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APOSTILA DE HAMARTIOLOGIA

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1 
 
APOSTILA 8 - APOSTILA DE HAMARTIOLOGIA: A DOUTRINA DO PECADO 
APOSTILA DE HAMARTIOLOGIA 
A DOUTRINA DO PECADO 
Professor: Cornélio Póvoa de Oliveira 
www.semeandoabiblia.blogspot.com 
 
 
DATA AULA Nº HAMARTIOLOGIA 
 1 Introdução – Conhecendo os alunos 
 2 Epistemologia 
 3 Definições de Pecado 
 4 Origem do Pecado 
 5 Conseqüências do Pecado 
 6 Pecado Pessoal 
 7 A Natureza Pecaminosa no Homem 
 8 O Pecado Na Vida do Crente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia: 
Berkoff, Louis. Teologia Sistemática, Campinas, Luz para o Caminho. 
Chafer, Lewis Sperry. Teologia Sistemática, São Paulo, Hagnos. 
Dagg, John Leadley. Manual de Teologia, S. J. Campos, Fiel. 
Erickson, M.J. Introdução à Teologia Sistemática, São Paulo, Vida Nova. 
Grudem, Wayne. Teologia Sistemática, São Paulo, Vida Nova. 
Hodge, Charles. Teologia Sistemática, São Paulo, Hagnos. 
Langston, A.B. Esboço de Teologia Sistemática, Rio de Janeiro, JUERP. 
Severa, Zacarias de Aguiar. Manual de Teologia Sistmática. Curitiba. AD Santos Editora. 
Strong, A.H. Teologia Sistemática, São Paulo, Hagnos. 
Thiessen, Henry C. Palestras em Teologia Sistemática, São Paulo, Imprensa Batista Regular. 
http://teologiaegraca.blogspot.com/2010/09/fundamentos-biblico-teologico-do-pecado.html 
 
 
AULA 1 
 
INTRODUÇÃO 
 
Hamartiologia (do grego[1] transliterado hamartia = erro ou pecado + logia= estudo), como sugere o 
próprio nome, é a ciência que estuda o pecado e as suas origens e consequências, ou — se preferível — o 
estudo sistematizado daquele tema (pecado). 
 
Nenhuma doutrina há mais importante para o crente do que a do pecado. É verdade que as doutrinas 
fundamentais do cristianismo se relacionam intimamente; porém a do pecado é uma daquelas cujo 
conhecimento se impõe como grande necessidade. A boa compreensão desta doutrina derrama muita luz 
sobre as demais. Ela influi sobre todas as outras, tais como a doutrina de Deus, a doutrina do homem, a 
doutrina da salvação, e assim por diante. 
 
2 
 
A idéia que temos de pecado determina, mais ou menos, a nossa idéia de salvação. Errar, portanto, na 
doutrina do pecado, é errar também na salvação. Um exemplo: Pessoas há que julgam que o pecado é devido 
ao meio em que o homem vive; logo, melhorando o meio, o pecado desaparecerá. Se assim fosse, os homens 
necessitariam não de um salvador, mas de um benfeitor. Dinheiro e boa vontade poderiam salvar a 
humanidade, neste caso. Sabemos, porém, que não é assim, porque infelizmente os ricos não são, em geral, 
os santos da terra. 
Outras há que julguem que o pecado é oriundo da ignorância. Os homens pecam, dizem, porque não 
conhecem coisa melhor. Ora, se assim fora, a educação seria a salvação da raça; o combate ao analfabetismo 
seria a melhor pregação do evangelho; e naturalmente os homens mais instruídos e mais cultos seriam os 
mais santos. Sabemos que essa idéia também não é verdadeira. Os que assim pensam estão longe da 
verdade. Todos pecaram. 
[...] É mister que estudemos bem o que as Escrituras nos ensinam sobre este assunto, porque a 
doutrina que se encontra na Bíblia não só faz justiça a Deus como também deixa ao pecador uma firme 
esperança de salvação. 
 
(LANGSTON, A. B. Esboço de Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: Ed. Juerp) 
 
Algumas dificuldades encontradas para se discutir o pecado 
• O pecado, como a morte, não é um assunto agradável. Ele nos deprime. Não gostamos de pensar em 
nós mesmos como pessoas ruins ou más. Quase sempre reagimos contra esta forma negativa de nos 
olharmos. 
• O pecado é visto como um conceito simplista e estranho para muitos, onde se coloca sobre um 
homem a culpa de todo o mal que nos aflige. Para a grande maioria dos sociólogos o mal que nos aflige são 
atribuídos ao ambiente pernicioso que nos rodeia e não a homens pecadores. 
• A idéia do pecado como uma força interior, uma condição inerente, um poder controlador, é em 
grande parte desconhecida e até ignorada. As pessoas pensam mais em pecados, ou seja, atos errados 
isolados, que não estão necessariamente ligados a uma natureza pecaminosa. O pecado dessa forma é visto 
como algo externo ao homem e concreto. Neste ponto de vista pessoas que não roubaram, adulteraram, em 
fim que não cometeram erros “externos” são consideradas boas. 
 
 
REFLEXÃO 1 (Aula introdutória) 
O que é o pecado? Assim responde o Catecismo Maior de Westminster, pergunta 24 (1): “Pecado 
é qualquer carência de conformidade com, ou transgressão de qualquer lei de Deus, dada como regra para 
a criatura racional”. Em meio à efervescência da Reforma Protestante, que veio combater as imoralidades 
existentes dentro da Igreja Católica, este catecismo procurou dar uma resposta simples a uma antiga 
preocupação do homem. Ainda assim, esta “qualquer carência”, bem sabemos, ficou sujeita às mais 
variadas interpretações do homem. Por isso, para um protestante no século XVI era pecado gravíssimo fazer 
qualquer tipo de acordo com um católico, e vice-versa. 
O pentecostalismo veio dar uma visão ainda mais fechada de pecado. Embora já pertencente ao século 
passado, na recente história das Assembléias de Deus poderia ser considerado pecado: beber Coca-cola, 
estudar Teologia, a mulher cortar o cabelo ... Tudo parecia pecado: o homem estava reduzido a uma criatura 
prisioneira de si mesma. 
Banalizou-se o pecado, ao caracterizar coisas sem importância como pecado. De uma hora para outra, 
estava sendo repetido o mesmo erro dos fariseus: valorizava-se mais o exterior do que o interior, colocando 
um jugo pesadíssimo sobre o homem. Estimulava-se a formação de autênticos “sepulcros caiados”: vistosos, 
bonitos por fora, mas por dentro cheios de podridão de ossos (Mt 23.27). 
É necessário retomar o conceito bíblico de pecado. Além disso, torna-se necessário esclarecer quem é o 
autor do pecado. A Confissão de Fé de Westminster 3:1 (2) enfatiza que Deus não é o autor do pecado. O que 
diz o Antigo Testamento acerca desse assunto? O que nos ensina o Novo Testamento acerca do pecado? 
Vamos analisar gramaticalmente a palavra a`marti,a (hamartia), a palavra grega que no Novo 
Testamento é traduzida como pecado; vamos também analisar o pecado no ambiente judaico. 
 
