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Microbiologia - Resumo IV - Doenças microbianas do sistema nervoso

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Doenças microbianas do sistema nervoso
Resumo IV – Microbiologia
Tortora
Estrutura e função do sistema nervoso
O sistema nervoso central (SNC) consiste do cérebro, que é protegido pelos ossos do crânio, e a medula espinhal, que é protegida pela coluna vertebral.
O sistema nervoso periférico (SNP) consiste de nervos que se ramificam a partir do SNC.
O SNC é recoberto por três camadas de membranas denominadas meninges: dura máter, aracnoide e pia máter. O líquido cérebro-espinal (LCE) circula entre a aracnoide e a pia máter, no espaço sub-aracnoide.
A barreira hemato-encefálica normalmente impede muitas substâncias de penetrar no cérebro, substâncias entre as quais se acham inclusos muitos antibióticos.
Os microrganismos podem penetrar no SNC através de um trauma, ao longo dos nervos periféricos e pela corrente sanguínea e do sistema linfático.
Uma infecção das meninges é denominada meningite. Uma infecção do cérebro é denominada encefalite.
 
 Doenças bacterianas do sistema nervoso
 Meningite bacteriana
A meningite pode ser causada por vírus, bactérias, fungos e protozoários.
As três principais causas de meningite bacteriana são Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae e Neisseria meningitidis.
Cerca de 50 espécies de bactérias oportunistas podem causar meningite.
 Meningite por Haemophilus influenzae
H. influenzae é parte da flora normal da garganta.
H. influenzae requer fatores sanguíneos para o crescimento; existem seis tipos de H. Influenzae, com base nas diferenças entre as cápsulas.
H. influenzae tipo b é a causa mais comum de meningite em crianças com menos de 4 anos.
Uma vacina conjugada dirigida contra o antígeno poli-sacarídeo capsular está disponível.
 Meningite por Neisseria (Meningite meningocócica)
N. meningitidis causa meningite meningocócica. Essa bactéria é encontrada na garganta de portadores saudáveis.
As bactérias provavelmente ganham acesso ás meninges pela corrente sanguínea. As bactérias podem ser encontradas em leucócitos no FCS.
Os sintomas de devem á endo-toxina da bactéria. A doença ocorre mais frequentemente em crianças pequenas.
Os recrutas militares são vacinados com poli-sacarídeo capsular purificado, para impedir epidemias em campos de treinamento.
 Meningite por Streptococcus penumoniae (Meningite pneumocócica)
S. pneumoniae é comumente encontrado na naso-faringe.
Os pacientes hospitalizados e crianças pequenas são mais suscetíveis á meningite por S. pneumoniae. Ela é rara, mas tem uma alta taxa de mortalidade.
A vacina para a pneumonia pneumocócica pode fornecer alguma proteção contra a meningite pneumocócica.
 Diagnóstico e tratamento dos tipos mais comuns de meningite bacteriana 
As cefalosporinas podem ser administradas antes da identificação do patógeno.
O diagnóstico é baseado na coloração de Gram e em testes sorológicos das bactérias no LCE.
As culturas geralmente são feitas em agar sangue e incubadas em uma atmosfera contendo níveis reduzidos de oxigênio.
 Listeriose 
A Listeria monocytogenes causa meningite em recém-nascidos, imuno-deprimidos, gestantes e pacientes com câncer.
Adquirida por ingestão de alimentos contaminados, pode ser assintomática em adultos saudáveis.
A Listeria monocytogenes pode atravessar a placenta e causar aborto espontâneo e nati-mortos.
 Tétano
O tétano é causado pelo Clostridium tetani em uma infecção localizada de um ferimento.
Clostridium tetani produz a neuro-toxina tetanospamina, que causa os sintomas do tétano: espasmos, contração dos músculos que controlam a mandíbula e morte resultante de espasmos dos músculos respiratórios.
Clostridium tetani é um anaeróbico que cresce em ferimentos sujos profundos e em ferimentos com pouco sangramento.
A imunidade adquirida resulta da imunização com DPT, que inclui o toxoide tetânico.
Após uma lesão, uma pessoa imunizada pode receber um reforça do toxoide tetânico. Uma pessoa não-imunizada pode receber imunoglobulina humana anti-tetânica.
O desbridamento (remoção do tecido) e os antibióticos podem ser usados para controlar a infecção.
 Botulismo
O botulismo é causado por uma exo-toxina produzida pelo Clostridium botulinum crescendo em alimentos.
Os tipos sorológicos de toxina botulínica variam em virulência, sendo o tipo A o mais virulento.
A toxina é uma neuro-toxina, que inibe a transmissão dos impulsos nervosos.
Visão borrada ocorre em 1 a 2 dias; paralisia flácida progressiva segue-se em 1 a 10 dias, resultando possivelmente em morte por insuficiência respiratória e cardíaca.
Clostridium botulinum não cresce em alimentos ácidos ou em ambientes aeróbio.
Os endosporos são mortos pelo enlatamento correto. A adição de nitritos aos alimentos inibe o crescimento após a germinação dos endosporos.
A toxina é termolábil e é destruída pela fervura (100ºC) por 5 minutos.
O botulismo do lactente resulta do crescimento do Clostridium botulinum nos intestinos do lactente.
O botulismo de ferimentos ocorre quando o Clostridium botulinum cresce em ferimentos anaeróbicos.
Para o diagnóstico, camundongos protegidos com anti-toxina são inoculados com a toxina do paciente ou alimentos.
 Lepra (hanseníase)
Mycobacterium leprae causa a lepra ou a doença de Hansen.
