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Apostila de Fundamentos da Contabilidade (5)

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Associação Carioca de Ensino Superior
Centro Universitário CARIOCA
Apostila de Fundamentos de Contabilidade
A apostila em tese não é uma obra original e é fruto de compilação de diversos textos e mímeos, dos quais alguns não localizamos a origem.
OBJETIVO:
Capacitar o aluno na compreensão dos fundamentos da contabilidade e no desenvolvimento de habilidades para elaboração de lançamentos contábeis de operações básicas de uma entidade.
EMENTA:
Unidade 1: Introdução ao estudo da Contabilidade
Conceito / Objeto / Objetivo / Campo de Atuação / Usuários da Contabilidade; 
Princípios Contábeis;
Qualidade da informação contábil
Unidade 2: O Patrimônio
Conceito / Estrutura (Bens, Direitos e Obrigações);
Diferença de patrimônio e patrimônio líquido;
Equações patrimoniais
Unidade 3: Teoria das Contas
Atos e fatos administrativos
Conta e sua classificação / Plano de Contas
Livros de registro da Contabilidade
Unidade 4: Escrituração e Balancete de Verificação
Método das partidas dobradas / Lançamentos contábeis no Diário
Elaboração dos razonetes contábeis
Balancete de verificação
Ótima leitura!
APOSTILA DE FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE- ATUALIZADA EM JANEIRO/2017, CONFORME A LEI 11638/07, Lei 11.941/09 E PRONUNCIAMENTOS DO CPC.
1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA CONTABILIDADE
Histórico 
A história da contabilidade é tão antiga quanto à própria história da civilização. Está ligada às primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos com o objeto material de que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos.
A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio. Há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade.
A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas as cobranças de impostos, na Babilônia já se faziam com escritas, embora rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo governo de seu país no ano 2000 a.C.
 
À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-lhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais informações não eram de fácil memorização quando já em maior volume, requerendo registros.
 
Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc.
 
Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a necessidade de controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar conta da coisa administrada.
É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as compras, vendas e trocas eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore assinalados como prova de dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito antigo facilitou extraordinariamente o registro de informações sobre negócios.
A medida em que as operações econômicas se tornam complexas, o seu controle se refina. As escritas governamentais da República Romana (200 a.C.) já traziam receitas de caixa classificadas em rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e diversões.
No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por governos locais e pela igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá.
Podemos resumir a evolução da ciência contábil da seguinte forma:
a) CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - período que se inicia com as primeiras civilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci, da autoria Leonardo Fibonaci, o Pisano.
Compreende a Pré-História e a história das antigas civilizações. A Contabilidade era feita de forma empírica. Também diz respeito ao período estacionário que ocorreu após a queda do império romano até a Idade Média (séc. XIII).[1: Empírico é tudo aquilo que se apóia exclusivamente na experiência e na observação, e não em uma teoria.]
b) CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Lucca Pacciolo, publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano.
É a fase da sistematização da Contabilidade, ou seja, é o período em que a Contabilidade assumiu formas sistemáticas de registro; e da consolidação do conhecimento contábil ou da licenciatura contábil com a introdução do método de partidas dobradas.
 
c) CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche" , da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história da Contabilidade.
d) CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO - período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje.
Definição
Definições clássicas sobre a Ciência contábil:
“A contabilidade registra, estuda e interpreta os fatos financeiros e ou econômicos que afetam a posição patrimonial de determinada pessoa física ou jurídica, apresentando-se ao usuário através das demonstrações contábeis tradicionais e de relatórios de exceção, específicos para determinadas finalidades.” (Alvísio Greco)
“Contabilidade é um processo de comunicação de informação econômica para propósitos de tomada de decisão tanto pela administração como por aqueles que necessitam fiar-se nos relatórios externos.” (Hendriksen) 
“A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto da contabilização.” – Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade – estudo elaborado pelo Instituo Brasileiro de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras – FIPECAFI.
“A Contabilidade, na sua condição de ciência social, cujo objeto é o patrimônio, busca, por meio da apreensão, da quantificação, da classificação, do registro, da eventual sumarização, da demonstração, da análise e relato das mutações sofridas pelo patrimônio da entidade particularizada, a geração de informações quantitativas e qualitativas sobre ela, expressas tanto em termos físicos, quanto monetários.” – NBC T 1, aprovada pela Resolução CFC nº 785/2005
Das definições anteriores, podemos verificar duas vertentes conceituais sobre a contabilidade:
O conceito de controle patrimonial
O conceito do processo de comunicação da informação contábil
“A CONTABILIDADE É A CIÊNCIA QUE PERMITE, ATRAVÉS DE SUAS TÉCNICAS, MANTER O CONTROLE PERMANENTE DO PATRIMÔNIO DAS EMPRESAS”.
Objetivo
 
O objetivo principal da Contabilidade é o de permitir a cada grupo principal de usuários, a avaliação da situação econômica- financeira da entidade, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras, e também o controle do seu Patrimônio.
Portanto, o objetivo da contabilidade é o estudo e o controle do patrimônio e de suas variações visando ao fornecimento de informações que sejam úteis para a tomada de decisão.
A Contabilidade precisa registrar a movimentação do Patrimônio através das operações de Compras, Vendas, Pagamentos e Recebimentos. Exemplo: Ocorreu na empresa o seguinte fato: 
VENDA DE UMA MÁQUINA DE ESCREVER.
Para comprovar esta venda foi emitida umaNota Fiscal.
Mediante esta Nota Fiscal, o contabilista providenciará o registro do fato no livro DIÁRIO.
Inicia-se neste momento, o processo de contabilização.
Nota: A escrituração é uma das técnicas da Contabilidade que consiste em registrar em livros próprios (DIÁRIO, RAZÃO, CAIXA) os fatos que provocaram modificações no Patrimônio da empresa.
Os documentos mais utilizados na Contabilidade são Notas Fiscais, Promissórias, Duplicatas, recibos, etc. Sempre haverá um documento idôneo que comprove a ocorrência do fato.
Objeto
O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência. Na Contabilidade, o objeto é sempre o Patrimônio das entidades.
Campo de Atuação
Estudar o campo de aplicação da Contabilidade significa saber onde a Contabilidade é utilizada.
Assim, o campo de aplicação da Contabilidade abrange todas as entidades econômico-administrativas, ou seja, todas as entidades que possuam patrimônio a ser controlado.[2: Entidades econômico-administrativas são organizações que reúnem os seguintes elementos: pessoas, patrimônio, titular, capital, ação administrativa e fim determinado. São também chamadas Aziendas (palavra italiana que significa coisas a fazer, em geral, negócios, ocupações, afazeres, complexo de obrigações, bens materiais e direitos que constituem um patrimônio). ]
Quanto ao fim a que se destinam, as entidades econômico-administrativas podem ser assim classificadas:
Entidades com fins econômicos: chamadas empresas, visam o lucro para preservar e/ou aumentar seu patrimônio. Ex: empresas comerciais, industriais etc.
Entidades com fim sócio-econômico: intituladas instituições, visam superávit que reverterá em benefício de seus integrantes. Ex: associações de classe, clubes sociais etc.
Entidades com fins sociais: também chamadas instituições, têm por obrigação atender às necessidades da coletividade a que pertencem. Ex: a União, os Estados e os Municípios. 
 
Finalidade da Informação Contábil
A informação contábil se expressa por diferentes meios, como demonstrações contábeis, escrituração ou registros permanentes e sistemáticos, documentos, livros, planilhas, listagens, notas explicativas, mapas, pareceres, laudos, diagnósticos, prognósticos, descrições críticas ou quaisquer outros utilizados no exercício profissional ou previstos em legislação.
Robert N. Anthony resume a finalidade da contabilidade em três pontos:
Finalidade de planejamento: entendido como o processo de decisão sobre as ações futuras da entidade.
Finalidade de controle: pode ser conceituado como um processo em que a administração se certifica, na medida do possível, que a organização está agindo em conformidade com os planos e políticas da entidade.
Esses controles podem ser úteis como meio de comunicação, de motivação e de verificação das informações.
 