3 
 
 
 
 
AULA 2 
 
1 – ESPISTEMOLOGIA 
Epistemologia ou teoria do conhecimento (do grego ἐπιστήμη [episteme], ciência, conhecimento; 
λόγος [logos], discurso) é um ramo da filosofia que trata dos problemas filosóficos relacionados com a 
crença e o conhecimento. É o estudo científico da ciência (conhecimento), sua natureza e suas limitações. 
A epistemologia estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento, motivo pelo 
qual também é conhecida como teoria do conhecimento. Por isso na epistemologia estudamos o sentido 
primário das palavras em relação às escrituras. Aqui veremos a sua aplicação buscando a definição divina 
para a palavra pecado. 
 
 
1.1 – Terminologia 
Chatá (hhattá’th) / hamartia (Strongs H2398/H266) é, literalmente, “perda da marca” “errar o alvo” 
Desviar-se do caminho. Refere-se a todos pecados cometidos contra a luz ou o conhecimento que já temos. 
Erros, Transgressões, Falhas  As Escrituras freqüentemente vinculam estas palavras ao termo 
“pecado”. Todos esses termos relacionados apresentam aspectos específicos do pecado; com as formas que 
ele assume. 
Na perspectiva judaico-cristã[2] — e em simples palavras — pecado é a atitude (ato ou omissão, 
íntimo ou não) de contrariar a lei (ou a vontade) de Deus. Significa, assim, um "erro de alvo", entendido este 
como a vontade de Deus. 
As palavras hebraica e grega traduzidas por "pecado" aplicam-se tanto a disposições e estados como 
a atos. 
O pecado tanto pode consistir da omissão em fazer a coisa justa como da vontade deliberada em 
fazer a coisa errada. "Portanto, aqueleque sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisso está pecando" (Tiago 
4:17). 
Analisemos as diversas terminologias usadas para descrever pecado: 
 
• Impiedade: Impiedade (no grego “asebeia” - 2 Pe 2.6), consiste na oposição a Deus e a seus 
princípios, em autêntica rebelião de alma. Ser ímpio significa se contrário a Deus e a seus mandamentos; é 
viver como se Deus não existisse. 
• Transgressão: Transgressão (no grego “parabasis”), literalmente significa “ir além de um limite 
estabelecido”. Consiste na violação de princípios piedosos reconhecidos, que conduzem o indivíduo à 
quebra da lei (paranomia) afastando-o da lei moral (Mt 6.14; Tg 2.11; At 23.3; 2 Pe 2.16). O termo 
“parabasis” (transgressão) relaciona-se diretamente com o termo grego paraptōma, isto é, passos em falso, 
ou desviamos pela tangente, apesar de estarmos instruídos o bastante para não fazê-lo. Assim, transgredir é 
ultrapassar os "limites" estabelecidos na lei de Deus. 
Se o pecado é definido como transgressão às leis divinas, então é necessário que a igreja defina 
coerentemente o que é doutrina, norma ou lei divina para os dias hodiernos. Muitas pessoas cometem faltas 
contra a tradição religiosa, mas não contra a lei de Deus. E, infelizmente, assim como ocorreu no passado da 
religião judaica do Novo Testamento, para alguns zelosos, é mais grave transgredir a tradição do que o 
mandamento divino. Qual a vontade de Deus para o homem moderno? Quais costumes sociais enquadram-
se na definição bíblica de Pecado? Quais os limites da ludicidade, se para alguns o lazer é pecado? O que 
Deus permite ou proibe com base nas Santas Escrituras? Essas perguntas precisam ser respondidas pelas 
Assembléias de Deus. Se pecado é transgredir, o que se transgride na concepção teológica e doutrinária? 
 
Conotações no Hebraico 
• Chata’: “errar o alvo, pecado, oferta pelo pecado”: É a palavra mais singular para definir o pecado 
na terminologia hebraica (Jz 20.16; Pv 19.2). O verbo é usado mais de duzentas vezes, e as formas do 
 
4 
 
substantivo, cento e noventa e oito vezes no Antigo Testamento. A concepção de “alvo” sugere um “padrão 
objetivo”. Entre os guerreiros de Benjamin havia homens que podiam “dar tiros de funda num cabelo sem 
errar” (Jz 20.16). Assim, usa-se a palavra no sentido de perder uma coisa de valor, ou falhar na 
responsabilidade de alcançar um alvo importante. O termo é usado para demonstrar tanto a disposição de 
pecar, como o ato resultante (Gn 4.7; Sl 1.1; 51.4; 103.10). Aplica-se: 
• - À perda de alguma coisa de valor - quem perder (pecar contra) a sabedoria, faz violência a 
si mesmo (Pv 8.36); 
• - Designa, frequentemente, o mal praticado contra o próximo (2 Sm 19.20; 1 Rs 8.31); 
• - O pecado contra o concerto (Êx 32.30-33); 
• - Em Jó 1.5 a palavra refere-se ao pecado íntimo, nos pensamentos do coração; 
• - Referência aos pecados voluntários ou deliberados (Êx 10.17; Dt 9.18; Sl 25.7). 
• Chata' é o termo geral para designar as várias formas de pecado no Antigo Testamento. 
Pressupõe que o homem "erra o alvo" contra o próximo, Deus e a si mesmo. 
• Pasha': “rebelar-se” ou “revoltar-se”: O pecado, no sentido mais profundo da palavra, é 
representado pelo verbo “pasha'” e o substantivo “pesha'”. O verbo significa “rebelar-se ou revoltar-se”. É 
usado em 1 Reis para referir-se à rebeldia contra a casa de Davi (Is 1.2; Os 8.1). As palavras transgredir e 
transgressão não traduzem adequadamente as palavras hebraicas (Am 3.14; Mq 1.5; Êx 34.7; Ez 21.29; Sl 
32.5; Dn 9.24). “Pasha'” mostra que o pecado, na sua essência, é mais do que violação de mandamentos e 
proibições. Em última análise, o pecado é uma revolta da vontade do homem contra a vontade de Deus. 
• Rasha': “ímpio”: O verbo “rasha'” significa ser provado, ímpio, culpado, pecaminoso e descreve o 
caráter formado pela prática do pecado (Sl 1.1; Is 3.11). A palavra é mencionada cerca de duzentos e 
sessenta e uma vezes e a famosa tradução dos setenta (LXX) a traduz por irreligioso, perverso, transgressor 
e, geralmente, indica a mudança no estado moral ou religioso do homem. O termo é usado frequentemente 
como sinônimo de palavras que significam enganar, defraudar, trair (Jr 12.1). 
• ‘Awon: “iniquidade”: O termo hebraico “'awōn” deriva-se da raiz “‘awah”, que provém da ideia de 
torcido ou pervertido (Gn 19.15; Sl 31.10; Zc 3.9). O termo é usado cerca de duzentos e trinta e uma vezes 
sempre no sentido de torcer, perverter, desviar, ficar culpado de perversidade, designando um pecado de má 
intenção. Muitas vezes a palavra significa culpa, ou da iniquidade cometida, ou da natureza perversa que 
pratica a iniquidade. A palavra é usada em alguns paralelismos como sinônimo de “chata'” (Is 5.18). 
• Nabhel: “pingar ou secar”: Significa pingar ou secar; origina ser o pecador seco, insensível (Sl 14.1; 
53.1; Is 32.6; Sl 74.18; Dt 32.6,21). 
• Tame’: “ser impuro”: O termo hebraico “tame’” significa mergulhar, estar imerso com o sentido de 
ser manchado ou poluído, como resultado da imersão: “... sou homem de lábios impuros, habito no meio 
dum povo de impuros lábios...” (Is 6.5; Nm 5.13-29; Jr 2.23; Sl 106.39; Os 5.3; 6.10; Ez 22.3-5). 
• Ma'al: “transgredir”: O termo "ma'al" envolve infidelidade e traição, ou o ato de ser culpado, de 
quebrar uma promessa ou não cumprir a palavra. Deus dotou o homem com um alto privilégio e uma solene 
responsabilidade, mas ele foi infiel e desleal ao propósito divino. Às vezes, significa que o homem planeja a 
traição ou a quebra de sua palavra contra Deus e sua elevada vocação. Geralmente é traduzido como 
transgredir ou prevaricar (Lv 16.16,21; 26.40; Nm 5.6; 31.16; Dt 32.51; 2 Cr 26.18; 29.6). 
• To'ebhah: “coisa abominável”: O termo hebraico “to'ebhah” designa especialmente os pecados 
repugnantes para Deus, ou chamados de abominação, aquilo que é detestável, ofensivo. Aplica-se 
geralmente: 
• Aos ímpios (Pv 29.7): Na literatura sapiencial, o termo ímpio (rasha’), e seus cognatos 
(prepotente, perverso, zombador e estulto), designam o mesmo tipo de homem. Pessoas ímpias ou perversas 
eram culpadas da violação dos direitos sociais de outros, pois foram violentas, opressoras, avarentas, 
envolvidas em tramar contra os pobres e apanhá-los em armadilhas, e com disposição de até mesmo 
assassinar a fim de atingir seus objetivos. Eram desonestas em seus negócios e nos tribunais; enriqueciam 
por meio de opressão e toda espécie de práticas fraudulentas. Geralmente, o ímpio é perfilado como alguém 
que odeia o Senhor (Êx 2.13; Nm 35.31; 2 Sm 4.11; 2 Cr 19.2). Malaquias 3.18 ressalta que uma das 
principais características do ímpio é recusar-se a servir ao Senhor. O ímpio se esquece de Deus (Jó 8.13); 
despreza-O (Sl 10.3); provoca-O (Is 5.12), age como se Deus não existisse (Sl 10.4;14.1; 53.2), como se 
Deus não fosse vivo (Sf 1.12 cf. Jó 22.17) e não visse nada (Sl 94.7 cf Jó 22.13s); ele acha que não vale a 
 
