Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade de Rio Verde – UniRV Hematologia e Hemoterapia Professora: Vânia Maria da Silva. Acadêmicos: Ana Caroliny Pereira. Elienai Honória. Fablo Sérgio. Lecirlei Medeiros. Leonardo. Marla Rizzia Thaysa Borges. Yasmim Ferreira INTRODUÇÃO O termo anemia se refere a uma condição clínica caracterizada pela diminuição da concentração de hemoglobina (Hb) por unidade de volume de sangue. Fisiologicamente ocorre a diminuição da capacidade transportadora de oxigênio que é a principal função da Hb. TIPOS DE ANEMIA Existem três tipos principais de anemia: Por perda de sangue: devido a diminuição da produção de glóbulos vermelhos que ocorre com aumento da destruição. Causados por algum trauma físico ou hemorragia gastrointestinal. Por diminuição ou defeito de produção: deficiência de ferro,deficiência de vitamina B12, talassemia e diversas neoplasias da medula espinhal. Destruição de glóbulos vermelhos: estão uma série de condições genéticas como a anemia falciforme, infecções como a malária e algumas doenças auto-imunes. Anemias por falta de produção - hipoproliferação Essa anemia por defeito de produção corresponde à maioria dos casos de anemia . A hipoproliferação reflete insuficiência medular absoluta ou relativa e podem resultar de defeitos na produção medular, distúrbios na multiplicação celular ou distúrbios da hemoglobinização. Nestas situações existe uma diminuição na produção de células vermelhas com contagem de reticulócitos normal ou diminuída. Defeitos na produção medular Na presença de insuficiência renal crônica, com a redução da síntese de eritropoetina, a medula óssea não é adequadamente estimulada a produzir eritrócitos gerando um quadro de anemia. A necessidade tecidual de O2 reduzida em consequência a doenças metabólicas, como o hipotiroidismo, também pode ocasionar, diminuição de ertitropoetina. Anemia na doença renal: causa predominante é a produção deficiente de eritropoietina pelos rins adoecidos. Se houver uma doença inflamatória renal subjacente, pode haver um componente da anemia por inflamação crônica. Acarretam deficiência de ferro: - Anorexia e ingestão alimentar precária; - Extração freqüente de amostras de sangue; - Perda de eritrócitos durante a hemodiálise. Deficiência de ácido fólico: - Hiperesplenismo - Hiperparatireoidismo secundário com fibrose medular também podem promover anemia. O comprometimento na diferenciação celular a partir das células progenitoras (stem-cell) gera prejuízo para a produção de todas as linhagens celulares, ocasionando o aparecimento de anemia, manifestações hemorrágicas e tendência a infecções. Este quadro pode ser em consequência a ações de substâncias variadas como: Tóxicos, drogas; Doenças imunológicas ou metabólicas; Irradiações, medicamentos ou neoplasias. Sobre a produção medular A alteração pode dever-se à infiltração ou substituição do tecido normal por células neoplásicas mielóides nas leucemias agudas ou crônicas, mieloma múltiplo ou metástases carcinomatosas. Tratamento As transfusões sanguíneas são indicadas de maneira cuidadosa, de acordo com os sintomas apresentados pelo paciente. É particularmente útil a reposição de eritropoetina e, muitas vezes, associa-se à reposição de ferro. Nos casos em que há insuficiência renal crônica a dose habitual de eritropoietina recombinante intravenosa é de 50 a 150 U/kg, administrados 3x por semana. Nos casos de câncer, se não houver resposta à primeira tentativa de tratamento, a dose de eritropoetina pode chegar a 300 U/kg 3x por semana. Distúrbios na multiplicação celular Os distúrbios de maturação podem ocorrer em duas condições: Associados à macrocitose e desenvolvimento medular anormal; Defeitos de maturação citoplasmática associados à microcitose por problemas na síntese de Hb. Macrocitose e desenvolvimento medular anormal A multiplicação celular é retardada, os níveis de eritropoietina aumentados, há hiperplasia medular eritróide com redução do número de reticulócitos no sangue periférico refletindo a eritropoese ineficaz. O resultado final é a macrocitose muitas vezes acompanhada por hipercromia, um desequilíbrio no crescimento das células e bloqueio da divisão celular, gerando a expressão “anemia megaloblástica”. Defeitos de maturação citoplasmática Resultam de deficiência de vitamina B12 ou folato, essenciais à síntese de DNA. O retardo na síntese desse ácido nucleico tem como consequências a não divisão celular, porém a maturação citoplasmática é mantida dando prosseguimento à síntese de RNA, proteínas e Hb. Anemias Megaloblásticas São causadas pela deficiência de cobalamina (vitamina B12) ou de ácido fólico; por fármacos que interferem na síntese de DNA ou na absorção ou metabolismo da cobalamina; bem como por distúrbios genéticos que interferem no metabolismo do DNA ou na absorção ou distribuição da cobalamina. Sintomas Os principais sinais e sintomas são muito parecidos com os que