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Modo Hard Direito Constitucional CESPE

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MODO HARD: AS QUESTÕES MAIS DIFÍCEIS 
Direito Constitucional CESPE 
 
www.voceconcursado.com.br © Rafaella Leão e Tárcia Dias 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MODO HARD: AS QUESTÕES MAIS DIFÍCEIS 
Direito Constitucional CESPE 
 
www.voceconcursado.com.br © Rafaella Leão e Tárcia Dias 
2 
 
O CESPE (Centro de Seleção e de Promoção e Eventos) foi fundado na década 
de 70, inicialmente com o propósito de organizar e elaborar o vestibular para ingresso 
na Universidade de Brasília (UnB) e que com o tempo ganhou “o mundo dos concursos 
públicos” se consagrando como uma das principais bancas do país para o processo de 
seleção e ingresso em cargos e empregos públicos. 
 Em 2013, o CEBRASPE (Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção 
e de Promoção de Eventos), denominando CESPE, foi qualificado como Organização 
Social, com a assinatura pela Ex-Presidente Dilma Rouseff do Decreto nº 8.078/13. 
Posteriormente, como informa a própria instituição, em março de 2014 assinou um 
Contrato de Gestão firmado em conjunto com a União, por intermédio do Ministério 
da Educação, a Fundação Universidade de Brasília (FUB) e o Instituto Nacional de 
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), cujo objetivo foi estabelecer 
a parceria entre as partes relacionadas nas atividades de gestão de programas, 
projetos, apoio técnico e logístico para subsidiar sistema de avaliação educacional. 
 Não há dúvidas, portanto, que se trata de uma banca extremamente séria, 
qualificada e experiente, que desenvolveu um estilo que lhe é bem peculiar e que nós 
chamamos de “jeito CESPE de ser”! 
 Para conhecer esse “jeitinho CESPE de ser” e fazendo um trocadilho com o 
grande sucesso “DESPACITO” do cantor Luis Fonsi, apresentamos abaixo os DEZ 
PASSITOS que você precisa observar sobre o CESPE, para que em breve esteja apto 
a quebrar a banca: 
1. As provas CESPE têm por característica questões sempre atualizadas, com 
elevada qualificação técnica, e, por vezes, interdisciplinares, sendo que na área 
jurídica, a interface com a jurisprudência é fundamental! Não basta ter apenas o 
domínio do texto da Constituição e das leis, é necessário, diríamos, imprescindível, 
estar em dia com os informativos do Supremo Tribunal Federal (STF), o guardião e 
grande intérprete da Constituição Federal (art. 102, caput, CF); 
2. Algumas questões/assertivas são apresentadas na forma de situação-
problema que exigem do candidato analisar o caso posto, aplicar o conhecimento 
teórico em cima de uma situação fática e propor a solução mais adequada. Julgue o 
item não apenas de forma conceitual, mas contextual também; 
3. Não se engane com qualquer argumentação lógica e bem redigida! 
O CESPE é mestre em fundamentar algumas assertivas de maneira tão convincente e 
concatenada, que mesmo não fazendo nenhum sentido o item, você lê e acha bonito. 
Acha que deve estar correto, afinal, aquilo soa tão bem! E, na verdade, o item está 
PREFÁCIO 
 
 
MODO HARD: AS QUESTÕES MAIS DIFÍCEIS 
Direito Constitucional CESPE 
 
www.voceconcursado.com.br © Rafaella Leão e Tárcia Dias 
3 
errado! O que a banca quer é testar seu domínio do assunto! Não cai nessa, confie em 
você e na sua bagagem de estudos! Se for algo de que nunca ouviu falar ou nunca 
estudou, desconfie! 
4. Não há melhor forma de estudar para as provas CESPE do que fazendo 
provas anteriores! Pode parecer óbvio, mas alguns alunos se preocupam tanto com 
a teoria que acabam se esquecendo ou reservam pouco tempo para praticar. Como 
um atleta de alto nível você precisa treinar, e muito! Se não for diariamente, que seja 
em ciclos poucos espaçados! E acredite: as questões de prova se repetem se não ipsis 
litteris, com pequenas adaptações; 
5. Outra característica das provas CESPE é que algumas perguntas são 
respondidas na própria prova. Isso mesmo! É relativamente comum a banca 
apresentar um enunciado e a partir dele elaborar vários quesitos sobre aquele mesmo 
enunciado. Então, é importante que você leia a prova com muita atenção, volte ao 
texto base sempre que julgar necessário e veja se uma assertiva não está 
contradizendo a outra; 
6. A prova pode ser no formato CERTO ou ERRADO ou de marcar a 
alternativa correta/incorreta (em geral apresentadas nas letras a, b, c, d, e). Durante 
um tempo, ainda tínhamos o terrível sistema de questões ERRADAS que anulam 
questões CERTAS. Esse formato exige uma postura do candidato mais estratégica, 
contudo, atualmente não tem sido este o estilo dos concursos realizados pelo CESPE; 
7. Como já dito, por ser uma banca extremamente qualificada, os primeiros 
colocados no certame tem um índice de aproveitamento em torno de 80% da 
prova. É dizer, não é uma prova feita para gabaritar, mas exige cada vez mais um 
percentual alto de acertos; 
8. Não se entristeça com as questões que você errar! Sobretudo, quando 
você estiver treinando! Na verdade, elas são suas maiores aliadas, pois é com os 
erros que a gente mais aprende! Corra atrás, pesquise, refaça e acerte. O importante 
é conferir o porquê do erro e revisar aquele conteúdo. Uma dica é separar as questões 
que errou, para depois de um tempo refazê-las e verificar se absolveu mesmo o 
conteúdo da questão; 
9. Todo cuidado é pouco na hora de transcrever o cartão de respostas. 
Seja cauteloso, reserve tempo suficiente para esta etapa e muita atenção na hora de 
passar para o gabarito definitivo. 
10. Mantenha a calma, sempre! Respire! E se estiver com medo na hora da 
prova, vai com medo mesmo! Coragem não é ausência de medo, mas sim ir lá e fazer 
o que tem que ser feito, apesar do medo!!! 
 
 
MODO HARD: AS QUESTÕES MAIS DIFÍCEIS 
Direito Constitucional CESPE 
 
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4 
 Pois bem. Feitas essas considerações iniciais sobre a banca que escolhemos para 
trabalhar neste material, abaixo apresentamos um Menu Degustação com a seleção 
de algumas questões elaboradas pelo CESPE e que tratam de 10 temas centrais em 
Direito Constitucional. 
 O critério para a seleção das mesmas partiu da estatística de erro das questões. 
Isto é, as questões com maiores índices de erros! Por quê? Porque acreditamos que 
estas questões ditas mais difíceis é que farão a diferença na sua prova! 
Bom apetite! 
ÍNDICE 
1. Direitos e Garantias Individuais..............................................5 
Questão 01....................................................................................5 
Questão 02....................................................................................6 
2. Remédios Constitucionais........................................................7 
Questão 03....................................................................................7 
3. Direitos Políticos.....................................................................9 
Questão 04....................................................................................9 
4. Repartição de Competências...................................................12 
Questão 05...................................................................................12 
5. Poder Legislativo.....................................................................13 
Questão 06....................................................................................13 
6. Poder Legislativo: Processo Legislativo....................................19 
Questão 07....................................................................................197. Poder Executivo.......................................................................22 
Questão 08....................................................................................22 
8. Poder Judiciário.......................................................................23 
Questão 09....................................................................................23 
9. Controle de Constitucionalidade...............................................35 
Questão 10....................................................................................35 
10. Funções Essenciais à Justiça..................................................38 
Questão 11....................................................................................38 
 
 
 
MODO HARD: AS QUESTÕES MAIS DIFÍCEIS 
Direito Constitucional CESPE 
 
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5 
1. DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS 
Questão 1 
2016 - CESPE - Instituto Rio Branco – Diplomata Acerca da personalidade 
jurídica, da hierarquia das normas e dos princípios, direitos e garantias 
fundamentais constantes da Constituição Federal de 1988, julgue (C ou E) o item 
que se segue. 
( )Dada a garantia constitucional do direito de associação, o vínculo associativo 
somente pode ser dissolvido compulsoriamente mediante sentença judicial. 
 
A assertiva aborda a temática dos Direitos e Garantias Individuais e teve um 
índice de erro alto, em torno de 54%! 
A afirmativa está errada. Confira o texto da Constituição: 
Art. 5º, XIX, CF - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter 
suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o 
trânsito em julgado; 
Embora o Estado não possa interferir na criação e no funcionamento das 
associações, poderá dissolvê-las ou suspendê-las, por meio de decisão judicial, sendo 
essa necessariamente transitada em julgado, no primeiro caso. 
 
