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Aquisição e Modificação dos Direitos

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Aquisição e Modificação de Direitos
Espécies de aquisição: originária e derivada; pelo próprio adquirente ou por representação; por força da lei e por ato de vontade.
Os direitos subjetivos nascem, vivem e morrem. Há um momento em que se formam, surgindo na pessoa de seu titular. No intervalo entre a sua constituição e a sua extinção, eles se modificam, transformam-se, quer em relação ao objeto sobre o qual recaem, quer em relação à própria natureza de sua constituição. 
Assim, três momentos devem ser estudados: o de aquisição, o de modificação ( defesa e exercício) e o de extinção.
Aquisição de Direitos
Adquirir um direito é tornar-se o titular do mesmo. Ser o titular de um direito, por sua vez, equivale a dizer-se possuir um direito como uma coisa própria, isto é, apropriar-se dele. (Orlando de Almeida Secco)
A vinculação a uma pessoa (titular) de um direito pela forma prevista em lei. (Paulo Dourado de Gusmão)
 
O sujeito do direito é TITULAR dele mesmo.
Desde o momento em que o direito NASÇA, certamente haverá de pertencer a alguém, a um sujeito. Afinal, de que valeria um direito que não pudesse ser atribuído a alguém? Tornar-se-ia uma inutilidade!
Formas de Aquisição de Direitos
Quando nos referimos à aquisição de direitos, estamos falando da maneira pela qual uma pessoa, um sujeito, adquire um direito. Estamos, portanto tratando de aquisição de direitos pelos sujeitos, aquisição de direitos subjetivos.
Esta aquisição pode ser feita de duas formas:
ORIGINÁRIA => É aquela em que o direito nasce (origina-se) no mesmo momento em que é adquirido. Assim, o direito não teve qualquer titular anterior (até porque não existia). O titular do direito não o recebeu por transferência. O direito nasceu com o fato.
MOMENTO DO NASCIMENTO = MOMENTO DA AQUISIÇÃO
Exemplos: 
A pesca (o peixe era res nullius) - 
A ocupação - art. 1263 CC
O usucapião – art. 1260 CC
Conseqüência da aquisição originária:
“O modo originário faz nascer um direito novo, de maneira que nenhum dos vícios, que porventura um outro antigo proprietário ou titular da coisa tivesse, pode aparecer. (San Tiago Dantas)
DERIVADA => É a forma de aquisição em que o direito é transferido de um titular para outro. Em outros termos, o direito recebido pelo novo titular é derivado daquele direito que pertencia ao titular anterior - o direito recebido é o mesmo direito de que dispunha o titular anterior.
Ex.: Doação (art. 538 CC), herança (art. 1784 CC). 
A forma derivada divide-se em:
TRANSLATIVA => Transferência total dos direitos de um titular para outro. Há, portanto, a aquisição por parte do novo titular e extinção por parte do antigo.
Ex.: Compra à vista (art. 481 CC).
 CONSTITUTIVA => Para Orlando de Almeida Secco, é aquela em que o titular anterior ainda mantém consigo alguma parcela do direito sobre o bem objeto da transferência. A derivação, assim, se realiza mediante a constituição de um direito com base em outro preexistente. 
Ex.: Doação com cláusula de usufruto, alienação fiduciária em garantia..
“Já diziam os romanos que ninguém pode transmitir
mais direitos do que tem” (San Tiago Dantas)
A AQUISIÇÃO DE DIREITOS, pode ser feita mediante ato do:
PRÓPRIO ADQUIRENTE - quando celebra pessoalmente o ato aquisitivo
Ex.: Alguém entra em um supermercado e compra produtos. Uma pessoa absolutamente capaz celebra um contrato de locação pessoalmente e sozinho.
DE OUTREM - quando não pratica pessoalmente o ato. A representação pode ser LEGAL ou VOLUNTÁRIA (mandato/procuração).
