considere que um dos dinamômetros foi colocado na posição 10 cm e o outro na posição 80 cm. a) O somatório das forças deve ser igual a zero: RA + RB – P1 – P2 = 0 RA + RB = 60 + 40 RA + RB = 100 b) O somatório dos momentos lineares deve ser igual a zero: P1 x d1 + P2 x d2 – RA x dA – RB x dB = 0 (40 × 0,6)+ (60 × 0,5) – (RA × 0,1) – [(100 – RA) × 0,8] = 0 24 + 30 – 0,1.RA - 80 + 0,8RA = 0 0,7RA = 26 8 RA = 37,15 gf RA + RB+ = 100 RB = 100 – 37,15 RB = 62,85 gf 9 CONCLUSÃO A prática 5 foi importante para mostrar aos alunos situações de equilíbrio de um corpo. Os resultados ficaram dentro das margens de erro, o que mostra a eficácia dos experimentos. Na primeira parte do experimento, pôde-se determinar o peso de uma massa desconhecida através da análise de um sistema em equilíbrio composto por fios e uma massa conhecida. O peso obtido pelos experimentos foi de 74,00gf, enquanto o obtido na balança foi de 72,00 gf, mostrando a precisão do experimento, cujo erro foi menor que 10%. Esta variação dos pesos é aceitável, uma vez que sobre o sistema atuam outras forças, assim como pode haver um pequeno erro durante as medições dos ângulos, causado pelo posicionamento errado do transferidor, observação pouco precisa do ângulo, etc. A segunda parte consistiu na análise de um sistema com um corpo extenso e dinamômetros para medir as reações numa régua. Os resultados também mantiveram-se dentro de uma margem de erro, porque o deslocamento da massa variava as reações nos pontos A e B, mas o somatório deles manteve-se sempre em 2,50 N. Já no segundo resultado, o somatório das forças deveria ser zero, assim como o somatório dos momentos, no entanto houve pequenos desvios, que podem ser resultados de pequenos erros e falhas durante a prática do procedimento. Dessa forma, os procedimentos realizados em laboratório, mostrando como funcionam os conceitos de equilíbrio, mostram sua importância no nosso dia-a-dia. Também, este experimento mostrou a importância de se fazer uma medição correta, para que os resultados nos cálculos não sejam consideravelmente afetados. 10 BIBLIOGRAFIA Livro DIAS, Nildo Loiola. Roteiro de aulas práticas de física. Fortaleza: Departamento de Física UFC, 2016 Site SILVA, Domiciano Correa Marques da. Condições de equilíbrio de um corpo. http://alunosonline.uol.com.br/fisica/condicoes-equilibrio-um-corpo.html. Acesso em: 11 de junho de 2016 às 14:30.
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