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Caderno de Economia Brasileira II 1ªparte

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Caderno de Economia Brasileira II
Natália Cunha – F5-501
8654-5719/natalicn@msn.com
Aula 01 – 11/08/2010 – Áudio desnecessário. Continuação de BR I
Tema: As mudanças nas últimas décadas e seus impactos na economia Brasileira
- Antecedentes
- 1ª Guerra Mundial (1914/18);
- A crise de 29 (1929/33);
- 2ª Guerra Mundial (1939-40/45);
- O equilíbrio do pós 2ª guerra mundial
- Explicações para o equilíbrio;
- reestruturação e reforma do capitalismo;
- O avanço da globalização e internacionalização da economia;
- O rompimento com o equilíbrio do pós-guerra
- a questão da hegemonia dos EUA;
- A questão econômica: produtividade X lucros;
- A mudança nas últimas décadas ;
- As motivações;
- A terceira revolução industrial;
- A constituição dos blocos de países;
- A transformação das decisões da orbita pública para a privada;
- O pensamento neoliberal;
- Como essas mudanças afetaram a economia brasileira
Aula 02 – 16/08/2010
Tema: As mudanças nas últimas décadas e seus impactos na economia Brasileira
O mundo entrou num longo equilíbrio no pós-guerra, a chamada era do ouro esse equilíbrio estava relacionado a vários fatores, dentre eles: o desenvolvimento tecnológico utilizado no pós-guerra, que permitiu a utilização do sistema proposto por Ford da produção em massa; mas também esse equilíbrio tinha a ver com o consenso keynesiano, do chamado consenso político, do jogo de envolvendo estado, capital e trabalhador, onde todos tinham responsabilidades. Esse equilíbrio foi até 70. Depois disso alguns fatores foram acontecendo para o rompimento desse equilíbrio. O desfecho desse fato está na década de 70, tendo como referência a crise do petróleo, no entanto vários fatores aconteceram antes e somaram-se até combinar com o rompimento do equilíbrio.
-As mudanças nas últimas décadas
As mudanças nas últimas décadas são as de 70 pra cá, elas tem a ver com o rompimento do equilíbrio, da crise da década de 70 e também com os encaminhamentos para a solução dessa crise. Tal crise pode ser lida, com o esgotamento da base tecnológica que vinha da guerra. A base tecnológica até então garantia um nível de produtividade tal que viabilizada lucros e salários crescentes. Mas com a crise do petróleo, desencadeiam-se aumentos de preços na cadeia de produtiva (o petróleo aumentou 4 vezes de preço), o que acabou num processo inflacionário. Processo esse que se fortaleceu porque os países importadores de petróleo passaram a ter déficits crescentes na balança comercial e para cobri-los recursos são voltados para essa finalidade, novos recursos serão buscados no mercado internacional, as taxas de juros aumentam internacional o que contribui para aumentar os custos financeiros da transação. É mais um componente da inflação mundial. 
-As motivações
Para superar os impactos dessa crise, muitos países fazem o ajuste de sua estrutura produtiva: aumenta a demanda por insumos básicos, de capital e a demanda por esses produtos contribuindo também para a inflação mundial.
Como se supera a crise?
-A 3ª Revolução industrial
O encaminhamento passa pela substituição da base tecnológica, num primeiro momento: terceira revolução industrial. Esta tem origem nas invenções no campo da microeletrônica e da informática, que acontece na década de 70, liderada pelo Japão e depois por Estados Unidos e Alemanha. Esse desenvolvimento técnico e científico serão utilizados à industria química, produtora de novos materiais, novos compostos biotecnológicos, o que vai permitir um grande ganho de produtividade. Vai Ser justamente esse desenvolvimento, sendo utilizado em vários segmentos é que vão permitir fazer o ajuste da estrutura produtiva. Esse ajuste será a forma de se conviver com a realidade de petróleo/energia mais cara. 
-A constituição dos blocos
Logo depois da 2ª Guerra, já se começa a falar de blocos econômicos, porque os países socialistas formas 1 e em resposta formam o europeu. Em função da crise de 70, haverá uma retomada de formação de blocos econômicos. Por exemplo, avança-se até chegar ao que é hoje a União Européia, Estados unidos se empenhou para NAFTA, Japão se empenhou com o NIC(mais o Japão – Novos países industrializados); no cone Sul o MERCOSUL; a ALCA não vingou. Esses blocos eram importantes por que os países começaram a se preocupar em fazer parte de mercados e formar blocos que se propunham a ter regras de comercio específicas para países membros, como se fosse uma reserva de mercado com tratamento igual para os que estão dentro e com tratamento diferente para os que estão fora.
-A transferência das decisões da esfera pública para a privada
Depois da crise de 29, o planejamento foi muito presente no setor privado e estatal. Neste último, no caso do Brasil, o pensamento keynesiano ficou muito forte. O estado complementando as leis de mercado na busca por um equilíbrio mais duradouro. Então nesse contexto, as decisões estavam bastante concentradas na esfera pública. Primeiro o Estado fazia o diagnóstico dos problemas e depois partia pro planejamento e depois executaria. O que se vai observar é que aquelas empresas que se moveram a partir da década de 70, aquele movimento das empresas nacionais, para dar continuidade na ampliação de capital, elas passaram a ser um peso muito grande nas economias nacionais para os países para onde foram, pois elas decidem por si mesmas. Decidem quanto vão produzir; que combinação de fatores usaram, em que serão mais intensivas... E isso nos permite dizer que as grandes decisões se deslocarão da esfera pública e passarão para a esfera privada. As empresas ditam o rumo do crescimento. Inaugura-se uma nova época: de menor participação do estado na economia. De uma menor participação do estado na esfera produtiva. Mas ninguém está dizendo aqui que é ausência do estado. 
Agora o estado tem novos papeis... Ele diminui sua importância como produtor, mas ele continua sendo importante ele é um agente estruturante do processo. É um estado regulamentador do processo. Ele deixa de ser uma estatal de telefonia e passa a ser um agente regulador de empresas de telefonia. Agora o Estado não deve ser produtor, agora ele é a gente estruturante.
-O pensamento neoliberal
Não bastava a nova base tecnológica para a superação da crise, pois esta passava também pelo surgimento de uma nova base teórica de referencia, por um novo arcabouço teórico que dará sustento para a reestruturação produtiva, para esse ajuste das economias à essa nova realidade pela crise do petróleo/aumento dos custos de produção. A base é o neoliberalismo...
-O ajuste Macroeconômico ortodoxo
Este é inevitável. O estado precisa ser necessariamente superavitário. Ou seja, o resultado primário tem de ser positivo. Resultado primário (Receitas – Despesas). O estado não pode gastar mais do que arrecada, tem que gastar menos, para poder honrar seus compromissos. Para isso: aumenta a tributação, vende empresas públicas, melhora sua máquina de arrecadação, fiscalização. Corta despesa: gasto com pessoal, com saúde, com educação, corta!
-A flexibilização das relações entre capital e o trabalho
Acabar com os privilégios dos trabalhadores. Por exemplo: corta estabilidade no emprego; corta carteira assinada; corta estabilidade de salário; deixe que capital e trabalho se encontrem no mercado. É bom par ao país ter a flexibilização, pois isso barateará a remuneração da mão de obra, o que barateará o preço do produto; o que aumentará a competitividade; o que aumentará as exportações e aumentará a produção e todo mundo ficará feliz!
-Abertura Econômica
Não proteção do mercado interno. O mercado não deve proteger o mercado interno. Quanto mais aberta economia melhor. Porque quando se abre a economia entram produtos quem competiram com a produção nacional, isso fará com que haja uma busca por produtividade para ser competitivo. Quanto maior a competição do mercado melhor para o consumidor: pois ele terá acesso a mais produtos num preço melhor e em qualidade. Quemganha a competitividade é quem tiver o menor preço e a melhor qualidade. O consumidor sai beneficiado e ainda é bom para baixar a inflação.
-Privatizações
O estado não tem que ser produtor porque é incompetente. O produto que gera é obsoleto, é mais caro do que preciso e de qualidade menor. O estado se dá bem: aumenta sua receita e corta gasto porque não investe nessa empresa. O estado agora é regulador, vendendo suas empresas. 
-Política de juros 
O estado deve praticar uma política de juros alta, por isso atrairá capitais externos especulativos para a economia. Isso aumentará suas reservas e o estado ficará mais protegido. A taxa de juros também pode inibir a taxa de consumo interno, o que pode fazer com que o país exporte mais, o que é bom para sua BP. 