Associações 
Dissolução Decisão judicial transitada em julgado 
Suspensão Decisão judicial 
 
 Concluindo, qual o erro da afirmativa mesmo? Se o objetivo é dissolver 
compulsoriamente uma associação, não basta a sentença judicial, é preciso que a 
decisão tenha transito em julgado! 
 
 
 
 
MODO HARD: AS QUESTÕES MAIS DIFÍCEIS 
Direito Constitucional CESPE 
 
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Questão 2 
2013 - CESPE - TCE-RO - Agente Administrativo Com base no disposto na 
Constituição Federal de 1988 (CF), julgue os itens a seguir, a respeito dos 
princípios fundamentais e dos direitos e garantias fundamentais. 
( ) Incluem-se nos direitos e garantias fundamentais da República Federativa do 
Brasil a inviolabilidade do direito à igualdade, a aposentadoria, a nacionalidade e 
o plebiscito. 
 
 A afirmativa está correta e teve um índice de erro de mais ou menos 
51%! 
Os Direitos Fundamentais, conhecidos também como liberdades 
fundamentais, decorrem da consagração da dignidade da pessoa humana e da 
limitação da interferência estatal na esfera individual. 
Os Direitos Fundamentais são classificados pela CF em: 
a) direitos individuais e coletivos (art. 5º, CF): Tem por base as liberdades do 
indivíduo, impõem ao Estado uma abstenção de modo a não interferir nas esferas 
próprias destas liberdades (ex: liberdade de locomoção); 
b) direitos sociais (art. 6º aos art. 11 e 193 e seguintes, CF): visam a melhoria 
das condições de existência dos indivíduos, mediante prestação positiva do Estado 
(ex: direito à saúde, à educação); 
c) direitos à nacionalidade (art. 12 e art. 13, CF): relacionados ao vínculo jurídico 
e político que une determinado indivíduo a um Estado; 
d) direitos políticos (art. 14 a 16, CF): embasados na liberdade de participação do 
indivíduo-cidadão no processo político do Estado (ex: direito de votar e ser votado). 
e) partidos políticos (existência, organização e participação (art. 17, CF): 
assegura autonomia e liberdade aos partidos políticos, delimitando sua forma de 
atuação. 
 Então, a assertiva está correta mesmo! Todos os direitos ali descritos 
são Direitos Fundamentais! Mas qual o motivo de um índice de erro tão alto? 
 
 
MODO HARD: AS QUESTÕES MAIS DIFÍCEIS 
Direito Constitucional CESPE 
 
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 É muito comum que o candidato confunda Direitos Fundamentais com Direitos 
e Garantias Individuais. Então anota aí para não derrapar mais nesse item! 
Direitos Fundamentais – gênero! 
Direitos Individuais - espécie! 
 
2. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
 
Questão 3 
2016 - CESPE - TCE-PR - Auditor - Maria impetrou mandado de segurança contra 
ato de demissão praticado pelo governador do estado, alegando vício no processo 
administrativo disciplinar. Nessa situação hipotética, 
a)caso seja proferida sentença denegando a segurança, ficará a impetrante 
impedida de ajuizar ação com mesmo objeto. 
b)será vedada a concessão de liminar para suspensão do ato antes de ouvido 
o governador, por se tratar de ato demissionário. 
c)caso seja proferida a sentença, o recurso que vier a ser apresentado pela 
autoridade coatora será inadmitido liminarmente por ilegitimidade do governador. 
d)se proferida sentença que conceda a segurança, o não cumprimento das 
decisões constituirá crime de desobediência, ainda que interposto recurso de 
apelação. 
e)se passados mais de cento e vinte dias da prática do ato de demissão, o juiz 
deverá indeferir a liminar pela configuração de decadência. 
 
 O gabarito é letra “D” e a questão teve mais de 63% de erro!!! 
 Bem, vamos entender as assertivas? 
a)caso seja proferida sentença denegando a segurança, ficará a impetrante 
impedida de ajuizar ação com mesmo objeto. 
A letra “a” está incorreta. Confira o texto da lei do Mandado de Segurança: 
 
 
 
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Art. 6º, § 6º da Lei 12.016/99 – “O pedido de mandado de segurança poderá ser 
renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver 
apreciado o mérito. ” 
 
E temos ainda a Súmula 304/STF: 
 
Súmula 304/STF: “Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo 
coisa julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação própria”. 
 
Conclusão: como regra, caso seja proferida sentença denegando a segurança, 
a impetrante não ficará impedida de ajuizar ação com mesmo objeto. 
 
b)será vedada a concessão de liminar para suspensão do ato antes de ouvido 
o governador, por se tratar de ato demissionário. 
 
A assertiva “b”: está incorreta. Em MS, existem mesmo algumas vedações à 
liminar, vão conferir quais são? 
 
Art. 7º, §2º, Lei 12.016/99 - “Não será concedida medida liminar que tenha por 
objeto 
-a compensação de créditos tributários; 
-a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior; 
-a reclassificação ou equiparação de servidores públicos; 
-a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer 
natureza”. 
 
 
A hipótese de vício no processo administrativo, trazida na questão, não se 
encaixa em nenhuma das vedações da lei de liminar em MS e, se não há vedação 
legal, é plenamente possível a concessão de liminar no caso em comento!!! 
 
c)caso seja proferida a sentença, o recurso que vier a ser apresentado pela 
autoridade coatora seráinadmitido liminarmente por ilegitimidade do governador. 
A alternativa “c” está incorreta. Bem, conforme o enunciado da questão, o 
Governador do Estado é a autoridade coatora e, portanto, é parte legitima, por 
disposição expressa de lei, para defender o ato que praticou, inclusive na via recursal. 
 
 
 
MODO HARD: AS QUESTÕES MAIS DIFÍCEIS 
Direito Constitucional CESPE 
 
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Art. 14, §2º, Lei 12.016/99: “Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer”. 
 
d)se proferida sentença que conceda a segurança, o não cumprimento das 
decisões constituirá crime de desobediência, ainda que interposto recurso de 
apelação. 
A alternativa “d” está correta. Confira aqui o art. 26 da Lei de MS! 
Art. 26, Lei 12.016/99: “Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 
do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o não cumprimento das decisões 
proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo das sanções administrativas e da 
aplicação da Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, quando cabíveis”. 
 Se a autoridade coatora descumprir o comando da decisão do Poder Judiciário, 
em sede de MS, comete, portanto, crime de responsabilidade!!!! 
 
e)se passados mais de cento e vinte dias da prática do ato de demissão, o juiz 
deverá indeferir a liminar pela configuração de decadência. 
A alternativa “e” está incorreta. Qual o erro? 
 
 
O prazo de 120 dias para utilização do MS é contabilizado a partir da data da 
ciência do ato de demissão e não do ato de demissão em si! 
 
Art. 23, Lei 12.016/99 “O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-
á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato 
impugnado”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Constitucional CESPE 
 
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3. DIREITOS POLÍTICOS 
Questão 4 
2016 - CESPE - TCE-PR - Analista de Controle - Jurídica Com base na 
jurisprudência do STF, assinale a opção correta a respeito dos direitos políticos. 
a)O princípio da anterioridade da lei eleitoral subordina, inclusive, a incidência das 
hipóteses de inelegibilidade introduzidas por normas constitucionais originárias 
constantes da Constituição Federal de 1988. 
b)As condições de elegibilidade podem ser estabelecidas por simples lei ordinária 
federal, diferentemente das hipóteses de inelegibilidade, que são reservadas a lei 
complementar. 
c)É constitucional a exigência legal que, independentemente da identificação civil, 
condiciona o voto à apresentação, pelo eleitor, do título eleitoral. 
d)É dos estados a competência para legislar sobre condições específicas de 
elegibilidade dos juízes de paz. 
e)A filiação partidária como condição de elegibilidade não se estende aos juízes de 
paz. 
 
 O tema da questão, Direitos Políticos, é muito relevante e o índice de erro foi 
igualmente significativo: 62%! Vamos avaliar as alternativas? 
 
a)O princípio da anterioridade da lei eleitoral subordina, inclusive, a incidência das 
hipóteses de inelegibilidade introduzidas por normas constitucionais originárias 
constantes da Constituição Federal de 1988. 
A alternativa “a” está incorreta. O Princípio da Anterioridade Eleitoral vem 
previsto no art. 16, CF. 
 
Art. 16, CF/88:“A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua 
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência”. 
 