5 
 
pena servir a Deus (Ml 3.14s). O ímpio peca por fraude, injustiça, mentira, opressão, soberba, avareza, 
embriaguez e luxúria, pecados estes censurados, sobretudo, pela literatura sapiencial (Sl 10.2-11; 36.2-5; 
73.6-9;94.3-7; Jó 24.2-4). A impiedade praticada pelo ímpio não ficará sem castigo. Várias vezes são 
afirmadas o pensamento de que a impiedade traz a sua punição em si mesma: “Ai do ímpio, porque nada lhe 
correrá bem; ele receberá segundo as obras de sua mão” (Is 3.11). “Comerá do fruto da sua maldade fartar-
se-á da própria impiedade” (Pv 1.31,32; 5.22s; 11.27; 14.32; Sl 37.14). Em o Novo Testamento a mesma 
gama de ideias do Antigo Testamento é repetida (Rm 11.26 cf Is 59.20; 2 Tm 2.16 ; Tt 1.12; Rm 4.5; 2 Pe 
2.5). Todos os pecadores, segundo a epístola de Judas, podem ser chamados de ímpios. 
• À idolatria (Dt 7.25,26; Jr 16.18; Ez 5.11; 7.20; 2 Cr 15.8):Idólatra é o adorador de ídolos, e 
o culto que lhes é prestado é chamado idolatria. No período pré-mosaico, a idolatria já eraum costume dos 
povos. O Decálogo proíbe explicitamente a idolatria no primeiro e segundo mandamentos (Êx 20.3-5). Em 
Deuteronômio 4.15-28, no caso de transgressão nacional, está determinado o castigo para os idólatras. A 
idolatria é pecado porque priva a Deus de um direito que lhe é próprio - o culto e a adoração - daí ser 
considerada “coisa abominável”. Ezequiel denuncia a idolatria como infidelidade e prostituição (16.36; 
37.23) e, segundo o mesmo profeta, Jerusalém foi destruída devido a sua idolatria (33.25; 36.18,25), 
provavelmente para cumprir-se Êxodo 22.20 e Deuteronômio 13.12-16. 
 
 
AULA 3 
 
2 – DEFINIÇÕES DE PECADO 
 Muitos afirmam que o pecado é uma ilusão. Esta idéia (errônea) assume várias formas de expressão. 
Por exemplo: 
 Nossa falta de conhecimento é a razão pela qual temos a ilusão do pecado. 
 Consideramos algo como pecado por não ter conhecimento pleno dessa realidade. 
Este tipo de pensamento conclui que quando a evolução tiver tido tempo suficiente para progredir, a 
ilusão do pecado desaparecerá. 
Isto significa dizer que aquilo que hoje consideramos pecado, um dia não o será mais devido a uma 
maior luz que recebemos sobre este assunto. 
Por exemplo: 
 A bateria (instrumento musical) era considerada como instrumento diabólico. Hoje já não é mais. 
 Dizer que a terra era redonda, já foi razão de se condenar homens. Hoje já não é mais. 
 Segundo casamento era tido como impraticável pela igreja. Hoje já não é mais. 
Afinal o que é pecado? 
 
2.1 – Definições de Pecado 
2.1.1 – O Pecado É Egoísmo 
Esta é uma das definições mais ouvidas. É bíblica, embora correta ela é incompleta e insuficiente. O 
ato de viver uma vida centralizada no “ego” ou “eu” é pecado, pois vai contra o principio de Deus de amar o 
próximo como a si mesmo. Contudo isso não define a totalidade do que é pecado. 
 
2.1.2 – O Pecado É Violação da Lei 
Esta definição também é bíblica, mas insuficiente, a não ser que o conceito de lei seja estendido de 
modo a compreender todo o caráter de Deus, e não simplesmente os 10 mandamentos. 
1 Jo 3.4 – “Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei: porque o pecado é a 
transgressão da lei”. 
 
2.1.3 – Pecado é rebelião e desobediência 
A Bíblia entende que todas as pessoas estão em contato com a verdade de Deus. Paulo nota que isso 
inclui até mesmo os gentios, que, embora não tenham a revelação especial, têm a lei de Deus escrita no 
coração (Rm 2.14,15). A incapacidade de crer na mensagem, particularmente quando ela é apresentada de 
forma expressa e exclusiva, é desobediência ou rebelião contra Deus. 
 
6 
 
O pecado como princípio, é rebelião contra Deus. É recusar fazer a vontade dEle que tem todo o 
direito de exigir obediência de nós. 
 
 
2.1.4 – Pecado é uma inclinação interior 
Pecado não são simplesmente atos errados, estes são frutos de uma natureza pecaminosa. Portanto 
pecado é uma disposição interior inerente que nos inclina para atos errados. Pecamos porque somos 
pecadores. É o estado mau da alma ou da personalidade. 
 