-Como essas mudanças afetaram a economia brasileira
Nas economias subdesenvolvidas se proliferarão os planos de corte neoliberal. Poderemos identificar essa influência no governo Sarney Bresser e uma influencia maior no plano Verão e nos próximos planos... Até os dias de hoje. 
Aula 03 – 18/08/2010
Tema: A política econômica pós-milagre
-Considerações iniciais
Sabemos que o Brasil cresceu de forma acelerada de 68-73. A parti daí o Brasil entrou num período de crise, motivado por fatores internos e externos ( crise do petróleo ao final de 73, ainda que para a conformação dessa crise, não foi só a crise do petróleo, em que consistiu na elevação brutal dos preços do petróleo, que fez com que os países importadores de petróleo tivessem déficits em sua BC e depois em sua BP. A nível mundial isso gerou iliquidez internacional, aumento das taxas de juros e a crise foi sendo formada). 
(Visão de Luciano Coutinho)
Com relação à leitura da política econômica pós-milagre sob a ótica de L. Coutinho, que ao ser impactado pela crise, o governante Geisel, adotou medidas, pela sua equipe econômica, implementou muitas medidas.
-A política econômica do período de 1974-76
Para enfrentar essa crise o regime militar começou adotando uma política expansionista. O Geisel olhou para crise e disse que passaria pela crise com crescimento econômico = “Fuga para Frente”. E pra isso foram traçados objetivos.
Expansionista de 74-76
-Seus objetivos
-O crescimento do PIB
-O controle da Inflação
-O equilíbrio do Balanço de Pagamentos
-As contradições dos objetivos
Propor esses objetivos era incoerente, ao mesmo tempo. Esses objetivos não eram exeqüíveis/alcançáveis ao mesmo tempo. 
Para manter o crescimento do PIB era preciso medidas para manter a demanda aquecida (crédito,financiamento), para manter a produção estimulada (manter os investimentos do estado em vários setores: os quais a iniciativa privada não se interessava). Mas tais medidas implicariam em aumentar a circulação monetária em aumentar a liquidez da economia, ou seja, criar situações favoráveis para a elevação de preços= inflação. O objetivo 1 era incompatível com o objetivo 2
Para manter a economia aquecida significava manter a produção: manter os níveis de importação do insumo caro (petróleo, 80% era importado): aumentar o valor das importações: desequilibrar a balança comercial e a BP. Eram incompatíveis os objetivos 1 e 3.
-As medidas adotadas e suas conseqüências
Por exemplo, tinha o problema de retomada do crescimento e a crise atrapalhou tudo. Para resolver o problema, com a implementação de vários grandes projetos “projetos megalomaníacos”. Esses projetos contemplavam Itaipú, Angra dos Reis. Esses projetos foram desenvolvidos por intermédio do Conselho de Desenvolvimento Industrial e do BNDE, mas também com muitos recursos do trabalhador. Isso por que usaram recursos do PIS/PASEP. Mas a retomada também foi planejada com medidas de suporte financeiro ao setor produtivo com recursos do BNDE. Vejam que essas medidas mantem a lógica da grande participação do Estado no desenvolvimento (lógica desenvolvimentista, no processo de acumulação e riqueza). Outro problema era a necessidade de inibir a saída de divisas e ao mesmo tempo estimular a entrada de divisas. Porque quando se tem déficits constantes e crescentes na BC você fica cada vez mais dependente de suas reservas para poder cobrir esses déficits. Se não houver reservas, você terá que pegar emprestado. Para atacar esse problema o governo criou o depósito compulsório sobre as importações. Que resultará numa forma de captação de recursos. Se alguém quisesse fazer uma importação no valor de U$1.000.000, teria que ter U$2.000.000, 1 para pagar o fornecedor e outro para depositar no BC, que ficaria retido por 1 ano, depois o importador pegaria esse $ de volta. Com isso o governo aumentava suas reservas, por outro lado ele esperava um desestímulo às importações. 
Outro problema era o da energia: a grande dependência do país com a importação de petróleo. Existia uma matriz energética onde o petróleo tinha um peso muito grande como fonte de energia usada nacionalmente. Com isso as medidas foram: 1 pelo lado do Proálcool que significava o governo estimulando a produção de uma energia alternativa a parti da cana, como alternativa à gasolina. A outra medida adotada foi a dos chamados contratos de risco para a exploração de petróleo no Brasil: o governo pelas suas empresas estatais já havia mapeado o Brasil com áreas potenciais, a partir daí ele fez um Leilão, as empresas do ramo foram ao leilão e adquiriram o direito de correr o risco de encontrar petróleo e encontrando, teriam garantida a exploração do petróleo. 
Essas medidas desencadearam algumas conseqüências. Algumas favorecem uns setores e a outros nem tanto. A resultante disso é que essas medidas geraram tensões/divergências entre vários setores. Por exemplo: Os usineiros ficaram felicíssimos, pois enriqueceram muito rápidos e uns até desviavam o dinheiro para o setor financeiro. Enquanto os importadores queriam chutar o governo, o custo direto e indireto era alto.
Houve a retomada do crescimento industrial, a partir do 1º semestre de 76 já se podia ver os frutos das medidas.
Gerou como era de se esperar inflação. Mas também a inflação se acelerava pelo aumento da liquidez e também devido ao déficit público. Porque quando o governo tem déficit público emite títulos, aumenta taxa de juros: aumentam os custos financeiros, e aí mais um componente de inflação. O próprio compulsório se tornou um elemento inflacionário pois os importadores começaram a embutir no preço o custo financeiro do depósito financeiro, transferindo assim para o preço do produto e também ao déficit global do setor público que eleva as taxas de juros.
E aí o governo passa a ter dois problemas: 1 técnico (contradições dos 3 objetivos) e 1 financeiro(onde obter recursos para cobrir essa dívida crescente que o Brasil estava fazendo não só por pegar empréstimos para realizar os mega investimentos e também pela rolagem da dívida interna. Por força disso, o governo a partir de 76 abandona a política expansionista, daí o governo passa a fazer uma política contracionista.
-A política econômica do período de 1976-78
De 76-78 inverte a política e passa a frear a política econômica. A inflação estava sendo uma inflação pelo aumento da demanda. 
-Seus objetivos
-Conter gastos públicos
-Conter gastos privados
-Financiamento das contas públicas 
-As medidas adotadas e suas conseqüências
Aumentos das taxas de Juros medidas para conter os gastos públicos e controle dos gastos públicos. Essa política de taxas de juros inibiria o consumo, daí as empresas observariam e inibiriam a produção. As empresas demandarão menos financiamentos. Esse aumento teria que funcionar como um atrativo a capitais externos especulativos, que seria importante para recompor as reservas cambiais. Mas esses aspectos positivos se faziam esperar de esperados aspectos negativos. 
As conseqüências: queda do nível de atividade: queda no nível de emprego. Queda na demanda que por sua vez implicará numa recessão, queda na arrecadação. Mas o governo entendia que tinha que quebrar os ovos. Mas precisariade uma estrutura para isso, que seria construída por Simonsen. Ele queria diminuir o financiamento, crédito para empurrar o país para uma recessão e controlar a inflação de demanda. Houve um fortalecimento da área financeira em detrimento do planejamento. Simonsen assumiu em maio/76 e desembrulhou vários pacotes que iam de encontro a diminuir o consumo. Criou o CDB: um papel que o banco emitia, se comprometendo com remunerações futuras. Só que quando ele fazia isso só girava o dinheiro, mas com o compulsório ele enxugava a economia. Promoveu seguidamente o arrocho ao crédito (diminuindo os prazos dos pagamentos). O governo cortou o orçamento da administração direta (empresas tipo Rede Ferroviária federal, Departamento Estadual de Estradas e Rodagens), quando ele faz isso ele começa o processo de sucateamento das empresas estatais. Ele não tem recursos, não tem manutenção. Mais tarde surgem as privatizações. Mas a BC melhorou, devido a contenção das importações, mas também por um contexto de melhoria dos preços de nossas exportações (café), e também porque o preço do petróleo também se estabilizou . A inflação se estabilizou, alta, mas se estabilizou. Essa situação foi bem rápida e transitória porque logo apareceriam novos problemas derivados das políticas usadas anteriormente. 
Problema político: o ministro do Planejamento pediu demissão pedindo demissão e fazendo uma carta aberta à sociedade: dizendo que o governo havia mudado o rumo das atividades. Daí ele que agia em nome do empresariado, pedia demissão e acusava o governo e ele governo havia construído e que estavam sendo traídas.
Além disso, que só existiu porque o Brasil já estava num processo de detenção política, onde algumas coisas passaram a ser permitidas.
