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DIREITO COLETIVO DE TRABALHO

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# DIREITO COLETIVO DO TRABALHO:
-Denominação: direito coletivo ou direito sindical. Abrange uma coletividade, não dá pra individualizar. Destaca-se o sindicato, embora é criticável por deixar de fora outras entidades sindicais, como a federação, ou confederação.
-Autonomia: Entendimento que não é um ramo autônomo.
Tem sujeito, objeto mas não Legislação própria, regido por CLT e CF. Não tem doutrina específica. Então o Direito Coletivo está dentro do Direito do Trabalho.
-Objeto/função: melhoria das condições de pactuação, ou seja, na solução de conflitos coletivos. Agrupamento de trabalhadores e empregadores, não mais interesses individuais, mas de todos. Melhorar condições de trabalho.
-Princípios:
1 ) Liberdade de associação: Art 5 inciso XVI e XVII da CF
2 ) Autonomia sindical: é o direito que as entidades sindicais dispõem de auto-gestão, ou seja, de organização livre. Pode criar normas internas, organizar-se, estruturar sem a interferência do Estado.
3 ) Da interveniência sindical obrigatória na negociação coletiva: a negociação coletiva só será válida se houver a participação dos sindicatos. Art 8 inciso VI da CF.
Deixa de fora outros sindicatos, na ausência deste, agirá a federação, na ausência deste último, então vem a confederação.
4 ) Criatividade Jurídica: é a prerrogativa de criar normas através das negociações coletivas.
5 ) Adequação setorial negociada: as condições pactuado devem se harmonizar com as normas heterônomas. Não pode destoar das normas estatais. Art 611 A e B da CLT.
-Liberdade sindical:
é o direito de trabalhadores e tomadores de constituir e organizar entidades sindicais na forma que desejarem ditando suas regras sem a interferência do Estado podendo nelas ingressar ou não. Convenção 87 OIT (Brasil não ratificou, então não é plena no Brasil).
Essa liberdade é plena, quando há liberdade de criação, organização e filiação.
Pressupostos da liberdade sindical:
1 ) Sindicalização livre: direito de filiação ou desfiliação quando quiser. Art 8 CF. Embora o imposto sindical era obrigatório no Brasil.
2 ) Autonomia sindical: liberdade de administração. Art 8 CF
3 ) Pluralidade Sindical: possibilidade de criar no mesmo local entidade sindical representando a mesma a categoria. No Brasil não é possível, pois há a unicidade sindical, prevista no Art 8, inciso II da CF.
No Brasil há um sistema de liberdade híbrido, não pleno.
Classificação (Brasil):
1 ) Liberdade sindical individual: abrange o direito de filiação, não filiação e desfiliação Art 8 da CF. Liberdade de trabalhadores ou tomadores de serviço ingressarem ou não em u a entidade sindical. Não há obstáculos para sair.
Violação: empregador só contrata filiados aos sindicatos.
2 ) Liberdade sindical coletiva: as entidades sindicais possuem o direito de organização, administração, exercício de função e de associação. Aplica-se não aos indivíduos, mas as entidades.
Liberdade de associação: direito de filiação à uma entidade sindical superior, ou seja, os sindicatos podem se filiar às federações e estas às confederações.
Trabalhadores/Tomadores se filiam ao SINDICATO, que se filia a FEDERAÇÃO, que se filia à CONFEDERAÇÃO.
Liberdade de administração: direito de auto-organização, ou seja, de estruturação interna sem a interferência do Estado (Art 8, inciso I da CF). Regras internas, estatutos.
Liberdade de exercício de função: é a prerrogativa de executar as ações necessárias ao cumprimento de sua finalidade. Há a restrição da representação pelo sindicato nas negociações coletivas (Art 8, inciso VI CF)
Liberdade de organização: é a autonomia quanto à escolha dos meios para alcançar o fim. Possui as 4 seguintes restrições: unicidade sindical (Art 8, inciso II); base territorial mínima (município); sindicalização por categoria (união de pessoas nas entidades sindicais com traços comuns de profissão ou atividade (homogênea) ou livre (heterogênea)). No Brasil a sindicalização é homogênea e vertical, ou seja, de acordo com a atividade preponderante do tomador de serviço e excepcionalmente será horizontal ou por categoria diferenciado (Art 511 CLT); sistema configurativo.
#SISTEMA CONFEDERATIVO: Organização sindical externa.