2.1.5 – O Pecado É Qualquer Coisa Contrária Ao Caráter de Deus 
Esta é a melhor definição, contudo poderíamos dizer Pecado é qualquer falta de conformidade, 
ativa ou passiva, com a lei moral de Deus. Isso pode ser uma questão de ato, de pensamento ou de 
disposição ou estado interior.Pecado é a incapacidade de viver de acordo com o que Deus espera de nós no 
que diz respeito ao que fazemos, pensamos e somos. 
Inclui-se aqui o fato de que pecado é o cumprimento incompleto dos padrões de Deus. Quando 
cumpro de maneira incompleta os padrões de Deus estou agindo de maneira contrário ao seu caráter; pois 
Deus não é meio bom, nem meio santo, justo, misericordioso, etc. Muitas vezes podemos fazer o que é certo, 
mas pelo motivo errado, de modo que cumprimos a lei, mas não seu espírito (Mt 6.2,5,16). 
 
AULA 4 
 
3 – A ORIGEM DO PECADO 
 Mencionamos várias perspectivas bíblicas do pecado. Agora precisamos perguntar a respeito da 
origem do pecado. 
 Sem dúvida que discutir a origem do pecado nos faz pensar a respeito da existência do mal[3]. 
 
3.1 – Em Relação a Deus 
 Deus não pode pecar. Em Deus não há pecado, portanto Deus não é o causador do pecado. 
“Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentando por Deus; porque Deus não pode ser tentando pelo mal e Ele 
mesmo a ninguém tenta” (Tg 1.13). 
 
 “Eu formo a luz, e crio as trevas; faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas” (Is 
45.7). 
Deus não criou o mal no sentido moral. "Pois tu não és Deus que se agrade com a iniqüidade, e 
contigo não subsiste o mal" (Salmo 5:4-5). Deus não tenta ninguém, pois ele é a fonte de "toda boa dádiva e 
todo dom perfeito" (Tiago 1:13-17). 
A palavra "mal" em Isaías 45:7 vem de uma palavra original que pode ter vários sentidos. Neste 
contexto e em outros onde Deus faz ou traz o mal, a palavra significa "calamidade" ou "punição". É o oposto 
de paz. Deus usaria Ciro para "abater as nações" (45:1). Em 45:8, Deus promete salvação (paz) e justiça 
(punição ou mal). Outros trechos usam a mesma linguagem. Os males que Deus ameaçou trazer em 2 Reis 
22:16 foram punições e calamidades (veja Josué 23:15, onde aparece a mesma palavra no original). 
O mal não foi criado por Deus, o mal foi a ausência da luz e do bem primeiramente em Lúcifer 
(Satanás) e depois no homem. O mal não é uma “coisa”, como uma pedra ou a eletricidade. Você não pode 
ter um pote de mal! Mas o mal é algo que acontece, como o ato de correr. O mal não tem uma existência 
própria, mas na verdade, é a ausência do bem. Por exemplo, os buracos são reais, mas somente existem em 
outra coisa. À ausência de terra, damos o nome de buraco, mas o buraco não pode ser separado da terra. 
Quando Deus criou todas as coisas, é verdade que tudo o que existia era bom. Uma das boas coisas criadas 
por Deus foram criaturas que tinham a liberdade em escolher o bem, ao não escolher o bem trouxeram a 
existência o mal. 
 
3.2 – Em Relação a Satanás 
 
7 
 
O pecado foi achado em Satanás (Is 14.12-20; Ez 28.14,15). Esta afirmação é o mais próximo que a 
Bíblia chega de uma indicação da origem do pecado. Antes, do homem pecar, Lúcifer já tinha pecado. 
Satanás era integro e moralmente sadio, até que seu desejo egoísta de se tornar maior que Deus 
dominou o seu ser. 
Por ter sido a primeira criatura a ser dominada por seus desejos egoístas é chamado pai da mentira. 
Satanás se voltou contra a verdade de que somente Deus é Deus, e, muitos outros anjos acreditaram em sua 
mentira. Ele deseja ser adorado e reconhecido como um deus. 
“... Ele (o diabo) foi homicida desde o principio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há 
verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 
8.44). 
 
3.3 – Em Relação a Anjos 
Alguns deles seguiram a Satanás em seu pecado, o que demonstra que os mesmos são livres para 
escolher a quem deseja servir. 
 
3.4 – Em Relação ao Homem 
Segundo a Bíblia o homem foi feito à imagem de Deus (Gn 1.27). Esta semelhança do homem com 
Deus tem duas significações, a saber, natural e moral. 
 Entende-se por semelhança natural que o homem foi criado com os mesmos poderes pessoais que 
constituem a personalidade de Deus. Isto é, o homem é pessoa como Deus é pessoa. A diferença esta no fato 
de que Deus é pessoa divina (infinita e Criador), enquanto o homem pessoa humana (finita e criatura). A 
semelhança natural do homem com Deus se faz em ser pessoa, isto é, um ser capaz de pensar, de querer, de 
amar e de dirigir-se a si mesmo. Esta semelhança o homem não a perdeu na queda, contudo ela ficou 
distorcida. 
 O homem foi também criado moralmente semelhante a Deus. Porsemelhança moral entende-se que o 
caráter do homem era semelhante ao caráter de Deus. A disposição da alma do homem, quando criado, era 
boa. 
 
Por isso é que estamos diante deste problema da origem do pecado no homem. Como é que o pecado 
se originou num ser criado natural e moralmente semelhante a Deus? 
A Bíblia ensina que o homem deixou entrar o pecado neste mundo. Ele abusou tanto de sua liberdade 
como de seus poderes pessoais: escolheu o mal e rejeitou o bem. Desta forma o pecado tem sua origem na 
história da humanidade no Éden (Rm 5.12). 
A responsabilidade do pecado é do próprio homem: “Cada um é tentando pela sua própria cobiça, 
quando esta o atrai e seduz. Então a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz ao pecado; e o pecado, uma 
vez, consumado, gera a morte” (Tg 1.14,15). 
A partir desta leitura podemos afirmar que o pecado se origina dos desejos. Todos temos desejos 
(desejo de desfrutar coisas, de obter coisas e fazer coisas). Esses desejos, a princípio, são legítimos. Por 
exemplo: Desejo pelo alimento é natural e indispensável para nossa sobrevivência. Do mesmo modo o 
impulso sexual, sem o qual não haveria reprodução humana. 
O problema surge quando nossos desejos ditam nossas escolhas. Há maneiras apropriadas de 
satisfazer cada um desses desejos e também há os limites impostos por Deus. A incapacidade de aceitar 
esses desejos conforme foram constituídos por Deus, e, portanto, de submetê-los ao controle divino, é 
pecado. 
Quando nossos desejos são dominados pelo egoísmo, quando só pensamos nos benefícios que a 
realização desse desejo nos trará sem levarmos em conta as demais pessoas e principalmente a Deus, 
estamos próximos de pecarmos. 
DESEJO + EGOÍSMO = PECADO 
O desejo de fazer o que se faz pode estar presente de forma natural (exemplo: Eva tinha fome – 
comer o fruto era um desejo natural) e também pode haver indução externa (exemplo: a serpente a induz a 
avança o sinal usando seu desejo natural). 
 
8 
 
 Deus nos deu leis e princípios morais com o fim de nos proteger e não de nos punir. As leis de Deus 
visam preservar o homem do sofrimento. Quando pecamos sempre causamos a nós ou a outros dor e 
sofrimento. 
 