Finalidade de auxílio no processo decisório: As informações geradas pela Contabilidade devem propiciar, aos seus usuários, base segura às suas decisões, pela compreensão do estado em que se encontra a entidade, seu desempenho, sua evolução, riscos e oportunidades que oferece.
A informação contábil, em especial aquela contida nas demonstrações contábeis, notadamente as previstas em legislação, deve propiciar revelação suficiente sobre a entidade, de modo a facilitar a concretização dos propósitos do usuário, revestindo-se de atributos, entre os quais, são indispensáveis os seguintes:
Confiabilidade: é atributo que faz com que o usuário aceite a informação contábil e a utilize como base de decisões, configurando, pois, elemento essencial na relação entre aquele e a própria informação e é fundamentada em três pilares:
veracidade - exige que as informações contábeis não contenham erros ou vieses, e sejam elaboradas em rigorosa consonância com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, na ausência de norma específica, com as técnicas e procedimentos respaldados na ciência da Contabilidade, nos limites de certeza e previsão por ela possibilitados.
completeza - diz respeito ao fato de a informação compreender todos os elementos relevantes e significativos sobre o que pretende revelar ou divulgar, como transações, previsões, análises, demonstrações, juízos ou outros elementos.
pertinência - requer que seu conteúdo esteja de acordo com a respectiva denominação ou título.
Tempestividade: refere-se ao fato de que a informação contábil deve chegar ao conhecimento do usuário em tempo hábil, a fim de que este possa utilizá-la para seus fins.
Compreensibilidade: a informação contábil deve ser exposta da forma mais compreensível possível ao usuário que se destine.
Comparabilidade: deve possibilitar ao usuário o conhecimento da evolução entre determinada informação ao longo do tempo, numa mesma entidade ou em diversas Entidades, ou a situação destas num momento dado, com vista a possibilitar-se o conhecimento das suas posições relativas.
Usuários da Contabilidade
Os usuários são pessoas físicas ou jurídicas com interesse na entidade, que utilizam as informações contábeis desta para seus próprios fins, de forma permanente ou transitória.
Os usuários incluem, entre outros, os integrantes do mercado de capitais, investidores, presentes ou potenciais, fornecedores e demais credores, clientes, financiadores de qualquer natureza, autoridades governamentais de diversos níveis, meios de comunicação, entidades que agem em nome de outros, como associações e sindicatos, empregados, controladores, acionistas ou sócios, administradores da própria Entidade, além do público em geral.
Ou seja, compreendem todas as pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, tenham interesse na avaliação da situação e do desenvolvimento da entidade. 
Evidentemente, os gerentes (administradores) não são os únicos que se utilizam da Contabilidade. Os investidores (sócios ou acionistas), ou seja, aqueles que aplicam dinheiro na empresa, estão interessados basicamente em obter lucro, por isso se utilizam dos relatórios contábeis, analisando se a empresa é rentável; os fornecedores de mercadoria querem saber se a empresa tem condições de pagar suas dívidas; os bancos, por sua vez, emprestam dinheiro desde que a empresa tenha condições de pagamentos; o governo quer saber quanto de impostos foi gerado para os cofres públicos; outros interessados desejam conhecer melhor a situação financeira da empresa: os empregados, os sindicatos, os concorrentes etc...
Exemplos de usuários da informação contábil:
Titulares (empresas individuais);
Sócios ou acionistas;
Administradores;
Credores;
Governo (fisco);
Empregados;
Investidores;
Bancos e outros.
Abrangência da Contabilidade
A contabilidade pode ser estudada de modo geral (para todas as empresas) ou em particular (aplicada em certo ramo de atividade ou setor de economia).
O nosso enfoque será a Contabilidade Geral, também conhecida como Contabilidade Financeira, que pode ser aplicada a diversos ramos de atividades.
Quando a Contabilidade Geral for aplicada a entidades:
 
comerciais, denomina-se Contabilidade Comercial;
industriais, denomina-se Contabilidade Industrial;
públicas, denomina-se Contabilidade Pública;
bancárias , denomina-se Contabilidade Bancária;
hospitalares, denomina-se Contabilidade Hospitalar;
de seguros, denomina-se Contabilidade Securitária etc...
Meios que utiliza a Contabilidade:
Para atingir sua finalidade a Contabilidade se utiliza das seguintes técnicas contábeis:
Escrituração contábil
Demonstrações contábeis (inventários, balanços e outras)
Auditoria contábil
Análise de balanços
Princípios , Postulados e Convenções Contábeis
Como já relatamos, a contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio, representando-a de forma sistemática para servir como instrumento básico para a tomada de decisões de todos os seus potenciais usuários.
Dentro deste contexto, estuda-se a teoria da contabilidade com a finalidade dese obter subsídios suficientes para a aplicação do conhecimento prático no processo contábil.
Sem o embasamento teórico, a contabilidade perderia seu foco, principalmente porque as demonstrações contábeis não atenderiam a padrões, tanto dos usuários quanto das normas contábeis.
No Brasil, a estrutura da teoria contábil é definida por órgãos regulamentadores, como o CFC (Conselho Federal de Contabilidade) e o CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis.
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) é o órgão responsável por buscar a convergência da contabilidade brasileira às normas internacionais. Foi criado pela Resolução CFC 1.055/05, sendo que fazem parte deste comitê várias entidades brasileiras como: Bovespa, Ibracon e Fipecafi, além do próprio Conselho Federal de Contabilidade.
As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC´s) têm por objetivo estabelecer regras de conduta profissional e procedimentos técnicos, em consonância com os Princípios Fundamentais de Contabilidade.
1.10.1. Postulados
São comumente chamados de "Pilares da Contabilidade", por serem a base de toda a teoria contábil.
O Postulado da Entidade estabelece o Patrimônio como sendo o objeto da Contabilidade, e afirma a necessidade de diferenciação do patrimônio próprio com o patrimônio da entidade jurídica, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. É imprescindível distinguir corretamente a pessoa física da pessoa jurídica.
 
O Postulado da Continuidade prevê que o processo contábil deve ser desenvolvido supondo-se que a entidade nunca terá um fim ou seja sem prazo estimado de duração. A suspensão das suas atividades pode provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, com a perda, até mesmo integral, de seu valor. A queda no nível de ocupação pode também provocar efeitos semelhantes.
1.10.2. Princípios
São a padronização das técnicas contábeis adotadas pela maioria dos profissionais, com o intuito de normalizar os lançamentos e relatórios, para um melhor controle do patrimônio da entidade.
Oportunidade: refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.
A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.
Registro pelo valor original: determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional.
As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas:
I - Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: 
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis;
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade;
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade;
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. 
São resultantes da adoção da atualização monetária:
a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo;
para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e
a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.
Competência: determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.
O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.
 
Prudência: determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais.
 
No Brasil, os princípios contábeis foram estabelecidos pela Resolução CFC 750/93 (alterada pela Resolução 1282/2010). Tais princípios servem como padrões a serem seguidos na contabilização dos fatos contábeis.
1.10.3. Convenções
Conceitos para servirem como um guia para o profissional da área contábil, normatizando padrões de conduta na hora de escriturar os fatos contábeis, tais como:
Objetividade: Esta convenção determina que o contador deve optar sempre por uma opção mais objetiva, quando da determinação de valores, em relação a uma avaliação subjetiva. Quando existir uma avaliação de um especialista e uma fatura que determina o valor do bem, o contador deve escolher a fatura, por esta ser mais objetiva e não permitir liberdade na escolha do valor.
Materialidade: Esta convenção reza que a contabilidade dever apenas registrar eventos dignos de atenção. Ë o caso do consumo de material de escritório através do caixa pequeno, onde são registrados os valores mensais do consumo sem a preocupação de se determinar especificamente quais itens foram consumidos.
Conservadorismo: Esta convenção sugere que o contador, por motivos de precaução, deve atribuir valores mais baixos para o ativo e valores mais altos para o passivo, sempre que ele defrontar com alternativas legais. 
Consistência:Esta convenção determina que uma vez adotado determinado processo, dentre os vários processos legais, este processo não deverá ser mudado para não prejudicar a interpretação de relatórios.
EM SÍNTESE, PODEMOS AFIRMAR QUE É A CONTABILIDADE UMA “FERRAMENTA” INDISPENSÁVEL PARA DIRECIONAR AS DECISÕES NA EMPRESA MODERNA. UMA EMPRESA SEM CONTABILIDADE É COMO UM BARCO, EM ALTO MAR, SEM BÚSSOLA.
 Acesse o site http://www.classecontabil.com.br/noticias/ver/19152 e conheça a importância da contabilidade para as empresas
2. O PATRIMÔNIO
2.1. Conceito
O Patrimônio, objeto da Contabilidade, e representa o conjunto de bens, direitos e obrigações avaliado em moeda e vinculados a uma entidade, num determinado momento. 
Um outra forma de expressar o conceito de patrimônio é indicando que o mesmo é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a uma determinada entidade, com ou sem fins lucrativos, utilizados na consecução de seus objetivos.
É O CONJUNTO DE BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES DE UMA EMPRESA.
A contabilidade se atém a dois aspectos do patrimônio:
Qualitativo: refere-se a natureza do componente patrimonial que deve ser evidenciado segundo a sua espécie. Exemplo: caixa, móveis e utensílios, veículos, valores a receber, fornecedores etc;
Quantitativo: refere-se à expressão dos componentes patrimoniais em valores ($$$) 
Vale ressaltar que tanto as variações qualitativas quanto as quantitativas devem ser registradas pela contabilidade.
	PATRIMÔNIO
	ASPECTO QUALITATIVO
	COMPONENTES PATRIMONIAIS
	ASPECTO QUANTITATIVO
	EXPRESSÃO MOMENTÁRIA
2.2. Bens
De acordo com Maria Helena Diniz, as coisas são gêneros dos quais os bens são espécies. Os bens são coisas materiais ou imateriais que têm valor econômico e que podem serve de objeto de uma relação jurídica.
Bens representam tudo aquilo que é capaz de satisfazer às necessidades humanas e suscetíveis de avaliação econômica.[3: No caso, capaz de ou que possa ser avaliado monetariamente ($$$). Algo que pode ser expresso em moeda, em reais, por exemplo.]
Portanto, São os elementos materiais e imateriais a disposição da entidade, que concorrem, contribuem, para que a mesma alcance seus objetivos.
2.3. Classificação dos bens:
Bens materiais, corpóreos ou tangíveis são objetos que a empresa tem para uso (armários, prateleiras, mesas, cadeiras, máquinas, veículos etc.), troca (mercadorias, dinheiro) ou consumo (materiais de escritório, limpeza, entre outros).
Bens imateriais, incorpóreos ou intangíveis correspondem a determinados gastos efetuados pela empresa que, por sua natureza devem fazer parte do patrimônio. Exemplo: Fundo de Comércio (valor que se paga a maior, além dos valores de ativos e passivos, por ocasião da compra do total ou parte de uma empresa), marcas, patentes de invenção entre outros.
Os bens podem ser próprios (pertencem à entidade) ou de terceiros (pertencem a outros, mas estão sob a possa da entidade). Há ainda os bens de venda (mercadorias), bens de renda (para aluguel), bens fixos (utilizados para a atividade da empresa); contudo, o assunto relevante neste momento é a classificação dos bens quanto à sua natureza, conforme anteriormente demonstrado, e revisando no quadro resumo a seguir:
	BENS
	Bens Materiais, Corpóreos ou Tangíveis
	Possuem existência física. São concretos, podem ser trocados. Exemplo: Veículos, Mercadorias, Móveis e Utensílios, Imóveis, Máquinas, Dinheiro, Equipamentos, Ferramentas etc.
	Bens Imateriais, Incorpóreos ou Intangíveis
	São abstratos. Não possuem existência física, mas representam uma aplicação do capital da empresa, pois possuem valor econômico. Exemplo: Marcas, Patentes, Ponto Comercial, Programas de Computador, Propriedade Literária, Científica ou Industrial etc. Estes bens possuem uma classificação própria dentro do Ativo não Circulante das Empresas.
Apenas lembrando: os bens ainda podem ser classificados: 
Bens imóveis: aquilo que é físico mas não é possível mover, tal como: edifícios, terrenos etc;
Bens móveis: aquilo que é possível mover ou transferir, a exemplo de carros, máquinas, equipamentos.
2.4. Direitos e Obrigações
2.4.1. Direitos
São valores que a empresa tem a receber de terceiros ou valores de propriedade da entidade, que se encontram em posse de terceiros, decorrentes ou não da atividade principal da entidade. Pode ser valores a receber (de clientes) ou a recuperar (como os tributos do governo). 
Os direitos são representados por títulos e documentos, tais como: Duplicatas a Receber, Notas Promissórias, Clientes (provenientes de vendas a prazo) etc. Exemplos: Contas a Receber, Títulos a Receber, Promissórias a Receber, Empréstimos Concedidos, Aluguéis a Receber, Clientes etc.
2.4.2. Obrigações
Representam todos os valores que a empresa tem a pagar a terceiros ou a recolher aos cofres públicos (governo).
Ou seja, são valores a pagar em função de dívidas ou compromissos de qualquer natureza, assumidos perante terceiros, ou por bens de bens de terceiros que se encontrem em posse da entidade, sobre os quais esta possui uma responsabilidade, quer pela devolução (empréstimo), quer pela indenização ou pelo pagamento.
Assim, quando uma empresa compra um determinado bem a prazo (ex.: um veículo), este passa imediatamente a compor o patrimônio da entidade, e ao mesmo tempo, deverá ser registrada na Contabilidade a dívida (obrigação) assumida com o comprado do bem. 
Então, podemos dizer que são as obrigações propriamente ditas ou exigíveis (contraídas com terceiros), como exemplos de obrigações temos, ainda: Contas a Pagar, Fornecedores, Financiamentos Bancários, Impostos a Recolher (a pagar), Promissórias a Pagar, Títulos a Pagar, INSS a Recolher, Salários a Pagar, Duplicatas a Pagar.
2.5. Representação Gráfica do Patrimônio
Podemos representa o Patrimônio por gráfico em forma de T. Veja:
	PATRIMÔNIO
	
