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Apostila DIREITO EMPRESARIAL unidade 2 FMU

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Robinson Henriques Alves
São Paulo
Rede Internacional de Universidades Laureate
2015
Direito Empresarial
Robinson Henriques Alves
São Paulo
Rede Internacional de Universidades Laureate
2015
Sumário
Capítulo 2: Sistema cambiário brasileiro -------------------------------------------------------5
Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------5
1 Teoria geral dos títulos de crédito ------------------------------------------------------------6
1.1 Aspectos gerais ------------------------------------------------------------------------------6
1.2 Princípios da cartularidade, literalidade e autonomia ----------------------------------7
2 Classificação dos títulos de crédito -----------------------------------------------------------8
3 Os atos cambiários -----------------------------------------------------------------------------9
3.1 O aceite --------------------------------------------------------------------------------------9
3.2 O endosso ------------------------------------------------------------------------------------9
3.3 O aval --------------------------------------------------------------------------------------- 10
3.4 O protesto ---------------------------------------------------------------------------------- 10
4 Títulos em espécie ---------------------------------------------------------------------------- 10
4.1 Letra de câmbio ---------------------------------------------------------------------------- 11
4.2 A duplicata --------------------------------------------------------------------------------- 13
4.3 A nota promissória ------------------------------------------------------------------------ 15
4.4 O cheque ----------------------------------------------------------------------------------- 17
4.5 Cédulas e notas de crédito --------------------------------------------------------------- 21
Síntese -------------------------------------------------------------------------------------------- 23
Referências Bibliográficas ---------------------------------------------------------------------- 24
5
Capítulo 2Sistema cambiário brasileiro
Introdução
Este Capítulo tem por objetivo ensinar a reconhecer os sistemas de pagamento, seu 
funcionamento, e as vantagens e desvantagens de cada tipo de pagamento.
6 Laureate- International Universities
Sistema cambiário brasileiro
1 Teoria geral dos títulos de crédito
Antes de abordarmos a noção de título de crédito, precisamos lembrar o conceito de crédito 
e sua função na sociedade moderna. O crédito é um dos pilares da sociedade de consumo, 
permitindo o fluxo de bens e de serviços. Nas palavras de Marlon Tomazette: 
O crédito representa, em uma ideia geral, a confiança no cumprimento das 
obrigações, o que facilita extremamente as transações comerciais, que nem sempre 
representam trocas imediatas de valores. Sem o crédito, a atividade empresarial não 
teria chegado ao nível atual de desenvolvimento. Foi ele que permitiu a expansão e o 
desenvolvimento das principais atividades econômicas existentes no mundo moderno. 
(TOMAZETTE, 2014, p. 1).
No âmbito jurídico, o crédito é um direito do credor numa relação obrigacional, isto é, o credor 
cumpriu sua obrigação na relação, por exemplo, entregou bens ao devedor, e tem direito, 
portanto, de receber o pagamento por sua prestação por parte do devedor, num prazo por eles 
determinado. O crédito precisa, para se desenvolver de maneira harmoniosa, de uma relação 
de confiança entre as parte e de tempo para que se conclua a relação, por meio do pagamento. 
1.1 Aspectos gerais
O Código Civil, CC, Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002, define o título de crédito nos 
seguintes termos:
Art. 887 
O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele 
contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
Desse artigo podemos concluir que um título de crédito é um documento. Esse documento serve 
para exercer o direito que nele está mencionado. Três características essenciais do título de 
crédito também podem ser destacadas do artigo 887: sua autonomia, sua literalidade e sua 
incorporação ou cartularidade, características que serão vistas mais adiante. 
Por sua vez, Fábio Ulhoa Coelho (2010) destaca três outras características que diferenciam os 
títulos de crédito dos demais documentos representativos de direitos e obrigações. A primeira é 
se referir somente à relação de crédito (ou creditícia). De fato, não pode constar nele menção a 
direito de fazer ou de não fazer, ou, ainda, de dar alguma coisa. 
A segunda é a facilidade de cobrança do título de crédito em juízo, como atesta o artigo 585 do 
Código de Processo Civil:
Art. 585
São títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
Isso significa que o credor, se estiver em posse de um título de crédito, pode promover uma 
execução judicial do devedor, já que o título de crédito comprova a dívida deste.
Por fim, a terceira: o título de crédito é negociável. Pode ser vendido pelo credor, por exemplo, a 
um banco que se torna, dessa maneira, credor do título.
7
1.2 Princípios da cartularidade, literalidade e 
autonomia
Os títulos de crédito têm três características essenciais que os definem como tais: a cartularidade 
ou incorporação, a literalidade e a autonomia. 
a) Princípio da cartularidade
 
Estudaremos em primeiro lugar o princípio da cartularidade do título de crédito:
A palavra “cartularidade” é oriunda de “cártula”, que em latim significa “papel pequeno” ou 
“pedaço de papel escrito de pouca extensão”. Afirmar que a cartularidade é uma das características 
principais do título de crédito quer dizer que o credor deve, para receber seu crédito, possuir o 
documento que o comprova, fisicamente.