AULA 5 
 
4 – CONSEQUÊNCIAS DO PECADO 
 Podemos dizer que a morte é sem dúvida o preço pago pelo homem como conseqüência de seu 
pecado. Normalmente os estudiosos definem que com a queda do homem veio a morte e esta se manifestou 
de duas formas: física e espiritual. 
 A morte surgiu como conseqüência de uma lei espiritual quebrada, conforme descreve o apóstolo 
Paulo aos irmãos da igreja de Roma – “porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus 
é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23), 
 Sem dúvida esta é uma verdade absoluta. A morte atingiu o homem fisicamente e espiritualmente. 
 Gostaria de analisar com você o que isso significa e também de considerarmos que a morte fere 
também a relação do homem com todo seu universo. 
 
 
 
 
 
 
4.1 – No Mundo Espiritual 
4.1.1 – Morte Espiritual 
O homem e o Criador foram separados, a essa separação chamados de morte espiritual. A morte 
espiritual é a separação entre a alma/espírito e Deus 
A Queda implica diretamente na separação espiritual com Deus. Em função da entrada do pecado no 
mundo, o homem está privado de desfrutar dessa bem-aventurança, pois Deus não pode conviver, nem 
manter comunhão com o pecado. Por essa razão afirma-se não existir mais comunhão direta entre Deus e os 
homens. No relato de Gênesis, vemos que após cometerem uma infração direta à Lei de Deus, tanto o 
homem como a mulher “esconderam-se”. Isso implica que a comunhão com Deus havia sido quebrada. 
A morte espiritual além da separação de Deus trouxe outro resultado na vida do homem, ela fez com 
que o homem perdesse sua semelhança moral que tinha com Deus. Tudo no homem ficou corrompido. O 
homem sofre a morte psicossomática (psico - somática), como veremos no próximo item. 
 
4.2 – No Homem 
4.2.1 – Morte Física 
O pecado trouxe ao homem a morte física, isto é, o fim da existência do seu corpo como matéria. O 
homem ficou condenado a se separar do seu corpo. O espírito voltará a Deus e o corpo voltará a terra. A esta 
separação chamamos de morte física. 
A morte física implica em uma deterioração do físico, dia após dia, até que o mesmo não suporte 
mais o peso da existência. O corpo se tornou frágil e limitado. 
Após a morte física seremos julgados por Deus e este julgamento determinará nosso futuro eterno. 
Se você não nascer de novo, jamais terá vida e isto te levará à morte eterna ou segunda morte; esta é 
a morte da qual não há oportunidade de escapar. A Bíblia diz “mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e 
aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os 
mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte” (Apocalipse 
21:8). 
 
 
4.2.2 – Morte Psicossomática 
Estou chamando de morte psicossomática a separação psicossomática: o homem em si mesmo. 
 
9 
 
O homem, em função do pecado, sofre da falta de unidade no que tange aos aspectos imateriais do 
homem. Ou seja, o pecado desestabilizou a harmonia inicial do homem, e devido a isso, não pode portar-se 
de maneira irrepreensível diante da Lei de Deus, e do próprio Deus (Gn 3.8 – o homem se esconde de Deus 
– é dominado pelo medo e vergonha). E as conseqüências ainda podem ser claramente observadas: A mulher 
passa a sofrer as dores do parto (Gn 3.16 – O que lhe é razão de grande alegria, vem por meio de muita dor), 
o homem a (Gn 3.17 – o homem passa a sentir cansaço por causa do trabalho e condenado a se esforçar pelo 
alimento). 
O homem passa a travar uma batalha para se manter no bom caminho uma vez que suas inclinações, 
agora, pendem ao pecado, ao erro, a pratica do mal orientado contra Deus. 
 
4.2.3 – Morte Sociológica: Na Relação do Homem-Homem 
A esta morte chamaremos de separação sociológica: o homem do homem. 
O homem não perde apenas comunhão com Deus, e harmonia consigo mesmo, mas em função do 
pecado o homem está separado do homem. Em Gênesis 3 podemos ler a seguinte declaração: 
Então disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi (v.12) 
O primeiro conflito do homem encontra-se no contexto matrimonial. Ou seja, entre homem e mulher. 
Entretanto, o relacionamento homem mulher não é o único prejudicado, mas qualquer espécie de 
relacionamento, pois em Gn 4.1-8 podemos notar o ciúmes e o homicídio de Caim para com Abel. 
 
4.2.4 – Morte Na Relação Homem-Natureza 
A queda do homem afetou sua relação com a natureza, ocorreu uma separação entre o homem e a 
natureza. 
A terra se tornou maldita por causa do homem (Gn 3.17,18). Passou a ser necessário que o homem 
viva em constante trabalho para sua sobrevivência (3.18-19). Entretanto, esse trabalho é enfadonho agora, 
pois a terra precisa ser cuidada para que de fruto. Sem contar que o homem agora teria sua tarefa dificultada 
pelos espinhos e abrolhos. 
Este texto nos indica que o homem trabalhava, mas não se sentia exausto; e seu trabalho não era 
fadonho e sim algo que lhe fazia se sentir realizado 
 
4.3 – Na Natureza 
Separação Ecológica: a natureza da natureza 
Por conseqüência do pecado , a natureza passou a sofrer. Note que agora a “terra é maldita”, 
“produzirá cardos e abrolhos” e esta sujeita à vaidade (Rm.8.20-22). 
É interessante lermos Isaías 11.6,7 e 65.25, pois o mesmo descreve como será a relação entre as 
espécies na nova terra. Essa relação é caracterizada pela harmonia e paz entre todas as espécies. 
“O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o 
animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará. A vaca ea ursa pastarão juntas, e as suas crias 
juntas se deitarão; o leão comerá palha como o boi” (Is 11.6,7). 
Ao fazermos essa leitura podemos imaginar ou ter um pequeno vislumbre de como era nos dia de 
Adão e Eva, antes da queda. 
 
4.4 – No Universo 
 Embora nosso conhecimento do universo seja limitado, podemos afirmar com certeza que todo o 
universo também foi afetado pela queda do homem. 
Sol, luz e estrelas de alguma forma afetam também nosso dia a dia. Exemplo: O sol produz um calor 
maior do que podemos suportar nos leva a sofrermos doenças e muitas vezes a morte. A ausência do mesmo 
também pode nos levar a experimentar um frio intenso que nos levará a morte. 
O livro do Apocalipse descreve o castigo que estes elementos do universo trarão sobre nós. Portanto 
até o universo conspira contra nós por causa do pecado. 
 
AULA 6 
 
 
10 
 
5 – PECADO PESSOAL 
5.1 – Significado 
São pecados cometidos por indivíduos. Podem ser pecados deliberados ou pecados por ignorância. 
Errar o alvo também implica atingir o alvo errado. 
Este pecado pode ser cometido tanto por cristãos como pelos que vivem sem Cristo. 
 
5.2 – Penalidade 
Perda da comunhão com Deus. Todo pecado gera uma quebra na comunhão com Deus. 
 
5.3 – Salvação 
 Perdão retira a culpa produzida pelo pecado. 
 Justificação declaração da atribuição da justiça de Cristo ao pecador que crê e é perdoado. 
 
Os que vivem sem Cristo precisam reconhecer à Jesus Cristo como único Salvador de suas vidas. É 
necessário que elas confessem à Jesus como o Cristo, para que recebam o perdão e a justificação 
conquistado para elas, e, por Ele na cruz. 
Quanto aos cristãos, estes precisam confessar seu pecado, segundo esta escrito em 1 Jo 1.9. 
 
