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INICIAL ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA

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Prévia do material em texto

EXMO SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO
		LUIZA COUTINHO MARQUES, brasileira, viúva, aposentada, portadora da carteira deidentidade nº 02.125.598-9 Detran/RJ, inscrita no CPF sob o nº 436.526.547-49, residente e domiciliado à Rua Mateus Silva, nº 341, bloco 05, apt. 406, Inhaúma, Rio de Janeiro/RJ, CEP 20760-480, telefone (21) 2625-0860 / 8171-0101 / 7528-7290, vem, peranteV. Exa., por intermédio daDEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO, propor a presente
AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA
em desfavor daCAIXA ECONÔMICA FEDERAL, empresa pública federal, inscrita no CNPJ sob o nº 00.360.305/0001-04, localizada na Avenida Rio Branco,nº 174, Centro, Rio de Janeiro-RJ, CEP 20.040-919, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Inicialmente, faz jus a autora ao benefício da gratuidade de justiça, previstos no artigo 3º da Lei nº 1.060/50, por serem juridicamente necessitadas, não tendo condições de arcar com honorários advocatícios e custas processuais sem prejuízo da própria subsistência ou de sua família.
II – DAS PRERROGATIVAS DA DEFENSORIA PÚBLICA
		A DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO – órgão constitucionalmente previsto no art. 134 da Constituição Federal – tem como atribuição precípua a defesa jurídica dos necessitados na esfera federal.
		Com supedâneo no art. 44, incisos I e XI, da Lei Complementar nº 80/94, é prerrogativa do membro da DefensoriaPública da União “receber intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição, contando-se-lhe em dobro todos os prazos” e “representar a parte, em feito administrativo ou judicial, independentemente de mandato, ressalvados os casos para os quais alei exija poderes especiais”.
III - DOS FATOS
		A autora, Sra. Luiza Coutinho Marques, e seu esposo, Sr. Walter Marques, falecido em 11/03/1975, firmaram, por Carta-compromisso, em 30/03/1972, com a Cooperativa Habitacional dos Operários União do Estadoda Guanabara, proposta de aquisição de unidade habitacional do imóvel localizado na Rua Mateus Silva, nº 341, bloco 05, apt. 406, Inhaúma, Rio de Janeiro/RJ, pelo preço corresponderia ao custo final do projeto.
		Dessa forma, após a assinatura da Carta-compromisso (promessa de compra e venda), no mês 09/1974, a autora iniciou o pagamento da parcela 001 de 300, cujo valor era de Cr$ 426,47 (quatrocentos e vinte e seis cruzeiros e quarenta e sete centavos), pagos mensalmente ao Banco de Investimento Sul Brasileiro S. ª
		Entretanto, com o falecimento do Sr. Walter, um dos co-obrigados, com a cobertura do sinistro do evento morte, houve a quitação parcial da dívida, motivo pelo qual, no mês 04/1975 as prestações foram reduzidas para Cr$ 198,04 (cento e noventa e oito cruzeiros e quatro centavos).
		No mês 07/1988, a responsabilidade pela cobrança da dívida passou do Banco Sul Brasileiro para o Banco Meridional que, posteriormente, em 1998, passou a ser de competência da Caixa Econômica Federal (contrato nº 9.0222.9970.533-1), ocasião em que a autora decidiu realizar a liquidação antecipada da dívida, mantendo-se completamente adimplente com suas obrigações.
		Assim, após ter quitado toda a dívida, em 2004, a autora se dirigiu à Caixa Econômica com o fito deobter a liberação da hipoteca, tendo sido solicitado pela instituição que a requerente apresentasse a Escritura de Financiamento e Certidão de Inteiro Teor atualizada da Matrícula do imóvel junto ao RGI.
		Mas, para sua surpresa, ao retirar a certidão deônus reais, ficou constatado que o imóvel estava registrado em nome da Cooperativa Habitacional dos Operários União do Estado da Guanabara.
		Nesse passo, dirigiu-se à Caixa Econômica e solicitou cópia do contrato de compra e venda do imóvel, tendo obtidoa resposta de que não consta ter sido assinado o contrato definitivo com o espólio do Sr. Walter, após o Fechamento de Custos do Empreendimento. Tendo a ré informado, ainda, que a Cooperativa não existe mais e, segundo consta não existe outorga de poderes, por parte da Cooperativa, para que os Bancos sucessores do Banco de Investimento Sul Brasileiro S/A possam realizar a transferência de propriedade do imóvel.
