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1 OBJETIVOS Esta prática tem dois principais objetivos: Determinar a capacidade térmica de um calorímetro e, em seguida, determinar o calor específico de vários sólidos, para que assim possam ser constatados os conhecimentos teóricos da calorimetria, que envolve os conceitos de calor, transferências de calor, equilíbrio, calor específico, etc. MATERIAL Calorímetro; Água; Amostras de ferro, alumínio e latão; Balança digital; Termômetros (um analógico e um digital); Béquer de vidro de 250 ml; Béquer de plástico de 100 ml; Transformador 220 V/110 V; Aquecedor elétrico 110 V (mergulhão); Fogareiro elétrico. FUNDAMENTOS O principal fundamento teórico a ser trabalhado nesta prática é o de calor específico. A definição de calor específico é de que se trata da quantidade de energia necessária para aumentar em 1ºC a temperatura de uma substância com massa de 1g. Isso significa que, por exemplo, quanto maior o calor específico de um objeto, mais energia será necessária para aquecê-lo. Logo, podemos observar este conceito no nosso dia-a-dia com o clássico exemplo da praia, onde durante o dia a areia e o mar recebem a mesma quantidade de energia do sol, mas a areia se aquece mais rapidamente do que a água em virtude de seu menor calor específico. O principal instrumento utilizado nesta prática é o calorímetro, e sua importância vem do fato de que proporciona um ambiente praticamente isolado termicamente, onde podem ser feitas misturas de substâncias com diferentes temperaturas sem que haja perda de calor para o ambiente, permitindo assim uma medição precisa das mudanças internas de temperatura. O calorímetro utilizado nesta prática é composto de um recipiente metálico de alumínio, protegido por outro recipiente, este de isopor, que é isolante térmico, que está protegido por outro recipiente, de plástico, e possui uma tampa plástica que possui um furo para que possa ser inserido o termômetro digital. 2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL O primeiro procedimento se divide em duas partes, e a primeira delas consiste em determinar o equivalente em água do calorímetro, ou seja, a massa de água que possui a mesma capacidade térmica do calorímetro, que é o que se deseja obter. Com este dado em mãos, a segunda parte do experimento seria feita, que é o cálculo dos calores específicos das amostras de ferro, alumínio e latão. Parte 1: Determinação da capacidade térmica do calorímetro. Inicialmente, cada equipe mediu uma massa de 80 g de água à temperatura ambiente, com o uso da proveta, e a colocou no calorímetro. A temperatura da água foi medida com o termômetro digital. No béquer de vidro, foram colocadas mais de 200 ml de água, para que esta fosse aquecida utilizando-se o aquecedor elétrico, que foi ligado ao transformador de 220 para 110 V. A água foi aquecida até aproximadamente 60ºC, e então o aquecedor foi desligado. 100 ml da água quente foram transferidos para o béquer de plástico, onde sua temperatura foi medida e anotada. Depois disso, a água do béquer foi transferida para o calorímetro, onde misturou-se às 80g de agua à temperatura ambiente postas anteriormente. O calorímetro foi tampado, e com o uso do termômetro digital, foi feita a mistura das amostras. Após um período de espera de 2 minutos, a temperatura final da água no calorímetro foi medida e anotada. Assim utilizando o princípio de conservação da energia, obtemos a seguinte equação: Q cedido pela água + Q recebido pela água + Q recebido pelo calorímetro = 0, e a partir dela obtemos a equação: mc0(te – T) + m’c0(te – T) + C(te – t0) = 0 Segue abaixo a tabela com os dados coletados: m = massa de água quente 100 g m’ = massa de água fria 80 g c0 = calor específico da água 1 cal/gºC T = temperatura da água quente 58,7 ºC t0 = temperatura da água fria 26,7 ºC te = temperatura final de equilíbrio 42,5 ºC C = capacidade calorífica do calorímetro 22,53 cal/ºC Parte 2: Determinação do calor específico de várias substâncias Após obter-se o equivalente em água, pode-se calcular o calor específico das substâncias desejadas a partir da seguinte equação: Q cedido pelo corpo aquecido + Q ganho pela água e pelo calorímetro = 0, e obtém-se: mc(te – T) + c0(m’ + m0) (te – t0) = 0, assim: c=c0( m’ + m0)(te – t0)/M(T – te), onde: 3 m’ = massa de água no calorímetro; m0 = massa equivalente em água, do calorímetro (numericamente igual ao C da fórmula da parte 1); M = massa da substância em teste; c0 = calor específico da água; t0 = temperatura da água fria; te = temperatura final de equilíbrio; T = temperatura inicial da substância em teste; c = calor específico da substância em teste. Assim, foi colocada no calorímetro uma massa de 200 g de água no calorímetro, à temperatura ambiente, que foi medida pelo termômetro e anotada. Depois, a primeira substância foi pesada e, em seguida, colocada em um recipiente com água fervendo, para que fosse aquecida. Após alguns minutos, a temperatura da água foi medida e o corpo foi retirado rapidamente e colocado no calorímetro. Feito isso, esperou- se cerca de três minutos, até que o sistema no calorímetro entrasse em equilíbrio, mexendo a água com o auxílio do termômetro. Por fim, a temperatura do equilíbrio foi medida e usada para calcular o calor específico da