	
	
	
	
	
	
	
No lado esquerdo, estão alocados os elementos positivos do patrimônio (bens e direitos), denominado ATIVO; no lado direitos, são relacionados os elementos negativos (obrigações), denominado PASSIVO. Veja: 
	PATRIMÔNIO
	ou
	PATRIMÔNIO
	BENS 
+
DIREITOS
	OBRIGAÇÕES
	
	ATIVOS
	PASSIVO
O Patrimônio, como já visto, é composto pelo conjunto de bens direitos e obrigações. Ao conjunto dos bens e direitos, que equivale às aplicações de recursos da empresa, representando, em tese, a parte positiva, chamado de ATIVO. Às obrigações, que representam as origens de recursos, teoricamente, a parte negativa, chamamos de PASSIVO.
Então, podemos dizer que são as obrigações propriamente ditas ou exigíveis (contraídas com terceiros), como exemplos de obrigações temos, ainda: Contas a Pagar, Fornecedores, Financiamentos Bancários, Impostos a Recolher (a pagar).
2.5.1. Ativo
São todos os bens e direitos de propriedade da empresa, avaliáveis monetariamente e que representem benefícios presentes ou futuros para a empresa. 
Portanto para ser ativo, é necessário preencher a quatro requisitos simultaneamente:
Ser caracterizado como Bens e direitos
Ser de propriedade da empresa
Ser mensurável monetariamente
Apresentar benefícios presentes ou futuros
2.5.2. Passivo Exigível
Evidencia toda a obrigação que a empresa tem com terceiros. O passivo é um exigível da empresa, também conhecido no mercado financeiro como dívidas com terceiros, ou recursos de terceiros, ou ainda capital de terceiros, evidencia o endividamento da empresa.
2.5.3. Patrimônio Líquido (dívidas com os sócios)
Além do Ativo e Passivo, há ainda um terceiro componente patrimonial, o PATRIMÔNIO LÍQUIDO, correspondendo exatamente à diferença entre os dois primeiros componentes. 
O Patrimônio Líquido também é denominado de investimento próprio por alguns autores, ou capital próprio, e até mesmo de situação líquida. Isto porque, no lado direito, estão obrigações com terceiros (é o passivo propriamente dito ou passivoexigível – PE), e as obrigações com os sócios (patrimônio líquido – PL). Essas últimas se referem ao valor investido pelo sócio na empresa (capital social), somado aos resultados (positivos ou negativos) gerados pela sua atividade.
O Patrimônio Líquido não se trata de valores exigíveis como as obrigações com terceiros, por isso, ao contrário do Passivo Exigível, que representa o capital de terceiros, o princípio da entidade revela que o PL é o capital próprio da sociedade, ou seja, um passivo não exigível sob a ótica da Lei das S/As.
Vale ressaltar que para a Lei nª 6404/76 e alterações, o passivo é composto pelo exigível (circulante e não circulante) e pelo patrimônio líquido. Portanto, quando conceitualmente quer se referir a todos os tipos de obrigações da entidade (para com terceiros e para com os sócios), é comum o uso da expressão PASSIVO TOTAL, o qual compreende o PASSIVO EXIGÍVEL e o PATRIMÔNIO LÌQUIDO, conforme demonstrado a seguir:
	PATRIMÔNIO
	ATIVO
	PASSIVO
	Bens
	Passivo Exigível
	Direitos
	
	
	Patrimônio Líquido
Retomando, em resumo, o Patrimônio Líquido, evidencia os recursos dos proprietários investidos na empresa, denominado recurso próprio ou capital próprio.
A movimentação do patrimônio da empresa ocorre em função de quatro acontecimentos principais: PAGAMENTOS, RECEBIMENTOS, COMPRAS E VENDAS.
2.6. Equação Fundamental do Patrimônio
O gráfico em “T” quando utilizado para representar a situação patrimonial de uma empresa, denomina-se Balanço Patrimonial.
Quando pensamos na expressão Balanço Patrimonial, devemos imaginar a figura de uma balança com os dois pratos com o mesmo peso, ou seja, em equilíbrio.
Para que o Balanço Patrimonial reflita adequadamente a situação econômica e financeira da empresa, o total do lado do Ativo deve ser igual ao total do lado do Passivo.
	ATIVO
	=
	PASSIVO
	BENS 
+
DIREITOS
	
	OBRIGAÇÕES
 BENS + DIREITOS = OBRIGAÇÕES
Na prática, entretanto, nem sempre a soma de bens e direitos tem o mesmo tamanho das obrigações. Assim, a diferença entre o Ativo (bens +direitos) e o Passivo (obrigações), denomina-se Situação Líquida, será colocada no gráfico sempre no lado do Passivo, como se fosse um peso no prato da balança para manter o equilíbrio entre os dois lados.
	ATIVO
	=
	PASSIVO
	BENS 
+
DIREITOS
	
	OBRIGAÇÕES
+ OU -
SITUAÇÃO LÍQUIDA
2.6.1. Situação Líquida ou Patrimônio Líquido
Conforme já demonstramos anteriormente, Situação Líquida é a diferença entre Ativo e Passivo.
O que seria então Patrimônio Líquido?
Patrimônio Líquido é o mesmo que situação líquida. Embora sejam expressões sinônimas, o uso de cada uma delas deve ser adotado em situações distintas.
 