Pelo lado econômico, a elevação das taxas de juros: geraram efeitos bastante negativos: problema para os cofres públicos: gastos maiores com a dívida pública. Segundo que feriu gravemente as pequenas e médias empresas, que não tinham capital de giro e que necessitavam de empréstimos, daí elas passam a ter um custo maior. Com isso essas empresas tendem a se endividar, transferem parte de seus ganhos para o setor financeiro. Mas o setor agrícola foi fortemente atingido, porque já se praticava no Brasil a política de preços mínimos: antes da safra o governo define o preço mínimo. Significa que se ele achar que vender uma saca vai dar pra cobrir os custos pagar o que deve e ainda ter um ganho ele planta que o governo garante. Se na hora da colheita, o mercado não comprar ao preço mínimo, o governo vai lá e compra. Se o mercado estiver pagando mais e tem um ganho acima do que estava esperado a partir do preço mínimo. Quando o agricultor fez os cálculos com base no valor dos insumos e no valor de quanto custa o dinheiro. Pega o $ emprestado de acordo com sua necessidade. Ao longo do processo as taxas de juros foram aumentando e os custos financeiros também, em alguns casos os custo de produção foram maiores do que o preço mínimo estabelecido pelo governo. Muitos não pagaram a dívida ou tiveram que vender parte da propriedade ou venderam a propriedade para o banco. Além disso os exportadores passaram a pressionar o governo pra fazer desvalorização cambial, porque eles ficaram com preços menos competitivos no mercado. O governo seguiu aumentando os depósitos compulsórios. Já que tenho, os bancos aumentaram ainda mais suas taxas de juros. Por outro lado esse aumento passaram a corroer a rentabilidade do setor produtivo, pois o produtor que vendeu sua produção par receber daqui a 30 ou 60 dias com taxas embutidas de mercado, quando a taxa de mercado sobre quando ele desconta uma nota promissória dessa no banco, o banco desconta só que o banco cobra a taxa de juros, maior do que a taxa que o produtor embutiu. Com isso o produtor tem de tirar da sua margem de lucro. A dívida interna/externa vai aumentando, porque o governo continua pegando dinheiro no exterior e continua emitindo paga pagar a dívida interna.
Na medida que se tem a combinação de níveis de atividade baixa, com políticas que desestimulam a demanda e com taxas de juros altas, as empresas do setor produtivo migram seus recursos para o mercado financeiro. O Lucro operacional foi perdendo participação no lucro total. As empresas estatais foram bastante utilizadas como tomadoras de empréstimos no exterior, para mover os projetos (Eletrobrás, Siderbás) e são acusadas de elefantes brancos. O governo Geisel foi o governo que teve que administrar a crise, escolhe como sucessor e Figueiredo administra dois problemas , um econômico e outro da transição política.
Aula 04 – 23/08/2010
Tema: a política econômica do país pós-milagre
-A política econômica do governo Figueiredo
- Os governos militares
Enfatizamos na visão de Luciano Coutinho que podemos identificar dois momentos claros na política econômica pós- milagre durante o governo Geisel. 1º ele contabiliza entre 74-76 política expansionista, dar continuidade do milagre econômica. Na impossibilidade de dar continuidade a esse objetivo, a proposta passa ser uma política contracionista, o que implicava em aplicar em doses cavalares as medidas de combate a uma inflação de demanda. E Simonsen recebe os poderes para tal. Ele passou a desembrulhar uma série de pacotes econômicos no sentido de contenção econômica, o que empurrou o país para uma recessão, mas com pouca eficácia sobre o controle da inflação, porque algumas medidas resultarem exclusive no aumento de preço, devido ao aumento das taxas de juros, mesmo num ambiente recessivo em que se passou a viver. Então no final do mandato de Geisel, o país se encontrava com grandes problemas econômicos, mas no mesmo mandato, o regime militar tinha clareza de que estava no final e com isso prepararam um projeto de transferência lenta, gradual e segura. Essa transição teria muita influencia política posteriormente. Geisel, começou a distensão política, alargando os garrotes da distensão políticas e era imprescindível, que Geisel tivesse um sucessor em que ele pudesse confiar que continuasse seu projeto de transição. 
- Os PNDs
Assim ele jogou todo seu peso político para que a escolha recaísse numa pessoa de sua confiança, que foi Figueiredo, o qual foi eleito, e toma posse (79) e em 80 apresenta o III PND. O segundo serviu de referencia para o governo enfrentar a crise nos primeiros anos (lembrando que o ultimo ano é executado pelo governo que está entrando).
A proposta de Figueiredo estava explicitada no III PND. Há uma intenção de uma sociedade desenvolvida, livre equilibrada e estável. E em benefício de todos os brasileiros. 
- As propostas do Governo Figueiredo (III PND)
- Aceleração do Crescimento da renda e do emprego
O Brasil tinha experimentos o Milagre, mas já tem uma crise com vários anos de gestação então havia pleno sentido a proposta.
- Melhoria da distribuição de renda
Com redução dos níveis de pobreza absoluta e elevação do padrão de bem-estar da população com menor poder aquisitivo. A ocupação do nosso país foram implementadas medidas e mais medidas que contribuíram para que o país chegasse ao início do século XXI com uma distribuição de renda ruim. Esse problema está associado a outros, tipo: quem tem mais pode mais. A lei que deveria ser pra todos, tende a ser mais severa mais severa para quem tem menos. Dificulta a ter um mercado consumidor de massas.
- Redução das disparidades regionais
Vimos também em BRI que a colonização começa no nordeste com a cana de açúcar, depois com a mineração o eixo muda para nunca mais daí sair. O eixo fica concentrado no eixo sudeste, chamado de Sudeste Maravilha. Ou seja, reduzir as disparidades regionais significa diminuir a concentração econômica pró-sudeste, fortalecendo outras regiões.
- conter a inflação
Existia uma grande pressão inflacionária, motivada em boa medida pela elevação dos custos devido a elevação dos preços do petróleo e seus desdobramentos. Então essa preocupação ficava até como a condição imprescindível para a retomada do crescimento,dado o impacto destruidor da inflação. O sistema de metas de inflação, isso significa para os agentes econômicos que o país tem um compromisso com um nível de preços. Qual a meta de inflação que deve ser perseguida? Ter metas baixas é importante, pois Esso indica o grau de estabilidade econômica do país. No entanto a busca de níveis mais baixos é desejada até um determinado ponto. Até um ponto garante a combinação entre estabilidade dos preços e crescimento do PIB. Perseguir metas muito baixas, pode significar comprometimento de queda nas taxas de crescimento, comprometer a empregabilidade e uma série de outros fatores positivos na economia.
- Equilíbrio do Balanço de Pagamentos e conter a dívida externa
Equilíbrio no balanço de pagamentos, porque o problema a partir de 74 era com a balança comercial, o que desequilibrava a BP. O controle do endividamento externo crescia muito porque o governo recorria freqüentemente ao mercado externo para fechar sua BP. Quanto maior o grau de abertura do país, maior tende ser a atenção com a BP. 
- Desenvolver o setor energético
Desenvolver o setor energético no setor de criar alternativas ao petróleo, ou seja, diminuir a dependência externa no país com relação a energia.
- Aperfeiçoar as instituições políticas
Naquele contexto era o retorno a democracia. Isso significada fazer encaminhamentos no sentido do pluripartidarismo. O aperfeiçoamento é no sentido de preparar o país para o retorno a democracia.
- A saída do Ministro H. Simonsen e o II Delfinato 
Aquelas medidas contracionistas geraram muitas críticas por partes oposicionistas, nas frações diferentes frações do capital (usineiros, capitalistas importadores), as medidas não estavam sendo eficazes com relação a inflação. Figueiredo resolve aumentar o poder de Simonsen e este adotaria mais do mesmo. Adotaria doses maiores para a busca do controle a inflação e a reação contra o Simonsen veio na mesma intensidade, a situação fica caótica e Simonsen pede demissão e quem reassume é Delfim Neto.
Em eu discurso de posse ele dizia que estava ali para cumprir uma missão, que contemplava um controle rígido da inflação, porém com uma preocupação com a retomada do crescimento econômico (ele estava muito entusiasmado ou irresponsável mesmo), pois isso era praticamente impossível. Tanto que depois de 1 mês ele suaviza o discurso e diz que pelo menos no curto prazo diz ser difícil conter a inflação e que num primeiro momento ele precisaria restaurar as finanças do país e que pra isso ele seguiria o caminho de uma inflação corretiva, ou seja, corrigir o problema das finanças públicas. E anunciou que as empresas estavam com suas margens desasadas = aumentar preços= inflação corretiva. O que levou a fazer um grande arrocho salarial, principalmente sobre o servidor público. Os aumentos eram apenas de 70% do valor da inflação, o que significa que ele impunha uma perda de 30% do poder aquisitivo, o que é irrecuperável.