Nesse sentido, é importante frisar que a cópia do título de crédito, ainda que autenticado, 
dificilmente substitui o documento original, pois não apresenta a mesma credibilidade.
Atualmente, porém, com o advento da era digital, a cartularidade é sujeita à desmaterialização. 
O Código Civil admite a criação do título de crédito digitalizado no seu artigo 889, § 3:
Art. 889
Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos direitos que 
confere, e a assinatura do emitente.
[...]
§ 3º O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou 
meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os 
requisitos mínimos previstos neste artigo.
Fábio Ulhoa Coelho ensina que: “Pelo princípio da cartularidade, o credor do título de crédito 
deve provar que se encontra na posse do documento para exercer o direito nele mencionado” 
(COELHO, 2010, p. 383).
b) Princípio da literalidade
Outra característica do título de crédito é sua literalidade. Literalidade significa que a obrigação 
do devedor está integralmente descrita no documento.
Em outras palavras: “A literalidade significa que somente é considerado aquilo que no título 
estiver expresso, ou seja, não levam em conta os atos gravados em outro documento que não no 
próprio título, mesmo sendo a ele referido” (REIS, 2011, n. p.).
Já Marlon Tomazette afirma que “a literalidade dá a certeza quanto à natureza, ao conteúdo e a 
modalidade da prestação prometida ou ordenada” (TOMAZETTE, 2014, p. 31).
c) Princípio da autonomia
A terceira característica do título de crédito é sua autonomia. Num mesmo título podem ser 
documentadas várias obrigações. O princípio da autonomia significa que cada obrigação, 
mesmo que referida no mesmo documento, é autônoma das demais, isto é, a sua validade não 
afeta a validade das outras.
Fábio Ulhoa Coelho nos ensina que “[...] pelo princípio da autonomia das obrigações cambiais, 
os vícios que comprometem a validade de uma relaçãojurídica, documentada em título de 
8 Laureate- International Universities
Sistema cambiário brasileiro
crédito, não se estendem às demais relações abrangidas no mesmo documento” (COELHO, 
2010, p. 385).
Pegamos como exemplo um credor que chamaremos Alberto, o qual recebe um título de crédito 
em pagamento de bens que entregou a Bernardo. Alberto transfere seu título de crédito a 
uma terceira pessoa, Aline, de quem é devedor. O título de crédito passa a representar várias 
obrigações: a de Bernardo devedor de Alberto; a de Alberto devedor de Aline. Se, por acaso, 
a entrega dos bens que ocasionou a primeira relação não acontece, não invalida a dívida de 
Alberto, que deverá satisfazer a relação cambial perante Aline.
Os doutrinadores costumam subdividir o princípio da autonomia em dois outros: a abstração do 
título de crédito e a inoponibilidade. De fato, do princípio da autonomia decorre o da abstração, 
já que o título de crédito, uma vez emitido, se desvincula da primeira relação que lhe deu origem. 
O princípio da inoponibilidade significa que o devedor da relação cambiária não pode se eximir 
de satisfazer sua dívida frente a terceiros de boa-fé de posse do título de crédito. No exemplo, 
Aline pode exigir de Bernardo o pagamento da dívida independentemente do recebimento dos 
bens, de forma que a relação que Bernardo tem com Alberto não invalida a de Aline com 
Bernardo.
O princípio da inoponibilidade encontra-se no artigo 17 do Decreto n° 57.663 de 24 de janeiro 
de 1966, também denominado Lei Uniforme, nos seguintes termos:
Art. 17 
As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador as exceções 
fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a 
menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do 
devedor.
O pagamento do título de crédito deve ser efetuado na data que nele consta. Na falta de 
pagamento, o título vencido poderá ser protestado.
2 Classificação dos títulos de crédito
Os títulos de crédito podem ser classificados baseando-se em diferentes critérios, como o seu 
modelo, a sua vinculação, as suas hipóteses de emissão, ou, ainda, sua estrutura.
a) Quanto ao modelo
O título pode ser livre quando não precisa atender a nenhuma forma própria prescrita em lei, 
bastando para sua validade a observância dos requisitos legais, como a nota promissória e a 
letra de câmbio. 
Pode também ser vinculado. Nesse caso, para ser considerado título de crédito, deve, além de 
preencher os requisitos legais para sua validade de emissão, atender à forma própria prevista em 
lei, como a duplicata.
b) Quanto à circulação
O título vinculado pode ser ao portador. Isso significa que não possui o nome do beneficiário 
do título (credor), sendo considerado o portador o seu legítimo possuidor e circula pela simples 
tradição. O único título de crédito ao portador é o cheque.
O segundo tipo de título de crédito vinculado é o nominativo, que contém expresso no título o 
nome do beneficiário do crédito, o qual poderá ser acompanhado pela cláusula “à ordem” ou 
pela cláusula “não à ordem”. O título de crédito anotado “à ordem” circula pela cessão civil de 
créditos.