Situação Líquida é usado para se referir ao estado patrimonial de uma entidade, é mais adequado dizer que a entidade se encontra em Situação Líquida Positiva, Negativa ou Nula.
Então, podemos dizer que a Situação Líquida é um valor resultante da soma algébrica entre os valores dos bens mais os valores dos direitos e menos os valores das obrigações e que o Patrimônio Líquido também é um valor resultante da soma algébrica, só que entre os valores das contas que compõem o próprio grupo do Patrimônio Líquido.
Assim, se em um concurso lhe for apresentado um conjunto de elementos que comporiam um Balanço Patrimonial, você teria dois caminhos para obter o valor da Situação Líquida:
Subtrair o total das obrigações do total do Ativo;
Simplesmente considerar o total do Grupo Patrimônio Líquido.
Já sabemos que os bens, os direitos e as obrigações que compõem o patrimônio devem ser avaliados em moeda (aspecto quantitativo). Assim, somando os valores dos bens e dos direitos, teremos o total do Ativo. Da mesma forma, somando os valores das obrigações, teremos o teremos o Total do Passivo. Veja:
	BALANÇO PATRIMONIAL
	ATIVO
	PASSIVO
	Bens
	
	Obrigações
	
	Caixa
	18.000
	Fornecedores
	8.000
	Móveis
	27.000
	Impostos a Recolher
	1.000
	
	
	Aluguéis a Pagar
	2.000
	Direitos
	
	Salários a Pagar
	4.000
	Clientes
	20.000
	
	
	TOTAL
	65.000
	TOTAL
	15.000
No exemplo anterior, o valor relativo a Situação Líquida é da ordem de R$ 50.000.
Situação Líquida = R$ 65.000 – R$ 15.000
Situação Líquida = R$ 50.000
2.6.2. Situação Líquida Possíveis
Os elementos patrimoniais devidamente equacionados poderão apresentar três Situações Líquidas diferentes
2.6.2.1 Ativo maior que o Passivo (A > P)
	BALANÇO PATRIMONIAL
	ATIVO
	PASSIVO
	Bens
	45.000
	Obrigações
	15.000
	
	
	
	
	Direitos
	20.000
	Situação Líquida
	50.000
	
	
	
	
	TOTAL
	65.000
	TOTAL
	65.000
Maneira ou formas de se referir a esta Situação Líquida:
Situação Líquida Positiva
Situação Líquida Ativa
Situação Líquida Superavitária
A = P + SL
SL = A - P
Portanto, se Ativo é maior que zero e maior que Passivo; Passivo é maior que zero; logo a Situação Líquida é maior que zero.
2.6.2.2 Ativo menor que o Passivo (A < P)
	BALANÇO PATRIMONIAL
	ATIVO
	PASSIVO
	Bens
	45.000
	Obrigações
	80.000
	
	
	
	
	Direitos
	20.000
	Situação Líquida
	(15.000)
	
	
	
	
	TOTAL
	65.000
	TOTAL
	65.000
Maneira ou formas de se referir a esta Situação Líquida:
Situação Líquida NegativaA = ATIVO
P = PASSIVO
SL = SITUAÇÃO LÍQUIDA
Situação Líquida Passiva
Situação Líquida Deficitária
A = P - SL
SL = P - A
Portanto, se Ativo é maior que zero; Passivo é maior que zero e maior que Ativo; logo a Situação Líquida é menor que zero.
2.6.2.3 Ativo igual a Passivo (A = P)
	BALANÇO PATRIMONIAL
	ATIVO
	PASSIVO
	Bens
	45.000
	Obrigações
	65.000
	
	
	
	
	Direitos
	20.000
	Situação Líquida
	 0 
	
	
	
	
	TOTAL
	65.000
	TOTAL
	65.000
Maneira ou formas de se referir a esta Situação Líquida:
Situação Líquida Nula
Situação Líquida Inexistente
A = P + SL
SL = A – P
SL = 0 
Portanto, se Ativo é maior que zero e igual ao Passivo; Passivo é maior que zero; logo a Situação Líquida é igual a zero.
LEMBRANDO: Os elementos que compõem o Ativo e o Passivo apresentam apenas saldo POSITIVO ou NULO. Apenas a Situação Líquida pode apresentar saldo NEGATIVO.
2.6.2.4 Outras Informações Importantes
PASSIVO = ZERO
	BALANÇO PATRIMONIAL
	ATIVO
	PASSIVO
	Bens
	45.000
	Obrigações
	0
	
	
	
	
	Direitos
	20.000
	Situação Líquida
	65.000
	
	
	
	
	TOTAL
	65.000
	TOTAL
	65.000
A constituição da empresa é um dos raros momentos em que a empresa poderá ocorrer.
A situação patrimonial é positiva, ativa ou superavitária.
A = P - SL
SL = A
Portanto, se Ativo é maior que zero; Passivo igual a zero; logo a Situação Líquida é maior que zero e igual ao Ativo.
ATIVO = ZERO
	BALANÇO PATRIMONIAL
	ATIVO
	PASSIVO
	Bens
	0
	Obrigações
	65.000
	
	
	
	
	Direitos
	0
	Situação Líquida
	(65.000)
	
	
	
	
	TOTAL
	0
	TOTAL
	0
A encerramento da empresa é um dos raros momentos em que a empresa poderá ocorrer.
A situação patrimonial é negativa, passiva ou deficitária.
A = P - SL
SL = P
Portanto, se Ativo é igual a zero; Passivo maior que zero; logo a Situação Líquida é menor que zero e nominalmente igual ao Passivo.
2.7. Diferença de Patrimônio e Patrimônio Líquido
Quando pensamos em Patrimônio, pensamos imediatamente em nossos bens pessoais, tudo que possuímos de riqueza, tanto para as pessoas físicas como para as jurídicas, mas na realidade é necessário conhecer a riqueza líquida da pessoa ou da empresa: somamos os bens e os direitos e desse total subtraímos as obrigações, para assim conhecermos a real condição de um patrimônio.
Muitos questionam sobre a diferença de PATRIMÔNIO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO, então de forma simples e sucinta a exporemos a diferença entre um e outro.
2.7.1. Patrimônio
Patrimônio e o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações, classificamos daseguinte forma:
Bens - podemos definir como bens tangíveis e bens intangíveis, os bens tangíveis são aqueles que existem fisicamente, como exemplo podemos citar as máquinas, os equipamentos, os veículos, as matérias-primas entre outras, já os bens intangíveis possuem valor sujeito à avaliação econômica, mas não existem fisicamente, por exemplo as marcas e patentes (Coca-Cola, Xérox, Bombril, Bic, McDonald’s, Etc), Fundo de Comércio (Também muito conhecido como Ponto Comercial);
Direitos – representam valores a serem recebidos de terceiros, por vendas a prazo, como por exemplo, títulos a receber, duplicatas a receber;
Obrigações - podemos definir como todas as contas que a empresa deve a terceiros e outras partes interessadas (Como no caso o Governo), citamos então as obrigações sociais, impostos a pagar, duplicatas a pagar, salários a pagar, fornecedores, contas a pagar entre outras.
2.7.2. Patrimônio Líquido
O Patrimônio Líquido é formado pelo grupo de contas que registra o valor contábil pertencente aos acionistas ou quotistas (capital, reservas de capital e avaliação patrimonial) e os resultados abrangentes (reservas de lucros, prejuízos acumulados entre outros) 
Exemplo: A Cia Tutu S/A possui um grande Patrimônio:
Bens R$ 15.000.000,00
Direitos R$ 4.000.000,00
Obrigações R$ 17.000.000,00
Sua riqueza líquida (patrimônio líquido) todavia, é insignificante:
PL = B + D - O
PL = 15.000.000 + 4.000.000 – 17.000.000
PL = 2.000.000,00
2.8. Conceituações: as várias configurações do Capital
Podemos considerar quatro conceitos de Capital na Contabilidade:
1º Capital Nominal – o investimento incial feito pelos proprietários da uma empresa é registrado pela contabilidade numa “conta” denominada Capital. Este é o Capital Nominal (Capital Social, Capital Integralizado, Capital Realizado) que corresponde ao patrimônio líquido inicial. O capital nominal só será alterado quando os proprietários realizarem investimentos adicionais (aumentos de capital) ou desinvestimentos (diminuições de capital).
Exemplo: A sociedade Comercial Gama Ltda é constituída por quatro sócios, com capital integralizado de R$ 800.000 em dinheiro.
	A
Caixa 800.000
	PL
Capital Social 800.000
2º Capital Próprio – o capital próprio, que corresponde ao conceito de patrimônio líquido, abrange o capital inicial e suas variações.
Exemplo: A sociedade Comercial Gama Ltda, após um determinado período, obtem um lucro proveniente de suas atividades mercantis da ordem de R$ 10.000. Logo o Capital Próprio aumenta para R$ 810.000 (capital + lucro); todavia o Capital Social permanete inalterado, conforme veremos a seguir:
	
Caixa 420.000A
Títulos a Receber 390.000
 810.000
	
Capital Social 800.000PL
Lucro 10.000
 810.000
3º Capital de Terceiros – corresponde aos investimentos feitos na empresa, com recursos provenientes de terceiros. É representado pelas contas “a pagar” (obrigações) e restringe ao Passivo da entidade.
 