Naturalmente, o texto da CF não abarca as normas constitucionais originárias 
(aquelas que estão na Constituição desde a sua publicação), apenas as leis em geral 
(lato sensu) e as normas constitucionais derivadas, ou seja, inseridas na CF via 
Emenda Constitucional. 
 
b)As condições de elegibilidade podem ser estabelecidas por simples lei ordinária 
federal, diferentemente das hipóteses de inelegibilidade, que são reservadas a lei 
complementar. 
A alternativa “b” está correta. As inelegibilidades são as circunstâncias que 
impedem o indivíduo de exercer total ou parcialmente a capacidade eleitoral 
passiva. São os Direitos Políticos Negativos. 
 
 
MODO HARD: AS QUESTÕES MAIS DIFÍCEIS 
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11 
As inelegibilidades podem ser absolutas ou relativas. As inelegibilidades 
absolutas decorrem de uma situação pessoal do indivíduo, atingem todos os cargos 
eletivos e estão elencadas de forma taxativa na Constituição Federal. 
Já as inelegibilidades relativas decorrem de circunstâncias específicas, como 
em razão do cargo ou do parentesco com o chefe do Executivo e estão previstas tanto 
no texto da Constituição como em lei complementar (art. 14, §9°, CF). 
Art. 14, § 9º, CF “Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e 
os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade 
para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade 
e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do 
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta”. 
 
 
 
Além da Constituição, apenas a lei complementar pode estabelecer hipóteses de 
inelegibilidade relativa. A lei ordinária, não!!! 
 
c)É constitucional a exigência legal que, independentemente da identificação civil, 
condiciona o voto à apresentação, pelo eleitor, do título eleitoral. 
A alternativa “c” está incorreta. Para o STF, o título de eleitor não é 
indispensável, pois existem outras formas de identificação do eleitor. 
 
 
 
“Por outro lado, as experiências das últimas eleições realizadas no Brasil 
demonstraram uma maior confiabilidade na identificação aferida com base em 
documentos oficiais de identidade dotados de fotografia, a saber: as carteiras de 
identidade, de trabalho e de motorista, o certificado de reservista e o passaporte. (...) 
Medida cautelar deferida para dar às normas ora impugnadas interpretação conforme 
à CF, no sentido de que apenas a ausência de documento oficial de identidade com 
fotografia impede o exercício do direito de voto” - ADI 4.467 MC, rel. min. Ellen Gracie, 
j. 30-9-2010, P, DJE de 1º-6-2011. 
 
 
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d)É dos estados a competência para legislar sobre condições específicas de 
elegibilidade dos juízes de paz. 
A alternativa “d” está incorreta. Quando o assunto é competência legislativa, 
você precisa conferir o art. 22, CF que elenca as competências legislativas da União! 
Art. 22, CF/88: Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, 
comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do 
trabalho”. 
 Assim, não cabe ao Estado legislar acerca de tema que a CF deixa aos cuidados 
da União!!! 
 
e)A filiação partidária como condição de elegibilidade não se estende aos juízes de 
paz. 
A alternativa “e” está incorreta. O STF, na ADI 2938, entendeu que a filiação 
partidária é condição compatível com o exercício da justiça de paz. Assim, fique ligado, 
a filiação partidária é requisito aplicável também ao cargo de juiz de paz! 
 
 
 
Vale lembrar que as atividades exercidas pelos juízes de paz têm caráter não 
jurisdicional!!!MODO HARD: AS QUESTÕES MAIS DIFÍCEIS 
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4. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS 
 
Questão 5 
2016 - CESPE - PGE-AM - Procurador do Estado Acerca do regime constitucional 
de distribuição de competências normativas, julgue o item subsequente. 
( ) No âmbito das competências concorrentes, lei federal sobre normas gerais 
suspende a eficácia de lei estadual superveniente, no que esta lhe for contrária. 
 
 A assertiva está errada e o índice de erro foi de 57% de erro!!!! 
 Sem dúvida, essa questão merece sua atenção! 
Na competência concorrente, vários entes têm autorização para legislar acerca 
da mesma matéria. 
O art. 24, CF elenca matérias de competência concorrente da União, dos 
Estados-membros e do Distrito Federal. 
Assim, compete à União elaboração de norma geral e aos Estados-membros e 
ao Distrito Federal suplementar-complementar a legislação geral federal da União com 
peculiaridades regionais, isto é, com as especificidades locais. 
No caso de inércia da União, ou seja, quando a União não elabora a norma geral 
necessária, cabe ao Estado-membro e ao Distrito Federal, através da competência 
suplementar-supletiva, elaborar norma tanto com disposições gerais, quanto com 
disposições específicas, exercendo a competência legislativa plena. 
Neste caso, sobrevindo norma geral da União, a norma elaborada com a 
utilização da competência supletiva restará suspensa, apenas no que for contrária à 
lei federal superveniente. 
 
Qual o erro da assertiva, então? Bem, na questão, a lei estadual é que é 
superveniente e não a lei federal!!!! Resumindo: Se a lei estadual é posterior a lei 
federal, deve tratar de especificidades regionais de forma compatível com as 
disposições da lei federal que já existe!!!! 
 
 
MODO HARD: AS QUESTÕES MAIS DIFÍCEIS 
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5. PODER LEGISLATIVO 
QUESTÃO 06 
 
2016 - CESPE - TRT/PA e AP - ANALISTA JUDICIÁRIO – ÀREA 
ADMINISTRATIVA. À luz do disposto na CF, assinale a opção correta no que se 
refere ao Poder Legislativo. 
a) Os ministros integrantes do TCU são escolhidos pelo presidente da República, entre 
os indicados em lista tríplice encaminhada pelo tribunal, e são sabatinados pelo 
Congresso Nacional. 
b) O Poder Legislativo federal é composto pelo Senado Federal, representante dos 
estados e do Distrito Federal; pela Câmara dos Deputados, representante do povo; e 
pelo TCU, responsável por proceder à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial da União. 
c) No Poder Legislativo da União, há três órgãos deliberativos, já que a Câmara dos 
Deputados, o Senado Federal e o Congresso Nacional são detentores de competências, 
regimentos internos, mesas e serviços próprios. 
d) As comissões parlamentares de inquérito são permanentes e organizadas por 
matéria, sendo uma de suas funções receber petições, reclamações, representações 
ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades 
públicas. 
e) Se não for apreciada em sessenta dias, a medida provisória será automaticamente 
prorrogada uma única vez, de modo que seu prazo máximo de vigência será de cento 
e vinte dias, após o qual ela perde sua eficácia. 
 Essa é uma boa questão sobre Poder Legislativo, pois aborda o tema sob 
diversos aspectos: estrutura, função fiscalizatória e processo legislativo. Bem o estilo 
do CESPE! Quando trabalhamos o capítulo de Poder Legislativo, costumamos dividi-lo 
em quatro partes (1. Organização e Funcionamento; 2. Estatuto dos Congressistas; 3. 
Função Fiscalizatória; 4. Processo Legislativo), exatamente para ter uma visão ampla, 
porém, completa deste importante capítulo da Constituição Federal que compreende 
os artigos 44 a 75. 
 Vamos às assertivas? 
a) Os ministros integrantes do TCU são escolhidos pelo presidente da República, entre 
os indicados em lista tríplice encaminhada pelo tribunal, e são sabatinados pelo 
Congresso Nacional. 
 
 
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 INCORRETA. São inúmeras as questões que tentam induzir o candidato ao erro 
ao tratar como sinônimo Congresso Nacional e Senado Federal! Definitivamente, não 
são! O Congresso Nacional representa o Poder Legislativo da União, sendo composto 
pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, que integram o sistema do 
bicameralismo do tipo federativo adotado por nossa Constituição! 
 Desta forma, consoante art. 73, § 2º, CF c/c art. 52, III, b, CF a indicação dos 
3 (três) Ministros pelo Presidente da República, depende de aprovação do Senado 
Federal. Confira: 
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, 
tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição 
em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as 
atribuições previstas no art. 96. 
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos: 
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do 
Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e 
membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista 
tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e 
merecimento; 
 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a 
escolha de: 
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente 
da República; 
 De forma esquemática: 
 
 Vale lembrar que, segundo o art. 73, §1º, CF, os Ministros do TCU serão 
nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: 
 
 
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→ mais de 35 e menos de 65 anos de idade; 
→ idoneidade moral e reputação ilibada; 
→ notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de 
administração pública; 
Observação: Para o STF, a qualificação profissional formal não é requisito à 
nomeação de Conselheiros do TCU (AO 476-4/RR) 
→ mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que 
exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior. 
Preenchidos estes requisitos, a escolha dos Ministros do TCU se dará da seguinte 
forma: (i) um terço pelo Presidente da República; e (ii) dois terços pelo Congresso 
Nacional. 
A escolha do Presidente não é totalmente livre. Em primeiro lugar, se dará com 
aprovação do Senado Federal (art. 52, III, b, CF). Ademais, duas dessas três vagas 
serão ocupadas necessariamente, por um auditor do TCU e por um membro do 
Ministério Público que atua junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo TCU, 
segundo os critérios de antiguidade e merecimento (CF, art. 73, § 2°). 
b) O Poder Legislativo federal é composto pelo Senado Federal, representante dos 
estados e do Distrito Federal; pela Câmara dos Deputados, representante do povo; e 
pelo TCU, responsável por proceder à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial da União. 
 INCORRETA. O Poder Legislativo Federal é composto pelo Senado Federal, 
representante dos estados e do Distrito Federal e pela Câmara dos Deputados, 
representante do povo, apenas. 
 O TCU, sobretudo para o CESPE, não integra o PoderLegislativo Federal, seria 
órgão autônomo (sui generis), na estrutura do Legislativo. 
 