5.4 – Pecado Pessoal x Pecado Social 
Devemos considerar que o pecado pessoal interfere no pecado social. O pecado social é fruto do 
pecado pessoal. É também verdade que o pecado pessoal tem sempre um valor social. 
“Enquanto ofende a Deus e prejudica a si mesmo, o pecador torna-se também responsável pelo mau 
testemunho e pelas influências negativas ligadas ao seu comportamento. Mesmo quando o pecado é interior, 
produz em todo caso um agravamento da condição humana e constitui uma diminuição daquele contributo 
que todo o homem é chamado a dar ao progresso espiritual da comunidade humana. 
Para além de tudo isto, os pecados dos indivíduos consolidam aquelas formas de pecado social, que 
são precisamente fruto da acumulação de muitas culpas pessoais. As verdadeiras responsabilidades 
continuam a ser, obviamente, das pessoas, dado que a estrutura social enquanto tal não esta sujeito aos 
indivíduos. 
Contudo, é um fato incontestável, que a interdependência dos sistemas sociais, econômicos e 
políticos, cria no mundo de hoje múltiplas estruturas de pecado. Existe uma tremenda força de atração do 
mal que faz julgar «normais» e «inevitáveis» muitas atitudes. O mal aumenta e faz pressão com efeitos 
devastadores sobre as consciências, que permanecem desorientadas e nem sequer são capazes de discernir. 
Se pensa depois nas estruturas de pecado que detêm o desenvolvimento dos povos mais desfavorecidos sob 
o aspecto econômico e político, chegar-se-ia como que a ceder diante de um mal moral que parece 
irresistível. Muitas pessoas percebem a impotência e a desorientação diante de uma situação esmagadora que 
parece sem solução. Mas o anúncio da vitória de Cristo sobre o mal dá-nos a certeza de que também as 
estruturas mais consolidadas do mal podem ser vencidas e substituídas por «estruturas de bem»” (João Paulo 
II - http://www.universocatolico.com.br/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=1052). 
AULA 7 
 
6 – A NATUREZA PECAMINOSA NO HOMEM 
6.1 – Significado 
A natureza pecaminosa é a capacidade e inclinação humana para fazer tudo aquilo que nos torna 
reprováveis aos olhos de Deus. 
 
6.2 – Passagens Bíblicas relacionadas 2 Co 4.4; Ef 4.18; Rm 1.18 
 
6.3 – Resultado da Natureza Pecaminosa 
 Morte Espiritual – todo homem nasce espiritualmente morto. 
 Depravação total (visão Calvinista) – total impossibilidade do homem de se salvar ou responder a Deus por 
sua salvação. Ouvir o Espírito Santo é ação do próprio Espírito Santo no homem. 
 
11 
 
 Depravação do homem, mas não em sua totalidade (visão Arminista) – total impossibilidade do homem de 
se salvar, mas capaz de ouvir o apelo do Espírito Santo e responder ao mesmo. 
 
6.4 – transmissão da Natureza Pecaminosa 
“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). 
 
O pecado como falamos é um estado mau da alma, e este estado é universal, isto é, todos nascem 
neste estado mau. Todo ser humano nasce com a natureza pecaminosa, todos nascem tendenciosos ao 
egoísmo, mentira, e os demais frutos desta natureza. A esta natureza pecaminosa que herdamos chamamos 
de pecado original; este nos foi imputado. 
Jesus Cristo foi a única pessoa que nasceu fora deste estado e livre deste principio fundamental. 
Uma vez que todo ser humano nasce debaixo deste principio, todos sem exceção já nascem 
condenados a morte eterna, se não forem salvos pela graça de Deus. Todos nascem mortos espiritualmente e 
precisam ser ressuscitados com Cristo (Ef 2.4-6). 
A.B. Langstone assevera: "Quando Adão caiu, com ele caiu a raça humana, pois ele era a raça de 
então. Sua queda começou a fazer parte da sua natureza moral, que passou aos seus descendentes. Outros 
pecados confirmam o estado do homem decaído. 
"O pecado da raça é nosso, mas os pecados pessoais de Adão não nos pertencem e não participamos de sua 
culpa. É por isso que Deus nos imputa o pecado da raça e não os pecados pessoais de Adão. " Portanto, 'cada 
um de nós dará contas de si mesmo a Deus'. Romanos 14:10-12. 
"Como semente gera semente da mesma espécie", nós, sementes de Adão, herdamos a natureza 
pecaminosa. 
 
6.5 – Salvação 
Assim, "por um só homem entrou o pecado no mundo / pois todos pecaram e destituídos estão da 
glória de Deus". (Gênesis 2.16-17; 3.1-6; Romanos 3.23; 5.12). A esperança é que se "pela desobediência de 
um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos". 
(Romanos 5.19). 
 Jesus Cristo que não nasceu da natureza adâmica (pecaminosa), morreu a nossa morte (Rm 6.23), 
pagando o preço do pecado, e juntamente com Ele nos ressuscitou para uma nova vida. 
 
Exemplificando o que é Pecado Imputado 
a) Significado: O resultado da participação de cada homem no pecado original de Adão. 
b) Texto-chave: Romanos 5:12 - Toda a humanidade estava em Adão, participando de seu pecado e 
assumindo a culpa resultante dele. 
c) Transmissão do pecado imputado: Transmitido diretamente de Adão a cada membro da raça. 
d) Penalidade: Morte física e espiritual. 
e) Remédio: A Justiça imputada de Cristo (II Coríntios 5:21). 
 
 
AULA 8 
 
7 – O PECADO NA VIDA DO CRENTE 
7.1 – O Crente Pode Pecar? 
Muitos que não conhecem profundamente a Palavra de Deus são tentados a pensar que uma vez que 
uma pessoa se torna crente, ela nunca mais peca. Contudo a Bíblia afirma exatamente o contrário, todo 
cristão está sujeito a pecar. 
O apóstolo João ao escrever sua primeira espístola aos seus irmãos da fé diz o seguinte: 
 
“Se dissermos que não temos pecado, a nósmesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” 
“Se dissermos que não temos cometido pecado,fazemo-lo mentiroso e a sua palavra não está 
em nós” (1 Jo 1.8, 10). 
 
12 
 
 
O próprio apóstolo João se inclui em sua sentença. 
Paulo, o apóstolo dos gentios, afirmava travar uma luta constante com sua carne. Segundo o próprio 
Paulo, muitas vezes, ele acabava “errando o alvo”, cometendo pecado, mesmo não querendo fazê-lo. 
 
“Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eufaço o que não 
quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim” (Rm 7.19-20). 
 
O pecado que o crente tem é ligado a ele por ele viver no mundo (I João 2:16) e ter o pecado ainda 
nos seus membros (Rom 7:23). Enquanto o crente está na carne, preso a natureza adâmica e pecaminosa, 
terá de conviver com problema do pecado (Mat. 26:41; "... o espírito está pronto, mas a carne é fraca."). 
 
 
7.2 – O Padrão de Vida Para O Crente 
“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue 
de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1.7). 
 
“Aquele que diz que permanece Nele, esse deve também andar assim como Ele andou” (1 Jo 2.6). 
 
Mesmo que haja a capacidade de pecar, o crente é responsável por não pecar. 
 
"Sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver" (1 Ped 1:15). 
 