Exemplo: Suponhamos que a sociedade Comercial Gama Ltda, comprou móveis para escritórios no valor de R$ 35.000, a prazo.:
	
Caixa 420.000
Títulos a Receber 390.000A
Móveis e Utensílios 35.000
 845.000
	P
Contas a Pagar 35.000
Capital Social 800.000PL
Lucro 10.000
 845.000
4º Capital total a disposição da empresa – conjunto de valores disponíveis num dado momento. Corresponde ao somatório dos elementos do Passivo mais o Patrimônio Líquido.
CREDORES + CAPITAL + LUCROS = 845.000 (P + PL) = A
	QUADRO RESUMO
	ATIVO
(Aplicação dos Recursos)
	PASSIVO
(Fonte de Recursos)
	
Bens 
Direitos
	
Passivo – Capital de Terceiros
Patrimônio Líquido – Capital Próprio
+ (2) Capital Total à Disposição 
3. TEORIA DAS CONTAS
3.1. Conta
3.1.1. Conceito
Conta é o nome técnico que identifica um componente patrimonial (bem, direito, obrigação ou patrimônio líquido) ou um componente de resultado (despesa ou receita).
As contas têm como finalidade refletir todos os acontecimentos ocorridos ao longo da gestão da empresa, tais como: compras, vendas, receitas, despesas, pagamentos, recebimentos, doações, empréstimos etc.
Assim, é através do registro em contas próprias que a Contabilidade consegue atingir os seus objetivos, que consiste no registro e controle dos fatos responsáveis pela gestão do patrimônio das entidades. 
Componentes
Patrimoniais
Gestão da empresa
CONTAS
Componentes
de Resultado
3.1.2. Classificação
As contas podem ser classificadas em dois grupos, conforme já mostrado anteriormente: Contas Patrimoniais e Contas de Resultado.
As Contas Patrimoniais são aquelas que representam os elementos componentes do patrimônio. Dividem-se em Ativas (representadas por bens e direitos) e Passivas (representadas pelas obrigações e o patrimônio líquido).
	BALANÇO PATRIMONIAL
	ATIVO
	PASSIVO
	Bens
	
	Obrigações
	
	Caixa
	
	Fornecedores
	
	Veículos
	
	Impostos a Recolher
	
	
	
	
	
	Direitos
	
	Patrimônio Líquido
	
	Duplicatas a Receber 
	
	Capital
	
	Clientes
	
	
	
	
	
	
	
	TOTAL
	
	TOTAL
	
As Contas de Resultado são aquelas que representam as variações patrimoniais. Dividindo-se em contas de despesas e de contas de receitas.
Nota:
Dizemos que as contas de resultado provocam variações patrimoniais porque as receitas geram lucros que aumentam o patrimônio líquido e as despesas geram prejuízos que diminuem o Patrimônio Líquido. Assim, as despesas e receitas provocam variações para mais ou para menos no Patrimônio Líquido e consequentemente produzem modificações no patrimônio da empresa.
3.2. Contas Patrimoniais e de Resultado
Como já mencionado, as Contas Patrimoniais representam os bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido.
Exemplos:
Contas Patrimoniais:
Mercadorias em Estoques – esta conta representa todas as mercadorias em estoque da empresa naquele momento.
Fornecedores - esta conta significa todas as obrigações com Fornecedores que a empresa tem.
Capital Social- esta conta representa o capital investido pelos sócios(pode ser em dinheiro , terrenos, máquinas, etc...)
Como já dito anteriormente, as Contas de Resultado representam as contas que alteram o Patrimônio Líquido, ou seja, Receitas e Despesas.
As Despesas caracterizam-se pelo consumo de bens e pela utilização de serviços durante o processo de obtenção de receita. Por exemplo, o consumo de energia elétrica, materiais de limpeza, café, materiais de expediente (canetas, papéis, lápis, impressos etc), serviço telefônico etc.
 
Exemplos:
Veja algumas contas de despesas:
Água e Esgoto
Impostos
Aluguéis Passivos
Material de Expediente
Café e Lanches
Juros Passivos
Contribuições Previdenciárias
Energia Elétrica e Comunicação
Descontos Concedidos
Material de Limpeza
Fretes e Carretos
Salários, entre outros.
As Receitas decorrem da venda de bens e da prestação de serviços.
 
Exemplos:
Veja algumas contas de receitas:
Aluguéis Ativos
Vendas de Mercadorias
Descontos Obtidos
Receitas de Serviços
Juros Ativos, entre outros.
3.3. Atos e Fatos Administrativos
3.3.1. Atos Administrativos
Atos Administrativos: são os acontecimentos que não provocam alterações nos elementos do patrimônio ou do resultado, portanto, não interessam à contabilidade. 
Por não provocarem modificações no patrimônio, os atos administrativos não são objetos de contabilização. Entretanto, alguns deles, consideradosrelevantes, tendo em vista que seus efeitos podem traduzir em modificações futuras no patrimônio da empresa, deverão ser contabilizados por meio das contas de compensação.
Exemplo: 
A visita do sócio ao gerente do Banco, com objetivo de manter um bom relacionamento, não afeta de imediato o patrimônio da empresa;
Remessas de bens a terceiros para industrialização e conserto ou como empréstimo;
Fianças a favor de terceiros;
Remessa de títulos para cobrança simples;
Assinatura de contratos de seguros;
Recebimentos de bens de terceiros em garantias de dívidas;
Assinaturas de contratos de compra e venda junto a fornecedores e clientes, entre outros.
3.3.2. Classificação
Fatos Administrativos: são aqueles que provocam alterações nos elementos do patrimônio ou do resultado, portanto, interessam à contabilidade. Por essa razão, também são denominados fatos contábeis. 
Exemplo: compra de um veículo para a empresa.
Podem ser classificados em Permutativos, Modificativos ou Mistos.
Fatos Permutativos: são os que não provocam alterações no valor do patrimônio líquido (PL) ou situação líquida (SL), mas podem modificar a composição dos demais elementos patrimoniais.
Fatos Permutativos entre Elementos Ativos – envolvem somente as contas do Ativo. Os mais comuns são os que correspondem a compras à vista, vendas à vista ou a prazo, porém pelo de custo; transferências de contas do Ativo Realizável a Longo Prazo para o Ativo Circulante em decorrência da diminuição do prazo de vencimento, etc.
Fatos Permutativos entre Elementos Passivos – envolvem apenas as contas do Passivo (obrigações). Os mais comuns são os que representam as retenções efetuadas dos salários dos empregados nas folhas de pagamentos (compromissos dos empregados com Previdência, Imposto de Renda, Contribuição Social etc.) e as transferências entre contas do Passivo Exigível a Longo Prazo para o Passivo Circulante, esses últimos em decorrência da diminuição dos prazos de vencimento.
Fatos Permutativos entre Elementos Ativos e Passivos, acarretando aumento no Patrimônio – envolvem contas de Ativo e Passivo ao mesmo tempo; provocam aumento no patrimônio sem interferir no Patrimônio Líquido. Os mais comuns são as compras a prazo.
Fatos Permutativos entre Elementos Ativos e Passivos, acarretando diminuição no Patrimônio – envolvem contas de Ativo e Passivo ao mesmo tempo; provocam diminuição no patrimônio sem interferir no Patrimônio Líquido. Os mais comuns são pagamentos de obrigações. 
 
Fatos Modificativos: são os que provocam alterações no valor do patrimônio líquido (PL) ou situação líquida (SL), logo podem ser:
 
Aumentativos - quando provocam acréscimos no valor do patrimônio líquido. São caracterizados por uma conta patrimonial e uma ou mais contas de Receita. Os comuns são os que representam recebimentos de receitas no momento do fato gerador.
Diminutivos - quando provocam reduções no valor do patrimônio líquido. Envolvem uma conta patrimonial e uma ou mais contas de Despesas. Os mais comuns são os que representam pagamentos de despesas nas datas das ocorrências de seus fatos geradores.
Fatos Mistos: envolvem, ao mesmo tempo, um fato permutativo e um modificativo, podem ser:
 
Aumentativos – envolvem duas ou mais contas patrimoniais e um ou mais contas de receita. Os comuns são os que representam vendas de bens com lucro, recebimento de direitos com juros, pagamento de obrigações com descontos etc.
Diminutivos – envolvem duas ou mais contas patrimoniais e um ou mais contas de despesa. Os mais comuns são os que representam vendas de bens com prejuízo, recebimentos de direitos com descontos, pagamentos de obrigações com juros etc.
3.4. Livros de Registro da Contabilidade 
A entidade efetua suas operações e as registra em contas, através do que chamamos de lançamentos contábeis. Esses lançamentos são guardados em livros contábeis.
Os livros principais correspondem ao Livro Diário e ao Livro Razão. Os livros caixa e contas-correntes são auxiliares, pois registram apenas alguns fatos contábeis. O Livro Caixa apenas registra os fatos que envolvem dinheiro e o de contas-correntes registro de clientes, fornecedores e bancos.
Todas as operações registradas pela entidade, devem ser comprovadas por documentos oficiais.
A seguir, apresentaremos um detalhamento da classificação dos Livros de Registro Contábil.
3.4.1. Classificação
Os Livros contábeis podem se classificar:
Quanto à Utilidade:
Principais – utilizados para o registro de todos os eventos do dia a dia da empresa, como ocorre com os livros: Diário e Razão.
Auxiliares – utilizados para o registro de eventos específicos, como os livros: Caixa, Contas Correntes, Registro de Duplicatas, além de todos os livros fiscais que podem servir de suporte para a escrituração do Diário e do Razão.
 
Quanto à natureza:
Cronológicos – aqueles em que os registros são efetuados obedecendo à rigorosa ordem cronológica de dia, mês e ano. Segundo a legislação atual, todos os livros destinados à escrituração mercantil são cronológicos (artigo 1.183 do Código Civil/2002, artigo 2º do Decreto Lei nº 486/1969 etc).
Sistemáticos – livros destinados ao registro de eventos da mesma natureza, como o Livro Caixa, que é utilizado somente para o registro de operações que envolvam entradas e saídas de dinheiro; o Livro Contas Correntes, destinado somente para o registro de transações que envolvam direitos e obrigações.
Quanto à finalidade:
Obrigatórios - exigidos pela legislação civil, comercial, tributária, societária e pela Norma Brasileira de Contabilidade - NBC.
Exemplo: 
Exigido pela legislação civil. Comercial, tributária, societária e também pela NBC T 2-1: Livro Diário e Livro Razão;[4: Livro Razão é obrigatório para as entidades sujeitas à Tributação do Imposto de Renda, com base no Lucro Real (artigo 18 da Lei nº 8.218/1991 e artigo 259 do RIR/99).]
Exigido pela legislação comercial: Livro de Registro de Duplicatas;
Exigidos por leis tributárias: LALUR, Registro de ICMS etc.;
Exigidos por leis societárias: Livro de Registro de Ações Nominativas, Livro de Presenças de Acionistas, Livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal etc. 
 