 
Parte da doutrina e a banca CESPE entendem que o TCU é órgão autônomo, 
auxiliar do Poder Legislativo, mas que não estaria a ele vinculado, bem como a nenhum 
dos demais Poderes. Esse entendimento se dá em razão de caber ao Tribunal de 
 
 
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Contas fiscalizar todos os Poderes, inclusive as funções essenciais à justiça, sendo 
necessário, portanto, ser totalmente independente para exercer a fiscalização geral. 
Cabe ressaltar, no entanto, o posicionamento contrário de José Afonso da Silva. 
Para ele não poderíamos ter um órgão/instituição desvinculado da organização dos 
Poderes ou sem estar inserido entre as funções essenciais à justiça. Entende que, 
como o Tribunal de Contas está no capítulo do Poder Legislativo, o TCU seria órgão do 
mesmo. Segundo ele, possuiria independência, mas integraria o Poder Legislativo. 
Ele ainda argumenta que como a função típica do Poder Legislativo também é 
fiscalizar, seria perfeitamente possível o TCU estar vinculado ao Poder Legislativo. 
Essa também é a posição adotada por Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e 
Paulo Gustavo Gonet Branco, Ives Gandra. 
Resumindo, o CESPE considera o TCU órgão autônomo (sui generis), ao passo 
que parte da doutrina e outras bancas entendem que o TCU integra o Poder Legislativo 
e, embora não esteja subordinado a tal poder, estaria vinculado ao mesmo. 
O certo é que o TCU não integra o Poder Judiciário e não possui função 
jurisprudencial! Embora tenha o nome de “Tribunal”, ele não é órgão judiciário! É um 
órgão técnico, com poderes administrativos. Por conseguinte, suas decisões podem 
ser revistas pelo Poder Judiciário, devido ao princípio da inafastabilidade da jurisdição. 
c) No Poder Legislativo da União, há três órgãos deliberativos, já que a Câmara dos 
Deputados, o Senado Federal e o Congresso Nacional são detentores de competências, 
regimentos internos, mesas e serviços próprios. 
 CORRETA. Conforme dispõe o artigo 44, CF: “O Poder Legislativo é exercido 
pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal”. No entanto, apesar do Congresso ser bicameral (composto por duas Casas 
Legislativas), ele apresenta três órgãos deliberativos, já que o Congresso Nacional, a 
Câmara dos Deputados e o Senado Federal são detentores de competências próprias 
(arts. 49, 51 e 52, respectivamente) e, cada qual, tem seus próprios serviços, 
regimentos internos e Mesas Diretoras. 
d) As comissões parlamentares de inquérito são permanentes e organizadas por 
matéria, sendo uma de suas funções receber petições, reclamações, representações 
ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades 
públicas. 
 INCORRETA. As CPI´s NÃO são comissões permanentes!! Muito pelo contrário, 
são comissões temporárias, criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado 
Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de, pelo menos, 
um terço dos membros da respectiva Casa Legislativa (vide art. 58, § 3º, CF) 
 
 
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Toda CPI possui prazo certo. Não obstante, o STF já se manifestou no sentido de 
serem possíveis prorrogações sucessivas, desde que dentro da mesma legislatura 
(princípio da unidade da legislatura) e nos termos da Lei 1.579/52 (HC 71.231/RJ). 
e) Se não for apreciada em sessenta dias, a medida provisória será automaticamente 
prorrogada uma única vez, de modo que seu prazo máximo de vigência será de cento 
e vinte dias, após o qual ela perde sua eficácia. 
 INCORRETA. Ah as medidas provisórias! Questão certeira de cair nos 
concursos! Bom, nos termos do art. 62, § 3º, CF, as medidas provisórias, ressalvado 
o disposto nos §§ 11 e 12, do art. 62, perderão a sua eficácia, desde a edição, se não 
forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, uma única vez por 
igual período. 
 Assim sendo, o erro da questão consiste em afirmar que a perda de eficácia 
ocorreria após o prazo de cento e vinte dias, sendo que, na verdade, a perda de 
eficácia, via de regra, retroage (ex tunc) à data da sua edição. 
 Ademais, há situações excepcionais que a medida provisória pode vigorar por 
mais de cento e vinte dias, a saber: 
a) Art. 62, § 4º, CF: suspensão da contagem do prazo de vigência da MP durante os 
períodos de recesso do Congresso Nacional; 
b) Art. 62, § 12, CF: Aprovado o projeto de lei de conversão da MP com alterações ao 
texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que 
seja sancionado ou vetado o projeto; 
c) Art. 2º, EC 32/01: As medidas provisórias publicadas antes da EC 32/01 continuam 
em vigor até que medida provisória ulterior as revogue explicitamente ou até 
deliberação definitiva do Congresso Nacional. 
 Por ser um tema super importante este que trata dos prazos da medida 
provisória, segue abaixo uma rápida revisão. 
 
 
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O prazo constitucional de vigência das medidas provisórias é de 60 dias, 
contados de sua publicação no Diário Oficial, sendo tal prazo suspenso durante os 
períodos de recesso parlamentar, salvo se houver convocação extraordinária, quando 
deverá ocorrer a sua inclusão automática na pauta de votação. 
Findo o mencionado prazo, caso a votação da medida provisória não tenha sido 
encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional, será o prazo prorrogado 
automaticamente, uma única vez, por igual período. 
Assim, o art. 62, §3º, estabelece que as medidas provisórias, ressalvado o 
disposto nos §§ 11 e 12, perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas 
em lei no já mencionado prazo de 60 dias, prorrogável, uma vez por igual período, 
devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações 
jurídicas delas decorrentes. 
Porém, de forma paralela e independente corre o prazo do procedimento de 
tramitação da MP que será de 45 dias. De modo que, caso a medida provisória não 
seja apreciada em 45 dias contados da sua publicação, ela entra em regime de 
urgência, sobrestando as demais deliberações até a sua votação. 
 Portanto, o art. 62 trata de dois prazos distintos: 
1º) Prazo de vigência (ou de validade) da MP = 60 dias prorrogável por + 60 
dias; 
Consequência do término desse prazo: rejeição tácita 
2º) Prazo de tramitação da MP (referente ao processo legislativo) = 45 dias, sob 
pena de trancamento de pauta. 
Consequência do término desse prazo: ficam sobrestadas as demais deliberações da 
Casa Legislativa onde a medida provisória estiver tramitando, até que a medida 
provisória seja apreciada. 
 Assim: 
→ Dia em que a MP foi editada (publicada) = Termo inicial para a contagem tanto do 
prazo de vigência, como do prazo de tramitação. 
→ 1º Dia: a MP está em vigor e não tranca a pauta; 
→ 46º Dia: a MP está em vigor e tranca a pauta. Podendo trancá-la até o 120º dia. 
→ 120º Dia: a MP deixa de produzir efeitos e, consequentemente, não tranca mais a 
pauta. 
Observação: Tais prazos não fluem durante o recesso do Congresso. 
 
