Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MANAUS, AM 2018 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA PÂMELA OLIVEIRA COSTA THATIERLEN DA COSTA REIS VANDERLEIA DE DEUS MATEUS Laboratório de Física I LEI DE HOOKE: ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE E PARALELO 1. INTRODUÇÃO Segundo Halliday, a Lei de Hooke é uma lei de física que está relacionada à elasticidade de corpos e também serve para calcular a deformação causada pela força que é exercida sobre um corpo, sendo que tal força é igual ao deslocamento da massa partindo do seu ponto de equilíbrio multiplicada pela constante da mola ou de tal corpo que virá à sofrer tal deformação. F=K.Δl Notando que segundo o Sistema Internacional: F está em newtons K está em newton/metro Δl está em metros Na Lei de Hooke existe grande variedade de forças interagindo, e tal caracterização é um trabalho de caráter experimental. Entre essas forças que se interagem as forças “mais notáveis” são as forças elásticas, ou seja, forças que são exercidas por sistemas elásticos quando sofrem deformação. Devido a tal motivo, é interessante ter uma ideia do comportamento mecânico presente nos sistemas elásticos. Os corpos perfeitamente rígidos são desconhecidos, visto que em todos os experimentos realizados até hoje sofrem deformação quando submetidos à ação de forças, entendendo-se por deformação de um corpo (alteração na forma e/ou dimensões do corpo). Essas deformações podem ser de diversos tipos: Compressão Distensão Flexão Torção, dentre outros. E elas podem ser elásticas ou plásticas: Deformação plástica: persiste mesmo após a retirada das forças que a originaram. Deformação elástica: desaparece com a retirada das forças que a originaram. Estando uma mola, barra ou corpo em seu estado relaxado, e sendo uma das extremidades mantida fixa, aplicamos uma força (F) à sua extremidade livre, observando tal deformação. Depois de observado o fato, o físico Hooke estabeleceu uma Lei, cujo carrega seu nome até hoje, a qual relaciona a Força Elástica (Fel), reação causada pela força aplicada, e a deformação da mola (Δl). A intensidade da Força elástica (Fel) é diretamente proporcional à deformação (Δl). Temos que: Fel = k.Δl, onde k é uma constante positiva denominada Constante Elástica da mola, sendo sua unidade N/m no S.I.. A constante elástica da mola traduz a rigidez da mesma, ou seja, é uma medida que representa a sua dureza. Quanto maior for a constante Elástica da mola, maior será a sua dureza. É importante ressaltar que o sinal negativo observado na expressão vetorial da Lei de Hooke, significa que o vetor Força Elástica (Fel), possui sentido oposto ao vetor deformação (vetor força aplicada), isto é, possui sentido oposto à deformação, sendo a força elástica considerada uma força restauradora. Sendo W a Força aplicada, tem-se: W = – Fel Fel = – k.Δl W = k.Δl A lei de Hooke pode ser utilizada desde que o limite elástico do material não seja excedido. O comportamento elástico dos materiais segue o regime elástico na lei de Hooke apenas até um determinado valor de força, após este valor, a relação de proporcionalidade deixa de ser definida (embora o corpo volte ao seu comprimento inicial após remoção da respectiva força). Se essa força continuar a aumentar, o corpo perde a sua elasticidade e a deformação passa a ser permanente (inelástico), chegando à ruptura do material. O instrumento que usa a lei de Hooke para medir forças é o dinamômetro. 