"Estas coisas vos escrevo para que não pequeis"(1 João 2:1). 
 
A possibilidade de pecar nunca é razão de culpa da ação do pecado, mas uma forte e boa razão para 
se vigiar (Mat. 26:41) para que não entreis em tentação. 
Não podemos nos esquecer que pecamos por causa de nossa própria cobiça. 
 
 
 
 
 
7.3 – A Prevenção Do Pecado Na Vida Do Crente 
A prevenção contra o pecado é realizada na vida do crente das seguintes formas: 
 
7.3.1 – Através da Palavra de Deus 
“Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti” (Sl 119.11). 
 
7.3.2 – A Intercessão de Cristo 
“Não peço que os tire do mundo; e, sim que os guarde do mal. [...] Não rogo somente por estes, mas 
também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra” (Jo 17.15,20). 
 
“Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu, ou antes, quem ressuscitou, o qual está à direita 
de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8.34). 
 
7.3.3 – O Espírito Santo 
“Mas, o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as 
coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo 7.26). 
 
7.3.4 – Oração 
 
13 
 
A oração nos mantém em pleno contato com Deus, nos ajudando a permanecermos mais sensíveis a 
voz de Deus. 
 
 
7.4 – Penalidade Do Pecado Na Vida Do Crente 
7.4.1 – Perda de Comunhão com Deus 
“Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não no viu, nem 
o conheceu. Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim 
como ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o 
princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus, para destruir as obras do diabo. Todo aquele que é 
nascido de Deus não vive na prática do pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora 
esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus” (1 Jo 3.6-9). 
 
O texto acima afirma que o crente não pode viver pecando, isto é, o pecado não pode fazer parte da 
vida cotidiana dele. O pecado faz parte da vida do diabo, mas não dos filhos de Deus. 
 
“Se dissermos que mantemos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos 
a verdade” (1 Jo 1.6). 
 
Quem vive no pecado, vive nas trevas e não tem comunhão com a luz. 
 
7.4.2 – Exclusão da Igreja Local 
“Eu, na verdade, ainda que ausente em pessoa, mas presente em espírito, já sentenciei, como se 
estivesse presente, que o autor de tal infâmia seja, em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o meu espírito, 
com o poder de Jesus, nosso Senhor, entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito 
seja salvo no dia do Senhor” (1 Co 5.3-5). 
 
Mais tarde Paulo manda trazer este irmão a comunhão novamente, entendendo que o mesmo já havia 
sofrido o suficiente e se arrependido de seu pecado (2 Co 2.5-11). 
Jesus nos ensina sobre a exclusão também: 
 
“Se teu irmãos pecar [contra ti], vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. 
Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três 
testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não o atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a 
igreja, considera-o como gentio e publicano” (Mt 18.15-17). 
 
Considerar alguém como gentio e publicano é consider-lo como não convertido, isto significa, dizer 
que aquela pessoa não pertence a igreja, precisa se converter. 
 
7.4.3 – Disciplina de Deus 
´”Porque o Senhor corrige a quem ama, e açoita a todo filho a quem recebe” (Hb 12.6). 
 
7.4.4 – Ás Vezes Morte Física 
“Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes, e não poucos que dormem. Porque, se nos 
julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, 
para não sermos condenados com o mundo” (1 Co 11.30-32). 
 
 
7.5 – A Salvação Para O Pecado Na Vida Do Crente 
Confissão de seus pecados 
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de 
toda injustiça” (1 Jo 1.9). 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
[1] A palavra é um substantivo derivado do verbo hamartano (a`marta,nw). Desde Ésquilo (conhecido 
como o pai da tragédia nas peças teatrais gregas – viveu entre 525 à 455 a.C.) significa “erro”, “fracasso em 
atingir determinado alvo”. Até aí, corresponde quase que integralmente ao cognato hebraico, na sua 
essência. Porém, como falta no mundo helênico uma concepção mais firme de falta contra a divindade (o 
homem poderia ofender os deuses simplesmente porque estes caprichosamente não simpatizavam com ele, 
independente de sua conduta), a palavra sempre designava uma ofensa cometida contra os amigos, contra 
outras pessoas em geral, contra o próprio corpo, contra leis estabelecidas, etc. Aristóteles, um dos maiores 
filósofos da Grécia antiga, colocava a hamartia como ofensa contra a ordem estabelecida, mas sem 
intenções malignas. Por aí, percebemos que os gregos não imaginavam uma conexão obrigatória 
entrehamartia e o mal moral. Assim, na linguagem jurídica, hamartia consistia em uma ofensa aos bons 
sentimentos, qualquer coisa entre a tolice e a violação da lei, qualquer atitude que não se conforme à ética 
dominante. Os gregos ainda possuíam uma visão determinista da hamartia: é algo inseparável do destino do 
homem, que não pode ser evitado, e que por isso causa sofrimento. Isto fica bem patente, por exemplo, na 
tragédia de Édipo Rei. 
Apesar destas nuances gregas dadas à palavra hamartia, devido ao sentido básico ela foi utilizada na 
Septuaginta para traduzir o hebraico h,at,t,a’t (taJ'x;). Foi até mesmo mais abrangente do que este termo 
hebraico, pois também traduziu outras palavras hebraicas de sentido próximo, tais como awon (!A[', culpa, 
iniqüidade) e pesha ([v;P,, rebeldia). Todas estas palavras hebraicas eventualmente também eram traduzidas 
na Septuaginta pelo grego adikia (avdiki,a, injustiça) – fazendo desta um sinônimo de hamartia. Por isso, 
teologicamente, hamartiapassou a englobar não somente a noção hebraica de h,at,t,a’t, como também tudo 
o que pudesse estar direta ou indiretamente relacionado com h,at,t,a’t: culpa, iniqüidade, rebeldia, 
injustiça. Hamartia passou a estar indubitavelmente ligado ao mal moral. 
Fonte: http://doaldofb.sites.uol.com.br/exegesehamartia.pdf 
 http://gideoes-ccb.forumeiros.com/t177-o-verdadeiro-significado-da-palavra-ha-mashiach 
 
[2] No Antigo Testamento a palavra mais comumente traduzida por pecado é h,at,t,a’t (taJ'x;), 
proveniente da raiz ajx, que aparece 591 vezes em 487 versículos. No hebraico, o sentido básico é o de errar 
determinado alvo ou objetivo. Um bom exemplo é Juízes 20.16: “Entre todo este povo havia setecentos 
homens escolhidos, canhotos, os quais todos atiravam com a funda uma pedra a um cabelo e não erravam”. 
Vemos este mesmo sentido em Provérbios 19.2:“Não é bom proceder sem refletir; e erra o alvo quem é 
precipitado” (Tradução Brasileira). Deste modo, ainda pode significar falta (Jó 5.24) e ofensas no 
relacionamento interpessoal (Gn 40.1; 1 Sm 19.4). 
Teologicamente, a palavra passou a designar o erro cometido no relacionar-se com Deus. O 
versículo-chave para essa compreensão encontra-se em Isaías 59.1,2: “Eis que a mão do SENHOR não está 
encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido, agravado, para não poder ouvir. Mas as vossas 
iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para 
que vos não ouça”. O alvo é o ter comunhão com Deus, que por um motivo ou outro não se atinge. E aí 
surge o pecado. Por isso, o pecado constitui-se antes de tudo em uma ofensa a Deus. Portanto, o adultério e o 
homicídio, embora envolvam ofensas a pessoas, em primeiro lugar é uma ofensa a Deus por estar sendo 
violado um mandamento de Deus. Deste modo, o rei Davi reconheceu que não apenas ofendeu pessoas, mas 
antes pecou contra o Senhor (2 Sm 12:13). 
Assim sendo, a desobediência à Lei de Deus também consistia em pecado. Jeremias anunciou que 
pecamos quando não ouvimos a voz do Senhor, ou seja, quando desobedecemos a sua expressa vontade (Jr 
40.3), representada mediante a sua lei. Ou seja, o pecado é tratado como o oposto da aliança ratificada 
através da Lei dada no Sinai. Por isso se afirma: “Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, 
não as cumprindo! E todo o povo dirá: Amém!” (Deuteronômio 27:26). Embora isto adquira um certo tom 
jurídico, o que está em foco aqui é que desobedecer a Lei de Deus, dada como instrução, é pecar contra o 
 