 
 
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6. PODER LEGISLATIVO: PROCESSO LEGISLATIVO 
 
QUESTÃO 07 
2016 - CESPE – PC/GO – AGENTE DE POLÍCIA SUBSTITUTO. Acerca do 
processo legislativo pertinente a medidas provisórias, assinale a opção correta. 
a) O decreto legislativo editado para regular as relações nascidas a partir do período 
de vigência de medida provisória posteriormente rejeitada cria hipótese de 
ultratividade da norma, capaz de manter válidos os efeitos produzidos e, bem assim, 
alcançar situações idênticas futuras. 
b) Muito embora a medida provisória, a partir da sua publicação, não possa ser retirada 
pelo presidente da República da apreciação do Congresso Nacional, nada obsta que 
seja editada uma segunda medida provisória que ab-rogue a primeira para o fim de 
suspender-lhe a eficácia. 
c) Por força do princípio da separação de poderes, é vedado ao Poder Judiciário 
examinar o preenchimento dos requisitos de urgência e de relevância por determinada 
medida provisória. 
 
d) Em situações excepcionais elencadas no texto constitucional, a medida provisória 
rejeitada pelo Congresso Nacional somente poderá ser reeditada na mesma sessão 
legislativa de sua edição. 
e) A proibição de edição de medida provisória sobre matéria penal e processual penal 
alcança as emendas oferecidas ao seu correspondente projeto de lei de conversão, as 
quais ficam igualmente impedidas de veicular aquela matéria. 
 E mais Medidas Provisórias (art. 62, CF)!! 
a) O decreto legislativo editado para regular as relações nascidas a partir do período 
de vigência de medida provisória posteriormente rejeitada cria hipótese de 
ultratividade da norma, capaz de manter válidos os efeitos produzidos e, bem assim, 
alcançar situações idênticas futuras. 
 INCORRETA. O decreto legislativo editado pelo Congresso Nacional apenas 
alcança os atos praticados durante a vigência da medida provisória, de forma que não 
tem o condão de alcançar situações idênticas futuras. 
Importa aqui analisar quais os efeitos da rejeição (expressa ou tácita) da Medida 
Provisória. 
 
 
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Regra: Uma vez rejeitada, a MP perde a sua eficácia desde a edição. Portanto, 
a perda de eficácia gera efeitos ex tunc (retroativos) e as relações jurídicas 
decorrentes da MP serão disciplinadas por decreto legislativo a ser elaborado em 60 
dias, pelo Congresso Nacional. 
Exceção: Caso o Congresso Nacional seja omisso e não edite o decreto 
legislativo, as relações jurídicas decorrentes da MP conservar-se-ão por ela regidas. 
Neste caso, para uma corrente de doutrinadores, os efeitos passam a ser ex nunc. É 
dizer, a MP então valeria por todo o prazo que ela existiu, até que tenha sido rejeitada 
expressa ou tacitamente. 
b) Muito embora a medida provisória, a partir da sua publicação, não possa ser retirada 
pelo presidente da República da apreciação do Congresso Nacional, nada obsta que 
seja editada uma segunda medida provisória que ab-rogue a primeira para o fim de 
suspender-lhe a eficácia. 
 CORRETA. Segundo o STF, uma vez editada a MP e estando ela em vigor, não 
pode o Presidente da República retirar a medida provisória de apreciação pelo 
Congresso. Dessa forma, a única alternativa que lhe restaria seria a edição de uma 
nova MP, chamada de MP ab-rogadora ou MP2, que teria o condão de suspender a 
eficácia da medida provisória anterior (MP1). 
Caso a MP2 seja aprovada, a MP1 deixa de existir no ordenamento jurídico. 
Todavia, caso a MP2 seja rejeitada, a MP1 volta a produzir os seus efeitos pelo restante 
do seu prazo de vigência, devendo ser apreciada pelo Congresso e, eventualmente, 
convertida em lei. 
c) Por força do princípio da separação de poderes, é vedado ao Poder Judiciário 
examinar o preenchimento dos requisitos de urgência e de relevância por determinada 
medida provisória. 
 INCORRETA. Relevância e urgência são pressupostos constitucionais da 
medida provisória (ou requisitos formais) e, embora sejam conceitos jurídicos 
 
 
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relativamente indeterminados e fluidos, pois, expõe-se inicialmente à avaliação 
discricionária do Presidente da República, estão sujeitos, ainda que 
excepcionalmente ao controle jurisdicional. É dizer, uma medida provisória pode 
ser declarada inconstitucional (inconstitucionalidade formal) por não observar seus 
pressupostos de validade. Porém, esse controle pelo Poder Judiciário somente se faz 
em situações excepcionais, por força do princípio da separação dos poderes (ADI 
2213). 
Ademais, entende o STF que o vício formal da medida provisória (vício de relevância 
e urgência) não se supre se a mesma for convertida em lei. Ou seja, o vício da MP 
também vicia a lei, neste sentido. (ADI 4048 e 4049). 
d) Em situações excepcionais elencadas no texto constitucional, a medida provisória 
rejeitada pelo Congresso Nacional somente poderá ser reeditada na mesma sessão 
legislativa de sua edição. 
 INCORRETA. O artigo 62, § 10, rechaça esta alternativa: 
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida 
provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia 
por decurso de prazo. 
e) A proibição de edição de medida provisória sobre matéria penal e processual penal 
alcança as emendas oferecidas ao seu correspondente projeto de lei de conversão, as 
quais ficam igualmente impedidas de veicular aquela matéria. 
 INCORRETA. Uui! Esta é uma assertiva difícil! Vamos com calma... 
 O art. 62, §§ 1º e 2º c/c art. 25, § 2º estabelecem limites materiais à edição de 
medidas provisórias, isto é, há matérias que não podem ser objeto de medidas 
provisórias, sendo que entre elas está a vedação de edição de MP sobre matéria 
relativa a direito penal e processual penal (art. 62, I, b, CF). 
 Pela lógica, uma vez que a MP não pode tratar de matéria penal e processual 
penal, as emendas oferecidas ao seu correspondente projeto de lei de conversão 
também não poderiam tratar destas matérias, pois esta prática consubstanciaria o 
contrabando legislativo. Isto é, a oposição de emendas parlamentares a projetos de 
lei, sem observância da pertinência temática exigida entre a emenda parlamentar e o 
texto originário da MP. 
 Não obstante, há controvérsia na jurisprudência do STF quanto a possibilidade 
de edição de medidas provisórias que trate de norma penal mais benéfica e, neste 
caso, muito excepcional, poderíamos ter uma emenda ao projeto de lei de conversão 
da MP exatamente com este propósito de norma penal benéfica. 
 
 
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 Confira a ementa abaixo: 
“Medida provisória: sua inadmissibilidade em matéria penal, extraída 
pela doutrina consensual da interpretação sistemática da 
Constituição, não compreende a de normas penais benéficas, assim, 
as que abolem crimes ou lhes restringem o alcance, extingam ou 
abrandem penas ou ampliam os casos de isenção de pena ou de 
extinção de punibilidade" - RE 254.818, rel. min. Sepúlveda Pertence, 
j. 8-11-2000, P, DJ de 19-12-2002. 
 
7. PODER EXECUTIVO 
QUESTÃO 08 
 
2016 - CESPE - TRE/PI - ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA. Em 
relação às atribuições e responsabilidades do presidente da República, assinale a 
opção correta. 
a) O presidenteda República pode delegar ao procurador-geral da República a 
atribuição de prover e extinguir cargo público na administração pública federal. 
b) A competência do presidente da República para conferir condecorações e distinções 
honoríficas não se insere entre aquelas passíveis de delegação a ministro de Estado. 
c) Compete ao presidente da República, após aprovação prévia do Congresso Nacional, 
decretar estado de defesa e estado de sítio. 
d) Ofenderia a CF decreto presidencial que tivesse por objeto a extinção de cargos 
públicos vagos, pois trata-se de matéria de reserva legal. 
e) Compete privativamente ao presidente da República conceder anistia e indulto. 
Quando o tema da questão são as atribuições do Presidente da República pode 
esperar pelas cascas de bananas do artigo 84 da Constituição Federal! Tema 
recorrente em prova que exige para a sua melhor compreensão a leitura combinada 
do artigo 84, caput, CF c/c seu parágrafo único: 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as 
atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, 
aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao 
 
 
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Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas 
respectivas delegações. 
Por definição, a competência privativa é delegável e a competência 
exclusiva é indelegável. De modo que, se as atribuições do Presidente da República 
constantes nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, podem ser delegadas, é 
justificável o uso do termo “privativamente” no caput do artigo 84. A contrário sensu, 
os incisos I a V; VII a XI; XIII a XXIV; XXV, segunda parte e XXVI e XXVII do artigo 
84, são atribuições exclusivas do Presidente da República, que só podem ser 
realizadas por ele, na condição de Chefe do Poder Executivo no âmbito federal. 
 
