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Prova Final de Introdução à Análise Política

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Graduação: Relações Econômicas Internacionais
Disciplina: Introdução à Análise Política (DCP 101)
Prof. Dawisson Belém Lopes – 2016/2º semestre
Alunos: Isabela Bruno de Souza e Vitor Pereira Cardoso
2ª PROVA
Valor: 30 pontos
Responder as três perguntas que seguem, respeitando o limite máximo de 40 linhas por resposta. O valor da avaliação é 30 pontos; 10 pontos por questão.
 1. Aponte as principais inovações institucionais trazidas pela conferência de Bretton Woods, de 1944, para a ordem econômica internacional. Elabore hipótese para explicar por que tal complexo institucional permanece operante até a data presente, a despeito das sucessivas crises na história recente do capitalismo internacional.
O acordo de Bretton Woods, tramitado em julho de 1944 por 44 países nos Estados Unidos da América, com a II Guerra Mundial ainda em curso teve por intuito definir as diretrizes do sistema econômico mundial, a se iniciar após o término do conflito. O produto desse tratado, acabou por dar as rédeas da economia mundial para os Estados Unidos, o que será tratado adiante.
	Indo ao cerne do questionamento de número um, os acordos oriundos dessa cooperação entre nações, suscitou a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD), conhecido pela alcunha de Banco Mundial, ainda em 1944. Tais instituições têm fundamental importância, pois deram norte para a relação comercial entre os países envolvidos no tratado inicialmente, assim como Bretton Woods tornou o solo fértil para o surgimento de diversas Organizações Internacionais (Aula de 15/09), como a Organização das Nações Unidas (ONU - 1945) e o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT - 1947). As instituições supracitadas, tem importância notada no cenário internacional pois permitiram o maior intercâmbio comercial entre os países ao redor do globo, muito pela adoção do padrão dólar ouro, também fruto do tratado de Bretton Woods, assim como o maior fluxo de pessoas, e a dita globalização teve gigantesco impulso.
	Tal aparato institucional, que tomou corpo e forma mais robusta à partir de Bretton Woods, atendendo principalmente os interesses dos Estados Unidos e também as demais potências produtivas, foi meio propulsor para idéias que se encaixam nas diretrizes do liberalismo econômico (Karen Mingst, Aula de 15/09), pois a menor interferência possível nos mercados comerciais e financeiros, resultam em maior crescimento e estabilidade da economia. As mudanças institucionais e assim como a expansão de organismos internacionais oriundos dos acordos, foram alicerce para o desenvolvimento e propagação do liberalismo, tendo os Estados Unidos como carro chefe.
	O dado cenário se mantém ainda hoje, pelas razões apresentadas até aqui, e também pelo fato de que as grandes potências têm furtivo interesse na implementação das bases liberais, e indiretamente, tem o apoio das instituições, como o FMI, para difundir e dissuadir por meio de “soft power” as nações a progressivamente adotar políticas liberais, de tal modo que o maior fluxo de mercadorias e capital por menores restrições, impulsionem ainda mais o ganho econômico das superpotências.
2. Aponte as principais inovações institucionais trazidas pela Organização das Nações Unidas em relação à Liga das Nações. Elabore hipótese para explicar por que a ONU permanece operante até a data presente, enquanto a Liga deixou de existir em 1946.
	Após os grandes impactos causados no mundo pela Primeira Guerra Mundial, o presidente dos Estados Unidos da época Woodrow Wilson, redigiu um documento conhecido por “14 pontos de Wilson” com a finalidade de estabelecer a paz mundial e evitar um possível novo conflito. O mais importante desses pontos foi à criação da Liga das Nações que foi assinada no Tratado de Versalhes e visava estabelecer a paz mundial especialmente em caráter moral, através do diálogo diplomático entre as principais potências da época, sem recorrer a nenhum tipo de aparato militar e com a aplicação de sanções de baixo impacto. Entretanto, apesar de serem os precursores da idéia, o senado dos Estados Unidos optaram por não serem signatários do acordo que os tornaria membros oficiais da Liga, e a Rússia também não teve interesse na adesão a mesma. 