O II Delfinato também foi marcado pelo aumento da concentração de renda, resquício da sua concepção de administração e foi marcado por escândalos financeiros, pois já se vivia uma abertura econômica, as pessoas falam denunciavam mais. Nesse ambiente que o governo de Figueiredo entrega o governo a um civil
(A visão de A. B. de Castro) 
- O quadro econômico do início da década de 70
A partir de 74 a situação que se apresentava era uma situação de grande déficit na balança comercial. A balança comercial é resultante de X-M. Com a crise do petróleo o valor das importações cresceu muito e com isso a balança comercial passou a registrar déficits. E aí diante disso duas situações se apresentavam para o governo. Uma era a opção de financiamento e a de ajustamento.
- Ajustamento X financiamento: seus significados
Financiamento: Para cobrir um déficit na balança comercial ou se usa as reservas (se houver) ou pega dinheiro emprestado para cobrir. Ao pegar empréstimo, significava impor a sociedade um sacrifício menor. Mas também é necessária uma disponibilidade de recursos para se tomar emprestado. Essa opção traz consigo o pressuposto de que a crise é passageira, é conjuntural.
Ajuste: Adotar um conjunto de medidas que permita ajustar a estrutura produtiva do país a uma nova realidade: de petróleo/energia mais cara e sues desdobramentos. Muda-se a função de produção, de modo que se tenha maior produtividade, com aquela energia mais cara. Faz-se com políticas fiscais e monetárias, mas para isso é preciso que se desacelere a economia. A economia não pode estar em plena expansão. O que implica num desgaste muito grande para a sociedade (diminuição da renda, do emprego, do poder aquisitivo). 
- A escolha do governo diante da crise
A versão mais comumente aceita, porque de fato quando começa a crise o governo não se predispôs a desaquecer a economia, o que aconteceu foi o contrário “Fuga para frente” e, além disso, o governo contrai empréstimos externos para cobrir os déficits. E esses empréstimos foram entendidos como uma continuidade de uma política de captação de poupança externa para começar o crescimento econômico como se tinha feito na época do milagre econômico.
- As propostas de ajuste, contidas no II PND
Porém, AB Castro discorda dessa interpretação e é enfático em afirmar que a política de Geisel contida no II PND tinha o intuito manifesta de fazer o ajuste da economia brasileira, apesar do governo ter contraído muitos empréstimos e ter se endividado. Segundo AB castro o governo tinha o objetivo de ajusto como condição sine qua no para que o Brasil chegasse ao estágio de uma potência superior de desenvolvimento.
Argumentos: 
“A consolidação de uma economia moderna mediante a implementação de novos setores e a criação e a adaptação de tecnologias ... com ajustamento às novas realidades da economia mundial”.
“... A principal preocupação é adaptar a estrutura produtiva mudando a ênfase entre os setores econômicos”.
“...Fazendo uma correção de rota em virtude dos novos condicionamentos do processo de desenvolvimento”.
“A mudança de rota não contempla abandonar o objetivo de uma moderna economia industrial”.
- O caráter ousado da proposta de ajuste
Essa proposta contida no II PND era extremamente ousada
-O significado de mudança de rota
Isso seria deixar de privilegiar o setor de bens de consumo duráveis para estimular outros setores. Ocorre que o setor de bens de consumo duráveis vinha sendo o carro chefe da economia desde 1950, então o autor considera que era uma medida extremamente ousada de se fazer essa mudança de rota num momento de crise.
-A necessidade de investir para mudar a rota 
Essa mudança exigiria necessariamente um esforço de investimento muito grande, que teria de ser combinado com um quadro recessivo mundial, e com uma reversão cíclica da economia brasileira.
-O caráter energético intensivo
Essas atividades são energético-intensivas, ou seja, a indústria petroquímica, metalúrgica (que usam intensivamente energia). Só que o custo da energia era alto. Os setores dariam retorno mais a frente, elevando o Brasil a condição de uma economia desenvolvida. Mas naquele momento iria agravar os problemas de desequilíbrio na BC, na BP.
-O significado maior do II PND
Fazer uma mudança de rota, estimular novos setores (que o Brasil não tinha capacidade instalada o suficiente, bens de capital, insumos básicos). Uma das características dos países subdesenvolvidos é ter atrofia nesses setores. Então a proposta do II PND era superar a crise, mas era também para superar os próprios gargalos do subdesenvolvimento, de elevar o país a condição de país desenvolvido.
-A síntese do debate
A dicotomia não serve para o caso brasileiro. Optar pelo financiamento significaria maquiar o problema, e a opção do governo foi atacar o problema, através de uma autêntica transformação da economia brasileira e de suas relações com o exterior, não oitante assim somente pelo financiamento.
-A questão da racionalidade das decisões tomadas
Na leitura houvegrande racionalidade na lógica das políticas implementadas. O ajuste não foi feito de imediato. De nada adiantaria parar a economia em 74, porque isso traria um prejuízo muito grande. Porque o Brasil vinha de um crescimento acelerado, o que significa dizer o que o país tinha feitos muitos investimentos, o capital privado também tinha feito muitos investimentos e fazer o ajuste naquele momento significaria destruir muitos investimentos que já haviam sido feitos= muitas empresas à falência. Depois do ajuste, depois na retomada as dificuldades seriam muito maiores. A racionalidade foi no sentido de esperar o capital acabar seu ciclo de maturação. O ajuste mais tarde garantiria a absorção daqueles investimentos que já haviam feitos como também tempo suficiente para fazer as mudanças na estrutura produtiva. Para fazer essas mudanças o governo se esforçou por ter a iniciativa privada ao seu lado, mas a iniciativa não se interessou por tocar o processo. E aí o governo tomou a iniciativa de fazer o II PND via empresas estatais e em síntese, ele fez isso também porque ele queria as rédeas do processo, também porque assim ele não alijava o capital privado. Além disso, esses investimentos necessitavam de um alto volume de capital, o tempo de maturação era longo e as taxas de retorno eram baixas, com isso o Estado acabou tomando a iniciativa. Em função dessas medidas, os dois autores vêem que houve retomada do crescimento econômico, mas uma retomada que esteja acompanhada de inflação e com isso o governo reagiu para controlar a inflação o que reduziu o ritmo do crescimento industrial. AB diz: Mesmo assim muito do que estava previsto no II PND foi reservado, mas o ajuste foi feito só mais tarde, com um custo muito alto e entende que a opção do governo foi oportuna e racional.
-As críticas às políticas adotadas
O governo recebia críticas da esquerda (Coutinho), que com financiamento postergava o problema, que na verdade financiava o Projeto Brasil Potência que não admitia a hipótese do governo anterior ter nadado em popularidade e de tranqüilidade e ele agora ter que enfrentar o mar revolto. A direita também criticava. O que nos faz ressuscitar as idéias contidas do socialismo dos tolos, que começou a criticar que estava aumentando muito a presença do estado na economia e que aquilo era perigoso. 
-Os novos desequilíbrios em 1979
A economia brasileira passou por períodos de relativo equilíbrio em 77, pelo controle das importações, os preços do petróleo estáveis, pela melhoria dos preços dos produtos exportados. Mas isso foi breve. Em 79, nova crise do petróleo, tão ou mais grave que a primeira. E na visão de AB Castro este era o melhor momento para se fazer o ajuste. Porque não havia mais interesse por parte dos setores público/privado por fazer novos investimentos. Porque a velocidade da economia em 79 era menor. As condições eram favoráveis também porque a safa de investimentos em curso, já havia concluído seu curso e também porque o ajuste mais profundo provocaria uma recessão na economia, mas esse efeito seria minimizado porque o governo estava fazendo grandes projetos (Angra, Itaipu). Para AB Castro essa era a intenção de Simonsen, mas que não agüentou a pressão política e pediu demissão. Daí Delfim teve um mandato desastroso. 
-A questão dos diferentes tipos de substituição de importações
Ab fala que em 79 foi iniciada uma segunda fase do processo de substituição de importações.
No início da indústria: que foi a primeira fase do processo de industrialização. Sabemos que a substituição real/efetiva era menor do que a aparente. É uma fase que gera uma demanda derivada por novas importações. Por isso concluímos que a substituição das importações não gera necessariamente, redução nas importações. Por isso a primeira fase é parcial, pois não se substitui totalmente.
Já a segunda fase: sobre influencia das medidas de ajuste, não se tem o efeito de gerar novas importações. As substituições são totais.
-Existiria um terceiro tipo de substituição?
