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Sexagem Sêmen
A produção comercial de sêmen bovino no Brasil ainda ocorre em pequena escala, podendo atender a um mercado restrito, pois existe obstáculos a serem vencidos, como o tempo de separação, viabilidade e número de espermatozoides por dose inseminante, diluidores específicos para permitir o transporte e preservação do sêmen sexado, além do custo da dose inseminante. O aumento da fertilidade com o uso do sêmen sexado está associado a seleção dos animais (redução dos efeitos individuais dos touros), ao manejo reprodutivo das fêmeas, otimização do processo de sexagem, criopreservação e inseminação.
A sexagem de sêmen pode ser feita por citometria de fluxo ou gradiente de concentração.
Gradiente de densidade: Esse método envolve processos de centrifugação e se baseia na diferença de densidade entre essas duas populações de espermatozoides. A análise da cabeça dos espermatozoides por microinterferometria demonstrou que o X contém mais DNA e proteína nuclear que o Y e que esta diferença é proporcional à diferença de massa entre os dois tipos de células. Estimou-se que a diferença de DNA X em relação ao Y, de bovinos, resultou em uma diferença de densidade de pelo menos 7x10 g/cm3 ou 0,06% a mais.
Em bovinos desenvolveu-se um processo de separação dos espermatozoides X ou Y em gradientes descontínuos de Percoll com acuidade de cerca de 70%. Quando utilizados para a produção in vitro de embriões, foram capazes de fecundar 75% dos oocistos, dos quais 30% desenvolveram-se até o estádio de blastocisto O aprimoramento deste método de centrifugação em gradiente descontínuo de Percoll, em substituição aos métodos convencionais de preparação dos espermatozoides antes da fecundação, poderá ser uma alternativa para associar a sexagem de espermatozoides à produção in vitro comercial. 
O Percoll é um meio bem referenciado para a centrifugação em gradiente de densidade de células, vírus e partículas sub celulares. A solução estéril é composta por sílica coloidal recoberta com polivinilpirrolidona (PVP). Com o Percoll é possível a formação de gradientes com densidade de até 1,130g/ml, com osmolaridade menor que 300 mOSm/Kg H2O. Para isso, é necessário preparar-se uma solução estoque contendo nove partes de Percoll e uma parte de solução com 1,5M de Na Cl ou 2,5M de sacarose.
Existem dois tipos de gradientes de densidade; a) contínuos: há um aumento gradual da densidade da parte de cima do gradiente até a parte de baixo, não sendo possível observar as camadas formadas; b) descontínuos: é possível a visualização das camadas dos gradientes em que, a camada mais densa fica na parte inferior do tubo, diminuindo-se nas partes superiores.
É possível a sexagem a partir de sêmen congelado e o gradiente pode ser preparado aproximadamente uma hora antes da FIV, não onerando os custos com a dose de sêmen sexado. 
-Citometria de Fluxo: esta técnica é feita por um equipamento denominado Citômetro de Fluxo. O processo de sexagem se inicia com a coloração vital do DNA, pelo corante de fluorescência Hoechst 33342 a 37o C por uma hora no sêmen diluído em meio de cultura.
O sêmen com o corante é colocado no Citômetro e circula por pressão. Passa por um orifício estreito e na saída é radiado por uma corrente líquida de PBS. Isto faz com que os espermatozoides fiquem presos um a um no centro de um jato estreito, este passa pelo raio laser que produz a emissão da fluorescência do DNA.
A fluorescência é captada por 2 detectores, conectados a um computador, colocados a 0 e 90o da linha de emissão do laser. O detector a 90o determina se os espermatozoides estão ou não na orientação correta, ou seja, perpendicular ao laser, o que está a 0o reconhece a intensidade de fluorescência.
O jato é fracionado em gotas pequenas por um transdutor US contendo 1 a 2 espermatozoides cada gota. O computador permite que um ionizador transfira carga negativa aos espermatozoides X e positiva aos Y (devido a intensidade de fluorescência). As gotas passam por um campo eletrostático em que os espermatozoides com carga negativa (X) são atraídos para o pólo positivo e os com carga positiva para o pólo negativo, assim eles são separados.