15 
 
próprio Deus (Dt 9.16; Js 7.11; Ne 9.29; Jr 32.35; Dn 9.5). Por isso, muitas vezes se enfatiza a questão do 
pecado nacional – a nação como um todo desobedecendo a Lei de Deus – do qual a pessoa individualmente 
não pode escapar, como em Jz 2.6 – 3.6; 2 Rs 17.1 – 23 e 2 Cr 36.11 - 16. 
Entre os demais povos, este era sempre o conceito de pecado: ofensa à divindade. Esta ofensa 
ocasionava a ira da divindade, a qual precisava ser aplacada mediante sacrifícios. Os sacrifícios 
foram estabelecidos em Israel não para simplesmente aplacar a ira, mas acima de tudo para restabelecer a 
comunhão com Deus. O livro de Levítico é o manual das cerimônias sacrificiais, para mostrar a Israel como 
tratar com o pecado cometido. É o livro aonde mais aparece a raiz ajx, ao todo 116 vezes em 85 versículos. 
A importância de remover o pecado é atestada pelo uso desta mesma raiz no grau intensivo piel para falar do 
ritual da purificação dos pecados (Êx 29.36; Lv 9.15; Sl 51.9). Isto explica porque a mesma palavra que 
designa pecado também designa a oferta pelo pecado (Lv 7.37; 2 Cr 29.21; Ne 10.33). Mas o ritual 
expiatório levítico era bastante restrito: somente os pecados cometidos involuntariamente ou na ignorância 
poderiam ser perdoados, ficando sem expiação os pecados cometidos deliberadamente (“à mão levantada”: 
Nm 15.22 – 31). 
FONTE: http://doaldofb.sites.uol.com.br/exegesehamartia.pdf 
 
[3] A seita maniqueísta foi fundada por Mani ou Manés, um monge asceta que nasceu na aldeia rural 
de Nahar-Koutha, distrito de Mardinu localizada entre o rio Eufrates e Tigre (não muito distante da atual 
Bagdá) na Babilônia do Norte, em 14 de abril de 216 d.C. e pregou sua fé pela Pérsia e por quase toda a 
Ásia, até a Índia e a China, se difundiu no Oriente, e no Ocidente durou até o século VII. 
Contêm muitos elementos cristãos, gnósticos e orientais sobre as bases de um dualismo radical entre o 
bem e o mal recebido da religião mazdeísta de Zoroastro. 
A base dogmática do maniqueísmo é o dualismo que consiste na admissão de dois princípios opostos e 
igualmente eternos: o Bem e o mal. São duas naturezas integradas por princípios contrários, sendo 
intrinsecamente boa uma e essencialmente má a outra. Os dois reinos o da Luz e o das Trevas 
corresponderiam aos dois princípios já citados. Estes dois reinos gozaram de grande período de paz, o que 
fez com que o mundo das Trevas ignorasse o mundo da Luz. Quando os habitantes daquele se aperceberam 
do espetáculo admirável e encantador que constituía o reino da Luz entraram em acordo para invadi-lo e 
misturar-se com eles. Tal foi a origem da luta entre os príncipes dos dois reinos. 
 Durante a batalha, muitas partículas da luz se confundiram ou mesclaram-se com as da natureza do mal, 
ficando aprisionadas na matéria. Estas partículas devem ser libertadas para que não sofram a condenação a 
que está sujeita a matéria. Sua libertação se realiza diariamente em todo o mundo e em seus elementos, e de 
modo especial a observam os eleitos através da comida e da bebida, atos pelos quais as partículas de luz, 
livres de suas ataduras das trevas, são transportadas ao reino de Deus em dois navios luminosos, que são a 
lua e o sol. 
 Tinha ainda a intenção de explicar a totalidade do ser, do mundo e da história ao mesmo tempo 
sustentada por uma vida íntegra e exigente com a qual pretendiam dar veracidade às suas posturas 
doutrinais. Esses aspectos foram decisivos para o ingresso na nova seita de muitos homens cultos que 
buscavam um conhecimento elevado. Entre estes está o futuro bispo de Hipona, Aurélio Agostinho. 
 Uma vez convertido, Agostinho iniciou um trabalho de refutação do maniqueísmo. 
Através do contato com o neoplatonismo lhe foram apresentados alguns escritos platônicos e ele pôde 
identificar pontos comuns entre as duas doutrinas (cristã e platônica), em especial a importância que ambas 
davam ao conceito de Logos. Além de se deparar com uma metafísica do espírito muito bem desenvolvida 
com a qual afirmaria a transcendência de Deus como luz incorporal, invisível e puramente espiritual. 
 O platonismo ainda havia persuadido Agostinho de algo fundamental na sua posterior especulação 
acerca do mal: de que todas as coisas que existem são boas. Um Deus que é Sumo Bem cria seres 
imperfeitos e corruptíveis, porém bons. Estes seres não são absolutamente bons, porque são bons enquanto 
recebem de Deus o ato primeiro de ser, logo a sua bondade é participação na bondade divina. Assim se 
expressa Agostinho no seu livro Da natureza do bem escrito em meados do ano 405 contra os maniqueus: 
Deus é o supremo e infinito bem, sobre o qual não há outro: é o bem imutável e, portanto, essencialmente 
eterno e imortal. Todos os demais bens naturais têm nele sua origem, mas não são de sua mesma natureza. O 
que é da mesma natureza que ele não pode ser mais que ele mesmo. Todas as demais coisas, que foram 
 
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feitas por ele, não são o que ele é. E posto que só ele é imutável, tudo o que fez do nada está submetido a 
mutabilidade e a mudança. (I,p. 773). 
 A chave da questão está justamente no fato do mal não ter existência em si mesmo, pois tudo o que 
existe e na medida em que existe é essencialmente bom. Logo, o mal é a privação no ser das coisas de 
alguma perfeição corrompida. O mal não pode destruir totalmente o bem presente nos seres, do contrário 
haveria o retorno ao nada. Enfim, o mal é simplesmente não-ser. 
 Portanto, conclui Santo Agostinho, o mal, como o pecado, por exemplo, não é uma substância (ser em si 
mesmo e não em outro), mas um defeito ou ausência de algo que deveria estar presente: “uma natureza 
jamais é um mal e esta palavra não mais designa que uma privação de bem”. (De Civitate Dei, XI, 22). 
Ficava claro para ele que Deus não poderia em hipótese alguma dar origem ao mal.

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