Não está no texto. É o nosso olhar pra frente. O plano real começou utilizando um sistema de ancora cambial, pela forma utilizada a moeda real ficou sobrevalorizada, valendo mais que o dólar. Com isso as importações ficaram baratas. Quando chega em 1999, há uma crise mundial, que repercute fortemente no Brasil. Com isso Brasil abandona esse sistema e o real foi desvalorizado, com isso as importações ficaram cara. Nos momentos em que o cambio nos era favorável o setor produtivo foi hábil e importou muito bem de capital, aparelhando o parque industrial brasileiro. Quando vem a crise, já estamos bem aparelhados para produzir e atender o mercado interno. A partir de 94 o mercado interno foi invadido por novos produtos, quando vem 1999, passa a produzir esses produtos que eram importados em 1994.
Aula 05 – 25/08/2010
Tema: A transição Política lenta, gradual e segura
-Antecedentes
Em 31/03 ou 01/04 de 1964 sob a argumentação de que precisavam afastar o país do risco do comunismo, os militares deram o golpe e se apossaram do poder. O primeiro presidente foi o Castelo Branco que tinha a idéia de devolver o país brevemente após a ditadura a um regime democrático. Mas os militares permaneceram no poder por 21 anos. Os militares tinham representante das 3 forças mas todos os presidentes foram do exército. 
Com o golpe militar foi encaminhada a solução para o impasse político. O Brasil durante o governo do Jango viveu dois impasses: um econômico e um político. O encaminhamento das soluções para a crise econômica não se realizavam por que havia um impasse político. Não queriam que Jango tomasse posse. Depois impuseram o parlamentarismo, Jango aceitou para tomar posse e trabalhou desde sua posse até o ano de 63 quando derrubou o parlamentarismo, então havia uma crise política que impedia os encaminhamentos das soluções para a crise econômica. Os militares apresentam ao seu modo, uma solução para o impasse político. 
Com a solução do impasse foi feito o encaminhamento técnico das medidas que superariam a crise: reformas institucionais e com uma condução da política econômica na forma que eles conceberam. Mas o primeiro que fizeram foi agir politicamente: fizeram perseguição feroz a todas as forças de oposição, de resistência ao regime militar que estavam impondo ao país. Perseguiam tanto os membros dos partidos políticos quanto os líderes sindicais. Num segundo momento partiram para a solução do problema econômico, para o qual usaram o PAEG: que tinha um conjunto de objetivos que passavam por: acelerar o ritmo do crescimento econômico, mas também por conter o processo inflacionário, diminuir os desequilíbrios regionais e setoriais, de aumentar os investimentos, empregos e de corrigir os desequilíbrios externos, desenhando assim duas linhas de políticas: conjunturais para combater a inflação e estruturais para superar os entraves ao crescimento econômico.
No PAEG o controle inflacionário foi implementado, após o diagnóstico de uma inflação de demanda, motivada pela tendência do déficit público, motivadas pelo aumento da propensão a consumir, responsabilizada pelos aumentos salariais dados no governo anterior do Jango, mas também responsabilizada a expansão do crédito e a expansão monetária. O controle da inflação era tido como uma condição necessária e imprescindível para a retomada do crescimento, sem esse controle não teria como voltar a crescer. Partiram para o controle da inflação de demanda. Para conter essa demanda eles promoveram uma série contenção dos gastos públicos, uma forte contração do crédito e da expansão monetária e também mudaram a política salarial. Medidas que batiam perfeitamente com o diagnóstico de inflação de demanda.
Depois de conseguirem implementar essas medidas procuraram combinar o controle da inflação com as reformas institucionais, presentes no PAEG. Essas reformas foram 3: Tributária, Comércio Exterior e Monetária-Financeira, todas importes, em que estavam previstas pelo governo anterior. O que difere foi só a formade fazer. A monetária-financeira: tinha por objetivo criar uma política monetária independente, outro era de criar as condições para drenar para as atividades econômicas os recursos necessários para fomentar o crescimento econômico. E aí foram tomadas várias medidas. O governo criou a correção monetária, o BC, o Sistema Financeiro, o Conselho Monetário Nacional, o Sistema Nacional de Habitação e fez uma importante reforma no mercado de capitais, para a captação de recursos para viabilizar as atividades econômicas. A reforma tributária tinha por objetivo acabar com a desordem tributária e também por melhorar a arrecadação. A reforma do sistema financeiro tinha por objetivo estimular o desenvolvimento econômico sem que isso significasse pressões sobre o balanço de pagamentos. Essa reforma do comercio exterior contemplou tanto a diminuição dos impostos, alterar tarifas. Mas com isso eles queriam também pavimentar o caminho para viabilizar o crescimento econômico e pavimentar o caminho para a entrada de capitais externos. 
-A política econômica do Regime militar: do êxito ao fracasso 
Boa parte dessas medidas foram feitas durante o primeiro governo de Castelo Branco, mas também no início do segundo governo do Costa e Silva (77-79), que pôde assistir aos primeiros resultados dessas reformas, ou seja do milagre econômico brasileiro. 
Bom lembrar que os milagres econômicos eram usados como fenômenos políticos, para fazer a propaganda.
Começou no Governo Costa e Silva o milagre econômico. Mas este período mais se identifica no governo Médici. Foi o momento de a maior repressão da oposição. Os AIs... Mas nunca o Brasil cresceu tanto, nem antes nem depois desse momento, mas também houve um aumento significativo da concentração de renda. Muitos foram excluídos da distribuição dos frutos da época de milagre que ficou caracterizado como concentrador e excludente. 
No governo de Médici foi lançado o I PND (70-72), os anos do governo Médici foram os anos mais felizes para os ditadores, pois o Brasil cresceu muito e com isso eles conseguiam atribuir esse crescimento à eficácia administrativa do governo militar, o que talvez tenha influenciado Geisel, que já encontrou o país vivendo os efeitos da crise pós-milagre, causado pelo aumento dos preços do petróleo, que marcava o início do fim do Milagre econômico Brasileiro. 
Talvez o fato de olhar para o governo anterior talvez isso tenha influenciado ao Geisel a enfrentar a crise com crescimento econômico, mas também com o interesse de promover a concentração de renda e até a abertura política. Ou seja, quando Geisel assume, ele não só assume um quadro de crise para administrar como encontra uma situação política adversa, por que se tinha um acúmulo de forte repressão política, que dava aos militares certo desgaste político além dos achatamentos salariais, pois o aumento do lucro se deu em boa medida, via o aumento do arrocho salarial e uma altíssima concentração de renda.
Por força disso serão cada vez mais freqüentes e mais fortes as manifestações sociais (passeatas, greves) que denotavam o descontentamento da sociedade com a situação em que viviam, agora agravadas pela crise econômica. Muitas dessas manifestações eram estimuladas pelo MDB, isso por que o governo já dava início a distensão política. A contrariedade da sociedade se manifestou fortemente nas eleições parlamentares de 74 para e os candidatos da ARENA foram fortemente derrotados pelos candidatos da oposição. Houve uma vitória glamorosa da oposição envolvendo um grande contingente vindo do MDB. Essa derrota, talvez tenha acelerado as ações do governo, talvez tenha contribuído para que o governo acordasse para construir um novo apoio político ao seu governo e ao seu plano econômico, contido no 2º PND(75). Essa derrota também pode ter influenciado em postergar a política de ajuste, porque a essa implica em parar o carro para trocar o pneu. Implica em mais sacrifícios para a sociedade, diminui a atividade econômica, diminui o emprego. Então já haviam dado os sinais de que a sociedade estava muito contra, o que fez com que ele postergasse o ajuste num prazo maior. Mas talvez por força disso, tenta tentado o projeto Brasil Potencia, que seria de enfrentar a crise com crescimento econômico, chamado por Luiz Fiori de ‘Fuga para Frente’. Para construir essa base política ele criou a SAREM – Secretaria de Articulação com Estados e Municípios.
-SAREM: Secretaria de Articulação com Estado e Municípios
Foi criada com o propósito de aproximar o Estado Nacional dos Estados e Municípios com o propósito de atender as suas necessidades financeiras e de cooperação técnica. Na verdade era uma secretaria incumbida de ver as necessidades de financiamento e cooperação técnica desses estados e municípios desde que houvesse o apoio político. Ele precisava desse apoio político, porque ele queria fazer a abertura política, mas com as rédeas nas mãos. Para isso ele criou um conjunto de leis. Uma delas foi a Lei 6379-76, criou também o Ato complementar 102-77, a Emenda Constitucional nº 08-77 (pacote de abril).
