Buscar

A LEI 10.639 03 E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES (1) (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A LEI 10.639/03 E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES 
ÉTICA, GESTÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS
Políticas sociais no Brasil: Mudanças na legislação e nas Instituições.
RESUMO: O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece vinte metas e 254 estratégias que devem orientar a política educacional brasileira, em todos os níveis e modalidades de ensino, até 2024 (Lei n° 13.005/2014), os Municípios também aprovaram seus planos Municipais de Educação (PME), alinhados ao PNE. A Meta 8 do PNE e do PME, traçam um objetivo claro em relação ao número de anos de escolaridade da população, explicita a urgência do País em reduzir as desigualdades entre ricos e pobres, entre brancos e negros, entre a cidade e o campo. Neste estudo buscamos analisar algumas metas e estratégias do PNE bem como a legislação brasileira que visa assegurar os direitos ao ensino da cultura afro-brasileira e africana, estabelecidas na Lei 10.639/03, a qual garante a todos os cidadãos brasileiros os mesmos direitos. Para isso, foram analisados as legislações educacionais vigentes e os dados obtidos na pesquisa de campo realizados com professores da rede municipal e estaduais das instituições de ensino do município Manoel Ribas.
Palavras-chave: Políticas Educacionais; Professores; Formação.
1 INTRODUÇÃO
Parte da sociedade foi historicamente menosprezada e tiveram dificuldades ou até mesmo negado o acesso à educação. Após a aprovação da Constituição Federal de 1988, a educação passou a ser gratuita e um direito de todos, sem distinção. Durante parte da nossa história, as mulheres e a população negra foram excluídas do sistema de ensino. O Plano Nacional de Educação (PNE) Lei nº 13.005, em 25 de junho de 2014, com vigência de dez anos trazem quatorze artigos, vinte metas e 254 estratégias. 
O presente estudo tem por objetivo, dentre outros, abordar a legislação educacional brasileira, em especial a meta 8 do PNE que trata da escolaridade média da população brasileira. 
Elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar no mínimo 12 anos de estudo no último ano de vigência deste Plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (BRASIL, 2014)
As metas do PNE devem ter como referência “a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, o censo demográfico e os censos nacionais da educação básica e superior mais atualizados...”, art. 4º da Lei, o que é considerado um grande avanço para a educação brasileira. O processo de monitoramento das metas consiste basicamente em observar, analisar e intervir caso necessário, seja em instancia nacional, estadual ou municipal.
Após a aprovação do PNE, os Estados e Municípios tiveram um ano para aprovarem seus respectivos planos, Planos Estadual de Educação (PEE) e Plano Municipal de Educação (PME), apesar da autonomia na elaboração e/ou readequação de seus planos todos deveriam seguir as metas previstas no PNE. 
O PNE foi aprovado onze anos depois da Lei 10.639/ 03, que alterou os artigos 26-A e 79-B da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDBEN – 9.394/ 96), a qual determina que o ensino da cultura afro-brasileira e africana, seja incorporado em todo o âmbito curricular da Educação Básica Nacional, em especial nas disciplinas de Educação Artística, História e Literatura. 
O PNE em seu Art. 2º, em consonância com demais bases legais define algumas diretrizes: 
III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação;
VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País;
X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. (BRASIL, 2014)
A fim de superar as inúmeras desigualdades, ambas as leis visam promover o conhecimento e o respeito aos direitos e a diversidade humana, tais medidas devem ser compartilhadas entre todos os sistemas de ensino, deste modo se faz necessário uma formação de qualidade, que favoreça a implementação desta e de outras diretrizes no âmbito educacional.
2 METODOLOGIA
Neste trabalho buscamos analisar a meta 8 do PNE e PME bem como suas estratégias, fazendo um paralelo com as demais legislações educacionais, e com uma pesquisa de campo, realizada com professores da rede municipal e estadual das instituições de ensino do município de Manoel Ribas. 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Plano Nacional de Educação, em algumas de suas diretrizes, destaca a necessidade de implementar ações essenciais a uma educação que contemple e respeite as inúmeras diversidades existentes no contexto educacional brasileiro, sendo elas visíveis ou invisíveis. 
O PNE vem através de metas e estratégias reforçar a urgência da implementação, a partir das demandas e das determinações do ensino da cultura afro-brasileira e africana, já estabelecidas na Lei 10.639, desde o ano de 2003. 
Com intuito de corrigir as desigualdades o PNE e o PME de Manoel Ribas em sua Meta 8, visa aumentar os anos de estudo de grupos específicos, prevê também a necessidade de igualar a escolaridade entre negros e não negros, garantindo a universalização da educação básica e que toda a população brasileira, sem distinção, tenha o acesso garantido.
No entanto para atingir os objetivos da meta é preciso investir na formação inicial dos professores conforme descreve a meta 12 do PNE, estratégia 12.9 “ampliar a participação proporcional de grupos historicamente desfavorecidos na educação superior, inclusive mediante a adoção de políticas afirmativas, na forma da lei.”