Destaque na sua Constituição os incisos VI, XII e XXV, primeira parte, do artigo 
84 da CF, para toda vez que estiver estudando este conteúdo, se lembrar que apenas 
estas três atribuições do Presidente são delegáveis: 
VI - dispor, mediante decreto, sobre 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando 
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos 
públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, 
dos órgãos instituídos em lei; 
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; 
Ressalta-se que o artigo 84, VI, CF trata do famoso decreto autônomo 
acrescido ao texto constitucional pela EC nº 32/2001, o qual por inovar na ordem 
jurídica é considerado ato normativo primário, podendo ser, portanto, objeto de 
controle concentrado de constitucionalidade via ADI e ADC. 
Mas, atenção! As alíenas “a” e “b” do inciso VI apresentam uma séria de 
condicionamentos, a saber: 1ª) O Presidente da República somente pode dispor 
mediante decreto autônomo sobre a organização e funcionamento da administração 
pública federal SE NÃO HOUVER aumento de despesas e, nestas mesmas 
circunstâncias, pode delegar aos Ministros de Estado, PGR e AGU; 2ª) a extinção de 
funções ou cargos públicos mediante decreto somente pode ocorrer SE as funções 
ou cargos estiverem VAGOS. Caso estejam providos, a regra é: funções e cargos 
 
 
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públicos são criados por lei e somente poderão ser extintos por lei (lei em sentido 
estrito); 3ª) o decreto autônomo (art. 84, VI, CF), não se confunde com o decreto 
regulamentar, também chamado de decreto de execução e previsto no art. 84, 
IV, CF. Segundo Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino1: 
“Os decretos de execução ou regulamentares costumam ser definidos 
como regras jurídicas gerais, abstratas e impessoais, editadas em 
função de uma lei cuja aplicação de 
algum modo envolva atuação da administração pública, visando a 
possibilitar a fiel execução dessa lei. 
A Constituição de 1988 expressamente prevê a edição de 
regulamentos de execução em seu art. 84, IV. Segundo esse 
dispositivo, compete privativa- mente ao Presidente da República 
expedir decretos e regulamentos para a fiel execução das leis. E 
interessante notar que a competência para a expedição dos decretos 
ou regulamentos de execução não é passível de delegação (CF, art. 
84, parágrafo único). 
 Desta forma, como o art. 84, IV, CF atribui ao Presidente da República a 
competência para sancionar, promulgar e fazer publicar leis, bem como expedir 
decretos e regulamentos para sua fiel execução, percebe-se que o decreto 
regulamentar não inova na ordem jurídica, pois se limita ao fiel cumprimento da lei e 
seu principal objetivo é exatamente tornar aplicável a lei que lhe confere validade. 
Trata-se, portanto, de ato normativo secundário, passível de controle de 
legalidade e não objeto de controle de constitucionalidade. 
 Sendo imperioso ainda lembrar que, caso os atos normativos do Poder Executivo 
exorbitem do poder regulamentar, poderão ser sustados pelo Congresso Nacional, 
conforme dispõe o art. 49, V, da Constituição. 
O artigo 84, XII, CF confere ao Presidente da República a competência para a 
concessão de indulto. Aqui, o importante é lembrar que indulto não se confunde 
com anistia. Nas lições de Guilherme de Souza Nucci: 
“Graça ou indulto individual é a clemência determinada a uma 
pessoa determinada, não dizendo repeito a fatos criminosos. 
A Lei de Execução Penal passou a chamá-la, corretamente, de indulto 
individual (arts. 188 a 193), embora a Constituição Federal tenha 
 
1 ALEXANDRINO, Marcelo, PAULO, Vicente. Direto Administrativo Descomplicado, 25. ed. Ver e atual., 
São Paulo: Método, 2017, pg. 282. 
 
 
 
 
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entrado em contradição a esse respeito. No art. 5º, XLIII utiliza o 
termo graça e no art. 84, XII, refere-se tão somente a indulto. 
Portanto, diante desta flagrante indefinição, o melhor a fazer á aceitar 
as duas definições: graça ou indulto individual. 
Tratando-se de um perdão concedido pelo Presidente da República, 
dentro de sua avaliação discricionária, não sujeita a qualquer recurso, 
deve ser usada com parcimônia.”2 
Já a anistia é “a declaração pelo Poder Público de que determinados fatos se 
tornaram impuníveis por motivo de utilidade social. O instituto da anistia volta-se a 
fatos e não a pessoas.” 3 
Por fim, o artigo 84, XXV, CF dispõe que compete ao Presidente da República 
prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei. 
Somente o provimento de cargos públicos 
federais permite a delegação à Ministros de Estados, 
AGU ou PGR! A extinção dos cargos públicos federais 
é atribuição exclusiva do Presidente da República 
(pois, 2ª parte do inciso XXV, não mencionada no 
parágrafo único do art. 84), ressalvada a hipótese de extinção mediante decreto de 
cargos e funções públicas, quando vagos (inciso VI, b), que também permite 
delegação! 
Isto posto, veja como fica fácil a análise das assertivas: 
a) O presidente da República pode delegar ao procurador-geral da República a 
atribuição de prover e extinguir cargo público naadministração pública federal 
INCORRETA. Como visto acima, o parágrafo único do artigo 84 apenas permite 
a delegação do inciso XXV, 1ª parte, ou seja, apenas o provimento de cargos públicos 
federais, na forma da lei. A extinção de cargo público na administração pública federal 
é indelegável e, via de regra, ocorre por meio de lei. A exceção ocorre quando o cargo 
público estiver vago, pois nesta hipótese a extinção pode se dá por meio de decreto 
autônomo do Presidente da República, passível de delegação ao PGR. 
b) A competência do presidente da República para conferir condecorações e distinções 
honoríficas não se insere entre aquelas passíveis de delegação a ministro de Estado. 
 
2 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal: parte geral: artsº 1 a 120 do Código Penal. Rio 
de Janeiro: Forense, 2017, p. 1073/1074. 
3 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal: parte geral: artsº 1 a 120 do Código Penal. Rio 
de Janeiro: Forense, 2017, p. 1075. 
 
 
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 CORRETA. Nos termos do artigo 84, XXI, CF c/c seu parágrafo único esta não é 
uma competência delegável. Portanto, apenas pode ser exercida pelo Presidente da 
República. 
c) Compete ao presidente da República, após aprovação prévia do Congresso Nacional, 
decretar estado de defesa e estado de sítio. 
 INCORRETA. De fato, compete ao Presidente da República, nos termos do 
artigo 84, IX, CF, decretar o estado de defesa e o estado de sítio. No entanto, há uma 
diferença substancial quanto ao momento em que ocorre o controle político da medida 
excepcional. Vejamos: 
 
Sistema Constitucional 
de Crises 
Estado de Defesa Estado de Sítio 
Controle político 
Posterior 
Primeiro o Pres. Rep. 
decreta o Estado de 
Defesa e depois submete 
ao Congresso Nacional o 
decreto para referendo 
(que decidirá por maioria 
absoluta). 
Prévio 
O Presidente tem que 1º 
solicitar autorização ao 
Congresso Nacional (que 
decidirá por maioria 
absoluta) para depois 
decretar o Estado de 
Sítio. 
Fundamento legal 
Art. 136, § 4º, CF c/c art. 
49, IV, CF 
Art. 137, caput e 
parágrafo único, CF c/c 
art. 49, IV, CF 
 
d) Ofenderia a CF decreto presidencial que tivesse por objeto a extinção de cargos 
públicos vagos, pois trata-se de matéria de reserva legal. 
 INCORRETA. Neste caso, o Presidente da República pode expedir o decreto 
autônomo para a extinção do cargo público, pois ele se encontra vago, como exigido 
pelo artigo 84, VI, b, CF. Ofenderia ao princípio da reserva legal caso o cargo público 
estivesse provido, pois aí a extinção somente poderia ocorrer por lei. 
e) Compete privativamente ao presidente da República conceder anistia e indulto. 
 INCORRETA. Ao Presidente da República compete a concessão do indulto, nos 
termos do artigo 84, XII, CF. Já a concessão da anistia é competência do Congresso 
Nacional (art. 48, VIII, CF), que depende de sanção do Presidente da República (art. 
 
 
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48, caput, CF). Vale lembrar que a anistia é o perdão concedido aos culpados que 
elimina a punibilidade e todas as consequências de caráter penal advindas da 
condenação. Relaciona-se a fatos e não a pessoas. Ao contrário do indulto, que como 
explicado acima, relaciona-se a pessoa e não aos fatos. 
 