		Indignada com o ocorrido, visto que já havia pago a integralidade do financiamento, ingressoucom uma ação de adjudicação compulsória na Justiça Estadual do Rio de Janeiro, a qual, em 2006, foi declinada a competência para a Justiça Federal, tendo sido atribuído o nº 2006.51.01.018839-3 ao processo que tramitou no 1º Juizado Especial Federal.
		Na ação fora solicitado que a CEF apresentasse o contrato de compra evenda, contudo, a ré informou não ter localizado o mesmo, motivo pelo qual, o magistrado determinou a conversão da obrigação em perdas e danos.
		Entretanto, no que concerne ao pedido principal de adjudicação compulsória, não fora apreciado pelo juízo.
		Dessa forma, protocolizou petição solicitando o desarquivamento dos autos e posterior análise da pretensão principal, cujo pedido foi indeferido pelo magistrado, conforme despacho abaixo:
“Defiro o desarquivamento do feito e a vista dos autos por cinco dias, em Secretaria pela parte autora.
Indefiro o requerido à fl. 54, uma vez que o pagamento formulado à fl. 50 atende plenamente à sentença proferida à fl. 39, em face da qual não se insurgiu a autora no momento oportuno.
Poderá a autora, entretanto, se for de seu interesse, ajuizar nova demanda na intenção de que seja expedido ofício de quitação do imóvel situado na Rua Mateus Silva, 341-bloco 5, apartamento 406, tendo em vista que o julgado se restringiu à entrega de cópia do contrato nº 9-0222-9970.533-1.
Após, proceda-se ao arquivamento com baixa.”
		Desta maneira, não restou outra alternativa a autora, senão recorrer ao Poder Judiciário para que seja expedido ofício de quitação à ré,a fim de que a autora efetue o registro no RGI competente.
IV – DO DIREITO
a) DA LEGITIMIDADE DA CEF PARA FIGURAR NO PÓLO PASSIVO DA PRESENTE DEMANDA
		O imóvel objeto desta ação foi financiado pelos autores, sob o Sistema de Financiamento Habitacional- SFH, regulado pela Lei nº 4.380, de 21/08/1964, alterada pela Lei nº 5.049, de 29/06/1966.
		De acordo com a legislação em comento, o Agente Gestor do SFH é a CaixaEconômica Federal, sendo esta a responsável pela cobertura do saldo devedor peloFundode Compensação de Variações Salariais.
		Neste sentido:
PROCESSO CIVIL - ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA DE IMÓVEL. - IMÓVEL ADQUIRIDO PELO SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO. - IMÓVEL POSTERIORMENTE TRANSFERIDO AOS AUTORES POR INSTRUMENTO PARTICULAR. - DENUNCIAÇÃODA LIDE À UNIÃO FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO RETIDO IMPROVIDO. - RECUSA DE TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE DO IMÓVEL, QUITAÇÃO DO CONTRATO E LIBERAÇÃO DA HIPOTECA PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA MUTUANTE – ATO JURÍDICO PERFEITO - BOA FÉ OBJETIVA. FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO. DIREITO SOCIAL À HABITAÇÃO. RECURSO IMPROVIDO. 1. O entendimento pacífico do Egrégio Superior Tribunal de Justiça reside no sentido de que havendo previsão contratual de cobertura do saldo devedor pelo denominado Fundo de Compensação de Variações Salariais - FCVS, faz-se necessária a presença da Caixa Econômica Federal - CEF no pólo passivo da demanda, uma vez que lhe cabe a administração do aludido fundo. 2. Nas ações em que se discute contrato regido pelas normas do SFH, a CEF será parte passiva legítima para a causa, tendo em vista que, na qualidade de sucessora do BNH, nos termos do § 1º, do artigo 1º, do Decreto-Lei nº 2.291/86, compete-lhe a administração do Sistema Financeiro da Habitação. 3. Os elementos dos autos demonstram que, embora a CEF, de fato, não se apresente como o agente financeiro mutuante, as regras que regem o aludido negócio jurídico são aquelas oriundas do SFH, assim como se depreende do contrato celebrado que a contribuição ao FCVS é parte efetiva da prestação a ser paga pelos mutuários, o que demonstra que o saldo devedor do contrato possui cobertura do referenciado fundo. 4. Tem-se, assim, que descabe a argüiçãode ilegitimidade passiva da Caixa Econômica Federal para figurar no feito, eis que, em primeiro lugar, trata-se de causa afeta ao SFH e, em segundo plano, consoante cláusula contratual, há previsão de cobertura do saldo devedor pelo Fundo de Compensação de Variações Salariais. 5. Ademais, não é caso de denunciação da lide à União, pois, o artigo 280, do Códigode Processo Civil, com a redação dada pela Lei nº 10.444/2002, assim dispõe: "No procedimento sumário não são admissíveis a ação declaratória incidental e a intervenção de terceiros,