9
c) Quanto às hipóteses de emissão
No que diz respeito às hipóteses de emissão, há duas possibilidades. O título pode ser:
• Não causal, ou abstrato, podendo ser emitido para documentar qualquer espécie de crédito, 
não importando a causa que lhe deu origem. Exemplos: cheque e nota promissória;
• Causal, emitido para documentar determinados créditos, cuja causa esteja expressamente 
prevista e autorizada por lei. Exemplo: duplicata.
d) Quanto à estrutura
O título pode consistir numa ordem de pagamento, como o cheque, a letra de câmbio, ou, ainda, 
a duplicata.
Pode ele ser promessa de pagamento, como a nota promissória.
3 Os atos cambiários
 
Os atos cambiários são aqueles que podem ser praticados perante um título de crédito.
3.1 O aceite
O aceite é o ato cambiário pelo qual o sacado aceita a ordem de pagamento dada pelo sacador 
do título, vinculando-se ao pagamento do título como devedor principal.
O aceite pode ser recusado no todo ou parcialmente pelo sacado. Dessa recusa surgem vários 
efeitos.
O primeiro efeito da recusa do aceite é a não vinculação do sacado ao pagamento do título e o 
vencimento antecipado do título de crédito. Se a recusa for parcial, ele será denominado aceite 
limitativo (ou seja, o sacado aceita a ordem dada pelo sacador, mas limita o valor da obrigação 
por ele assumida), ou aceite modificativo (ou seja, o sacado aceita a ordem de pagamento do 
título dada pelo sacador, mas altera as suas condições de pagamento, isto é, modifica o local 
ou a data do vencimento). A recusa parcial também gera o vencimento antecipado do título de 
crédito.
3.2 O endosso
O endosso é o ato cambiário pelo qual o credor de um título nominativo à ordem (endossante) 
o transfere a terceiro (endossatário), vinculando-se ao pagamento do título na qualidade de 
codevedor. O endosso consiste na simples assinatura do endossante no dorso do documento. 
O endosso pode ser acompanhado da cláusula “sem garantia”. Pela cláusula “sem garantia”, o 
endossante poderá transferir o título ao endossatário, sem se vincular ao seu pagamento com o 
codevedor.
3.2.1 As modalidades do endosso
Há várias modalidades de endosso: em preto, em branco, impróprio, mandato e caução.
O endosso em preto é aquele em que o endossatário é identificado com o seu nome pelo 
endossante no ato de transferência do título. 
10 Laureate- International Universities
Sistema cambiário brasileiro
No endosso em branco, o endossatário não é identificado pelo endossante no ato de transferência 
do título, que passará a circular pela simples tradição. O artigo 2°, II da Lei 8.021 de 12 de abril 
de 1990, coíbe a realização do endosso em branco.
Art. 2° 
A partir da data de publicação desta lei fica vedada:
[...]
II - a emissão de títulos e a captação de depósitos ou aplicações ao portador ou nominativos-
endossáveis;
Dois endossos são considerados impróprios pelos doutrinadores. Nas palavras de Fábio Ulhoa 
Coelho: “O endosso impróprio destina-se a legitimar a posse de certa pessoa sobre um título de 
crédito, sem lhe transmitir o direito creditício. Admite duas modalidades: o endosso-mandato e o 
endosso-caução” (COELHO, 2010, p. 414).
O endosso-mandato serve, então, para que o mandatário exerça os direitos decorrentes do título 
de crédito em nome do endossante. 
Enfim, endosso-caução é o endosso pelo qual o endossante transfere o título de crédito ao 
endossatário somente para garantir o cumprimento de outra obrigação. Isto é, não se transfere, 
nesse caso, a propriedade do título, somente se deixa em garantia de outra obrigação. 
3.3 O aval
O aval é o ato cambiário pelo qual o avalista garante determinada obrigação assumida pelo 
avalizado em título de crédito. Ou, nas palavras de Marlon Tomazette, como “o ato pelo qual 
alguém assume a obrigação de pagar, total ou parcialmente, o título, nas mesmas condições que 
um devedor desse título” (TOMAZETTE, 2014, p. 227). Existem diversos tipos de avais. 
Haverá avais simultâneos quando uma mesma e única obrigação cambiária for garantida 
simultaneamente por mais de um avalista.
Os avais sucessivos ocorrem quando o avalista de uma obrigação cambiária tem sua obrigação 
garantida por outro avalista.
3.4 O protesto
O protesto é o ato formal e solene necessário para a produção de determinados efeitos jurídicos. 
Existem três formas de protesto: por falta de aceite, por falta de devolução do título (no caso de 
duplicata) ou por falta de pagamento.
O protesto por falta de aceite tem por principal função provar que o sacado recusou-se a aceitar 
a ordem de pagamento dada pelo sacador, produzindo assim o vencimento antecipado do títulode crédito.
O protesto por falta de pagamento tem por principal finalidade provar que o devedor principal se 
recusou a pagar o título de crédito, razão pela qual passa a ser assegurado o direito de cobrar 
o título de seus codevedores.
4 Títulos em espécie
São muitos os títulos de crédito existentes. Estudaremos aqui cinco deles: a letra de câmbio, a 
nota promissória, a duplicata, o cheque e, por fim, as cédulas e notas de crédito.
