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APONTAMENTOS 04 PRATICAS ABUSIVAS

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APONTAMENTOS
DIREITO DO CONSUMIDOR – 2016.1
PROFESSORA ANA CARLA BERENGUER
PRÁTICAS ABUSIVAS
Abuso do direito = excesso no exercício de um direito por seu titular, capaz de causar dano a outrem.
O CDC proíbe o abuso do direito, prevendo a nulidade das cláusulas contratuais abusivas.
O art. 39 do CDC exemplifica as práticas abusivas, vedando as seguintes condutas:
- Condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
- Recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;
- Enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;
- Prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
- Exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
- Executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
- Repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;
- Colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
- Recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
- Elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. (Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
- Deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério. (Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
- Aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido. (Incluído pela Lei nº 9.870, de 23.11.1999)
O art. 39 do CDC traz rol exemplificativo (numerus apertus) das práticas consideradas abusivas.
Exemplos de outras práticas abusivas não previstas no art. 39:
- Cobrança constrangedora (art. 42, c/c art. 71, ambos do CDC);
- Inscrição indevida nos serviços de proteção ao crédito (art. 43 do CDC);
- Publicidade abusiva ou enganosa (art. 37 do CDC);
- Não entrega do orçamento (art. 40 do CDC);
- Violação ao sistema de preços tabelados (art. 41 do CDC); etc.
As práticas abusivas são consideradas ilícitas de per si, ou seja, independentemente da existência de consumidor que se sinta lesado.
CLASSIFICAÇÃO DAS PRÁTICAS ABUSIVAS: PRÉ, PÓS E CONTRATUAIS.
- Práticas abusivas pré-contratuais: surgem antes da celebração do contrato, integrando a oferta ou prática do fornecedor no intuito de vincular o consumidor, por exemplo.
- Práticas abusivas pós-contratuais: decorrem de contrato preexistente.
- Práticas abusivas contratuais: relacionadas ao conteúdo expresso ou implícito do contrato, ou seja, são referentes às cláusulas contratuais. 
ROL EXEMPLIFICATIVO DE PRÁTICAS ABUSIVAS:
VENDA CASADA:
Previsão legal: art. 39, I, do CDC.
Considera-se pratica abusiva:
- Condicionar a aquisição de um produto ou serviço à aquisição de outro produto ou serviço.
Assim, não se admite a imposição da aquisição conjunta – para que o fornecimento de produtos e serviços em conjunto (“pacotes”) não se configure como prática abusiva, é essencial que sejam colocados à disposição os mesmos produtos e serviços para aquisição individual, de modo a possibilitar ao consumidor a escolha entre a aquisição do pacote ou dos produtos e serviços isoladamente.
- Estabelecer venda com limite quantitativo, sem justa causa.
Admite-se limitação quantitativa máxima e mínima em situações justificadas. 
Ex.: limite máximo de venda de determinado produto por pessoa, em tempos de crise; limitação quantitativa em casos de promoções (STJ REsp 595.734/RS).
A venda casada é crime contra a ordem econômica e relações de consumo (art. 5º, II e III, da Lei n.º 8.137/1990).
RECUSA DE ATENDIMENTO:
Previsão legal: art. 39, II, do CDC.
A oferta vincula o fornecedor (art. 30 do CDC), prevendo a legislação consumerista a possibilidade de execução específica para obtenção do ofertado (art. 35).
A recusa constitui crime contra as relações de consumo (art. 7º, I, da Lei n.º 8.137/1990).
Ex.: motorista de táxi que se nega a prestar o serviço de transporte ao consumidor em razão da pequena distância a ser percorrida.
ENTREGA SEM SOLICITAÇÃO DO CONSUMIDOR:
Previsão legal: art. 39, III, do CDC.
Veda-se o envio ou a entrega de qualquer produto ou serviço ao consumidor sem que esse tenha previamente solicitado.
Em caso de violação à norma, o produto ou serviço enviado ou entregue sem prévia solicitação torna-se gratuito, equiparando-se às “amostras grátis” (art. 39, parágrafo único, do CDC).
PREVALECIMENTO SOBRE EXCEPCIONAL VULNERABILIDADE:
Previsão legal: art. 39, IV, do CDC.
É prática abusiva prevalecer-se o fornecedor sobre o consumidor especialmente frágil e ignorante para auferir vantagens, impingindo-lhe seus produtos e serviços.
Exemplos de condições que podem tornar o consumidor excepcionalmente vulnerável: idade, saúde, condição social, analfabetismo.
VANTAGEM EXCESSIVA:
Previsão legal: art. 39, V, do CDC.
É prática abusiva “exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva”, independentemente da existência de contrato celebrado entre fornecedor e consumidor.