	A criação da ONU começou a ser discutida durante a Segunda Guerra Mundial. Após o fim da Liga das Nações, inicia-se a busca por um órgão que possa vir a substituir a Liga com o mesmo intuito de estabelecer a paz mundial. Em 1945 é assinada a carta da Organização das Nações Unidas, e ao contrário da Liga das Nações, contava com a participação dos EUA e da URSS. Em relação à Liga das Nações, a carta da ONU traz inovações institucionais cruciais para que ela esteja vigente até os dias de hoje, e a principal delas é o artigo 43 da Carta, que dá ao Conselho de Segurança permissão para aplicar sanções ou qualquer tipo de medida que seja necessária para preservar a segurança internacional. Com isso, a ONU dispõe do corpo militar de membros não-permanentes do Conselho de Segurança, que normalmente são membros neutros em relação a divergências estatais, para atender os objetivos da Organização de evitar conflitos. Ademais, a ONU atua em diversas outras questões de forma efetiva como a fome, a miséria, discriminação e intolerância, tendo promovido a criação de diversos órgãos centrados nesses assuntos, enquanto a Liga mantinha o foco em evitar a guerra.
	Sendo assim, pode-se responsabilizar o fracasso da Liga à falta de legitimidade e reconhecimento da mesma perante o mundo, e, sobretudo às grandes potências. A não adesão dos Estados Unidos e da Rússia ao documento cooperou para a falta de peso político da organização. Os mecanismos dispostos pela Liga para efetivar a manutenção da paz também eram fracos, visto que, por exemplo, foi preposto a não utilização de forças militares para intervir em conflitos. 
3. Diferencie OIs regionais de funcionais. É concebível uma OI que seja, ao mesmo tempo, regional e funcional? Exemplifique.
As organizações internacionais podem ser intergovernamentais (OIGs) ou podem ser não-governamentais (ONGIs) e em suma, foram criadas com o intuito de ajudar a estabelecer ordem em assuntos específicos dentro do sistema internacional, que é definido pelas relações internacionais como um “sistema anárquico”, porém não sendo substitutos do Estado como protagonistas. 
As organizações funcionais acreditam e são adeptas da cooperação. Essa cooperação pode ser dada em qualquer temática específica em áreas econômicas e sociais de interesse comum das unidades. As estratégias discutidas pelas organizações internacionais funcionais podem modificar-se e desenvolver-se ao longo do tempo, e elas são as organizações com mais alto nível de institucionalização, desde cooperações diplomáticas até regimes internacionais. Cada organização funcional é caracterizada por ser extremamente específica a respeito de sua área de atuação, entretanto as organizações funcionais entre si acabam tendo um alto grau de interligação, de modo que se torna difícil demarcar com precisão os temas debatidos por elas. 
Organizações regionais são uniões por interesses regionais, ou seja, atuam em territórios integrados com uma série de características comuns, como clima, idioma e características culturais sociais e econômicas comuns. Quando há uma organização internacional regional, significa que atores com relação próxima e intensa decidiram criar uma organização que seja facilitadora das relações sociais, políticas e econômicas entre eles. Essas organizações regionais são criadas por um documento constituinte e possuem uma sede com secretariado. Diferentemente das organizações funcionais focam em determinadas questões, as organizações regionais abrangem uma série de áreas. 
 As organizações podem ser simultaneamente funcionais e regionais, tendo como maior exemplo a União Européia, que é uma integração criada em um território que reúne atores com característicasregionais comuns, sendo assim classificada como uma organização regional que se desenvolveu gradualmente e possui características funcionalistas, em que os Estados deixam de lado suas divergências para que com cooperação possa haver possibilidades de desenvolvimento para todas as partes. 
Referencias:
SERRADILHA, Amanda. 2010. Disponível em: <http://xn--integraoregional-knb5e.blogspot.com.br/2010/05/teoria-funcionalista-conceito-de.html>. Acesso em: 20/12/2016 
HERZ, Mônica; HOFFMANN, Andrea Ribeiro. 2004. Organizações Internacionais: Historias e Praticas. Rio de Janeiro: Editora Elsevier.
TOUSSAINT, Eric. 2014. Disponível em: < http://www.esquerda.net/artigo/origens-das-instituicoes-de-bretton-woods/33496>. Acesso em: 20/12/2016
VILLELA, Gustavo. 2014. Disponível em: < http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/conferencia-de-bretton-woods-decidiu-rumos-do-pos-guerra-criou-fmi-13310362> Acesso: 21/12/2016
MINGST, Karen A. 1947. Princípios de Relações Internacionais. [Tradução: Arlete Simille Marques] – Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2009

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