8. PODER JUDICIÁRIO 
QUESTÃO 09 
2016 - CESPE – TJ-DFT – JUIZ. Em atenção à organização dos Poderes, assinale 
a opção correta. 
a) Compete ao governador, recebida a lista tríplice do tribunal, a nomeação de 
desembargador para o quinto constitucional do Poder Judiciário do DF. 
b) Conforme entendimento do STF, sua competência originária contra atos do CNJ 
deve ser interpretada de forma restrita e se limita às ações tipicamente 
constitucionais. 
c) Se o ato questionado é a lista tríplice do quinto constitucional formada por tribunal 
estadual, é atribuição do CNJ o controle do procedimento, ainda que ocorra após a 
nomeação e posse do desembargador. 
d) Os ministros de Estado, nos crimes de responsabilidade conexos com os do 
presidente da República, serão processados e julgados pelo STF. 
e) Conferindo a lei prerrogativas, garantias, vantagens e direitos equivalentes aos dos 
titulares dos ministérios é de se reconhecer ao ocupante do cargo, para as infrações 
penais, a prerrogativa de foro no STF. 
Essa questão teve um índice de 52% de erro. Por que mais da metade dos 
candidatos erraram? Acreditamos que porque a questão exige do candidato além de 
atenção a questões peculiares de órgãos judiciários, também, domínio de 
jurisprudência. Vamos lá... 
a) Compete ao governador, recebida a lista tríplice do tribunal, a nomeação de 
desembargador para o quinto constitucional do Poder Judiciário do DF. 
 INCORRETA. Esse é um erro comum dos candidatos, achar que quem nomeia 
desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, pela regra do quinto 
constitucional (à semelhança do que ocorre com a nomeação pelo Governador do 
Estado, de desembargador de Tribunal de Justiça dos Estados, pela regra do quinto) 
é o Governador do Distrito Federal. Cuidado! Quem irá nomear é o Presidente da 
República, em razão do art. 21, XIII, da Constituição Federal. 
 
 
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 Aqui vale uma boa revisão do artigo 94, da CF para não ficar nenhuma 
“duvidazinha”! Prontos? 
 Segundo estabelecido no art. 94 da Constituição Federal de 1988, um quinto dos 
lugares dos TRF´s, dos Tribunais dos Estados (inclui também os Tribunais de 
Justiça Militar dos Estados, onde houver), e do Distrito Federal e dos Territórios 
será composto de membros do Ministério Público, com mais de dez anos de 
carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais 
de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos 
de representação das respectivas classes. 
O procedimento para a escolha do quinto constitucional, conforme bem sintetiza 
Pedro Lenza, é o seguinte: “os órgãos de representação das classes dos advogados e 
Ministério Público elaboram lista sêxtupla, ou seja, indicam seis nomes que preencham 
os requisitos acima citados. Recebidas as indicações, o tribunal para o qual foram 
indicados forma lista tríplice (escolhe três dos seis). Nos vinte dias subsequentes, o 
Chefe do Executivo (em se tratando de Tribunal Estadual, o Governador do Estado; 
na hipótese do TJ do DF e Territórios, o Presidente da República e para 
indicação ao TRF, também o Presidente da República) escolherá um dos três para 
nomeação”. 
A regra do “quinto constitucional” pode então ser assim esquematizada: 
 
 
 
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Obs.: O juiz de carreira já ascende ao tribunal vitalício, pois a vitaliciedade foi 
adquirida após 2 (dois) anos de efetivo exercício (art. 95, I) 
 
a) A nomeação do desembargador que ingressa pelo quinto no TJDFT será pelo 
Presidente da República e não pelo Governador do Distrito Federal, eis que cabe à 
União organizar e manter o Poder Judiciário no DF, conforme art. 21, XIII, CF.b) Embora o art. 94 só se refira explicitamente aos TRF´s e TJ´s, a regra do quinto 
constitucional está prevista também para o TST (art. 111-A) e os TRT´s (art. 115). 
Mas, nestes casos, o quinto constitucional é formado por advogados e membros do 
MPT, necessariamente! 
c) Já na composição do STJ (art. 104) não é possível afirmar que exista a regra do 
quinto constitucional, uma vez que a presença de Ministros oriundos do Ministério 
Público ou da advocacia se faz na proporção de 1/3 e não 1/5. 
Vejamos: 
 
 
 
 
 
 
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a) Segundo o STF, se a divisão dos membros dos TJ´S ou dos TRF´s por cinco não 
resultar em número inteiro, o arredondamento sempre deverá ser para cima, sob pena 
de consagra-se um subrepresentação dos membros do Ministério Público e da 
advocacia, em patente inconstitucionalidade. 
b) Na ADI 4078 (Inf. 647, STF) o STF entendeu que “A vedação aos magistrados 
egressos da Advocacia ou do Ministério Público de se candidatarem às vagas no STJ 
configura tratamento desigual de pessoas em identidade de situações e criaria 
desembargadores e juízes de duas categorias”. Portanto, advogados ou membros do 
MP que ingressaram nos TJ´s ou TRF´s pela regra do quinto, concorrem normalmente 
às vagas do STJ destinadas aos membros do Tribunal. Diferentemente do que ocorre 
na composição do TST, tendo em vista que o art.111-A, II, CF dispõe que 4/5 do TST 
será composto por juízes dos TRT´s, oriundos de carreira, indicados pelo próprio 
Tribunal Superior. 
 
b) Conforme entendimento do STF, sua competência originária contra atos do CNJ 
deve ser interpretada de forma restrita e se limita às ações tipicamente 
constitucionais. 
 CORRETA. Nos termos do art. 102, I, r, CF: 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, 
a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o 
Conselho Nacional do Ministério Público; 
 No entanto, o STF tem dado interpretação restritiva ao dispositivo de modo a 
aceitar apenas os mandados de segurança, mandados de injunção, habeas 
corpus e habeas data contra ato do CNJ (o próprio CNJ figura no pólo passivo). É 
dizer, o STF apenas julgará os remédios constitucionais que envolvam o CNJ, conforme 
restou decidido na AO 1814 e no agravo regimental da ACO 1680. 
 Nas ações ordinárias contra atos do CNJ a competência para julgar será dos 
juízes federais (art. 109, I, CF), pois a União quem vai figurar no pólo passivo da ação, 
já que os Conselhos são órgãos federais. Da mesma forma, STF firmou entendimento 
 
 
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de que não é de sua competência conhecer da ação popular e ação civil pública contra 
ato do CNJ. 
 
 Mas há uma exceção aqui! Não compete ao STF julgar mandado de segurança 
contra deliberação negativa do CNJ. Entenda o que restou julgado no MS 
33085/DF, em 20/09/16 (Info 840), conforme comentários do julgado feito pelo 
Professor Márcio Cavalcante:4 
Não cabe mandado de segurança contra ato de deliberação negativa do Conselho 
Nacional de Justiça, por não se tratar de ato que importe a substituição ou a revisão 
do ato praticado por outro órgão do Judiciário. 
Assim, o STF não tem competência para processar e julgar ações decorrentes de 
decisões negativas do CNMP e do CNJ. Como o conteúdo da decisão do CNJ/CNMP foi 
“negativo”, o Conselho não decidiu nada. Se não decidiu nada, não praticou nenhum 
ato. Se não praticou nenhum ato, não existe ato do CNJ/CNMP a ser atacado no STF. 
Em razão do exposto, não compete ao STF julgar MS impetrado contra decisão do CNJ 
que julgou improcedente pedido de cassação de um ato normativo editado por 
vara judicial. 
STF. 2ª Turma. MS 33085/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 20/09/2016 (Info 
840). 
De quem é a competência para julgar mandados de segurança impetrados 
contra o CNJ e o CNMP? 
Do STF, nos termos do art. 102, I, “r”, da CF/88. 
Decisões “negativas” do CNJ ou CNMP 
Algumas vezes o interessado provoca o CNJ ou o CNMP pedindo a revisão disciplinar 
de algum ato administrativo praticado por membro do Judiciário ou do MP, mas tais 
 
4 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Mandado de segurança contra decisões negativas do CNJ. 
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/6c2e49911b68d315555d5b3eb0
dd45bf>. Acesso em: 17/09/2017. 
 
 
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Conselhos rejeitam o pedido e recusam-se a tomar qualquer providência no caso 
concreto porque alegam que: 
a) não têm competência para aquela situação; ou 
b) que o ato atacado não possui qualquer vício ou ilegalidade que mereça ser reparado. 
 Nessas hipóteses, dizemos que a decisão do CNJ ou CNMP foi “negativa” porque 
ela nada determina, nada aplica, nada ordena, nada invalida. 
Nesses casos, a parte interessada poderá impetrar MS contra o CNJ/CNMP no 
STF? 
NÃO. O STF não tem competência para processar e julgar ações decorrentes de 
decisões negativas do CNMP e do CNJ. 
Se a parte impetrar MS neste caso, o STF não irá conhecer da ação. 
Segundo entende o STF, como o conteúdo da decisão do CNJ/CNMP foi 
“negativo”, ele não decidiu nada. Se não decidiu nada, não praticou nenhum ato. Se 
não praticou nenhum ato, não existe ato do CNJ/CNMP a ser atacado no STF. 
Na deliberação negativa, o CNJ/CNMP não substitui nem desconstitui qualquer 
ato administrativo. Assim, se existe algum ato a ser atacado é o originário (e não o 
do Conselho). 
Veja as seguintes ementas que bem explicam esse entendimento do STF: 
(...) O pronunciamento do Conselho Nacional de Justiça que consubstancie 
recusa de intervir em determinado procedimento, ou, então, que envolva mero 
reconhecimento de sua incompetência, ou, ainda, que nada determine, que nada 
imponha, que nada avoque, que nada aplique, que nada ordene, que nada invalide, 
que nada desconstitua, não faz instaurar, para efeito de controle jurisdicional, a 
competência originária do Supremo Tribunal Federal. 
— O Conselho Nacional de Justiça, em tais hipóteses, considerado o próprio 
conteúdo negativo de suas resoluções (que nada proveem), não supre, não substitui 
nem revê atos ou omissões eventualmente imputáveis a órgãos judiciários em geral, 
inviabilizando, desse modo, o acesso ao Supremo Tribunal Federal, que não pode 
converter-se em instância revisional ordinária dos atos e pronunciamentos 
administrativos emanados desse órgão de controle do Poder Judiciário. Precedentes. 
(...) (STF. 2ª Turma. MS 31453 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 
28/10/2014). 
(...) A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que as deliberações 
negativas do Conselho Nacional de Justiça não estão sujeitas a revisão por meio de 
 