*Sindicato: é uma entidade associativa de trabalhadores ou tomadores com o objetivo de defender, coordenar e representar os interesses da categoria.
Tem a função de representação. Atua como SUBSTITUTO PROCESSUAL, atua em nome e em defesa do interesse da categoria. Atuação em âmbito local.
Sua natureza jurídica: na era Vargas era de de direito público, mas passou a ter a natureza de uma pessoa jurídica de direito privado, sob a forma de associação.
*Federação: é entidade sindical pela união de pelo menos 5 sindicatos (Art 534 CLT). A sua criação é facultativa. Aplica-se a unicidade semelhante à do sindicato, podendo haver apenas uma numa base territorial. Não é uma união livre, deve ser da mesma categoria, com critérios de identidade, semelhança ou conexão. Tem a função de representação regional, diferente do sindicato que é local. Tem representação supletiva, ou seja, só pode representar a categoria na ausência ou omissão do sindicato (ex: numa região onde há federação mas em uma de suas cidades não tem sindicato. Ou omissão prevista no Art 617)
*Confederação: é a união de pelo menos 3 federações com a função de coordenar e defender os interesses da categoria. Todas as confederações tem sede em Brasília (Art 535 CLT). Atuação em âmbito nacional. Tem representação supletiva.
*Exceção:
Centrais sindicais: é formada pela união de organizações sindicais de trabalhadores que objetivam coordenar a representação dos mesmos. É regida pela Lei 11648/08. Tem uma atuação política. Participa de negociação política, não negociação de condições específicas ou acordo coletivo.
Não está limitada às restrições do sindicato.
Não existe central sindical de empregadores, só de trabalhadores.
Não se restringe à uma categoria, mas representa todos os trabalhadores.
#CRIAÇÃO DA ENTIDADE SINDICAL:
Antes era um ato discricionário do Estado. A Constituição Federal no Art 8 inciso I dispensa autorização para a criação, exigindo apenas o registro no Ministério do Trabalho na forma estabelecida pela portaria 326 de 2013, que vai checar se as restrições estão sendo respeitadas.
*Fusão: É a união de entidades sindicais surgindo assim uma nova associação. Provavelmente ocorra com mais frequência pela fim da obrigatoriedade do imposto sindical.
*Desmembramento ou Dissociação: é a divisão da entidade com a saída de parte do grupo para a fundação de uma nova entidade. Pode ocorrer pela base territorial ou pela categoria. Art 571 da CLT.
Exemplo base territorial: Sindicato de Marituba e Ananindeua pode separar, um baseado só em Belém não pode.
Exemplo categoria: Sindicato Bares e Restaurantes pode dissociar. Sindicato só de músicos não pode.
*Incorporação: ocorre quando uma entidade é absolvida pela outra. Neste caso não há registro, mas apenas alteração.
# ORGANIZAÇÃO SINDICAL INTERNA: 
1 ) Órgãos: 
a) Diretoria: órgão executivo com a função de administrar e representar os interesses (Art 522 caput e §3 da CLT). Representação, não decisão.
Composta de 3 a 7 membros e seus respectivos suplentes (Art 522 CLT). Estes são detentores da estabilidade. A Súmula 369 do TST confirma essa limitação de número de dirigentes com estabilidade, não impedindo que haja mais representantes (delegados sindicais, por exemplo), mas sem estabilidade.
b) Conselho Fiscal: tem a função de realizar o acompanhamento financeiro e contábil da entidade. Tais membros não possuem estabilidade (OJ 365)
c) Assembleia Geral: é o órgão de deliberação máxima. O único que é obrigatório, citado no Art 8 da CF. É o que toma as decisões.
OBS: As Federações e Confederações possuem uma composição semelhante, ressalvado o órgão de deliberação que é chamado de Conselho de Representantes e formado por 2 delegados dos sindicatos e das federações associadas (2 delegados decada sindicato na federação, 2 delegados de cada federação na confederação).
2 ) Receitas das entidades sindicais: o Art 548 da CLT dispõe de um rol exemplificativo: contribuições, doações, multas, bens e valores adquiridos, dentre outros.
a) Contribuições sindicais:
Contribuição associativa ou mensalidade sindical: em regra é prevista no estatuto e exigida a partir do ato de agremiação pelo fornecimento de vantagens corporativas.