11
4.1 Letra de câmbio
A letra de câmbio, embora em completo desuso no Brasil, é o título de crédito que melhor se 
presta ao estudo do direito cambiário por reunir todos os institutos jurídico-cambiários.
Nas palavras de José Saraiva (apud TOMAZETTE, 2014, p. 74), a letra de câmbio é “um título 
de crédito formal, autônomo e completo, que contém a obrigação de fazer pagar determinada 
soma de dinheiro, no tempo e no lugar designados”. 
A letra de câmbio nasceu na Europa durante a Idade Média, período durante o qual cada 
feudo produzia sua própria moeda. Servia para a circulação de mercadorias, possibilitando ao 
comerciante receber dinheiro na moeda do lugar de suas vendas em troca do documento.
Hoje a letra de câmbio é regida pela Lei Uniforme de Genebra (Decreto no 57.663 de 24 de 
janeiro de 1966) com as reservas assinaladas pelo Brasil e também pelo Decreto no 2.044 de 31 
de dezembro de 1908 em seus artigos 1º a 56.
Na emissão da letra de câmbio são envolvidas três pessoas: o sacador ou emissor, que emite a 
letra de câmbio, dando ordem de pagamento; o tomador ou beneficiário (credor do título), isto 
é, a pessoa que deve ser paga; e, por fim, o sacado ou aceitante, para quem a ordem é emitida. 
4.1.1 Requisitos da letra de câmbio
Para produzir efeito enquanto título de crédito, a letra de câmbio deve respeitar os requisitos 
formais essenciais previstos no Anexo I do Artigo 1º da Lei Uniforme, que estudaremos em seguida. 
São eles a cláusula cambial, a ordem de pagamento, os nomes do sacado e do beneficiário, a 
data de emissão e a assinatura do sacador.
Art. 1º 
A letra contém:
1 - A palavra “letra” inserta no próprio texto do título é expressa na língua empregada 
para a redação desse título;
2 - O mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;
3 - O nome daquele que deve pagar (sacado);
4 - A época do pagamento;
5 - A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento;
6 - O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga;
7 - A indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada;
8 - A assinatura de quem passa a letra (sacador).
A cláusula cambial consiste na identificação do próprio título. Deve constar no documento a 
denominação “letra de câmbio”.
A ordem de pagamento é a ordem de pagar uma determinada quantia para o beneficiário, que 
deve constar literalmente no título. Pode ser inscrito por extenso ou em algarismos, prevalecendo 
o valor escrito em extenso em caso de divergência com o valor em algarismos. Geralmente, o 
valor a ser pago consta em moeda nacional, podendo, no entanto, o título ser emitido em moeda 
estrangeira.
O nome do sacado e o do beneficiário devem, por motivos óbvios, constar obrigatoriamente 
nesse título de crédito.
Note-se que tanto o lugar de emissão do título quanto seu local de pagamento constituem 
requisitos supríveis da letra de câmbio. A data de vencimento também não é requisito essencial. 
No entanto, na falta dessa data, o documento é considerado pagável à vista, conforme o artigo 
2° da Lei Uniforme.
12 Laureate- International Universities
Sistema cambiário brasileiro
A verificação de todos os requisitos legais essenciais não é necessária desde a emissão do 
título. No caso de não constarem alguns dos requisitos obrigatórios, a letra de câmbio será 
denominada incompleta ou em branco. O credor do título poderá, nesse caso, preencher a letra 
de câmbio, dentro, é claro, das condições combinadas com o emissor.
4.1.2 Os atos cambiários na letra de câmbio
4.1.2.1 O aceite e a letra não aceitável
Na letra de câmbio, o aceite será dado pelo sacado. Ele é facultativo, pois o sacado poderá 
recusar a ordem de pagamento dada pelo sacador, não se vinculando ao título, sem que lhe seja 
necessária a apresentação de qualquer justificativa. De fato, a emissão da letra de câmbio não 
obriga o sacado. 
O sacado pode rejeitar totalmente o aceite, acolhê-lo totalmente, ou, ainda, aceitar parcialmente 
o pagamento da letra de câmbio. Em caso de aceite parcial ou de recusa total por parte do 
sacado, o título de crédito passa a ter vencimento antecipado. O beneficiário poderá, nesse 
caso, exigir o pagamento imediato da quantia não paga para o emissor da letra de câmbio ou 
levar o documento a protesto.
4.1.2.2 O endosso na letra de câmbio
Conforme o artigo 15 da Lei Uniforme de Genebra:
Art. 15 
O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da aceitação como do pagamento 
da letra. O endossante pode proibir um novo endosso, e, neste caso, não garante o 
pagamento as pessoas a quem a letra for posteriormente endossada.
A letra de câmbio permite vários tipos de endossos: o endosso em branco, o endosso em preto, 
o mandato e o caução.
O aval é admitido na letra de câmbio, nos termos do artigo 32 da Lei Uniforme de Genebra.
A letra de câmbio admite também o protesto por falta de pagamento.
Figura 1 – Modelo de letra de câmbio.