Caso o abuso se verifique num contrato, a cláusula que exige do consumidor a vantagem manifestamente excessiva é nula (art. 51, IV, do CDC).
O art. 51, § 1º, do CDC delineia o que se pode considerar como vantagem exagerada.
AUSÊNCIA DE ORÇAMENTO PRÉVIO:
Previsão legal: art. 39, VI, do CDC.
O art. 40 do CDC disciplina a obrigatoriedade de elaboração, pelo fornecedor, de orçamento prévio, exigindo, ainda, a prévia autorização do consumidor para a execução de quaisquer serviços.
Assim, se o consumidor não autorizar previamente o serviço, esse será considerado amostra grátis (art. 39, parágrafo único, do CDC).
REPASSE DE INFORMAÇÕES DEPRECIATIVAS:
Previsão legal: art. 39, VII, do CDC.
O fornecedor não pode repassar informações depreciativas em relação a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos.
Essa norma não impede, contudo, o repasse de informação aos serviços de proteção ao crédito, que está permitido pelo art. 43 do CDC, em seus exatos termos.
INOBSERVÂNCIA DE NORMAS TÉCNICAS:
Previsão legal: art. 39, VIII, do CDC.
As normas técnicas visam a garantir maior qualidade dos produtos e serviços, nacionais ou importados, conferindo-lhes maior segurança e eficiência.
Segundo esclarecimento apresentado no site da ABNT, norma técnica “é o documento, estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece, para uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto”�.
RECUSA DA VENDA DIRETA:
Previsão legal: art. 39, IX, do CDC.
É abusiva a atuação do fornecedor que se recusa a vender o produto ou prestar o serviço diretamente ao consumidor que se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, impondo-lhe intermediário para a conclusão do negócio.
ELEVAÇÃO DE PREÇOS SEM JUSTA CAUSA:
Previsão legal: art. 39, X, do CDC.
Trata-se de prática abusiva pós-contratual, configurando-se quando houver a elevação do preço dos produtos ou serviços contratados sem justa causa.
ATENÇÃO! Antesda celebração do contrato, a regra vigente é a da liberdade dos preços, não sendo abusivo o aumento desses antes da contratação ou da oferta vinculativa, e desde que observadas as demais regras da legislação consumerista.
Complementando essa regra, tem-se o art. 51, X, também do CDC, que determina ser nula a cláusula que permita ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação, do preço unilateralmente.
FALTA DE PRAZO PARA CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO:
Previsão legal: art. 39, XII, do CDC.
É prática abusiva o fornecedor não estipular prazo para o cumprimento da sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério.
REAJUSTE DE PREÇOS INDEVIDO:
Previsão legal: art. 39, XIII, do CDC.
É prática abusiva o reajuste contratual por aplicação de fórmula ou índice ilegal ou não previsto no contrato.
ORÇAMENTO:
Previsão legal: art. 40 do CDC.
Antes do CDC, era frequente a prática abusiva de apresentar orçamento posterior ou “orçamento-surpresa”, quando o fornecedor apresentava ao consumidor o orçamento após o término do serviço, com diversas irregularidades (troca de peças desnecessária, serviços não autorizados, cobrança vultosa etc.).
Apesar de ser considerada prática abusiva a não apresentação prévia do orçamento ao consumidor, essa norma ainda é bastante violada nas relações de consumo atuais.
No orçamento, deve constar, obrigatoriamente:
- Valor da mão de obra (preço do serviço);
- Valor dos materiais e equipamentos a serem empregados;
- Condições de pagamento (formas de pagamento);
- Datas de início e do término do serviço (quando não houver certeza em relação a data do encerramento do serviço, o fornecedor deve ao menos estimá-lo).
** Fundamento: princípio da informação e transparência.
O orçamento tem prazo de validade de 10 (dez) dias, contados da data de seu recebimento pelo consumidor, salvo estipulação em contrário (§ 1º do art. 40 do CDC).
O orçamento vincula o fornecedor (art. 48 do CDC).
Caso o orçamento seja aprovado pelo consumidor, suas condições tornam-se inalteráveis, salvo negociação entre as partes (§ 2º do art. 40, do CDC).
Eventuais gastos com terceiros somente poderão ser cobrados do consumidor se constarem do orçamento (§ 3º do art. 40, do CDC). 
Entende-se que o fornecedor pode cobrar pela elaboração do orçamento, bem como pela visita, desde que informe previamente o consumidor. Se não houver a informação prévia, o orçamento e a visita serão gratuitos.
� Conteúdo disponível no site: <http://www.abnt.org.br/informacao/duvidas-frequentes>.
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