 
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mandado de segurança impetrado diretamente no Supremo Tribunal Federal. (...) 
(STF. Plenário. MS 28202 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 
24/03/2011). 
Neste caso,o que a parte deverá fazer? 
A parte terá que impugnar na Justiça o ato originário que gerou seu pedido no 
CNJ/CNMP.5 
 
c) Se o ato questionado é a lista tríplice do quinto constitucional formada por tribunal 
estadual, é atribuição do CNJ o controle do procedimento, ainda que ocorra após a 
nomeação e posse do desembargador. 
 INCORRETA. Conforme o MS 27.033 AgR, rel. min. Celso de Mello, “O Conselho 
Nacional de Justiça não dispõe, constitucionalmente, de competência para deliberar 
sobre situações que alcancem ou que atinjam resoluções e manifestações volitivas 
emanadas de órgãos e autoridades vinculados a outros Poderes do Estado e, por isso 
mesmo, absolutamente estranhos ao âmbito de atribuições institucionais daquele 
órgão de controle meramente administrativo do Poder Judiciário, ainda que se trate 
de provimento de cargo de Desembargador pela regra do quinto 
constitucional (CF/88, art. 94), pois, em tal hipótese, cuidando-se de procedimento 
subjetivamente complexo (RTJ 178/220 – RTJ 187/233-234 – RTJ 188/663, v.g.), o 
ato final de investidura pertence, exclusivamente, a agente público que chefia o Poder 
Executivo (CF/88, art. 94, parágrafo único)" 
d) Os ministros de Estado, nos crimes de responsabilidade conexos com os do 
presidente da República, serão processados e julgados pelo STF. 
 INCORRETA. Neste caso, havendo conexão, serão processados e julgados pelo 
Senado Federal, nos termos do art. 102,I, c, CF c/c art. 52, I, CF. Não se esqueça 
do quadrinha abaixo: 
 
 
 
 
5 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Mandado de segurança contra decisões negativas do CNJ. 
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/6c2e49911b68d315555d5b3eb0
dd45bf>. Acesso em: 17/09/2017. 
 
 
 
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AUTORIDADE CRIME COMUM CRIME DE 
RESPONSABILIDADE 
Presidente e Vice-
Presidente da República 
STF 
(art. 102, I, “b”) 
Senado Federal 
(art. 52,I, CF) 
Ministro de Estado 
STF 
(art. 102, I,“c”, CF) 
STF (art. 102, I, “c”, CF), salvo 
se houver conexão com ato do 
Presidente da República, pois 
nesse caso, a competência é 
do Senado Federal (art. 52, I, 
CF) 
Comandantes da Marinha, 
do Exército e da 
Aeronáutica 
STF 
(art. 102, I, “c”, CF) 
STF (art. 102, I, “c”, CF), salvo 
se houver conexão com ato do 
Presidente da República, pois 
nesse caso, a competência é 
do Senado Federal (art. 52, I, 
CF) 
 
e) Conferindo a lei prerrogativas, garantias, vantagens e direitos equivalentes aos dos 
titulares dos ministérios é de se reconhecer ao ocupante do cargo, para as infrações 
penais, a prerrogativa de foro no STF. 
 INCORRETA. Puxa vida, essa assertiva é daquelas de chorar! A banca tentou 
reproduzir a ementa do julgado que colacionamos abaixo, mas o fez de forma 
incompleta, de modo que, a nosso ver, prejudicou o entendimento da mesma. 
“Para efeito de definição da competência penal originária do Supremo 
Tribunal Federal, não se consideram Ministros de Estado os titulares 
de cargos de natureza especial da estrutura orgânica da Presidência 
da República, malgrado lhes confira a lei prerrogativas, garantias, 
vantagens e direitos equivalentes aos dos titulares de ministérios: é 
o caso do Secretário de Comunicação Social da Presidência da 
República". (Pet-AgR 1199 SP) 
O que a banca então quis afirmar é que o rol do art. 102, I da CF é taxativo (e 
de fato, é mesmo) e, por isso, um Secretário de Comunicação Social da Presidência 
da República, por exemplo, não têm as mesmas prerrogativas, garantias e foro que a 
Constituição Federal estabelece para os Ministros de Estado. Ou seja, não se pode 
equiparar ocupantes de cargos da estrutura orgânica da Presidência da República com 
 
 
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Ministros de Estado e, consequentemente, lhes conferir for por prerrogativa de função 
em infração penal perante o STF. 
 
9. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
Questão 10 
 
2016 - CESPE - FUNPRESP-JUD - Analista - Direito Acerca do controle de 
constitucionalidade e da ordem social conforme prevê a CF, julgue o próximo item. 
( ) Constitui modalidade de controle preventivo e abstrato a admissão de mandado 
de segurança impetrado por parlamentar contra as Mesas do Congresso Nacional 
com a finalidade de impedir a prática de atos incompatíveis com o devido processo 
legislativo. 
 
Essa é uma questão que possui em torno de 53% de índice de erro! Mas por 
que? Vamos entender? Bom, a assertiva está incorreta. 
O Controle de Constitucionalidade pode ser preventivo ou repressivo. A 
diferença é que o Controle Preventivo ocorre quando o ato normativo ainda não 
ingressou no ordenamento jurídico (projeto de lei, proposta de emenda 
constitucional...), já quando o controle é repressivo o objeto já foi inserido no nosso 
ordenamento (lei ordinária, lei complementar, medida provisória...). 
A assertiva discute as modalidades de controle preventivo, ou seja, os meios 
que temos para questionar a constitucionalidade de uma norma, antes de seu ingresso 
no ordenamento jurídico. 
Olha, esse tipo de controle pode ser realizado pelos três Poderes. 
 
 
 
 
 
 
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Poder Legislativo Poder Executivo Poder Judiciário 
Quando a Comissão de 
Constituição e Justiça 
(CCJ) avaliar se o projeto 
de lei é ou não 
constitucional, pratica 
Controle de 
Constitucionalidade 
Preventivo. 
O Presidente da 
República, ao vetar o 
projeto de lei por 
inconstitucionalidade, 
pratica Controle de 
Constitucionalidade 
Preventivo (veto jurídico - 
art. 66, §1°, CF) 
O parlamentar, se 
entender que um projeto 
de lei não está 
respeitando, em seu 
tramite, os requisitos 
constitucionais, pode 
impetrar Mandado de 
Segurança para defender 
o devido processo 
legislativo. 
 
 
 
 
 Se você quer acertar as questões que envolvem o Controle Preventivo de 
Constitucionalidade precisa conhecer alguns posicionamentos do STF (Inf. 711). 
Aqui vão os mais relevantes: 
1) A legitimidade é somente dos parlamentares que podem defender via MS o direito 
líquido e certo ao devido processo legislativo; 
2) Como a legitimidade é apenas do parlamentar (legitimação exclusiva), se, proposto 
o MS, o parlamentar, por algum motivo, deixa seu cargo, o MS será extinto por 
ausência de legitimação ativa; 
3) O impetrado, nesse MS, será a Mesa da Câmara dos Deputados ou a Mesa do 
Senado Federal, a depender de qual casa o projeto de lei ou PEC está tramitando 
indevidamente. 
4) Por fim, lembrar que a competência para julgar este mandado de segurança é do 
STF, conforme art. 102, I, d, CF. 
 
 
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5) Como a legitimidade é apenas do parlamentar (legitimação exclusiva), se, proposto 
o MS, o parlamentar, por algum motivo, deixa seu cargo, o MS será extinto por 
ausência de legitimação ativa; 
6) O impetrado, nesse MS, será a Mesa da Câmara

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