Fonte: <http://goo.gl/S85Bmt> Acesso em: 7 jun. 2015.
13
Figura 2 – Modelo de letra de câmbio preenchida.
Fonte: <http://goo.gl/wOz5z0>. Acesso em: 7 jun. 2015.
4.2 A duplicata
A duplicata, ou duplicata mercantil, regida pela Lei no 5.474 de 18 de junho de 1968, é o 
título de crédito emitido pelo credor. A duplicata se origina numa fatura e documenta o crédito 
oriundo de uma compra e venda mercantil ou de uma prestação de serviço, sendo, pois, ordem 
de pagamento vinculado. Fábio Ulhoa Coelho ensina que “a duplicata é o título de crédito criado 
pelo direito brasileiro. À sua larga utilização deve-se a quase inexistência da letra de câmbio no 
comercio nacional” (COELHO, 2010, p. 464).
A duplicata é um título de crédito nominativo, devendo obrigatoriamente constar no documento 
“à ordem”.
Nota-se que, na duplicata mercantil, sacador e tomador são sempre a mesma pessoa, qual seja, 
o vendedor das mercadorias. O sacado é o seu comprador. 
Nos termos do artigo 2º da Lei no 5.474 de 1968 não será admitida a emissão de qualquer outro 
título por parte do vendedor para documentar créditos decorrentes de compra e venda mercantil. 
Note-se que a emissão de cheques e notas promissórias será admitida, pois nessa hipótese o 
saque se dá pelo comprador das mercadorias.
4.2.1 Os requisitos da duplicata
O artigo 2°, § 1º da Lei no 5.474, que dispõe sobre as duplicatas, determina os seus requisitos 
essenciais:
14 Laureate- International Universities
Sistema cambiário brasileiro
Art . 2º 
[...]
§ 1º A duplicata conterá:
I - a denominação “duplicata”, a data de sua emissão e o número de ordem;
II - o número da fatura;
III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
IV - o nome e domicílio do vendedor e do comprador;
V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso;
VI - a praça de pagamento;
VII - a cláusula à ordem;
VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a 
ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial;
IX - a assinatura do emitente.
§ 2º Uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura.
§ 3º Nos casos de venda para pagamento em parcelas, poderá ser emitida duplicata 
única, em que se discriminarão todas as prestações e seus vencimentos, ou série de 
duplicatas, uma para cada prestação distinguindo-se a numeração a que se refere o 
item I do § 1º deste artigo, pelo acréscimo de letra do alfabeto, em sequência.
4.2.2 Os atos cambiários na duplicata
É obrigatório o aceite naemissão da duplicata, pois o sacado (comprador) estará vinculado ao 
pagamento do título, ainda que não tenha expressamente aceito a ordem dada pelo sacador 
(vendedor). Logo, o sacado só poderá se desvincular da ordem dada pelo sacador se justificar 
a recusa de seu aceite em uma das hipóteses previstas no artigo 8º da Lei 5474 de 1968, 
a saber: o não recebimento das mercadorias, ou recebimento de mercadorias com avarias, 
se expedidas por conta e risco do vendedor; diferenças na quantidade ou na qualidade da 
mercadoria entregue; e divergências nos prazos e condições de pagamento pactuado.
Assim como a letra de câmbio, a duplicata admite o endosso e o aval. Por sua vez, conforme 
previsto no artigo 13 da Lei de Duplicata, o título poderá ser protestado por falta de aceite, 
por falta de devolução, ou, ainda, por falta de pagamento, no prazo de 30 dias a partir do 
vencimento.
Figura 3 – Modelo de duplicata.
Fonte:<http://goo.gl/AIkcjw> Acesso em: 7 jun. 2015.
15
Figura 4 – Modelo de duplicata preenchida.
Fonte: <http://goo.gl/OY3tCo>. Acesso em: 7 jun. 2015.
4.3 A nota promissória
A nota promissória é uma promessa de pagamento feita pelo próprio devedor, que 
se obriga, dentro de certo prazo, ao pagamento de uma soma pré-fixada. Portanto, 
a nota promissória é um título pelo qual alguém se compromete a pagar a outrem, 
determinada quantia em dinheiro, num certo prazo. Como é emitida pelo próprio 
devedor, ela passa a ser um título de crédito desde a sua emissão, e o seu possuidor 
ou portador poderá, logo após o vencimento, não sendo paga, propor ação executiva 
para recebê-la. Trata-se de um título autônomo que independe da indagação da causa 
que motivou a obrigação.1
A nota promissória é regida pela Lei Uniforme de Genebra (Decreto no 57.663 de 24 de janeiro 
de 1966), em seus artigos 75 a 78, e também pelo Decreto no 2.044 de 31 de dezembro de 
1908, em seus artigos 54 a 57. O seu regime jurídico é quase idêntico ao da letra de câmbio, 
respeitadas suas particularidades.
O modelo da nota promissória é livre. Ao contrário da duplicata, não se vincula a outro ato 
cambial, sendo sua emissão, portanto, não causal.
1 Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/topicos/295447/nota-promissoria>. Acesso em: 7 jun. 2015.