ocorrem em todas as anemias: Perda de apetite e de peso, Fraqueza e cansaço, Coração acelerado, Dores abdominais, Enjôos, diarréia, alterações da pele etc. Tratamento O tratamento da anemia megaloblástica depende da sua causa, mas envolve mudanças na dieta e injeções para reduzir a falta de nutrientes, vitamina B12 e ácido fólico. A deficiência de folato deve ser tratada com reposição de 5 mg de ácido fólico ao dia. deficiência de vitamina B12 deve ser por via intramuscular, com doses de 1.000 mg em dias alternados até a normalização da Hb. • Alimentos ricos em vitamina B12: leite, carnes, peixes e ovos. • Alimentos ricos em ácido fólico: feijão, vegetais verdes, fígado, leveduras, etc. Distúrbios da maturação ou hemoglobinização A Hb representa 95% do peso da hemácia e começa a ser sintetizada quando o eritrócito está na fase de proeritroblasto. Para que essa síntese ocorra sem nenhum comprometimento. O ferro é essencial e, na sua ausência, o resultado é anemia com redução do suprimento de O2 aos tecidos. O principal papel do ferro é transportar o O2 como parte da Hb. Desta forma, anemia será hipocrômica e microcítica ou ferropriva. A absorção normal de ferro acontece na parte superior do intestino delgado e a ausência desse segmento por cirurgias gástricas ou no trato digestório levará a diminuição da absorção e, consequentemente, à anemia. Na deficiência de ferro é primordial a pesquisa de sangramento em trato digestório e em outros locais como útero (metrorragias e hirpermenorreias). O uso prolongado de anti-inflamatório ou ácido acetilsalicílico pode ser causa de sangramentos, mesmo sem a documentação de lesão estrutural. Talassemias São doenças hereditárias caracterizadas por deficiência seletiva da síntese de uma ou mais cadeias de globinas, acarretando desequilíbrio e consequentemente, a redução na Hb e acúmulo da cadeia cuja síntese é preservada levando à formação de agregados que se depositam nos eritrócitos, lesando a membrana celular com destruição precoce e hemólise. Assim, a redução na síntese das cadeias a ou b são chamadas genericamente de a ou b-talassemia. A a-talassemia é caracterizada pela ausência de um ou mais genes que controlam a síntese da cadeia a- globínica, resultando em formas diferentes da doença. O traço de talassemiaa-2, com deleção de um gene corresponde aos portadores silenciosos ou assintomáticos o traço da talassemia a-1, com deleção de dois genes, assemelha-se à b-talassemia. Causas É causada por mutações no DNA das células que produzem a hemoglobina . As mutações associadas com talassemia são passadas do pai ou mãe para os filhos. As mutações interrompem a produção normal de Hg, causando baixos níveis de Hga e uma alta taxa de destruição das células vermelhas do sangue, o que resulta em anemia. Tratamento O tratamento depende da gravidade. Para as talassemias do tipo minor que é a mais comum, o tratamento não é necessário. Talassemia intermédia pode ser tratada com transfusões de sangue e suplementos de ácido fólico. Talassemia grave pode ser tratada com: • As transfusões de sangue • Suplemento de ácido fólico • Medicamentos que são usados juntamente com a quimioterapia e ajudam o organismo a produzir a hemoglobina normal. Defeitos de produção associados à aplasia ou substituição da medula Anemia aplásica: Uma anemia aplásica severa (AAS) é definida por: - Uma medula com menos de 25% de celularidade normal ou menos de 50% de celularidade normal na qual menos de 30% das células sejam hematopoiéticas; - 2 a 3 valores sanguíneos periféricos anormais (contagem absoluta de reticulócitos < 40.000/mcL; contagem absoluta de neutrófilos [CAN] < 500/mcL, ou níveis de plaquetas < 20.000/mcL Diagnóstico O diagnóstico é feito por meio do hemograma, que relata números de hemácias, de leucócitos e de plaquetas muito inferiores aos valores de referência. Há a confirmação do diagnóstico pela biópsia da medula óssea, que, nos casos de anemia aplásica, apresentará uma quantidade muito reduzida de células sanguíneas. É possível observar em (a) uma biópsia normal de medula óssea Em (b) uma biópsia de medula de um paciente com anemia aplásica, apresentando uma aplasia quase total. Tratamento Na maioria dos casos o tratamento é a imunossupressão do sistema imunológico, responsável por suprimir a hematopoiese (produção sanguínea), com um esquema combinado de três drogas: • Imunoglobulina anti-timocítica, • Ciclosporina • Corticoide. REFERÊNCIAS Disponível em: http://www.medicinanet.com.br/conteudos/ acp-edicine/5029/anemia_defeitos_de_producao_%E2%80%93 _elizabeth_a_price_stanley_l_schrier.htm. Acesso: 01 de abril de 2017; Disponível em: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id _materia=4075. Acesso: 01 de abril de 2017; Disponível em: http://medifoco.com.br/anemia-tipos-e-sintomas. Acesso: 03 de abril de 2017; Disponível em: https://www.criasaude.com.br/N2248/doencas/anemia.html. Acesso: 05 de abril de 2017.
Compartilhar