Contribuição confederativa: fixada em Assembleia Geral e cobrado apenas dos associados/filiados, objetiva custear o sistema confederativo (sindicato, federação e confederação). Precisa de autorização, embora às vezes é cobrado sem autorização. Súmula Vinculante 40 STF; Súmula 666 STF; Art 8 inciso IV da CF.
Contribuição Assistencial: objetiva financiar e custear despesas como greve, negociação coletiva, dissídio coletivo e etc. Atuação sindical que beneficia a categoria. Cobrado apenas dos associados, embora haja projetos e até decisões de alguns tribunais pra se cobrar de associados ou não.
Contribuição sindical ou Imposto Sindical: tem natureza tributária (portanto obrigatória) e antes da Reforma Trabalhista era devida a todos os trabalhadores e tomadores (Art 579 CLT). Questiona-se essa alteração, pois se tem natureza tributária deveria ser feita por lei complementar e não lei ordinária.
# CONFLITOS COLETIVOS (solução): os interesses coletivos podem ser difusos (meta-individuais, indivisíveis e pessoas indeterminadas), interesses coletivos (meta-individuais, indivisíveis e tendo como titular grupo ou categoria) e interesses individuais homogêneos (conjunto de interesses individuais com titular determinados, sendo coletivos apenas quanto à defesa).
Exemplo DIFUSOS: meio ambiente saudável para o trabalho.
Exemplo COLETIVOS: os aeroviários. Abrange categoria, não consegue identificar os indivíduos.
Exemplo INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS: conseguir identificar os indivíduos.
Pode ser entre Empregados x Tomadores, Diversas empresas x Respectivos funcionários, Categoria (professor) x Patronal.
1 ) Meios de solução dos conflitos coletivos:
a) Meio auto compositivo: técnica de solução em que o conflito é dirimido pelas próprias partes. Pode contar com auxílio de terceiro, esse terceiro auxilia mas não decide, as partes decidem. Exemplo: negociação coletiva, mediação.
b) Meio hétero compositivo: neste, a solução do conflito é imposta por um terceiro. O poder de decisão é o que diferencia. Exemplo: arbitragem e solução jurisdicional.
c) Auto-defesa: Instrumento de pressão de que dispõe as partes em conflito. NÃO É MEIO DE SOLUÇÃO, MAS DE PRESSÃO, como a greve.
2 ) Negociação coletiva: procedimento entre empregados e empregadores ou entidades sindicais com o fim de harmonizar interesses antagônicos, visando estabelecer normas e condições de trabalho. Assim, a função da negociação é de aproximar os litigantes e solucionar o conflito. Diálogo, conversa, tentar harmonizar.
Havendo um consenso, este assumirá a forma de um Acordo ou Convenção coletiva.
Acordo ou Convenção coletiva: ajuste entre as partes que foi bem bem sucedida, partes chegando a consenso. Assim, o consenso será exteriorizado/documentado pelo Acordo/Convenção.
Greve ou Dissídio coletivo: quando as apertes não chegam a um acordo, ajuste mal sucedido, que resulta na greve ou dissídio coletivo (ir pra justiça).
a) Convenção coletiva: é o acordo de caráter normativo entre sindicato patronal e profissional definindo condições de trabalho aplicáveis à categoria (Art 611 da CLT).
b) Acordo coletivo: pacto entre uma ou mais empresas com o sindicato profissional estabelecendo condições de trabalho aplicáveis no âmbito das empresas participantes (Art 611§1)
A diferença entre ambos são os SUJEITOS e as EFEITOS (na Convenção se aplica a todos da categoria, no acordo só entre as empresas envolvidos)
A natureza jurídica de ambos: contratual na formação e normativa quanto ao efeitos. Portanto alguns autores dizem que a natureza é híbrida.
*Conteúdo: é composto, por cláusulas normativas e instrumentais (Art 613 CLT).
*Consenso: é obtido através do quórum previsto no estatuto. Assim há autores defendendo a não aplicação do Art 612 da CLT.
*Limites: limite de aplicação pessoal (categorias/pessoas envolvidas) e geográfico. No caso do geográfico, será a área territorial comum das entidades, caso a base territorial seja diferente.