O peso da derrota do governo: Antes das eleições de 74 a MDB tinha na Câmara: 87 deputados, com as eleições passou para 175, aumentou em 90% a sua representação e no senado foi pior, tinha só 7 e foi pra 20, representando 180%. O pior aconteceu em outros estados da república como RJ, SP, RS, AC, PR, AM, onde eles perderam por maioria.
O ultimo governo foi o de Figueiredo (79) recebendo como herança do governo anterior, o compromisso de dar continuidade econômica e política.
Geisel foi o único presidente que conseguiu fazer o seu sucessor, e por isso teve que agir fortemente para tirar do caminho alguns candidatos ao cargo para colocar o nome de Figueiredo. Por isso se diz que ele recebeu a herança, Mas também recebeu o compromisso político de concluir o processo de abertura lenta, gradual e segura, assumido pelo ultimo governo. E o compromisso econômico era o de dar continuidade ao modelo econômico que vinha sendo implementado pelo governo militar.
O compromisso político ele explicitou em vários momentos mais os econômicos também ficou claro na escolha do Ministério: Fazenda: Simonsen e da Agricultura: Delfin Neto. O compromisso político fica claro em 03/79 quando houve uma greve iniciada em São Paulo, mais precisamente na região do ABC, puxada pelos metalúrgicos, onde já estava o Lula, como metalúrgico. A partir dessas greve, surgiram inúmeras outras, de várias categorias, com o apoio da igreja, de movimentos sociais e ele enfrentou, prendeu um monte de gente, mas não reprimiu como reprimia Médici. Deu continuidade a abertura política com a Lei 6683-79, conhecida como a Lei da Anistia.
“É concedida Anistia a todos quantos no período compreendido de 02/09/61 e 15/08/79 cometeram crimes políticos ou conexos a esses, ou crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos, aos servidores da administração direta e indireta, de fundações vinculadas ao poder público, aos servidores do poder legislativo e judiciário, aos militares e aos dirigente e representantes sindicais, punidos com fundamentos em atos institucionais e complementares”.
Os militares assumiram o poder “respeitando” atos institucionais ou atos complementares. O AI I eles mesmos legitimam o poder. A lei da Anistia era uma lei para os residentes no Brasil, mas também eram pros brasileiros que haviam fugido, ou exilados voluntários ou pressionados. E essa lei permitiu que voltasse ao Brasil importantes personalidades do mundo político como o Leonel de Moura Brizola, Luis Carlos Prestes, Miguel Arrais, Francisco Julião. Mas na minha forma de ver a tacada de mestre, foi quando eles aprovaram a Lei 6777- Lei do Pluripartidarismo. Ele acabou com o MDB e a ARENA, ele acabada com o bipartidarismo, fragmentando a oposição.
	ARENA
	MDB
	PDS (Maluf); PP 
	PMDB (Ulisses Guimarães); 
PTB (Ivete Vargas); PT 
-A construção dos caminhos para as “Diretas já”
-A construção
Na década de 80, já num processode abertura em curso, mas com sérias implicações dos anos de crise de 74. Os primeiros anos da década de 80, foram anos de crescimento negativo do PIB. Esses crescimentos negativos se fizeram acompanhar de aumento na inflação, que se fazia presente na perda de salário real do trabalhador, que também contribuía para o aumento da concentração de renda. Pois o processo inflacionário tem o imposto inflacionário. A inflação corrói o poder aquisitivo e corrói de quem tem menos, porque estes tem menos acesso aos mecanismos de defesa como o over-night. Essa queda na redução do PIB, acompanhado de um processo inflacionário, do achatamento do salário real, da concentração de renda, também se fazia acompanhar da pobreza e da miséria. Os efeitos combinados de estagnação econômica, inflação, arrocho salarial, concentração de renda, miséria, pobreza, desperta na sociedade: descontentamento. A sociedade começa a se organizar, não só para expressar esse descontentamento, mas também para superar aquela situação em que vivem. Começam a aparecer sinais claros de deterioração das condições de vida da sociedade. Começam as aumentar as taxas de mortalidade infantil, morbidade, de incidência de doenças características da pobreza (tuberculose, diarréia infantil). E esse quadro econômico afetava mais aqueles que tinham ganhado menos na época do milagre: trabalhadores/assalariados, camadas mais baixas da população, alguns liberais e todos aqueles destituídos do milagre econômico brasileiro. A sociedade começa a se organizar. O processo de abertura política viabilizava a criação desses organismos. 
Essa organização da sociedade caminhou numa única direção, independente do nível das discussões, mas convergiam no sentido de que para superar aquela situação era importante que o país voltasse a crescer, a experimentar taxas expressivas do crescimento do PIB, mas não um crescimento aos moldes dos crescimentos anteriores (Metas/ Milagre) porque foram crescimentos que não contemplaram distribuição de renda e inclusão social. Eles primavam crescimento econômico combinado com crescimento de empregos, salários e distribuição de renda.
Pela linha democrática: ter que eleger pessoas que estivessem comprometidas com essa proposta. Surge a compreensão de que era importante eleger pessoas nos diferentes níveis. Isso é o que vai levar a acompanha das diretas já. 
-A campanha
A campanha era pra eleger pelo voto direto e o presidente da república e seu vice, mas era muito mais que isso. Era pra eleger os representantes do povo em todos os níveis como a condição sine qua non para reverter as condições em que viviam. É eleger pessoas comprometidas com a proposta de superação da crise, dos drásticos efeitos após vários anos de ditadura que implementou um plano econômico concentrador e excludente.
O candidato do Mato Grosso, Dante de Oliveira, participou das eleições de 82 (dep. Fed.) lá ele percebeu que quando se falava de eleições diretas isso sensibilizava a platéia. Ele venceu as eleições e fez uma pesquisa pra saber se tinha algum projeto de lei propondo eleições diretas, não tinha. Aí ele que já tinha um projeto elaborado, colheu as assinaturas necessárias e apresentou seu projeto. Ganhou repercussão nacional. Surge assim o Movimento por eleições diretas já, que ganhou expressão nacional, movimento pluripartidário. O movimento propunha que as eleições de 85 fossem diretas. Esse movimento ganhou força com adesão de várias figuras representativas de vários movimentos sociais.
-A estratégia da abertura lenta gradual e segurara X Diretas já
Esse movimento acabou desembocando em grandes comícios pró-diretas já. Aconteceu em todas as capitais pelo Brasil a fora. Pelo que estava previsto na constituição. As eleições diretas não faziam parte da lógica, mas poderia ser modificado, daí a Emenda Dante de Oliveira à constituição, que teria de ter aprovação na câmara 2/3 e daí iria para o senado. O dia 25/04/84 entra em votação a emenda, o que avançou noite adentro. 113 deputados não vieram provar. A emenda sequer foi aprovada em primeira instancia. A emenda foi rejeitada e só sobrou o processo de eleições indiretas.
-A eleição de Tancredo Neves e a posse de Sarney: êxito da estratégia política dos militares
Nesse processo de abertura lenta e gradual, algumas coisas foram permitidas e outras não. As eleições diretas iam contra a abertura segura. Eles não tinham segurança de que as eleições diretas iam garantir a impunidade dos crimes que haviam cometido. Com isso não permitiram as eleições diretas. O processo de abertura lenta, gradual e segura seguiu seu curso, havendo eleições: indiretas. Apareceram candidatos: Maluf (os militares não queriam) e Tancredo (2 caras). Mas o Sarney que se tornou um dissidente do PDS foi escolhido pelo Tancredo como o seu vice. Então a chapa de oposição foi eleita com muita facilidade, no colégio eleitoral e o Tancredo ganhou o direito de ser o primeiro presidente civil após a ditadura. Mas ele morreu e Sarney assume. 
-Considerações sobre o fim da ditadura.
O Ciro Rezende argumenta que a perda do poder do regime militar está diretamente ligada ao fracasso do Projeto Brasil Potência, o que fez com que vários grupos sócias que antes funcionavam como sustentação do regime militar passam a ser contras o regime militar. Passam a ser contra o regime: trabalhadores, profissionais liberais e até parte da classe média, e até os industriais passam a reivindicar mudanças, porque passaram perder competitividade. Precisavam de mudanças para se inserir naquela nova economia que estava se formando.
Toneto Jr: também apresentam uma interpretação de que o fim do regime militar está associado ao esgotamento do modelo econômico por eles implementado. O II PND não conseguiu dar continuidade àquele poder econômico que legitimada o poder na mão dos militares. O ambiente ficou desfavorável para o regime autoritário, o que levou ao fim do regime militar.