16 Laureate- International Universities
Sistema cambiário brasileiro
4.3.1 Os requisitos da nota promissária
Os requisitos essenciais da nota promissória são determinados pelo artigo 75 da Lei Uniforme 
de Genebra: 
Art. 75
A nota promissória contém: 
1 - Denominação “Nota Promissória” inserta no próprio texto do título e expressa na 
língua empregada para a redação desse título; 
2 - A promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada; 
3 - A época do pagamento; 
4 - A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento; 
5 - O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga; 
6 - A indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada; 
7 - A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).
A identificação do título de crédito, denominada cláusula cambial, é requisito essencial da nota 
promissória, conforme consta no Decreto no 2.044 de 1908, o qual reza que deve constar “nota 
promissória” ou termo correspondente no documento.
O fato de constar no documento que é promessa de pagamento, constituindo o segundo 
requisito, surge da própria natureza do documento, promessa pura e simples de pagar uma 
quantia determinada.
A época do pagamento e a indicação do lugar em que deve ser efetuado também são requisitos 
legais da nota promissória.
A legislação nacional não admite a emissão de letra promissória ao portador, devendo o nome 
do beneficiário (ou credor) obrigatoriamente constar no título.
A data de emissão da nota promissória, o lugar de sua emissão e a assinatura do emissor, que 
atesta sua vontade, constituem os últimos requisitos essenciais da nota promissória.
4.3.2 Os atos cambiários na nota promissória
Pelo fato de a nota promissória consistir num ato cambiário entre duas pessoas, o devedor 
(emitente) e o credor, isto é, sendo um ato cambiário exclusivo das ordens de pagamento, não 
existe a figura do aceite na nota promissória.
A nota promissória admite o endosso e o aval, bem como o protesto por falta de pagamento.
Figura 5 – Modelo de nota promissória. Fonte:
<http://goo.gl/2xhy7Z> Acesso em: 7 jun. 2015.
17
Figura 6 – Modelo de nota promissória preenchida.
Fonte: <http://goo.gl/GdbfGB>. Acesso em: 7 jun. 2015.
4.4 O cheque
O cheque é uma ordem de pagamento à vista emitida contra um banco em razão de fundos que 
o emitente possui nesse banco, que é o sacado.
O cheque é regido pela Lei n° 7.357 de 2 de dezembro de 1985, que, nos seus dois primeiros 
artigos, determina seus requisitos essenciais:
Art. 1º 
O cheque contém:
I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na língua em que 
este é redigido;
II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada;
III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado);
IV - a indicação do lugar de pagamento;
V - a indicação da data e do lugar de emissão;
VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais.
Art. 2º 
O título, a que falte qualquer dos requisitos enumerados no artigo precedente, não vale 
como cheque, salvo nos casos determinados a seguir:
I - na falta de indicação especial, é considerado lugar de pagamento o lugar designado 
junto ao nome do sacado; se designados vários lugares, o cheque é pagável no 
primeiro deles; não existindo qualquer indicação, o cheque é pagável no lugar de sua 
18 Laureate- International Universities
Sistema cambiário brasileiro
emissão;
II - não indicado o lugar de emissão, considera-se emitido o cheque no lugar indicado 
junto ao nome do emitente.
Parágrafo único - A assinatura do emitente ou a de seu mandatário com poderes 
especiais pode ser constituída, na forma de legislação específica, por chancela 
mecânica ou processo equivalente.
Desses dois artigos, podemos extrair os requisitos obrigatórios do cheque.
Nele deve constar, em língua nacional, a palavra “cheque”, o nome da instituição financeira ou 
do banco que deve pagar a quantia determinada no documento, a assinatura do emitente ou 
de seu representante (chamado mandatário), o lugar e a data da sua emissão e o local onde se 
deve efetuar o pagamento do título. 
A indicação do lugar de emissão do cheque é importante, já que o prazo para seu pagamento 
varia em função do local de seu saque. De fato, o prazo é de 30 dias se o cheque for sacado 
na mesma praça (mesma cidade) e de 60 dias se for sacado em praça distinta. Embora requisito 
legal, não costuma ser anotado no cheque o lugar onde deve ser feito seu pagamento.
Existe no Brasil prática de emitir cheques pós-datados. O artigo 32 da Lei do cheque proíbe essa 
prática: 
Art. 32 
O cheque é pagável à vista. Considera-se não escrita qualquer menção em contrário.
Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data 
de emissão é pagável no dia da apresentação.
Apesar dessa proibição legal, o uso do cheque pós-datado é um instrumento eficaz para a 
concessão de crédito ao consumidor. Fábio Ulhoa Coelho afirma:
O cheque pós-datado é importante instrumento de concessão de crédito ao 
consumidor. Embora a pós-datação não produza efeitos perante o banco sacado, na 
hipótese de apresentação para liquidação, ela representa um acordo entre tomador 
e emitente. A apresentação precipitada do cheque significa o descumprimento do 
acordo. (COELHO, 2010, p. 452).
