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Universidade Federal de Itajubá – Campus Itabira Engenharia Elétrica Prof. MSc. Aurélio Luiz Magalhães Coelho BAC006 – ELETRICIDADE 2 Semestre - 2014 Aula 9 – Indutores 1. Introdução Ate agora, os circuitos elétricos que analisamos possuíam dois elementos passivos: o resistor e o capacitor. Sabemos como a tensão e a corrente nestes elementos se relacionam; O único elemento passivo encontrado em circuitos elétricos ainda a ser visto é o indutor; O nosso objetivo então, nesta aula, é conhecer este elemento, através da construção elementar e conhecer as características que relacionam tensão e corrente; Diferentemente dos resistores, que dissipam energia, os indutores, assim como os capacitores, são dispositivos feitos para armazenar energia, a qual pode ser posteriormente recuperada. 1. Introdução Ao contrario do resistor, esses elementos exibem seu comportamento característico apenas quando ocorrem variações de tensão ou corrente; Se considerarmos a situação ideal, não dissipam energia como o resistor, mas a armazenam de uma forma que podem retorná-la ao circuito; O indutor é um elemento passivo projetado para armazenar energia em seu campo magnético; O indutor elementar é constituído de um fio enrolado N vezes num material de certa propriedade (que veremos adiante) chamado de núcleo; Cada volta que o fio dá no núcleo é chamada de espira; Para compreender melhor os conceitos de um indutor, precisamos conhecer os fundamentos do magnetismo; 1. Introdução 1. Introdução Elementos de Circuitos Campo magnético; Lei de Faraday e Lei de Lenz, Indutância e Indutor; Tipos de indutores; Transitório de carga e descarga de indutores; Associação de indutores. Na região do espaço em torno de um imã permanente existe um campo magnético, que pode ser representado por linhas de campo magnético. As linhas de campo magnético não têm pontos de origem e terminação como as linhas de campo elétrico, mas formam curvas fechadas. 2. Circuitos Magnéticos Pólos opostos de dois ímãs se atrairão 2. Circuitos Magnéticos Pólos iguais de dois ímãs se repelirão Se colocarmos um material nas proximidades de um ímã permanente, a distribuição de linhas de campo sofrerá uma alteração. 2. Circuitos Magnéticos Existe um campo magnético, representado por linhas de campo circulares concêntricas em torno de qualquer fio percorrido por uma corrente. 2. Circuitos Magnéticos Se um condutor for enrolado formando uma espira, as linhas de campo terão a mesma direção e sentido no centro da espira (eletroímã); Uma bobina com mais de uma espira produzirá um campo magnético com um caminho contínuo em torno da bobina. 2. Circuitos Magnéticos A intensidade do campo magnético H, dada em [Ae/m] no interior da bobina é: onde ɭ é o comprimento médio do caminho magnético, N é o número de espiras e I é a corrente na bobina. O produto NI, também por vezes denominado Ϝ é chamado força magnetomotriz, e é análogo à tensão em um circuito elétrico. Para cada material existe uma relação entre a densidade de fluxo magnético B e a intensidade do campo magnético H. Um gráfico que mostra a relação H x B é chamada de curva de magnetização do material; 2. Circuitos Magnéticos B H Para determinar a direção e sentido das linhas de campo em um fio percorrido por uma corrente, basta colocar o polegar da mão direita ao longo do sentido convencional da corrente e observar a posição dos outros dedos. A direção e o sentido das linhas de campo produzido pelo eletroímã podem ser determinadas colocando os dedos da mão direita na direção e sentido convencional da corrente. B A 2 ( ) ( ) ( ) B teslas T webers Wb A metros quadrado m 2. Circuitos Magnéticos 2. Circuitos Magnéticos Se núcleos de materiais diferentes com as mesmas dimensões forem introduzidos em um eletroímã, a força do imã variará de acordo com o material usado; A permeabilidade (µ) de um material é uma medida da facilidade com que as linhas de campo magnético podem se estabelecer no material; l R A l A Resistência de um material ao fluxo de cargas; Relutância de um material a tentativa de estabelecer um fluxo magnético no seu interior. 2. Circuitos Magnéticos Se um condutor retilíneo se desloca em um campo magnético de forma a cruzar linhas de campo, uma tensão é induzida através do condutor. d e N dt Se uma bobina de N espiras é colocada em uma região onde o fluxo é variável a tensão induzida na bobina é dada por: 3. Lei de Faraday Lei de Lenz: um efeito induzido ocorre sempre de forma a se opor à causa que o produziu. 