Facultativos – livros que as entidades utilizam sem que haja exigência legal. Esses livros, como podem servir de suporte para o registro nos livros Diário e Razão, são denominados também livros auxiliares.
Exemplo: Livro Caixa, Livro Contas Correntes, Livro de Controle de Contas a Receber, Livro de Controle de Contas a Pagar etc.
3.4.2. Livro Diário
No livro diário geral são registradas todas as operações da entidade em ordem cronológica. É obrigatório, principal (registra todos os fatos contábeis) e cronológico. 
As informações básicas que devem constar nesse livro são:
Data da transação
Nome das contas envolvidas na operação
O valor dos débitos e créditos da operação
Histórico da operação
3.4.3. Livro Razão
No livro razão está controlado somente as movimentações ocorridas individualmente na conta. É obrigatório, principal e sistemático(segregação em contas).
As informações básicas que devem constar nesse livro são:
Nome da conta
Data da transação
Nome das contas envolvidas na operação
O valor dos débitos e créditos da operação
Histórico da operação
Os lançamentos realizados no Livro Razão podem ser apresentados de forma resumido em gráfico em forma de “T”, onde do lado esquerdo são contabilizados os valores de natureza devedora, e do lado direito, os valores de natureza credora.
	ATIVO
DESPESAS/CUSTOS
	
	PASSIVO/PATRIMÔNIO LÍQUIDO
RECEITA
	DÉBITO
	CRÉDITO
	
	DÉBITO
	CRÉDITO
	
	
	
	
	
	Lado Esquerdo
	Lado Direito
	
	Lado Esquerdo
	Lado Direito
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
3.4.4. Formalidades dos Livros Obrigatórios
Os livros, fichas, folhas soltas ou contínuas do livro Diário e/ou Razão deverão conter termos de abertura ou encerramento, e ser submetidos à autenticação no órgão competente doRegistro de Comércio, quando se tratar de empresa civil, no Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou no Cartório de Registro de Títulos e Documentos. Veja alguns modelos a seguir:
MODELOS DE ABERTURA E ENCERRAMENTO - LIVROS DIÁRIO E RAZÃO
LIVRO DIÁRIO
Número de Ordem ____
TERMO DE ABERTURA
Contém o presente livro ____ (_______ número por extenso) páginas tipograficamente numeradas, compondo o livro diário número ___ (_______ número por extenso) da empresa ______ sita à Rua _________ cidade ___ Estado ____, com seu contrato social arquivado na Junta Comercial deste Estado sob número ______ em _______, inscrita no CNPJ sob número ________. 
Local e data: _______
_______________________________
Nome e Assinatura do Administrador
CPF:
 _______________________________
Nome, CRC e Assinatura do Contabilista
LIVRO DIÁRIO
Número de Ordem ____
TERMO DE ENCERRAMENTO
Contém o presente livro ____ (_______ número por extenso) páginas tipograficamente numeradas, compondo o livro diário número ___ (_______ número por extenso) das operações compreendidas no período de ____/___/____ a ____/___/____, da empresa ______ sita à Rua _________ cidade ___ Estado ____, com seu contrato social arquivado na Junta Comercial deste Estado sob número ______ em _______, inscrita no CNPJ sob número ________. 
Local e data: _______
_______________________________
Nome e Assinatura do Administrador
CPF:
 
_______________________________
Nome, CRC e Assinatura do Contabilista
LIVRO RAZÃO
Número de Ordem ____
TERMO DE ABERTURA
Contém o presente livro ____ (_______ número por extenso) páginas tipograficamente numeradas, compondo o livro razão número ___ (_______ número por extenso) da empresa ______ sita à Rua _________ cidade ___ Estado ____, com seu contrato social arquivado na Junta Comercial deste Estado sob número ______ em _______, inscrita no CNPJ sob número ________. 
Local e data: _______
_______________________________
Nome e Assinatura do Administrador
CPF:
 
_______________________________
Nome, CRC e Assinatura do Contabilista
LIVRO RAZÃO
Número de Ordem ____
TERMO DE ENCERRAMENTO
Contém o presente livro ____ (_______ número por extenso) páginas tipograficamente numeradas, compondo o livro razão número ___ (_______ número por extenso) das operações compreendidas no período de ____/___/____ a ____/___/____, da empresa ______ sita à Rua _________ cidade ___ Estado ____, com seu contrato social arquivado na Junta Comercial deste Estado sob número ______ em _______, inscrita no CNPJ sob número ________. 
Local e data: _______
 
_______________________________
Nome e Assinatura do Administrador
CPF:
_______________________________
Nome, CRC e Assinatura do Contabilista
3.5. Método de Escrituração
Método de escrituração é o modo de registro dos atos e fatos administrativos.
3.5.1. Método das Partidas Simples
Consiste no registro de operações específicas envolvendo o controle de um só elemento. Esse método é deficiente e incompleto, pois não permite o controle global do patrimônio.
As entidades que utilizam apenas esse método de registro só conseguem controles estanques de alguns eventos.
3.5.2. Método das Partidas Dobradas
De uso universal, esse método foi apresentado pela primeira vez pelo frade franciscano Lucca Paccioli, na cidade de Veneza, Itália, em 10 de novembro de 1494. Sua adoção permite o controle de todos os componentes patrimoniais bem como das variações do patrimônio líquido, que poderão resultar em lucro ou prejuízo.
O princípio fundamental deste método é o de que não há devedor sem que haja credor, correspondendo a cada débito um crédito de igual valor.
Ou seja, a essência desse método, universalmente aceito, é que o registro de qualquer operação típica implica que um débito em uma ou mais contas deve corresponder em um crédito equivalente, em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados, ou simplificando:
Não há débito sem crédito correspondente;
Débito = crédito ou origens = aplicações.
3.5.3. Débito, Crédito e Saldo
As contas são movimentadas através de débitos e créditos nelas lançados. 
No entanto, para entender o mecanismo de débito e crédito das contas é preciso conhecer a natureza de cada conta.
Débito de uma conta – situação de dívida de responsabilidade da conta. As contas que representam bens, direitos, despesas e custos têm saldo devedor.
Crédito de uma conta – situação de direito de haver da conta. As contas que representam obrigações (P), Patrimônio Líquido (PL) e Receitas têm saldo credor. 
Saldo de uma conta – representa a diferença entre o valor do débito e do crédito. Os saldos podem ser:
Devedor – quando o valor do débito for superior ao do crédito (D > C).
Credor – quando o valor do crédito for superior ao do débito (C > D).
Nulo - quando o valor do débito foi igual ao do crédito (D = C).
 
Os esquemas abaixo ajudam a identificar a natureza das contas patrimoniais e de resultado:
	Contas Patrimoniais
	Natureza Devedora
	Natureza Credora
	ATIVO
	PASSIVO
	Bens
Direitos
	Obrigações
Patrimônio Líquido
	
	
	Contas de Resultado
	Natureza Devedora
	Natureza Credora
	Despesas
	Receitas
Resumindo:
NOTA:
ATIVO tem saldo DEVEDOR
Todo AUMENTO de saldo significa um lançamento a DÉBITO
Toda DIMINUIÇÃO de saldo significa um lançamento a CRÉDITO
PASSIVO tem saldo CREDOR
Todo AUMENTO de saldo significa um lançamento a CRÉDITO
Toda DIMINUIÇÃO de saldo significa um lançamento a DÉBITO
 TODA RECEITA É CRÉDITO
TODA DESPESA É DÉBITO
3.5.4. Mecanismo de Débito e Crédito
O lançamento contábil se refere ao registro dos fatos contábeis (aqueles que provocam mudanças na composição do patrimônio ou do resultado do empresa) nos livros de escrituração comercial da empresa – livros Diário e Razão, que serão analisados posteriormente.
O lançamento é feito nas contas que registram o patrimônio da entidade, que podem ser pertencentes ao grupo do Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido.
As contas do Ativo e de Despesas/Custos, por terem saldo devedor, são aumentadas por débito e diminuídas por crédito.
As contas do Passivo, Patrimônio Líquido e de Receitas, por terem saldo credor, são aumentadas por crédito e diminuídas por débito.
Em resumo:
ATIVO/DESPESAS/CUSTOS
Debita Credita
PASSIVO/RECEITAS
Credita Debita
Exemplo 1: A companhia Albertina solicitou um financiamento ao Banco Coroa no valor de R$ 400.000,00 cujo valor foi depositado em Bancos c/ movimento aberta nesta oportunidade.
Passos para realização de um lançamento:
1º - Identificar a(s) conta(s) devedora(s)
2º - Identificar a(s) conta(s) credora(s)
3º - Valor da operação
Conta devedora: Banco c/ Movimento
Conta credora: Financiamentos
Valor da Operação: R$ 400.000,00
Exemplo 2: A Cia Albertina adquiriu a vista, uma máquina por R$ 350.000,00.
Conta devedora: Máquinas e Equipamentos
Conta credora: Banco c/ Movimento
Valor da Operação: R$ 350.000,00
Exemplo 3: Integralização do capital pelos sócios, em dinheiro no valor de R$ 500.000,00.
 