Por fim, deve ser inscrita no cheque a ordem incondicional de pagar quantia determinada, 
geralmente nessa redação: “pague por este cheque a quantia de”, bem como a quantia a ser 
paga, em algarismos e por extenso. Se houver divergência entre o montante escritoem algarismos 
e o escrito por extenso, o valor deste segundo prevalecerá.
O artigo 42 da Lei do cheque permite que o cheque seja emitido em moeda estrangeira. Porém, 
mesmo nesse caso, deverá ser pago em moeda nacional pelo câmbio do dia de sua apresentação 
ao sacado.
Nota-se que o nome do beneficiário não consta desse rol de requisitos essenciais. No entanto, 
apesar de não ser requisito legal, a identificação do beneficiário é exigida para cheques com 
valores superiores a cem reais.
Além desses requisitos, existem outros exigidos pelo Conselho Monetário Nacional, como o nome 
do banco que emitiu o documento, um número de série ou o nome e CPF do correntista.
19
Será que o cheque tem futuro no cenário atual? Vale a pena refletir a partir 
da entrevista de Marcel Domingos Solimeo. Disponível em: <http://mais.uol.
com.br/v iew/e0qbgx id79uv/sa iba-qual-o - fu turo -reservado-para-o-cheque-
04028D993870E0B14326?types=A&>. Acesso em: 7 jun. 2015.
NÓS QUEREMOS SABER!
4.4.1 A circulação do cheque
O endosso permite a circulação do cheque. Após o espaço reservado para inscrição do nome 
do beneficiário do cheque, está inscrita a menção: “ou à sua ordem”. Isso significa que esse 
documento pode ser transmitido mediante endosso. O endosso é a transferência da propriedade 
de um título em benefício de outra pessoa, que poderá então descontar o cheque.
O cheque não admite a figura do “aceite”, conforme o artigo sexto da Lei do cheque, já que o 
banco sacado não é devedor da relação jurídica.
4.4.2 As modalidades do cheque
Existem quatro modalidades de cheque: o cheque visado, o cheque administrativo, o cheque 
cruzado e o cheque para ser creditado em conta.
O cheque é visado quando o banco sacado assina, no verso do título, assinalando dessa maneira 
a existência efetiva de fundos na conta do emitente para o seu pagamento.
O cheque administrativo é aquele emitido pelo próprio banco. Logo, nesse título, o banco é o 
emitente e o sacado. O cheque administrativo pode ser também chamado de cheque bancário.
O emitente do cheque tem a possibilidade de cruzar o cheque traçando, na parte dianteira do 
título, duas linhas paralelas entre si de maneira transversal. O cheque cruzado somente pode 
ensejar pagamento por qualquer banco, se for cruzado “em branco”, isto é, sem anotações entre 
as linhas paralelas, ou num determinado banco se estiver identificado entre esses mesmos traços. 
Nesse segundo caso, o cheque é cruzado “em preto”.
O cheque, enfim, pode ser para se levar em conta, o que significa que o seu emitente ou seu 
portador proíbe o pagamento do título em dinheiro. Para tanto, deve o emitente escrever, no 
verso do cheque, a menção: “para ser creditado em conta”. 
4.4.3 A sustação do cheque
Sustar tem por significado impedir ou interromper o caminho. Há duas maneiras autorizadas 
legalmente para sustar o pagamento do cheque. A primeira forma de sustação do cheque é 
a oposição; a segunda, a revogação. Para ambas devem ser apresentadas razões justificáveis 
à sustação do título e devem ser solicitadas em um banco. Entretanto, há requisitos e efeitos 
diversos.
Os efeitos da oposição são imediatos, sendo gerados logo no momento da solicitação ao banco. 
Podem apresentar oposição tanto o emitente quanto o portador legítimo do cheque.
Na revogação, também denominada contraordem, não há efeito imediato. Os efeitos ocorrem 
somente após o prazo de apresentação do título (de 30 ou 60 dias). A revogação é ato exclusivo 
20 Laureate- International Universities
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do emitente do título.
4.4.4 O cheque sem fundos
No caso de o emitente do cheque emitido não possuir fundos necessários para seu pagamento, 
o banco sacado pode se recusar a pagá-lo. Nesse caso, o cheque é devolvido. Nessa situação, 
pode ser realizado o protesto, prova do não pagamento do título no seu vencimento perante o 
cartório competente.
Um cheque pode ser apresentado duas vez para seu pagamento.
Figura 7 – Modelo de cheque.
Fonte: <http://goo.gl/sveqv9> Acesso em: 7 jun. 2015.
Figura 8 – Modelo de cheque preenchido.
Fonte: <http://goo.gl/5hqsb1>. Acesso em: 7 jun. 2015.
21
Neste Capítulo estudamos a cartularidade como uma das características dos títulos 
de crédito. Entretanto, muitas operações são feitas de forma eletrônica. Por isso, é 
recomendável a leitura do artigo “Títulos de crédito e o avanço tecnológico: a superação 
do princípio da cartularidade”. Disponível em: <http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.
asp?id_dh=9967>. Acesso em: 7 jun. 2015.
NÃO DEIXE DE LER...
