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Aula 10: TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO EM UM MUNDO GLOBALIZADO Introdução A área de T&D (Treinamento e Desenvolvimento) já percorreu e continuará percorrendo um processo natural de evolução e adaptação às exigências de capacitação de colaboradores e de aprendizagem organizacional, diante dos desafios de um mercado veloz, globalizado e competitivo. A atenção e a proatividade diante desse cenário é essencial para o alcance das metas e objetivos pessoais (conhecimento) e corporativos (inovação). As primeiras iniciativas vieram dos Estados Unidos. SENAI - Entre 1960 e 1990, as empresas brasileiras usaram incentivos fiscais para custear expressiva parcela de seus treinamentos. Houve três sucessivos planos de incentivo: os ‘acordos de isenção’ com o Senai (até 1963/64); o Programa Intensivo de Preparação de Mão de Obra - PIPMO (até meados dos anos 70); e os benefícios fiscais concedidos pela Lei nº 6.297 (1976-1990). (OLIVEIRA, Marco A. In: BOOG, Gustavo e BOOG, Magdalena, 2007, p. 37) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO - Em 1970 foi criada a Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento – ABTD; Em face da recessão mundial de 1980-82 e da expansão da microinformática, foram eliminados inúmeros empregos em todos os segmentos no mundo. Como consequência, alguns serviços de treinamento passaram a ser contratados de consultorias externas, sempre que necessários, deixando de existir a área de Treinamento e Desenvolvimento na estrutura de inúmeras organizações. TENDÊNCIAS PARA T&D A globalização nas Américas De acordo com Alfredo Pires de Castro (In: BOOG, Gustavo e BOOG, Magdalena. 2. ed. 2006, p. 105-109): [...] Como consequência dos mais de dez anos de pesquisas da ASTD e com a colaboração de profissionais atuantes no segmento, como Margarita Lozano Job (presidente da ASTD – México) e Fernando Sanchez Arias (membro do board da ASTD e consultor venezuelano), apresento um resumo das tendências de T&D na América Latina para nortear suas ações nesse campo, salientando cinco grandes questões que influenciarão os destinos dos países que compõem a América Latina. Vamos a eles: 1 – A geração Pit-Bull: um dos maiores desafios para educadores e organizações nos próximos 20 anos está na juventude latino-americana. Quando comparamos a população desses países com a de nações não latino-americanas, verificamos que a relação entre os habitantes com até 15 anos de idade e os com mais de 65 anos possui variações expressivas. Enquanto na Europa essa relação é de quase 1:1, e nos Estados Unidos é de 2:1, nos países latinos ela chega a 8:1, o que significa que temos um contingente enorme de jovens iniciando a vida por meio da educação e prestes a começar sua participação no mercado de trabalho, contra uma parcela pequena de adultos com mais de 65 anos de idade. [...] Isso quer dizer que um dos maiores desafios é o equacionamento de como essas novas gerações vão ser educadas, e como sua ‘agressividade’ vai ser canalizada para ações inovadoras e criativas, em vez de para a criminalidade. Tudo depende da difícil combinação entre capacitação e perspectivas de futuro. A pergunta para esta primeira tendência é: como preparar tantos jovens para um futuro no qual a economia será altamente globalizada, com enormes exigências de capacitação intelectual e em ambientes que propiciam tantos contrastes? 3 – Efeito privatização: o terceiro componente que afetará os destinos da América Latina está ligado a um conjunto de esforços feitos pelos governantes nas últimas décadas: depois de estatizar o máximo da economia, conviver com inflações que acontecem somente em tempos de guerra e trocar regimes autoritários pela democracia, todos os países abaixo do Trópico de Câncer alinharam programas de privatização. Uns mais, outros menos, mas o ritmo das mudanças impostas por essa nova realidade trouxe expressivas mudanças econômicas e, consequentemente, sociais. A globalização e a modernização do parque industrial estimularam a competitividade, e começamos a ver cada vez mais produtos importados em todos os lugares. [...] O número de novos empresários, empreendedores, cresceu vertiginosamente, o que demonstra uma capacidade de adequação muito grande. A pergunta é: como desenvolver programas de treinamento para muito mais gente, distribuídas em maior número de pequenas empresas? Neste momento, cabe ainda uma reflexão sobre as organizações, sob a ótica de Heitor Chagas de Oliveira (2004, p. 50): As organizações são entes mantidos pela força das relações. São partes que se concedem, em caráter recíproco, direitos, deveres, objetivos e interdependência. Por isso, precisam buscar permanentemente um equilíbrio dinâmico, precisam de energias canalizadas e coordenadas, precisam de sinergia. Estas são as ideias básicas sobre a dimensão interativa da administração de recursos humanos nas organizações. São, certamente, ideias que traduzem a necessidade de otimização do processo empresarial como um todo. CONCLUINDO: As pessoas são essenciais para a existência e perpetuação das organizações. As empresas só conquistarão vantagem competitiva através da capacitação contínua do seu capital intelectual, ou seja, o conhecimento é matéria-prima preciosa e componente inseparável da estratégia de alcance de metas e resultados corporativos. A existência de T&D como serviço é e será sempre imprescindível, não há como questionarmos. No entanto, como toda e qualquer prática estará sujeita a adaptações compatíveis com as demandas mercadológicas de seu tempo e dos segmentos e características de cada uma das organizações. Aperfeiçoamento, crescimento e desenvolvimento são contínuos e inseparáveis do processo de vida humana e organizacional. Vale mesmo, e para sempre, a ideia de educação continuada. Bons estudos e até o próximo momento de aprendizagem... ou seja... o minuto seguinte a esta leitura! Nesta aula, você: Compreendeu a evolução, as tendências em T&D (Treinamento e Desenvolvimento) nas organizações, e a globalização nas Américas.
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