As frações sexadas são coletadas em tubos contendo meio de cultura em que os espermatozoides móveis migram para o fundo e os mortos ficam no sobrenadante.
A sexagem de espermatozoides é um grande avanço dentro das técnicas de biotecnologia. Mais pesquisas e estudos estão sendo feitos no sentido de otimizar essa técnica, o que auxiliará muito a produção in vitro de embriões.
Metodologias de Sexagem
Entre os métodos mais estudados está a citometria de fluxo (JOHNSON, 1992), que possui eficiência em torno de 98% (CUNNINGHAM, 1998), porém necessita de equipamentos caros, o número de espermatozoides sexados é limitado e é potencialmente invasiva (BLECHER et. al, 1999), devido à utilização de fluoro cromos para marcar o DNA. Outro método é a imunossexagem, com anticorpo monoclonal para a detecção de antígenos de superfície sexo específicos nos espermatozoides. O método é mais simples, mais barato e sem efeitos negativos sobre o desenvolvimento embrionário, além de não haver limite do número de espermatozoides para sexagem. Entretanto, este método depende da expressão de genes do cromossomo X ou Y nas espermátides e de que o produto dessa expressão não atinja a população de espermatozoides do sexo oposto, através de pontes intracelulares existentes entre as células durante a espermatogênese (HENDRICKSEN, 1999). 
O antígeno H-Y é um antígeno considerado macho-específico, entretanto, a sua aplicação na sexagem, principalmente em embriões, não tem atendido às expectativas, provavelmente devido à baixa afinidade dos anticorpos (VEERHUIS et al., 1994).
 Com a identificação de alguns genes que codificam vários epítopos H-Y, cujos peptídeos são constituintes de moléculas do complexo maior de histocompatibilidade que está presente na superfície da célula (HENDRIKSEN, 1999), abriu-se uma alternativa de se conseguir diferentes anticorpos monoclonais para diversos epítopos de proteínas sexo-específicas presentes na membrana.
Conclusão:
A sexagem pode possibilitar um maior ganho genético, eficiência de produção e maior flexibilidade no manejo do rebanho, bem como a preservação de fêmeas ou machos dependendo da demanda do mercado, resultando num maior ganho econômico.
O sêmen sexado, embora possua taxa de nascimento e elevado custo do bezerro, a exatidão quanto a sexagem é significativa quanto comparada com sêmen convencional.
O sucesso do uso de sêmen sexado depende do método e das características que é desejada para que haja um aumento da produtividade e o melhoramento genético tais como: manter o sêmen viável para a fecundação, poder ser produzido em grande escala, garantir taxa de prenhez satisfatória, permitir ser congelado sem que haja perdas e lesões espermáticas, possa ter separação eficiente dos espermatozoides e sêmen congelados , apresentar baixo custo e também se preocupar com a exatidão do processamento e viabilidade pós descongelamento.
Bibliografia:
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KLINC, P., RATH, D. Application of flowcytometrically sexed spermatozoa in ifferent arm animal species: a review Arch. Tierz., Dummerstorf, 2006.
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Van VLECK, L. D. Potential genetic impact of artificial insemination, sex selection, embryo transfer, cloning and selfing in dairy cattle. In: BRACKETT, B. G., SEIDEL, G. E., SEIDEL, S. M. (Ed.). New technologies in animal breeding. Academic Press, 1981, p.221-242.
SPINACI, M.; De AMBROGI, M.; VOLPE, S.; GALEATI, G.; TAMANINI, C.; SEREN, E. Effect of staining and sorting on boar sperm membrane integrity, mitochondrial activityand in vitro blastocyst development. Theriogenology, v. 64, p. 191-201, 2005.`
RIZOS, D.; GUTIERREZ-ADAN, A.; PEREZ-GARNELO, S.; DE LA FUENTE, J.; BOLAND, M. P; LONERGAN, P. Bovine embryo culture in the presence or absence of serum: implications for blastocyst development, cryotolerance, and messenger RNA expression. Biol. Reprod., v. 68, n. 1, p. 236-243, 2003

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