4.5 Cédulas e notas de crédito
As cédulas e notas de crédito constituem títulos de crédito representativos de operações de 
financiamento. Elas têm por negócio de base empréstimos concedidos por instituições financeiras 
ou entidades a essas equiparadas.
O credor das cédulas e notas de crédito é obrigatoriamente uma instituição financeira, por 
exemplo, um banco.
As cédulas de crédito diferem das notas de crédito pela garantia que apresentam. De fato, deve 
constar na cédula de crédito uma garantia real, isto é, o crédito deve ser garantido por bem 
móvel ou imóvel. Essa garantia real não é requisito da nota de crédito.
Note-se que, para produzir efeitos perante a terceiros, tanto as cédulas quanto as notas de 
crédito precisam ser levadas a registro no Cartório de Imóveis.
Cédulas e notas de crédito se encontram em várias áreas econômicas: rural, industrial, comercial, 
imobiliária, de exportação e de importação.2 De fato, existem vários tipos de cédulas ou notas 
de crédito. 
Como nos ensina Marlon Tomazette: 
[...] as cédulas tradicionais (rural, industrial, comercial e à exportação) devem ser 
necessariamente vinculadas a um contrato de financiamento para atividade produtiva. Já as 
de crédito bancário podem ter origem em qualquer operação bancária ativa e não apenas 
financiamentos para a atividade produtiva. (TOMAZETTE, 2014, p. 339).
Embora existam muitas formas diferentes de cédulas de crédito, podemos destacar algumas 
características comuns a todas, como ensina o professor Theodoro Júnior3: 
São títulos líquidos e certos (Dec. Lei nº 167, art. 10; Dec. Lei nº 413, art. 10; Lei nº 6313, art. 
1º; Lei nº 6840, art. 5º; MP 2.160-25) e podem ser instrumentos que permitem “financiamento 
para utilização parcelada”, devendo o financiador abrir “conta vinculada à operação, que o 
financiado movimenta por meio de cheques, saques, recibos, ordens, cartas ou quaisquer outros 
documentos, na forma e tempo previstos na cédula ou no orçamento” (Dec. Lei nº 167, art. 4º, 
Dec. Lei 413, art. 4º; Lei 6313, art. 3º, Lei 6840, art. 5º, MP 2.160-25, art. 3.º, § 2.º).
2 Disponível em: <http://www.direitobrasil.adv.br/arquivospdf/revista/revistav72/palestras/cnc.pdf>. Acesso em: 7 jun. 2015.
3 Disponível em: <http://academico.direito-rio.fgv.br/wiki/C%C3%A9dulas_de_cr%C3%A9dito>. Acesso em: 7 jun. 2015.
22 Laureate- International Universities
Sistema cambiário brasileiro
Todos são exigíveis pelo saldo da conta (Dec. Lei nº 167, art. 10 e § 1º; Dec. Lei 413, art. 10 e 
§ 1º; Lei 6313, art. 3º; Lei nº 6840, art. 5º; MP 2.160-25, art. 3.º caput e § 2.º, I) e a eles são 
aplicáveis as normas do direito cambial, inclusive quanto ao aval (Dec. Lei nº 167, art. 60; Dec. 
Lei nº 413, art. 52; Lei 6313, art. 3º; Lei 6840, art. 5º, MP n.º 2.160-25, art. 20).
Por fim, a todos é atribuída a força de título executivo extrajudicial (Dec. Lei 167, art. 41; Dec. 
Lei 413, art. 41; Lei 6313, art. 3º; Lei 6840, art. 5º; MP n.º 2.160-25, art. 3.º).
23
O conteúdo deste Capítulo lhe ofereceu uma visão geral a respeito da teoria geral dos títulos de 
crédito, dos princípios que os regem e como podemos classificá-los. 
No estudo do sistema cambiário, foram igualmente identificados os diversos atos cambiários, 
que são o aceite, o endosso, o aval e o protesto.Você também descobriu quais são os principais títulos, como a letra de câmbio, a duplicata, a 
nota promissória, o cheque, as cédulas e as notas de crédito. 
SínteseSíntese
24 Laureate- International Universities
Sistema cambiário brasileiro
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial: direito de empresa. 14. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2010. v. 1.
REIS, Simone Luiza Guimarães. Títulos de crédito no novo Código Civil, 2011. Disponível 
em: <http://www.advocaciamg.com/ver-noticia/titulos-de-credito-no-novo-codigo-civil/69>. 
Acesso em: 7 jun. 2015.
TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial. 5. ed. São Paulo: Atlas. 2014. v. 2.
ReferênciasBibliográficas
	4 Títulos em espécie
	4.1 Letra de câmbio
	4.2 A duplicata
	4.3 A nota promissória
	4.4 O cheque
	4.5 Cédulas e notas de crédito
	3 Os atos cambiários
	3.1 O aceite
	3.2 O endosso
	3.3 O aval
	3.4 O protesto
	1 Teoria geral dos títulos de crédito
	1.1 Aspectos gerais
	1.2 Princípios da cartularidade, literalidade e autonomia
	Introdução
	2 Classificação dos títulos de crédito
	Síntese

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