3. Lei de Lenz A propriedade de uma bobina de se opor a qualquer variação de corrente é medida pela sua indutância (auto-indutância); Os indutores são bobinas de dimensões diversas projetadas para introduzir quantidades especificas de indutância em um circuito; A indutância de uma bobina varia diretamente com as propriedades magnéticas de seu núcleo; Materiais ferromagnéticos são freqüentemente usados para aumentar a indutância, aumentado o fluxo no interior da bobina; 4. Indutância 2N A L l B H 4. Indutância B A A Indutância é medida em Henry [H]. A cada indutor estão associados uma resistência, igual a resistência das espiras, e uma capacitância parasita devido às capacitâncias entre as espiras da bobina; 4. Tipos de Indutores 4. Tipos de Indutores Os valores de indutores mais comuns são: 0,1µH, 0,15µH, 0,22µH, 0,33µH, 0,47µH, 0,68µH, 1mH, 1,5mH, 2,2mH, 3,3mH, 0,47mH e assim por diante; Circuito aberto entre espiras → R = ∞ Curtos entre espiras → R = 0 ? 4. Tipos de Indutores A indutância de um indutor é uma medida da taxa de variação do fluxo no seu interior em função da variação da corrente aplicada. d L N di L di v L dt Se a corrente no indutor deixar de variar num determinado instante, a tensão induzida entre seus terminais será zero. (0) 0L di v L L V di 5. Tensão Induzida A variação de corrente e tensão ocorrem em um circuito de corrente contínua quando um indutor armazena energia sob forma de um campo magnético. 6. Transitório em Circuito RL O indutor comporta-se como um circuito aberto no momento que a chave é fechada e um curto-circuito no momento em que o circuito atinge o estado estacionário. 6. Transitório em Circuito RL Um indutor ideal se comporta como um curto-circuito em um circuito de corrente contínua uma vez estabelecido o estado estacionário. (1 )tL E i e R L R 6. Transitório em Circuito RL Valores da tensão e corrente instantânea no indutor para diversos valores de τ. 6. Transitório em Circuito RL Comportamento da corrente no indutor para R constante e L variável. 6. Transitório em Circuito RL A fase de armazenamento termina e o circuito RL entra no estado estacionário após um período equivalente a cinco constante de tempo; A corrente não pode mudar instantaneamente em um circuito indutivo; Quanto maior a indutância, mais o circuito irá se opor a uma rápida variação da corrente. (1 )tL E i e R t LV Ee (1 )tRV E e 6. Transitório em Circuito RL Em cinco constante de tempo, para todos os fins práticos o indutor pode ser substituído por um curto-circuito; 6. Transitório em Circuito RL Exemplo: Determine a expressão matemática para o comportamento transitório de iL e vL para o circuito dado, após a chave ser fechada. Esboce as curvas resultantes. L R (1 )tL E i e R t LV Ee 6. Transitório em Circuito RL ( ) tL f i fi i I i e O valor da corrente no indutor no estado estacionário pode ser determinado simplesmente substituído-o por um curto-circuito. 6. Transitório em Circuito RL Nos circuitos RL, a energia é armazenada na forma de um campo magnético estabelecido pela corrente no indutor. Um indutor isolado não pode reter a energia armazenada, pois a ausência de um circuito fechado faz a corrente cair para zero, perdendo toda energia armazenada. ATENÇÃO 6. Transitório em Circuito RL Quando a chave é fechada, a tensão no resistor R2 é E volts e o ramo RL tem um comportamento idêntico ao original, com as mesmas formas de onda e os mesmos valores de tensão e corrente. t L iV Ve , 1 t L E i e R , 1 2 L R R 1 t RV Ee 6. Transitório em Circuito RL 1 2 3T NL L L L L 1 2 3 1 1 1 1 1 T NL L L L L 7. Associação de Indutores O indutor ideal, assim como o capacitor ideal, não dissipa energia elétrica que recebe, armazena em forma de campo magnético. 21 ( ) 2 armazenada mW LI J 8. Energia Armazenada Referências 1) Introdução à análise de circuitos. Robert Boylestad, 10ª Edição, Prentice Hall do Brasil. 2) Análise de circuitos. John O‘Malley, 2ª Edição, Makron Books. 3) Notas de Aula dos Professores Clodualdo Venicio de Sousa e Tiago de Sá Ferreira – BAC006 – UNIFEI (ITABIRA). 4) Notas de Aula do Professor Caio Fernandes de Paula – BAC006 – UNIFEI (ITABIRA).
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