salvo a assistência, o recurso de terceiro prejudicado e a intervenção fundada em contrato de seguro." Agravo retido que se conhece, masque se lhe negaprovimento, negando-se a denunciação da lide à União Federal e reconhecendo alegitimidade passiva ad causam da CEF. 6.Tendo a instituição financeira mutuante, em duas oportunidades, ou seja, quando da celebração contrato com os primeiros mutuários, bem como quando da venda do referido imóvel aos segundos compradores, admitido a transferência de dívida hipotecária, com ratificação e retificação do contrato de mútuo pelo SistemaFinanceiro da Habitação - SFH, consentindo, portanto, com a realização do negócio, muito embora o mutuário originário possuísse outro imóvel financiado pelo Sistema Financeiro da Habitação - SFH, no mesmo município, não pode agora, imputar a responsabilidade aos autores, que agiram de boa fé. 12. É que, não podem os autores agora serem sacrificados por erro ou equivoco cometido pela instituição financeira mutuante durante a execução do contrato, ainda mais que para tanto não concorreram, devendo ser ressaltado, ademais, que a CEF tem meios judiciais próprios para, querendo, reaver e satisfazer as diferenças apontadas relativas a cobertura pelo FUNDO DE COMPENSAÇÃO E VARIAÇÃO SALARIAL em relação a quem de direito. 13. A boa-fé objetiva constitui um princípiogeral de Direito, segundo o qual todos devem comportar-se de acordo com um padrão ético de confiança elealdade. Gera deveres secundários de conduta, que impõem às partes comportamentos necessários, ainda que não previstos expressamente nos contratos, quedevem ser obedecidos a fim de permitir a realização das justas expectativas surgidas em razão da celebração e da execução da avenca. 14. A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso XXXVI, dispõe que: a lei não prejudicará o direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e a coisa julgada.". 15. O artigo 6º, da Lei de Introdução ao Código Civil determina que: "A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada." E o § 1º reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou 16.A função social do contrato, apregoada no artigo 421, do Código Civil, significa a prevalência do interesse público sobre o privado. É preciso que cada negócio jurídico alcance os fins pactuados, impedindo-se que o contrato seja meio de destruição do bem comum, ao invés de construção deste bem pretendido. 17. O direito social à moradia somente se realiza quando observado o princípio da dignidade da pessoa humana. A habitação digna consiste naquela que possui acesso aos serviços públicos básicos como água, luz, esgoto, com segurança jurídica preservada pela existência de titulação da propriedade do bem imóvel, e segurança física, ou seja, que não esteja em área de risco. 18. Detal sorte que não há como negar o direito dos autores de terem reconhecido o direito pleiteado, na forma declinada na r. sentença recorrida, devendo a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF, fornecer aos demandantes o documento de quitação do contrato de mútuo e oque for necessário para o registro do imóvel em nome dos autores. 19. Recurso de apelação a que se nega provimento. (AC 200461080054815, JUIZA SUZANA CAMARGO, TRF3 - QUINTA TURMA, 31/01/2006)
b) DA ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA
		Quando o vendedor e o comprador de um imóvel celebram um contrato de promessa de compra e venda, para pagamento em prestações, ambas as partes, se comprometem, após a quitação integral do preço ajustado, a promover a lavratura da escritura definitiva. Entretanto, se qualquer das partes, por razões diversas, não concluir o negócio jurídico, a parte interessada pode ajuizar a ação de adjudicação compulsória cm o fito de, mediante sentença, obter a carta de adjudicação, que será registrada no RGI competente.
		A legislação processual prevê, quando da recusa do promitente vendedor em cumprir a obrigação, possa o Juiz tomar as providências necessárias para o adimplemento, nos termos do artigo 639 c/c 461 do CPC,in verbis:
"Art. 639. Se aquele que se comprometeu a concluir umcontrato nãocumprir a obrigação, a outra parte, sendo isso possível e não excluído pelo título, poderá obter uma sentença que produza o mesmo efeito do contrato a ser firmado."
"Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer,o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§1º A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
§2º A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa (Art.287).
§3º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou modificada, a qualquer tempo, em decisão fundamentada.