Mycobacterium leprae nunca foi cultivado em meio artificial. Ele pode ser cultivado em tatus e nas patas de camundongos.
A forma tuberculoide da doença é caracterizada pela perda da sensação na pele circundada por nódulos. O teste da lepromina é positivo.
O diagnóstico laboratorial é baseado nas observações de bacilos álcool-ácido resistentes em lesões ou líquidos e no teste da lepromina.
Na forma lepramatosa, ocorrem nódulos disseminados e necrose tecidual. O teste da lepromina é negativo.
A lepra não é altamente contagiosa e se dissemina pelo contato prolongado com exsudatos.
Os indivíduos não-tratados frequentemente morrem de complicações bacterianas secundárias, como a tuberculose.
Os pacientes com lepra podem tornar-se não-contagiosos entre 4 e 5 dias de tratamento com sulfonas e então são tratados em nível ambulatorial.
A lepra ocorre principalmente nos trópicos.
Doenças virais do sistema nervoso
 Poliomielite
Os sintomas da poliomielite geralmente são dor de cabeça, dor de garganta, febre, rigidez da nuca e dorso, e, ocasionalmente, paralisia (menos de 1% dos casos).
O poliovírus é encontrado somente em seres humanos e é transmitido pela ingestão de água contaminada com fezes. 
O poliovírus primeiramente invade os linfonodos do pescoço e do intestino delgado. A viremia e o envolvimento da medula espinhal podem se seguir.
O diagnóstico é baseado no isolamento do vírus das fezes e das secreções da garganta.
A vacina Salk (uma vacina antipólio inativada, ou VPI) envolve a injeção de vírus inativados com formalina e reforços dentro de alguns anos. A vacina Sabin (uma vacina antipólio oral, ou VPO) contém três linhagens vivas atenuadas de poliovírus e é administrada oralmente.
A pólio será eliminada por meio da vacinação.
 Raiva
O vírus da raiva (um rabdovírus) causa uma encefalite aguda, geralmente fatal, denominada raiva.
A raiva pode ser contraída através da mordida de um animal raivoso, pela inalação de aerossóis ou invasão por meio de solução de continuidade com a pele. O vírus se multiplica no músculo esquelético e no tecido conjuntivo. 
A encefalite ocorre quando o vírus se move ao longo dos nervos periféricos até o SNC.
Os sintomas da raiva incluem espasmos dos músculos da boca e da garganta, seguidos por extensa lesão cerebral e da medula espinhal e morte.
O diagnóstico laboratorial pode ser feito por testes FA diretos da saliva, do soro e do LCE ou esfregaços do cérebro.
Os reservatórios da raiva nos Estados Unidos incluem gambás, morcegos, raposas e guaxinins. O gado, os cães e os gatos também podem adquirir raiva.Os roedores e coelhos raramente contraem a doença.
O tratamento atual pós-exposição inclui a administração de imunoglobulina humana anti-rábica (IGHAR) junto com múltiplas injeções intra-musculares da vacina.
A imunização pré-exposição consiste de vacinação.
 Encefalite arboviral
Os sintomas de encefalite são calafrios, dores de cabeça, febre e, no final, coma.
Muitos tipos de vírus (chamados arbovírus) transmitidos por mosquitos causam encefalite.
A incidência de encefalite arboviral aumenta nos meses de verão, quando os mosquitos são mais numerosos.
Infecções arbovirais que devem ser relatadas são a encefalite equina do Leste (EEL), a encefalite equina do Oeste (EEO), a encefalite de St. Louis (ESL), a encefalite da Califórnia (EC) e o vírus do Oeste do Nilo (WNV).
O diagnóstico baseia-se em teste sorológicos.
O controle do mosquito vetor é a forma mais efetiva de controlar a encefalite.
Doenças Fúngicas do sistema nervoso
 Meningite por Cryptococcus neoformans (criptococose)
Cryptococcus neoformans é um fungo encapsulado semelhante a uma levedura, que causa a criptococose.
A doença pode ser contraída por inalação de excremento infectados de pombos ou galinhas.
A doença começa como infecção do pulmão e pode se espalhar para o cérebro e as meninges.
Os indivíduos imuno-deprimidos são mais susceptíveis á meningite por Cryptococcus neoformans.
O diagnóstico baseia-se em testes de aglutinação no látex para antígenos criptocócicos no soro ou no LCS.
Doenças do sistema nervoso causadas por protozoários
 Tripanossomíase africana
A tripanossomíase africana é causada pelos protozoários Trypanosoma brucei gambiense e Trypanosoma brucei rhodesiensi, e é transmitida pela picada da mosca tsé-tsé.
A doença afeta o sistema nervoso do hospedeiro humano, causando letargia e, no final, coma. Ela é comumente denominada doença do sono.
O desenvolvimento de uma vacina é dificultado pela capacidade do protozoário de alterar seus antígenos de superfície.
 Menigo-encefalite por Naegleria
Encefalite causada pelo protozoário N. fowleri, é quase sempre fatal.
O protozoário invade o cérebro através da mucosa nasal.
 
Doenças do sistema nervoso causadas por Príons
Doenças do SNC que progridem lentamente e causam degenerações espongiformes são causadas por príons.
A doença scrapie da ovelha e a encefalopatia bovina espongiforme (EEB) são exemplos de doenças causadas por príons, que são transferíveis de um animal a outro.
A doença de Creutzfeldt-Jakob e o kuru são doenças humanas similares á doença scrapie da ovelha. Elas são transmissíveis entre humanos.
Os príons são proteínas auto-replicantes sem ácido nucleico detectável.
Doenças causadas por agentes não-identificados
 Síndrome da fadiga crônica
 - A síndrome da fadiga crônica (SFC) pode ser causada por um agente infeccioso não-identificado.

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