1.1. ASSOCIAÇÃO DE MOLAS Duas molas 1 e 2 tem constantes elásticas k1 e k2, respectivamente. Pode- se associá-las em série ou em paralelo. Em cada uma dessas associações se pode substituir as duas molas por uma única, que produza o mesmo efeito e que se chama de mola equivalente de constante elástica ke. 2.1.1 Associação em paralelo Nesse caso a deformação x sofrida por cada uma das molas é a mesma. Quando deformadas de x, a mola 1 fica sujeita a uma força F1 = k1.x e a mola 2 a uma força F2 = k2.x. A mola equivalente, quando submetida à mesma força F, sofre a mesma deformação x de modo que F = ke.x. Sabe-se que F = F1 + F2 => ke.x = k1.x + k2.x => ke = k1 + k2. Se tiver n molas => Ke = K1 + K2 + K3 + …. Kn. 2.1.2 Associação em série Nesse caso as molas 1 e 2 estão sujeitas à mesma força F e sofrem deformações diferentes x1 e x2. Se tiver n molas => 1/Ke = 1/K1 + 1/K2 + 1/K3 + …. 1/Kn. A constante elástica é algo que define a mola, isto é, suas características físicas (maleabilidade, maciez), constantes elásticas maiores tendem a ter uma rigidez maior. Na associação de molas em série onde 1/ke = 1/k1 + 1/k2, o valor de ke fica bastante reduzido, sendo que a mola equivalente é menos rígida, mais deformável. Figura 1 – Associação de molas em paralelo e em série 2. OBJETIVOS Além de pôr em prática a teoria aprendida na física I e II, o experimento a ser realizado tem como objetivos: Determinar a regressão linear para calcular a constante elástica da mola (lei de Hooke); Determinar a relação para associação em serie e paralelo de molas. 3. MATERIAIS E MÉTODOS MATERIAIS UTILIZADOS 6 discos; Apoio de sustentação; Apoio para discos; Balança de cozinha (± 0,1 g); Molas (2). PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Primeiramente foi montado no apoio de sustentação duas molas em paralelo como ilustrado na figura a seguir. Figura 2 - Representação esquemática do sistema de molas em paralelo com apoio e pesos. Foi medido a altura na régua esta é a posição inicial do alongamento da mola. Em seguida, colocou-se os pesos de aproximadamente 50 g cada, um de cada vez no extremo inferior da mola e mediu-se o deslocamento. Retirou-se os pesos e o apoio das molas e verificou-se que o conjunto voltou a posição inicial indicando uma deformação elástica. Depois desmontou-se as molas e colocou-as uma seguida da outra, formando o sistema de molas em série como mostra a figura abaixo. Figura 3 - Representação esquemática do sistema de molas em série com apoio e pesos. Mediu-se a altura das molas na régua para determinar a posição inicial das mesmas. Nivelou-se o apoio de sustentação para que atingisse uma altura maior, para facilitar o deslocamento das molas em conjunto. Em seguida, colocou-se novamente os pesos de aproximadamente 50g um de cada vez aferindo-se o valor do deslocamento após cada adição de peso. Neste ponto, substituiu-se as molas por uma isolada denominada mola 01 e, após identificar a posição inicial da mola, montou-se o apoio e os pesos de 50g um por vez, verificou-se o alongamento à medida que os pesos foram colocados. Depois, colocou-se a mola 02 e repetiu-se o procedimento acima. Verificou-se o deslocamento à medida que os pesos foram colocados. Os dados aferidos foram dispostos na tabela 3 a seguir. A massa dos pesos foram somados ao do apoio e multiplicados pela gravidade (𝑔 = 9,80 ± 0,05 𝑚 𝑠2⁄ ) para se encontrar o peso, segundo a equação: 𝐹(𝑝𝑒𝑠𝑜) = 𝑚 × 𝑔 Os dados utilizados estão na tabela 1 e 2 abaixo. Tabela 1 - Massas dos objetos aferidas por meio de uma balança de cozinha. Objeto Massa (kg) Apoio 0,0070 ± 0,0001 Disco 1 0,0501 ± 0,0001 Disco 2 0,1000 ± 0,0001 Disco 3 0,1501 ± 0,0001 Disco 4 0,2001 ± 0,0001 Disco 5 0,2502 ± 0,0001 Disco 6 0,3003 ± 0,0001 Tabela 2 - Posição inicial das molas em cada um dos sistemas. Mola Posição Inicial (m) Molas em Paralelo 0,122 ± 0,001 Molas em Série 0,244 ± 0,001 Mola 01 0,120 ± 0,001 Mola 02 0,124 ± 0,001Tabela 3 – Resultados