substância. Depois, o calorímetro foi lavado em água da torneira, para que sua temperatura retornasse à ambiente. O procedimento foi repetido para as outras duas substâncias, e os resultados seguem na tabela abaixo: MATERIAL M (g) m’ (g) m0 (g) T(ºC) t0(ºC) te(ºC) c (cal/gºC) Ferro 115,71 200 22,53 81,2 27,4 30,9 0,134 Alumínio 53,41 200 22,53 84,7 28,0 31,1 0,241 Latão 106,27 200 22,53 77,2 27,9 30,4 0,111 4 QUESTIONÁRIO 1. Lembrando que o calor específico da água é maior que o da areia, explique por que as brisas marítimas sopram, durante o dia, do mar para a terra, e, à noite, em sentido contrário. Discuta a influência destes fatos sobre o clima das regiões à beira-mar. Durante o dia, a areia se aquece mais e mais rapidamente do que a água, devido ao seu menor calor específico. Desta forma, a camada de ar sobre a areia também se aquece e sobe, devido sua menor densidade. Enquanto isso, a camada de ar sobre a água mantém uma temperatura menor e, com isso, uma densidade maior, o que faz com que ela “desça” e ocupe o lugar da camada da praia, que sobe para camadas mais altas. Já durante a noite, ocorre o contrário: o ar sobre a areia se resfria com mais rapidez, do que o que está sobre o mar, que faz com que a brisa sopre no sentido terra-mar. Logo, em regiões próximas ao litoral, o ar mantém uma umidade regular, ocorrem muitas brisas e, devido à proximidade do mar, possuem uma amplitude térmica baixa, já que a água dificulta mudanças bruscas de temperatura. 2. O calor pode ser absorvido por uma substância sem que esta mude sua temperatura? Sim, quando uma substância chega em um ponto de fusão ou ebulição, o calor absorvido para de atuar para mudar a temperatura e começa a provocar a mudança de estado da mesma, esse é o chamado calor latente. 3. Quando um objeto quente esquenta um frio, suas mudanças de temperatura são iguais em magnitude? Dê exemplo extraído desta prática. Não, pois a mudança de temperatura depende da massa, da quantidade de calor e do calor específico do material. Por exemplo, no experimento de cálculo do calor específico do ferro, apesar deste estar com uma temperatura alta, a temperatura da águasó subiu 3,5ºC. 4. Dois sólidos de massas diferentes, a uma mesma temperatura, recebem iguais quantidades de calor e sofrem a mesma variação de temperatura. Que relação há entre seus calores específicos? Para que esta situação ocorra, é necessário que o calor específico do sólido de massa menor seja maior do que o do de massa maior, pois na equação do calor específico (Q=mcΔT), essas duas grandezas são inversamente proporcionais, considerando variação de temperatura e quantidade de calor constantes. 5 5. Um calorímetro contém 60 ml de água a temperatura ambiente, 25ºC. Adiciona-se 100 ml de água 35ºC ao calorímetro. Após alguns minutos a temperatura estabiliza-se em 29ºC. Determine: a) A capacidade térmica do calorímetro. b) A quantidade de calor absorvida pelo calorímetro. c) A quantidade de calor absorvida pela água existente previamente no calorímetro. d) A quantidade de calor cedida pela água quente adicionada ao calorímetro. a) Utilizando a mesma equação da parte 1 do procedimento temos que: mc0(te – T) + m’c0(te – t0) + C(te – t0) = 0 100x1x(29 – 35) + 60x1x(29 – 25) + C(29 – 25) = 0 -600 + 240 + 4C = 0 C=360/4 C=90 cal/gºC b) Partindo da mesma equação, temos: mc0(te – T) + m’c0(te – t0) + Q(absorvida pelo calorímetro) = 0 100x1x(29 – 35) + 60x1x(29 – 25) + Q = 0 -600 + 240 + C = 0 C = 360 cal c) Pelo princípio de conservação da energia: mc0(te – T) + Q(recebido pela água fria) + C(te – t0) = 0 -600 + Q + 360 = 0 Q = 240 cal d) Pelo princípio de conservação da energia: Q(cedida pela água quente) + m’c0(te – t0) + C(te – t0) = 0 Q + 240 + 360 = 0 Q = -600 cal 6 CONCLUSÃO A partir desta prática, pôde-se observar como atuam as transferências de calor entre dois corpos em uma simulação de sistema fechado, que seria o calorímetro. Concluímos também como se calcula a capacidade térmica de um calorímetro e de diversas substâncias. Observou-se também que vários fatores podem alterar os resultados e distanciá-los de valores teóricos, como por exemplo: aparelhos mal calibrados, erros de medição por parte dos alunos, perda de calor ao manipular os objetos em um ambiente climatizado, tempo para que os sistemas entrassem em equilíbrio e até mesmo a profundidade no qual a temperatura da água era medida fazia diferença, uma vez que em um corpo líquido as trocas de calos seguem um processo de correntes de convecção. Esta prática também nos proporcionou uma atenção para fenômenos do dia- a-dia que envolvem trocas de calor e a importância do calor específico, como as brisas marítimas em regiões litorâneas. BIBLIOGRAFIA Livros DIAS, Nildo Loiola. Roteiro de aulas práticas de física. Fortaleza: Departamento de Física UFC, 2016 Sites SILVA, Domiciano Correa Marques da. Calorímetro. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/fisica/calorimetro.htm>. Acesso em 09 de outubro de 2016. BISQUOLO, Paulo Augusto. Calorimetria: o estudo dos fenômenos de transferência de calor. Disponível em <http://educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/calorimetria-o-estudo-dos- fenomenos-de-transferencia-de-calor.htm>. Acesso em 09 de outubro de 2016.
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