No novo contexto que se forma, que contemplava a 3ª revolução tecnológica, uma nova base teórica de referência, o neoliberalismo, a ditadura deixa de ser importante, pro capital internacional. Já há uma base que dará a garantia, que antes foi dada na década de 60 pelos militares. A ditadura não fazia mais parte da lógica do capital internacional
Aula 06 – 30/08/2010
Tema: As causas da inflação brasileira
- Considerações conceituais
A inflação precisa ser entendida como um processo, de aumento contínuo e generalizado nos níveis de preço. 
- A inflação como um processo
Processo: continuidade, inflação não é um fato isolado. Aumentos contínuos: não é isolado e são preços e não um só. Em geral não é relativo a todos os produtos, mas sim de produtos com relação a outros produtos. A política de combate a inflação é um combate ao aumento do preço de muitos produtos e não apenas de um só.
- Os tipos de inflação e suas principais causas
- Inflação de demanda
- conceito
Quando a demanda excede/supera a oferta disponível. Quando eu tenho uma pressão de demanda que excede a oferta disponível. 
-possíveis causas
(1) Aumento da renda disponível: e isso provoca aumento da demanda/consumo que supera a oferta disponível. Exemplos: No plano cruzado e no plano real houve aumento real de salários o que aumentou o poder aquisitivo, aumentou a renda disponível para o consumo, o que gerou pressão sobre a oferta disponível. No plano verão houve um aumento nas taxas de juros, o que gerou o efeito riqueza, com as aplicações crescendo muito, com isso foi possibilitado um aumento no consumo, dado que as taxas de juros estavam remunerando mais, o que gerou uma pressão de demanda sobre a oferta disponível. Tanto no plano verão como no cruzado, houve redução da alíquota do IR, com isso as pessoas transferiram essa renda para o consumo, pois este estava reprimido.
(2) Expansão dos gastos públicos: o governo assim como as famílias, também consome. Quando ele expande os gastos públicos, por força do aumento da sua demanda, ele causa pressão por aumento da demanda, e quando esse aumentoexcede a oferta disponível, há inflação de demanda.
(3) Expansão do crédito e redução das taxas de juros: quando se aumenta o crédito (quando disponibiliza mais recursos ou quando facilita o pagamento com mais prestações), quando a taxa de juros cai, também estimula o consumo. Se essa demanda superar a oferta disponível, há inflação de demanda.
(4) Expectativas dos agentes econômicos: pode haver no mercado expectativas que levem as pessoas a anteciparem o consumo, quando isso acontece é um comportamento anormal, ou seja, potencializam a demanda. Se isso fizer com que a demanda supere a oferta disponível, terá inflação de demanda. Podemos também ter outro tipo de expectativa, que pode ir em sentido contrário. Se o trabalhador percebe que o país está entrando numa situação de recessão, que seus colegas estão sendo demitidos, que há corte de pessoal, se ele tem motivações para criar uma expectativa de que ele poderá ter dificuldades, como a perda do fluxo de caixa ou diminuição da receita isso pode acarretar numa pressão pelo não-consumo. 
- Inflação de demanda
Quando há aumentos dos custos de produção (dos itens que compõem a estrutura de custo do produto) e esses aumentos de custos são repassados para o preço final do produto.
- conceito
-possíveis causas
(1) Aumento das taxas de juros: quando há aumento aquelas empresas que não tem capital próprio/giro, elas vão ao mercado para pegar esse dinheiro, logo ela estará produzindo com um custo maior, porque o custo do dinheiro que ela pega emprestado é maior porque as taxas de juros são maiores. Se esses aumentos dos custo são repassados para o preço final, há inflação de custos.
Porém isso poderá acontecer mesmo no caso das empresas que tem capital, que não recorrer ao mercado para financiamento de sua produção. As empresas, imputam ao seu custo as taxas de juros que ela não paga, mas raciocina como se estivessem, devido ao conceito de custo de oportunidade. Pois se a empresa está usando seu dinheiro para financiar a produção num ambiente em que as taxas de juros estão aumento, ela deixa de ganhar um plus no mercado financeiro, daí elas transferem isso para o seu custo de produção. O aumento das taxas de juros tende a inibir o consumo, a prazo, pode ser um controle, um combate à inflação de demanda.
(2) Desvalorização cambial: encarece os produtos importados. Se esse aumento for repassado nos preços ao nível do consumidor, isso será caracterizado com inflação de custos.
(3) Aumento do custo de mão-de-obra; pode ser aumentos de salários e/ou aumento de encargos (FGTS, PIS, Escoteiro, Defesa Civil), que incidem sobre os salários, ou seja, há um aumento no custo da mão de obra. Se ele repassar esse aumento para o preço final caracteriza-se uma inflação de custos.
(4) aumento dos preços externos: na moeda nacional, devido aos preços externos na moeda internacional. Os preços externos podem provocar inflação de custos, quando, por exemplo, houve aumento no preço do petróleo e foi repassado para o preço final. 
(5) aumento de impostos:quando se tem aumentos de impostos que incidem sobre a produção, eu tenho um aumento de um item da produção chamado de impostos que incidem sobre a produção (IPI, ICMS) . Se esses aumentos forem repassados para o preço final, caracteriza-se inflação de custo. 
Nem todo aumento de custo é repassado para o preço final. Porque repassando esse aumento para o preço final, ela poderá perder sua competitividade. Com isso a empresa pode fazer justamente o contrário: vou treinar melhor os empregados, vou diminuir minha parcela de lucro, mas pra isso a empresa deve obter ganhos de produtividade que compensem esses aumentos de custo.
- Inflação Inercial
- conceito
O aumento generalizado e contínuo de preços corre independentemente de pressão de demanda ou de custos. Ela está associada aos mecanismos de indexação existentes na economia. 
-possíveis causas
(1) Mecanismos de indexação: Os preços estão indexados quando eu tenho aumentos de preços por que antes houve aumento de preços ontem.Essa indexação pode ser legal ou prática, pelo hábito. 
(2) Memória inflacionária, a inflação que existe é repassada. A inflação passada gera novos aumentos de preços. 
Á indexação é a vilã: gera sempre inflação, mas se você tem uma situação em que os agentes econômicos definem seus preços pra manhã com base na memória inflacionária e cria uma expectativa, aí sim.
Mas pode ser pior: se você tiver numa economia bem indexada, mas os níveis de inflação são muito altos, o índice usado é de confiança e os períodos de indexação não são muito curtos, uma indexação pode ser boa, como um freio, para não deixar a inflação disparar. Porque na melhor das hipóteses a inflação poderá ser igual a passada. Mas se você está numa escalada inflacionária, se o índice não for de muita confiança e os períodos de indexação são curtos, certamente pode encadear uma espiral inflacionária. Se tiver um componente de inflação de custo ou demanda... “A vaca foi pro brejo”.
- As origens dos índices de inflação.
Resumindo: ela pode ser ruim de te obrigar a conviver com um nível de inflação, mas também pode evitar que inflação vá para patamares superiores.
É importante identificar bem não só o tipo de inflação porque a partir desse diagnóstico que se estará mais bem preparado para combater a inflação. Se não se faz bem o diagnóstico e se não se faz o diagnóstico das causas possível, a possibilidade de desenhar uma política de combate eficaz no combate a inflação tende a zero. É importante fazer o diagnostico do tipo e das causas prevalecente para que se possa atuar com precisão sobre o que está provocando inflação.
Pode ser que você decida combater a inflação de custos com aumento das taxas de juros, pode? Sim pode. Mas é possível sim, porque se inibe o consumo, o que pode enbarreirar os repasses nos custos, fazendo com que ele (empresário) pode diminuir sua parcela de lucro...
Aula 07 - 19/04/2010
Tema: As causas da inflação brasileira
- As origens dos índices de inflação
A origem está no momento em que alguém passa a se preocupar com os efeitos deletérios, com os aumentos contínuos e generalizados que esses preços poderiam causar na vida das pessoas, aí surgiu a idéia de medir essas perdas. Há quem atribua a criação do índice a Mário de Andrade. Ele teria sido o idealizador do primeiro índice implantado em São Paulo, 1939. Ele era diretor do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, fundado e dirigido por ele, 1978, e nesse período por estar preocupado com as perdas que os trabalhadores acumulavam com o aumento de preços, ele estimulou uma cria criação de uma medida e assim surgiu o primeiro índice de São Paulo, que hoje passou para a FIPE-SP.
- Como os índices de inflação são calculados
É importante saber como se calcula índice para que se saiba de onde ele vem, por é feito e como se pode interpretá-lo.
É possível que se tenha dois tipos de índice.
Índice de varejo: que chamamos de índice do custo de vida. É o que mede o impacto da inflação na sua renda.
Índice de atacado: índice dos preços de atacado.
Calculando o índice:
Pra onde (área geográfica) e pra quem (subconjunto da população)?