obtidos experimentalmente. Medida Peso (N) Molas (paralelas) Molas (em série) Mola 01 Mola 02 Alongamento (m) 1 0 0 0 0 0 2 0,5596 ± 0,2851 0,014 ± 0,001 0,066 ± 0,001 0,030 ± 0,001 0,031 ± 0,001 3 1,0486 ± 0,1336 0,027 ± 0,001 0,151 ± 0,001 0,055 ± 0,001 0,058 ± 0,001 4 1,5396 ± 0,0910 0,040 ± 0,001 0,202 ± 0,001 0,083 ± 0,001 0,081 ± 0,001 5 2,0296 ± 0,0691 0,055 ± 0,001 0,256 ± 0,001 0,108 ± 0,001 0,109 ± 0,001 6 2,5206 ± 0,0557 0,067 ± 0,001 0,306 ± 0,001 0,138 ± 0,001 0,134 ± 0,001 7 3,0114 ± 0,0467 0,079 ± 0,001 0,361 ± 0,001 0,164 ± 0,001 0,160 ± 0,001 Para os resultados de cada sistema foi montado um gráfico da regressão linear do Peso (N) X Deslocamento (m). A equação obtida através da regressão linear é do tipo 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏, a equação da reta. Onde o parâmetro b é o coeficiente linear, ou intercepto; a é a inclinação da reta também denominado coeficiente de regressão ou coeficiente angular. Os gráficos a seguir foram encontrados com o auxílio do software Origin 8. Na mola 01 e 02 o coeficiente linear ou intercepto (b) é aproximadamente zero (00). A equação da reta, nos dois casos, se assemelha com a equação: 𝐹 = 𝐾 × ∆𝑙 Onde a constante elástica da mola, K, é igual ao coeficiente angular (a). Gráfico 1 - Mola 01. Gráfico 2 - Mola 02. Como observado no gráfico 1 e 2 a constante elástica da mola é: 𝐾1 = 18,31 ± 0,16 N/m 𝐾2 = 18,90 ± 0,15 N/m A diferença entre as duas constantes, 𝐾1e 𝐾2, é devido ao erro do experimento ter sido diferente em cada ensaio, mas também as molas tinham uma pequena diferença de tamanho. Gráfico 3 - Molas em paralelo. Gráfico 4 - Molas em série. Calculando a constante elástica da mola para o caso da associação em paralelo das molas pela equação: 𝐾𝑝 = 𝐾1 + 𝐾2 𝐾𝑝 = 18,31 + 18,90 𝐾𝑝 = 37,21 ± 0,22 N/m O valor de 𝐾𝑝 obtido experimentalmente foi: 𝐾𝑝(𝑒𝑥𝑝. ) = 37,54 ± 0,45 𝑁/𝑚 Enquanto que para a associação em série a constante elástica da mola calculada por meio da equação: 1 𝐾𝑠 = 1 𝐾1 + 1 𝐾2 1 𝐾𝑠 = 𝐾1 + 𝐾2 𝐾1 × 𝐾2 𝐾𝑠 = 𝐾1 × 𝐾2 𝐾1 + 𝐾2 𝐾𝑠 = 18,31 × 18,90 18,31 + 18,90 𝐾𝑠 = 9,300 ± 0,006 𝑁/𝑚 O valor de 𝐾𝑠 encontrado através da regressão linear é: 𝐾𝑠(𝑒𝑥𝑝. ) = 8,29 ± 0,29 𝑁/𝑚 4. RESULTADOS E CONCLUSÃO Quando associado em série e paralelo a expressão de obtenção da constante elástica da mola assemelhasse a associação de capacitores. A tabela abaixo resume os resultados encontrados. Tabela 4 - Resumo dos resultados alcançados experimentalmente e calculados. ASSOCIAÇÃO DE MOLAS CONSTANTE ELÁSTICA DA MOLA – K (𝐍/𝐦) Mola 01 (isolada) 18,31 ± 0,16 Mola 02 (isolada) 18,90 ± 0,15 Série 37,21 ± 0,22 Série (experimental) 37,54 ± 0,45 Paralelo 9,300 ± 0,006 Paralelo (experimental) 8,29 ± 0,29 Pode-se observar que na associação em série o sistema ficou mais macio em relação as molas isoladas. Isto ocorre porque a constante elástica de uma associação em série é a soma das constantes de cada mola isolada. E ainda, o conjunto em série também é mais macio que o sistema em paralelo. 𝐾1 × 𝐾2 𝐾1 + 𝐾2 > 𝐾1 + 𝐾2 Além disso, como a inclinação da curva, coeficiente angular, é igual a constante elástica ela varia com a associação em série e paralelo. Visualmente, pode-se notar que a inclinação da associação em paralelo é maior comparado com a associação em série. Essa diferença pode ser distinguida observando a escala do gráfico, pois aparentemente as retas teriam o mesmo coeficiente angular. Ainda, para o mesmo peso a associação em série possui um deslocamento maior, isso ocorre porque em paralelo o peso é distribuído para as duas molas. REFERÊNCIAS HALLIDAY D.; RESNICK R. e WALKER J. Fundamentos de Física: gravitação, ondas e termodinâmica. Volume 2. 8ª edição. Editora LTC, 2009.
Compartilhar