Conta devedora: Caixa
Conta credora: Capital Social
Valor da Operação: R$ 500.000,00
Exemplo 4: Compra de mercadorias a prazo no valor de R$ 20.000,00.
Conta devedora: Mercadorias
Conta credora: Fornecedores
Valor da Operação: R$ 20.000,00
Exemplo 5: Pagamento de fornecedores em dinheiro por R$ 47.000,00.
Conta devedora: Fornecedores
Conta credora: Caixa
Valor da Operação: R$ 47.000,00
3.6. Plano de Contas
3.6.1. Conceito
É o conjunto estruturado de normas e procedimentos sobre a utilização das contas que serão utilizadas pela Contabilidade para evidenciar a situação patrimonial e as mutações sofridas na gestão do patrimônio de determinada entidade. 
Logicamente, existe um conjuntode normas estabelecidas pela legislação comercial e fiscal e pelos Princípios Fundamentais de Contabilidade que disciplinam as tarefas do setor contábil, visando a uniformização das práticas e registros contábeis.
A adequada elaboração do Plano de Contas é fundamental no sentido de utilizar todo o potencial da Contabilidade em seu valor informativo para os inúmeros usuários,e cada empresa de acordo com sua atividade e seu tamanho(micro, pequena, média ou grande) deve ter seu próprio Plano de Contas. 
Assim, cada empresa deverá elaborar seu plano de contas mediante adaptação a suas peculiaridades de operação, necessidades internas, transações e contas específicas.
De acordo com o estabelecido na Lei nº 6.404/76, as contas podem ser dividas em dois grupos:
Contas Patrimoniais são aquelas utilizadas para o registro de elementos representativos de bens, direitos e obrigações, bem como para aqueles que compõem o Patrimônio Líquido.
Contas de Resultado destinam-se ao registro das despesas, dos custos e das receitas. Essas contas – que são abertas na escrituração contábil no início do exercício social e encerradas no final dele – não fazem parte do Balanço Patrimonial, porém possibilitam a apuração e o conhecimento do custo de fabricação, bem como do resultado econômico da gestão do patrimônio, que pode ser lucro ou prejuízo.
3.6.2. Elenco de Contas Patrimoniais
O elenco de contas consiste na relação das contas que serão utilizadas para o registro dos fatos administrativos responsáveis pela gestão do patrimônio da empresa, bem como dos atos administrativos considerados relevantes (aqueles cujos efeitos possam traduzir em modificações futuras no patrimônio da empresa). Envolve a intitulação (rubrica, nome da conta) e o código de cada conta.
Vale ressaltar que as contas que compõem o Ativo e Passivo subdividem-se em Circulante ou Não Circulante.
No caso do Ativo, a divisão em Circulante e Não Circulante está atrelada ao grau de conversibilidade da conta, ou seja, quão rápido eu posso converter aquele bem ou direito em moeda corrente. De uma forma geral, os bens que possam ser convertidos em moeda imediatamente (leia-se dinheiro em caixa ou no banco) ou direitos possam ser convertidos em moeda até o término do exercício seguinte são considerados Circulante e os demais Não Circulante.
No tocante ao Passivo, a divisão em Circulante e Não Circulante, está relacionado ao grau de exigibilidade, ou seja as obrigações possam ser convertidas em moeda corrente até o termino do exercício seguinte será alocado no Passivo Circulante e as demais no Passivo Não Circulante.
Veja a seguir, um exemplo de elenco de contas elaborado para atender ao estágio de estudos em que você se encontra, que, contudo, não esgota a totalidade de contas que poderão ser apresentadas nesta fase:
	CONTAS PATRIMONIAIS
	1 – ATIVO
	2 – PASSIVO
	ATIVO CIRCULANTE
1.1.1. Disponibilidades
1.1.1.01 Caixa
1.1.1.02 Bancos conta Movimento
1.1.2. Valores a Receber
1.1.2.01 Duplicatas a Receber
1.1.2.02 (–) Provisão para Devedores Duvidosos
1.1.2.03 (-) Duplicatas Descontadas
1.1.2.04Estoques
Despesas do exercício Seguinte
NÃO CIRCULANTE
Realizável a Longo Prazo
1.2.1.01 Empréstimos a Coligadas
1.2.1.02 Empréstimos a Controladas
Investimentos
1.2.2.01 Aplicações em Cias Coligadas e Controladas
1.2.2.02 Imóveis para Renda
1.2.2.03 Terrenos p/investimentos
 Imobilizado
1.2.3.01 Imóveis em Uso
1.2.3.02 Veículos
1.2.3.03 Móveis e Utensílios
1.2.3.04 Máquinas e Equipamentos
1.2.3.05 (-) Depreciação Acumulada
Intangível
1.2.4.01 Marcas e Patentes
1.2.4.02 (-) Amortização Acumulada
	PASSIVO CIRCULANTE
2.1.1. Fornecedores
2.1.1.01Fornecedores
2.1.1.02 Títulos a Pagar
2.1.1.03 Contas a Pagar
2.1.1.04 Promissórias a Pagar
2.1.1.05 Empréstimos a Pagar
2.1.1.06 Financiamentos a Pagar
2.1.2 Tributos a Recolher
2.1.2.01 ICMS a Recolher
2.1.2.02 IPI a Recolher
2.1.2.03 ISS Recolher
2.1.2.04 IRRF a Recolher
2.1.2.05 PIS a Recolher
Contribuição Social a Recolher
2.2 NÃO CIRCULANTE
2.2.1. Exigível a Longo Prazo
2.2.1.01 Fornecedores
2.2.1.02 Títulos a Pagar
2.2.1.03 Contas a Pagar
2.2.1.04 Financiamentos a Pagar
2.2.1.05 Empréstimos a pagar
 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2.2.1 Capital Social
2.2.1.01 Capital Realizado
2.2.1.02 (-) Capital a Integralizar 
Reservas 
Lucros Acumulados*
Ajustes de Avaliação Patrimonial
* Conta transitória. Deverá ter saldo zero no final do período pela Lei 11638/07.
	CONTAS DE RESULTADO
	– DESPESAS
	4 – RECEITAS
	3.1 DESPESAS OPERACIONAIS
3.1.1.01. Água e Esgoto
3.1.1.02 Aluguéis Passivos
3.1.1.03 Custo das Mercadorias Vendidas
3.1.1.04 Combustíveis
3.1.1.05 Contribuições de Previdência
3.1.1.06 Descontos Concedidos
3.1.1.07 Despesas Bancárias
3.1.1.08 Despesas de Organização
3.1.1.09 Encargos Sociais
3.1.1.10 Energia Elétrica e Comunicação
3.1.1.11 Fretes e Carretos
3.1.1.12 Impostos e Taxas
3.1.1.13 Juros Passivos
3.1.1.14 Material de Expediente ou de Consumo
3.1.1.15 Depreciação/Amortização/Exaustão
3.1.1.16 Salários
	4.1 RECEITAS OPERACIONAIS
4.1.1 Vendas
4.1.1.01 Receita de Vendas de Produtos
4.1.1.02 Receita de Vendas de Mercadorias
4.1.1.03Receita de Prestação de Serviços
4.1.2 Financeiras
4.1.2.01 Juros Ativos
4.1.2.02 Juros de Aplicações Financeiras
4.1.2.03 Descontos Obtidos
4.1.2.04 Alugueis e Arrendamentos
4.2 Receitas Não-Operacionais
4.2.1 Diversas
4.2.1.01 Lucro na Venda de Bens
4.2.1.02 Lucro na Alienação de Imóveis
4.2.1.03 Lucro na Alienação de Veículos
4.2.1.03 Lucro na Alienação de Móveis e Utensílios
4.2.1.03 Indenizações Recebidas
	5 – CONTAS DE APURAÇÃO DE RESULTADO
	