POF- Pesquisa de Orçamento Familiar – Começa no escritório (desenho do questionário, rota), depois ir a campo fazer a pesquisa do orçamento familiar, de onde serão retiradas as informações para o cálculo do índice. Descobrindo a estrutura de consumo: como essas pessoas gastam o total da sua renda. Além disso, a POF é importante, pois explicita os locais de compra da população pesquisada.
Planilhas do Excel, registrado com os hábitos de consumo das pessoas e com pesos (cte) desses produtos e serviços sobre o total da renda. Quando se somar todos os impactos de variação de preços, se tem o impacto total, que nada mais é do que a inflação da primeira semana. Será calculado a variação da 1ª, 2ª, 3ª e 4ª. Quando acumular todas as variações de preço terá a variação do mês, o que seria uma acumulação sobre a outra e não asoma: 1ªx 2ªx3ªx 4ª. 
Um índice de inflação pode ser considerado um indicador macroeconômico? Sim. Índices altos: economia desequilibrada. Índices baixos, estáveis: economia estabilizada. Dada a situação. Quando a economia vive uma inflação baixa, o aperfeiçoamento dos índices passa a ser importante. Passa a ser importante ter índices que reflitam bem a situação macroeconômica vivida pela sociedade, por que se houverem fatores perturbadores, terei um indicador que não refletirá bem as condições macroeconômicas. Quanto melhor for esse índice, melhor ele indicará, senão ele deixa de ter sua função de bom indicador das condições macroeconômicas.
- A influência das flutuações sazonais
Variações de preços relacionados a alguns preços: muita/pouca chuva; muito/pouco sol; épocas do ano: aula das crianças/ verão. Então os preços mudam pela sazonalidade. Ocorre que essas variações tem alguma coisa a ver com as condições concretas da economia, com os pilares da economia? Não. Mas você usa esse índice sobre influência da sazonalidade para avaliar a condições macroeconômicas... O que pode levar uma análise errônea das condições macroeconômicas.
Mas devemos ou não dessazonalizar o índice? Se sim: isso pode ser entendido como uma manipulação, pois houve um aumento de preço e se houve afetou a renda, então não posso tirar assim do nada. Depende do caso: daí você seria oportunista, causista. O debate está aí.
Exemplo de problema de não sazonalização do índice: correção do índice de salário em janeiro com base na inflação acumulada nos últimos 12 meses. Supondo que essa inflação era baixinha de 0,06 e em dezembro houve uma queda nos preços (chuva demais, chuva de menos), e por conta dessa sazonalidade os preços caíram muito, e isso transformou aquele 0,06 acumulado no ano em 0 acumulado no ano, neutralizando a inflação acumulada. A correção salarial que se dará ao salário será 0, porque não houve inflação. O mesmo acontece com os alugueis, só que invertido. Será correção feita será errônea, pela imperfeição causa da pela sazonalidade.
Existe como fazer a dessazonalização: eliminando essas variações de preços extemporâneos, fortes tanto pra cima quanto pra baixo, que imputam imperfeições no índice. Para acabar com a sazonalidade a Fundação Getúlio Vargas calcula o Núcleo da Inflação ou o coração da inflação.
- O núcleo de Inflação
Calcula desde 2000. Utilizando o IPC-DI (Índice de Preços ao Consumidor – Disponibilidade Interna), calcula o Núcleo, ou seja, tira o efeito da Sazonalidade. O índice depois de dessazonalidado para ser maior ou menor que o índice sazonalizado dependerá da predominância do tipo de sazonalidade. Se predominares as variações negativas, quando você tirar pode ser que ele cresça, o contrario também. O núcleo é uma massa de preços que varia com certa regularidade, ou seja, não ter certas variações por que elas são eliminadas. Ou seja, o núcleo elimina as grandes variações positivas ou negativas ocasionais. Ele elimina a parte volátil do índice, causada por muita/pouca chuva, safra/entre safra, mudança de estação. A inflação apurada pelo núcleo pode estar acima ou abaixo do índice de inflação tradicional. 
Não se deve dizer que seja um índice expurgado, no sentido de tirar coisas. Nada mais é que é que um indicador da variação de uma massa de preços regulares, de variações regulares na massa de preços. Na verdade o núcleo de inflação indica uma tendência de uma massa de preços que flutua com regularidade, portanto sem o efeito as sazonalidade. O Núcleo de inflação não é um índice, é um indicador, é uma informação estratégica. Se há ou não aumento generalizado e contínuo de preço. Essa informação erve para coisas tão importantes quanto: a orientação de política econômica. Se essa massa informa uma variação de preço contínua e generalizada de preços, tenho que fazer uma política econômica para combater esse aumento contínuo e generalizado de preços. Mesmo depois que eu tiro as flutuações ocasionais, se ainda sim eu tiver uma massa de preços que varia positivamente, aí eu tenho uma inflação no núcleo, que requer uma política de combate. È importante para orientar a política monetária: aumento/diminuo a taxa de juros, se aumento a liquidez/diminuo. Serve também para organizar expectativas sobre flutuações de preços. Se eu pego o índice bruto, aumentou nos ultimo 2 meses, daí eu posso fazer uma expectativa de que os preços continuarão aumentando, mas eu também posso olhar para o núcleo e perceber que não há nada no núcleo que indique isso, daí eu organizo uma nova expectativa.
Todos os países que usam o sistema de metas para inflação, preferem usar como indicador o núcleo e não a inflação, menos o Brasil. Aqui usamos o IPCA. Talvez porque seja uma herança do plano cruzado. O Sarney fez expurgo, na crise, no remendo. O expurgo é o IPC* tirou o efeito dos impostos, e disse que para o efeito do gatilho salarial seria o IPC*, daí se fala REM núcleo, falarão em IPC expurgado... E vai ficar a idéia de manipulação dos índices que prejudicarão o trabalhador, mas eu não tenho dúvida de que eles tomam as decisões olhando para o núcleo. Politicamente seja interessante, a inflação medida pelo IPCA ta subindo: vamos aumentar a taxa de juros, vamos atacar antes que percamos o controle. Esse indicador, depois de ter uma série, a partir de 2000. Fazendo um retro estudo foi constatado que se o governo tivesse olhado para o núcleo de inflação em 1999 ele teria percebido que poderia ter diminuído as taxas de juros com anterioridade. Por força da crise da Rússia, o Brasil sofreu muito em 1999, abandonando inclusive o sistema de âncora cambial. Foi a partir disse que passa a ser adotado o sistema de metas de inflação. Se ele tivesse olhado para o núcleo e não para o IPCA, ele veria que a inflação já estava perdendo força e que então poderia já começar a baixar a taxa de juros ante do que realmente baixou, com isso poderia ter economizado na dívida.
Outra constatação, é que o núcleo de inflação tende a convergir para o para a inflação, no sentido de que elas variam parar o mesmo sentido.
Outra associação é que se eles pegam o núcleo com uma defasagem de 12 meses, eles percebem que esse núcleo tende a refletir o M2, mas é menos utilizado como referência.
Como ele é calculado?
- FGV
FGV pega o ICV e calcula a média móvel de 12 pontos centrada. Os índices medem variações médias de preços, é uma medida resumo, essas médias são ponderadas, pelos pesos, influenciada pelos extremos, ali dentro variações positivas, negativas e nulas, com freqüência esses índices estão influenciados por sazonalidades. Então não peguem 1, 2, 3 pontos pra falar de tendência. Sabemos que uma queda rápida da inflação, provoca ganhos no poder aquisitivo, assim como o aumento da inflação pode corroer o poder aquisitivo. Foi o que aconteceu em 1994, pois FHC acabou rapidamente com a inflação, gerando aumento de poder aquisitivo na renda das pessoas, o que facilitou para que ele ganhasse a eleição de 1994. Portanto a inflação tem um impacto sobre a pobreza. Quando a inflação é muito alta e cai rapidamente, ela diminui a pobreza, porém esse efeito se exaure, sempre. Quando inflação já é muito baixa, não há como usar a queda da inflação para diminuir a pobreza, daí para aumentar a renda real, deve-se ter aumentos nominais nos salários. Mas se eu aumentar os salários, não terei inflação de custos? Só teremos inflação se o aumento for repassado para os preços, lembrar da produtividade.
Tomar cuidado com os hábitos de consumo, quando julgar. Como no Brasil, passa ter um grupo cada vez mais forte, já prevemos o índice de inflação para idosos, por estes tem um consumo concentrado (remédios contínuos, acompanhantes, plano de saúde). 
- ICV-DI
- OS índices
 “Tirando as 37 perguntas idiotas, foi melhor que BR I”
Resultado da Maratona Maxuel – 2010-2

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