*Depósito e arquivo: os instrumentos coletivos devem ser entregues na superintendência regional do trabalho para fins de assentamento da norma coletiva e organização (Art 614 CLT)
*Duração: de acordo com o o artigo 614 §3, o lapso temporal só poderia ser superiores 2anos, sendo vedada a ultratividade (que é a incorporação Sumulam277 TST). (A validade da Convenção ou acordo coletivo não pode ser estipulado a sua duração acima de 2 anos, sendo vedada a ultratividade. Art 614 §3 CLT)
*Crítica: interferência do Estado — geralmente acordo e Convenção de apenas 1 ano.
*Fim da ultratividade: terminando o prazo de 1 ano, o empregador não é mais obrigado a cumprir o acordo/Convenção, a menos que queira.
*Acordo e Convenção tem prevalência sobre a lei (Art 611-A)
*A prorrogação, revisão ou revogação do acordo ou Convenção coletiva depende de manifestação da Assembleia (Art 615 CLT)
3 ) Arbitragem: Meio heterocompositivo de solução no qual um terceiro (um particular) por iniciativa dos litigantes decide o conflito envolvendo direitos patrimoniais disponíveis (Lei 9307/96). Não faz parte do poder judiciário. Não cabe para conflitos individuais (empregador x 1 empregado)
a) Características da arbitragem:
decisão por um terceiro
terceiro escolhido pelas partes
As partes convencionam os poderes de atuação.
Sem intervenção estatal
A eficácia do laudo arbitral se assemelha à decisão judicial (Art 475 CPC)
Se estabelece através da Cláusula Arbitral (antes do conflito) ou Compromisso Arbitral.
4 ) Solução jurisdicional: meio de solução de conflito realizado pelo poder judiciário através da ação civil pública, ação de cumprimento, ação anulatória e o dissídio coletivo.
Art 114 §2 CF (Competência dos tribunais)
Art 856 CLT
O dissídio pode ser econômico ou jurídico:
econômico: manutenção de condições de trabalho
Jurídico: interpretação de uma cláusula
5 ) Greve: é um meio de autodefesa em que há suspensão coletiva temporária e pacífica da prestação de serviço em busca do estabelecimento, manutenção ou melhoria de condições de trabalho (Art 9 CF e Lei 7783/89). Não é por si só um meio de solução de conflitos, mas meio de pressão.
Ler LOCKOUT
a) Efeitos da greve: Suspensão do contrato de trabalho podendo por ajuste posterior ser considerado interrupção do contrato. Art 7 da Lei.
b) Direitos: art 6
Parar atividades (empregador tem o dever de suportar o movimento, sem demitir os trabalhadores pra contratar outros, a menos que seja abusiva)
Manter o emprego
Persuadir trabalhadores
Divulgar o movimento
Arrecadar fundos e etc.
c) Deveres: Art 9
Preservar bens
Não impedir o acesso
Não causar danos
Manter percentuais de trabalhadores nas atividades essenciais ou naquelas cuja paralisação cause prejuízo irreparável ou de difícil reparação.
d) Passos / Requisitos para greve:
Convocar Assembleia geral (observar quórum previsto no estatuto)
Exaurir a negociação coletiva (precisa comprovar que houve uma tentativa prévia de solução auto-compositiva. Sem a negociação é ilegítima a greve. A sequência é auto-composição, auto-defesa e hétero-composição). Art 3 da Lei.
Comunicação prévia (48 horas, se não forem atividades essenciais, se forem então serão 72h - Art 3 Parágrafo único)
Manutenção de algumas atividades (Art ?10 - essenciais: abastecimento de água, energia elétrica, telecomunicações...comunicação prévia de 72 horas e não pode ser paralisação total. Judiciário decide porcentagem. No Art 9 prevê os que não podem parar de jeito nenhum).
Comportamento pacífico.
Não realizar paralisação após a solução do conflito.A menos que seja para reivindicar condições pactuaras e que não foram cumpridas.
e) Greve abusiva: a greve será abusiva quando houver descumprimento dos preceitos legais, ou seja, uso imoderado e irregular do direito. Esta abusividade pode ser quanto ao motivo, ao momento e quanto à operacionalização.
Nesse caso a responsabilidade pode ser no âmbito penal, trabalhista ou civil.
*Motivo: se for greve política ou para fortalecer outros movimentos que não relacione com trabalho.
*Momento: durante a vigência de acordo que está sendo cumprido.
*Operacionalização: modo de proceder.
Responsabilidade pode ser:
Penal: se há violência
Civil: se há prejuízo
Trabalhista: extinção do contrato

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