	5.1. Resultado do Exercício
5.1.1.01 Lucro Líquido
5.1.1.02 Lucros Acumulados
	
A – CONTAS PATRIMONIAIS OU INTEGRAIS
	No Ativo você encontra todas as contas que representam os Bens e os Direitos, devidamente classificados em três grupos :
ATIVO CIRCULANTE
ATIVO NÃO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
INVESTIMENTOS
IMOBILIZADO
INTANGÍVEL
A ordem de disposição, segundo a legislação vigente, é a ordem decrescente do grau de liquidez dos elementos registrados.
grau de liquidez – é o maior ou menor prazo no qual Bens e Direitos podem ser transformados em dinheiro.
ATIVO CIRCULANTE
Neste grupo encontramos todas as contas que representam os Bens e os Direitos que estão constantemente em giro (em movimento), sua conversão em dinheiro ocorrerá, no máximo, até o próximo exercício social. Ex. Caixa (entra e sai dinheiro; Bancos, Mercadorias (entra e sai), etc.
1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE
Incluem-se nesse grupo os subgrupos referentes a realizável a longo prazo (Direitos cujos vencimentos ocorram após o término do exercício seguinte), e Bens e Direitos que representam recursos aplicados na empresa de maneira permanente a fim realizar a manutenção da atividade básica da empresa (investimentos, imobilizado e intangível).
2.1. PASSIVO CIRCULANTE
	Compreende as contas que representam obrigações da empresa que serão liquidadas no próximo exercício social : nos próximos 365 dias após o levantamento do balanço.
2.2. PASSIVO NÃO CIRCULANTE
	Relacionam-se nesse grupo as contas de obrigações da empresa que serão liquidadas após o término do exercício seguinte (EXIGÍVEL A LONGO PRAZO) E PATRIMÔNIO LÍQUIDO (recursos dos proprietários aplicados na empresa. Os recursos representam capital mais o seu rendimento _ lucros e reservas. Se houver prejuízo, o total dos investimentos dos proprietários será reduzido). 
CONTAS DE RESULTADOS OU DIFERENCIAIS ( DESPESAS E RECEITAS )
	Essas contas aparecem durante o exercício social, encerrando-se ao final do mesmo. Não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas permitem apurar o resultado do exercício.
Exercício social – períodos de igual duração em que a empresa opera; geralmente tem duração de um ano. No final desses períodos, as empresas apuram os seus resultados.
DESPESAS – decorrem do consumo de Bens e da utilizaçãode serviços. Por exemplo a energia elétrica consumida, os materiais de limpeza consumidos (vassouras, desinfetantes, etc.), os materiais de expediente consumidos (papel, caneta, lápis, etc.).
RECEITAS – decorrem da venda de Bens e da prestação de serviços.
4. ESCRITURAÇÃO E BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
Podemos dizer que técnicas contábeis são o conjunto de procedimentos utilizados para registrar ou levantar os fatos contábeis.
As principais técnicas são:
Escrituração
Demonstração Contábeis ou Financeiras
Análise das Demonstrações Contábeis ou Financeiras
Auditoria
4.1. Escrituração
É a técnica contábil utilizada para registro dos fatos administrativos (contábeis) ocorridos na entidade. O registro de cada fato administrativo chama-se lançamento. Os lançamentos são efetuados nos livros contábeis como: Livro Diário, Livro Razão etc. A escrituração pode, então, ser definida como um conjunto de lançamentos.
Processo Contábil:
Documentos
Diário
Razão
Balancete de Verificação
Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados
Demonstração do Resultado do Exercício
Balanço 
Patrimonial
4.1.1. Processos de Escrituração
Os processos de escrituração pode ser:
Manual (escrituração manuscrita)
Semi Mecanizada (efetuada com máquina de escrever comum com ou sem dispositivos apropriados ao processo)
Mecanizada (efetuada em máquina de contabilidade apropriada ao processo de escrituração)
Eletrônico (efetuada por meio de computadores). 
Atualmente, a maior parte das entidades utiliza o sistema eletrônico para efetuar a escrituração contábil. Nesse sistema, uma pessoa, de posse dos documentos que embasam os fatos contábeis, digita o lançamento de débito e crédito das contas envolvidas em um sistema informatizado que escritura automaticamente o Diário e o Razão.
Desde 1º de janeiro de 2009, as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real estão obrigadas a fazer a escrituração contábil digital (ECD) para fins tributários e previdenciários e enviá-las à Receita Federal do Brasil (RFB), no ambiente SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), com utilização de certificado digital para garantir a autenticidade dos documentos.
4.1.2. Lançamentos Contábeis no Diário
Lançamento Contábil é o registro contábil, sendo representado pelas partidas dobradas, ou seja, é composto por uma ou mais contas devedoras e uma ou mais contas credoras.
Os elementos essenciais para realização de um lançamento contábil são:
Local e data do registro;
Conta(s) debitada(s)
Conta(s) creditada(s)
Histórico da operação
Valor da operação
Encerramento do lançamento.
Exemplo: Compra de um caminhão à vista e em dinheiro, no dia 23 de junho de 20x0, da Cia SDN, conforme nota fiscal nº 28, no valor de R$ 140.000,00.
Lançamento:
	 
	Rio de Janeiro, 23 de junho de 20x0
	 
	 
	 
	D
	Veículos
	
	
	
	
	
	 
	C
	Caixa
	
	
	
	
	
	 
	 
	Compra de um caminhão conforme NF 28 da Cia SDN
	140.000,00
Há quatro fórmulas para o registro de fatos contábeis, a saber:
1ª Fórmula: Simples (uma conta debitada e uma conta creditada).
Exemplo: Compra de mercadoria à vista e em cheque por R$ 10.000,00, em 23/01/20x0
Lançamento:
	 
	Rio de Janeiro, 23 de junho de 20x0
	 
	 
	 
	D
	Estoques
	
	
	
	
	 
	C
	Banco c/ Movimento
	
	
	
	 
	 
	Compra de mercadorias
	 
	 
	 
	10.000,00
2ª Fórmula: Composta (uma conta debitada e mais de uma conta creditada).
Exemplo: Compra de mercadoria à vista e em cheque por R$ 10.000,00, com desconto de 10%. A compra ocorreu em 23/01/20x0
Lançamento:
	 
	Rio de Janeiro, 23 de junho de 20x0
	 
	 
	 
	D
	Estoques
	
	
	
	10.000,00
	 
	C
	Banco c/ Movimento
	
	
	
	9.000,00
	C
	Descontos Obtidos
	
	
	
	1.000,00
	 
	Compra de mercadorias com desconto de 10%
	 
	 
3ª Fórmula: Composta (mais de uma conta debitada e uma conta creditada).
Exemplo: Compra de mercadoria à vista no valor de R$ 10.000,00 com pagamento de frete no valor de R$ 400,00. A compra ocorreu em 23/01/20x0 e o pagamento foi realizado com cheque.
Lançamento:
	 
	Rio de Janeiro, 23 de junho de 20x0
	 
	 
	 
	D
	Estoques
	
	
	
	10.000,00
	 
	D
	Despesas com Fretes e Seguros
	
	400,00
	 
	C 
	Banco c/ Movimento
	
	
	
	10.400,00
	 
	Compra de mercadorias com pagamento de frete/seguro
	 
4ª Fórmula: Complexo (mais de uma conta debitada e mais de uma conta creditada).
Exemplo: Compra de mercadoria no valor de R$ 10.000,00, sendo que deste valor R$ 1.800,00 se refere ao ICMS que será recuperado pela empresa. A compra ocorreu em 23/01/20x0 e o pagamento foi realizado: 50% em cheque e 50% a prazo.
Lançamento:
	 
	Rio de Janeiro, 23 de junho de 20x0
	 
	 
	 
	 
	 D
	Estoques
	
	
	
	
	8.200,00
	 
	 D
	ICMS a Recuperar
	
	
	
	
	1.800,00
	 
	C
	Banco c/ Movimento
	
	
	
	
	5.000,00
	C
	Fornecedores
	
	
	
	
	
	5.000,00
	 
	Compra de mercadorias com ICMS a recuperar, sendo 50% a vista e 50% a prazo
4.1.3. Técnica de Correção dos Erros de Escrituração
O processo técnico de correção de um registro contábil realizado com erro de escrituração das Entidades é denominado retificação de lançamento.
São formas de retificação:
Estorno: consiste em efetuar um lançamento inverso àquele feito erroneamente anulando-o total ou parcialmente.
Transferência: É o lançamento que promove a regularização da conta indevidamente debitada ou creditada, através da transposição do valor para a conta adequada.
Complementação: É efetuada através de lançamento que, posteriormente, complementa, aumentando ou reduzindo, o valor anteriormente registrado.
NOTA:
Os lançamentos realizados fora da época devida deverão consignar, nos históricos, as datas efetivas da ocorrência a razão do atraso na contabilização.
A seguir apresentaremos três exemplos de retificação contábil.
 
Exemplo 1: Compra de mercadoria à vista e em dinheiro por R$ 500, em 23/06/20x0.
Lançamento Original:
	 
	Rio de Janeiro, 23 de junho de 20x0
	 
	 
	 
	D
	Estoques
	
	
	
	
	 
	C
	Caixa
	
	
	
	 
	 
	Compra de mercadorias
	 
	 
	 
	590,00
Erro: Em 24/06/20x0, foi identificado o lançamento a maior de R$ 90,00
Lançamento de Retificação: estorno do valor lançado a maior
	 
	Rio de Janeiro, 24 de junho de 20x0
	 
	 
	 
	D
	Caixa
	
	
	
	
	 
	C
	Estoques
	
	
	
	 
	 
	Estorno parcial do lançamento realizado em 23/06/x0 
	90,00
Exemplo 2: Compra de veículo por R$ 8.000 em dinheiro em 29/06/20x0.
Lançamento Original:
	 
	Rio de Janeiro, 29 de junho de 20x0
	 
	 
	 
	D 
	Caixa 
	
	
	
	
	 
	C
	Veículos
	
	
	
	 
	 
	Compra de veículos à vista
	 
	 
	 
	8.000,00
Erro: Na mesma data, identificou-se que houve a inversão da contas, então há a necessidade da realização de dois lançamentos de retificação
Lançamento de Retificação 1: Estorno total do lançamento
	 
	Rio de Janeiro, 29 de junho de 20x0
	 
	 
	 
	D
	Veículo
	
	
	
	
	 
	C
	Caixa
	
	
	
	 
	 
	Estorno total do lançamento 
	8.000,00
Lançamento de Retificação 2: Realização do lançamento correto
	 
	Rio de Janeiro, 29 de junho de 20x0
	 
	 
	 
	D 
	Veículo
	
	
	
	
	 
	C
	Caixa
	
	
	
	 
	 
	Estorno total do lançamento 
	8.000,00
Exemplo 3: Em 29/06/20x0, houve a compra de mobiliário para a empresa à vista (com cheque) pelo valor de R$ 1.500.
Correção: Em 01/07/20x0, verificou-se que não foi realizado o lançamento da compra de mobiliário, mas que o cheque foi sacado do banco pelo fornecedor.
Lançamento de Retificação:
	 
	Rio de Janeiro, 01 de julho de 20x0
	 
	 
	 
	D
	Móveis e Utensílios 
	
	
	
	
	 
	C
	Banco c/ Movimento
	
	
	
	 
	 
	Compra de mobiliário, em 29/06/20x0, que ora regularizamos
	1.500,00
4.1.4. Elaboração

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