§4º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ouna sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§5º Para a efetivação da tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a busca e apreensão, remoção depessoas e coisas, desfazimento de obras, impedimento deatividade nociva, além de requisição de força policial."
		Vale destacar que, o Superior Tribunal de Justiça, através da Súmula 239, consolidou o entendimento de que a ação de adjudicação compulsória pode ser interposta, independentemente da promessa de compra e venda ter sido registrada no registro de imóveis,in verbis:
“O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis.” (Súmula 239, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 28/06/2000, DJ 30/08/2000 p. 118)
		In casu, a promessa de compra evenda, denominada de Carta-compromisso, foi levada a registro no Sexto Serviço Registral de Imóveis, que posteriormente foi cancelado em 14/06/2004, conforme se depreende pelo carimbo aposto no documento.
		Há de se ressaltar, que conforme certidão de ônus reais, consta registro de hipoteca em 25/05/1972, em favor do Banco de Investimento Nacional do Comércio S/A, cujos direitos creditórios foram caucionados em favor do Banco Nacional de Habitação.
		Logo, a cooperativa, após firmar compromisso de comprae venda com a autora, deu o bem em hipoteca.
		Nesse sentido, a jurisprudência vem entendendo ser ineficaz tal hipoteca:
CIVIL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. QUITAÇÃO DO PREÇO. AUSÊNCIA DO REGISTRO EM CARTÓRIO. POSTERIOR OFERECIMENTO DO BEM PELOS PROMITENTES VENDEDORES EM GARANTIA DE TRANSAÇÃO BANCÁRIA. INEFICÁCIA DA HIPOTECA. DIREITO DOS PROMITENTES COMPRADORES À ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. PRECEDENTES. 1. Competência da Justiça Federal para o deslinde da lide ante a resistência da CEF em cancelar a hipoteca.2. Ainda que desprovida do competente registro, tendo a promessa de compra e venda do imóvel sido celebrada e o preço quitado, não prevalece o gravame hipotecário anuído pelospromitentes vendedores em garantia de empréstimo bancário contraído posteriormente,a teor do que dispõem os arts. 77, 78 e 756 do CC/1916, vigente à época dos fatos. 3. A adjudicação compulsória tem natureza pessoal por ser o seu objeto o cumprimento de uma obrigação de fazer, não se condicionando, dessa forma, ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis, a teor do enunciado da Súmula 359/STJ. 4. Sentença mantida pelos seus próprios fundamentos. 5. Apelação improvida. (AC 200683000094343, Desembargador Federal Edílson Nobre, TRF5 - Quarta
Turma, 26/03/2009)
		Assim como, há de se levar em consideração aboa-féda autora ao contratar com a cooperativa, em 1972, visto que, muito embora ninguém possa declarar desconhecer as leis pátrias, deve-se levar em conta que há mais de trinta anos atrás não havia um conhecimento tão aprofundado das normas jurídicas vigentesem nosso país, até mesmo pelos poucos meios de comunicação existentes.
		Ademais, a recusa da ré em expedir ofício de quitação do imóvel, mesmo já tendo sido realizada a quitação integral do mesmo,fere o direito social à habitação, insculpido na Constituição Federal de 1988.
		Por todo o exposto, é que faz jus a autora à expedição de ofício de quitação do imóvel, mediante sentença, que será levado a registro no RGI competente.
V – DO PEDIDO
		Pelo exposto, requerer a V. Exa.:
a) a concessão dagratuidade de justiça, de acordo com os artigos 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal, e 4º da Lei nº 1.060/50;
b) a intimação pessoal e contagem em dobro de todos os prazos;
c) a citação/intimação das rés, por oficial de justiça, no endereço fornecido;
d) seja julgado procedente o pedido para adjudicar o referido imóvel em favor da autora;
e) condenação nas custas processuais e nos honorários advocatícios, a serem revertidos para a Defensoria Pública da União, calculados à razão de 20% do valor dacondenação;
		Protestam pela produção de todas as provas admitidas, em especial a pericial, documental suplementar, o depoimento pessoal da parte autora, dos servidores dos réus e a oitiva das testemunhas arroladas por todas as partes no momento processualoportuno.
		Dá-se à causa o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
Rio de Janeiro, 29 de março de 2010.
CLARISSA LIGIÉRO DE FIGUEIREDO
Defensora Pública Federal
KELLY COELHO GOMES
Estagiária DPU/RJ
OAB/RJ 172.473-E
Defensoria Pública da União
Defensoria Pública da União no rio de janeiro
PAJ Nº 2009/016-04423

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