Ex.: Vinícius, sendo menor, precisa de um representante legal para negociar. A representação neste caso é LEGAL. Será voluntária, contudo, quando alguém, apesar de ter a possibilidade de negociar pessoalmente (sendo pessoa maior e capaz), transfere esta tarefa a outrem, que agirá em seu lugar (art. 653 CC). 		
A representação legal é uma imposição, enquanto que a representação voluntária é uma opção.
Para Paulo Dourado de Gusmão, a AQUISIÇÃO DE DIRETOS pode também se dar:
Por FORÇA DE LEI (ex.: direitos personalíssimos) e
Por ATO DE VONTADE (ex.: ocupação, contratos, testamento)
No tocante ao tema acima, cabe esclarecer que, em nossa opinião, toda aquisição de direitos ocorre por força de lei. Nesta corrente de raciocínio, não podemos separar os direitos adquiridos por força de lei dos direitos adquiridos por ato de vontade, porque, na verdade, mesmo os direitos adquiridos por ato de vontade têm que fazer parte do ordenamento jurídico, caso contrário não seriam direitos. 
Modificações de Direitos
Os direitos, após terem sido adquiridos, estarão sujeitos a sofrer modificações, ora pela própria vontade de seus titulares, ora independentemente dessas vontades.
San Tiago Dantas alerta que a palavra modificação tem sentido muito amplo, porque, a rigor, mesmo a aquisição derivada de um direito é uma modificação. A questão é de ponto de vista.
“Para o novo titular há uma aquisição, constitui-se uma relação jurídica nova, mas, se deixar-se o ponto de vista do titular e tomar-se o ponto de vista do próprio direito, da própria relação jurídica, não existe uma constituição de um direito novo, é o mesmo direito que passou de um titular para o outro, o que há é uma modificação de titular.” (San Tiago Dantas)
Assim, para San Tiago Dantas as MODIFICAÇÕES DE DIREITO possuem repercussão para o tema AQUISIÇÃO DE DIREITOS. 
As modificações podem ser:
1	OBJETIVAS => Modificação da própria natureza do direito, ou do seu objetivo.
Ex.: Uma pessoa deve prestar a outra os seus serviços e se recusa a prestá-los. Sabe-se que o titular do direito não pode compelir o devedor a executar o serviço a que a pessoa se recusa. Que pode ele fazer? Avaliar pecuniariamente o serviço que ia ser prestado e reclamar aquela quantia.
2	SUBJETIVAS => Modificação do titular do direito (ATIVA) ou do titular do dever (PASSIVA). 
Ex.: Cláudio deve a Paulo R$1.000,00. Cláudio morre, e seu herdeiro é quem daqui por diante tem que pagar (com as forças da herança). Assim, houve uma modificação subjetiva passiva, porque mudou o titular do dever jurídico.
Outra hipótese: Paulo morre, e, entretanto, seu direito de credor passa a seu herdeiro Tiago. Pode-se definir tal fato jurídico de dois modos: de um ponto de vista, houve uma aquisição derivada translativa, e de outro, uma modificação subjetiva ativa.
Para Orlando de Almeida Secco, as MODIFICAÇÕES DE DIREITOS podem ser:
SUBJETIVAS => o direito passa de um titular para o outro.
INTER VIVOS - quando um credor faz uma cessão de crédito a outra pessoa, será outro o titular do direito.
MORTIS CAUSA - sucessão.
OBJETIVAS => modificação da própria natureza do direito.
 QUANTITATIVA - quando aumenta ou diminui o objeto. 
Ex.: Construção de um edifício num terreno, divisão de um terreno para construção de uma estrada.
 QUALITATIVA - quando o objeto sofre alteração na sua essência.
Ex.: Quadros famosos destruídos por um incêndio, substituídos por dinheiro (indenização). 
Obs.: Há direitos insuscetíveis de modificação subjetiva, como os personalíssimos, que se extinguem com a morte de seu titular.

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