Observa-se que o curso de formação inicial, não dá conta de preparar os professores para lidar com a diversidade. Sendo assim destacamos que o PNE prevê na estratégia 13.4. 
promover a melhoria da qualidade dos cursos de pedagogia e licenciaturas, por meio da aplicação de instrumento próprio de avaliação aprovado pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior - CONAES, integrando-os às demandas e necessidades das redes de educação básica, de modo a permitir aos graduandos a aquisição das qualificações necessárias a conduzir o processo pedagógico de seus futuros alunos (as), combinando formação geral e específica com a prática didática, além da educação para as relações étnico-raciais, a diversidade e as necessidades das pessoas com deficiência; (BRASIL, 2014)
Observa-se que, apesar da Lei 10.639/03 assegurar que o ensino da cultura afro-brasileira e africana sejam ministradas em especial nas disciplinas de História, Educação Artística e Literatura, o termo da lei, também inclui todo o âmbito curricular para o desenvolvimento desses conhecimentos. No entanto, após realizar pesquisa entre 203 professores que atuam nas instituições de ensino do município de Manoel Ribas sobre as principais dificuldades no cumprimento da Lei 10.639/03, destes 21% dos professores apontam que a dificuldade esta na falta de materiais, 49% na falta de conteúdos e discussões nos cursos de capacitação, 14% na falta de interesse dos professores e 16% alegam a falta de interesse dos alunos.
Existem diversas questões delicadas que envolvem a desigualdade racial, não apenas no ambiente escolar, ela esta presente na mídia, na rua, em diversos ambientes sociais e até mesmo no meio familiar. Por isso, nossas escolas necessitam de professores com qualificação necessária que deem conta de efetivar as ações pedagógicas que cumpram com os objetivos educacionais tendo em vistas uma sociedade mais justa e igualitária. 
Além do mais, a estratégia 7.34 diz ser indispensável “instituir, em articulação com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal, programa nacional de formação de professores e professoras de alunos e alunas para promover e consolidar política de preservação da memória nacional”. Esta estratégia reforça a ideia de que é preciso implementar com urgência o ensino da culturae história dos afro-brasileiros e africanos, a fim de construir conhecimentos e informações que preservem nossa memória nacional, tendo como referenciais não apenas aquilo que destaca os negros como indivíduos subalternos, em situação desumanizada, mas que valorizem e apreciem suas lutas e conquistas, especialmente aquelas conquistadas após a dita abolição da escravatura. 
Deste modo destacamos o que diz a estratégia 12.11 que busca “fomentar estudos e pesquisas que analisem a necessidade de articulação entre formação, currículo, pesquisa e mundo do trabalho, considerando as necessidades econômicas, sociais e culturais do País;” levando-nos a perceber que além da formação continuada dos professores é precisos ter uma formação inicial mais sólida que de conta das discussões sobre as relações étnico-raciais. Vale lembrar que o Parecer 03/ 2004, que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (DCNERER) de 10 de março de 2004. 
O Plano Nacional de Educação na estratégia 7.25, deixa claro que é essencial garantir nos currículos escolares, com base na implementação de suas diretrizes curriculares nacionais, ao que diz as leis 10.639/03 e 11.645/08. 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a aprovação do Plano Nacional de Educação, em 2014, e do Plano Municipal de Educação, em 2015, podemos concluir com base em algumas das suas diretrizes e metas, as quais estão articuladas a Lei 10.639/03, que é possível fortalecer e instrumentar os sistemas de ensino para que a educação das relações étnico-raciais seja contemplada nos currículos de formação inicial, na formação continuada dos docentes bem como nos documentos legais das instituições, que estes possam propor ações que desconstruam o mito da democracia racial, que adotem estratégias pedagógicas de valorização da diferença, bem como de valorizar a luta antirracista. 
Após analisarmos os dados coletados entre os professores pode-se observar que há uma carência por formação que de conta desta temática. Deste modo podemos concluir que não basta apenas incluir novos conteúdos nos currículos, é preciso repensar as relações, estimular a participação dos professores e alunos bem como repensar sobre as metodologias interculturais, englobando todo o entorno sócio-cultural da escola. 
Só assim poderemos garantir a equidade, com ações voltadas para a formação dos professores principalmente no âmbito das políticas públicas, a fim de garantir uma educação de qualidade para todos, implementando conteúdos referentes à história afrobrasileira e de ações ao combate ao racismo dentro e fora da escola. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. LEI Nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Brasília, junho de 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm>. Acesso em: 13/05/2018.
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana. Brasília, junho de 2004. Disponível em: <http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-content/uploads/2012/10/DCN-s-Educacao-das-Relacoes-Etnico-Raciais.pdf.> Acesso em: 13/05/2018.

Outros materiais