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Normas Gerais de Direito Tributário

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CONTABILIDADE E GESTÃO TRIBUTÁRIA I
Aula 02: Normas Gerais de Direito Tributário
Aula 2:Normas Gerais de Direito Tributário 
Contabilidade e Gestão Tributária I
OBJETIVOS DA AULA
 
COMPREENDER OS CONCEITOS INERENTES A CRÉDITO TRIBUTÁRIO E SUA CONSTITUIÇÃO;
COMPREENDER AS MODALIDADES DE LANÇAMENTO DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS;
COMPREENDER OS MECANISMOS DE SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS; 
COMPREENDER O PROCESSO DE FISCALIZAÇÃO E O ADMINISTRATIVO FISCAL.
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O crédito tributário representa o direito de crédito da Fazenda Pública, já devidamente apurado por procedimento denominado lançamento e, portanto, dotado de certeza, liquidez e exigibilidade.
O lançamento estabelece o vínculo jurídico que obriga o contribuinte ou responsável (sujeito passivo) ao pagamento do tributo. 
Desta forma, o crédito tributário decorre do fato gerador descrito em lei ou norma legal, só podendo ser exigido se decorrente de fato gerador, que individualize e quantifique o valor a ser pago através do lançamento. 
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CRÉDITO TRIBUTÁRIO
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A constituição do crédito tributário decorre do lançamento (Art. 142 do CTN), englobando cinco passos: 
Verificação da ocorrência do fato gerador; 
Identificação da base de cálculo;
Cálculo do montante devido com a aplicação da alíquota;
Identificação do sujeito passivo ou contribuinte; e 
Se for o caso, aplicação da penalidade por infração.
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CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
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Contabilidade e Gestão Tributária I
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O lançamento é o ato que independe da ação do contribuinte, salvo dispositivo legal que determine obrigações no processo, devendo ser realizado pela autoridade administrativa, por isso não caracterizado como processo administrativo, uma vez que não há duas partes envolvidas, sendo um procedimento unilateral da autoridade tributária. 
Ao judiciário, cabe anular lançamentos errôneos, não havendo a possibilidade de sua substituição. 
É um ato vinculado, ou seja, inteiramente determinado em lei e a sua não execução imputa responsabilidade funcional ao agente público.
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CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
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Há três modalidades de lançamento (constante da lei que institui o tributo):
De Direito ou De Ofício: É o lançamento em que a autoridade fiscal realiza todos os atos ligados a verificação da ocorrencia do fato gerador e a aferição do montante a ser pago pelo contribuinte (Individualização da obrigação tributária). Ex. IPTU. 
Misto ou Lançamento por Declaração: É o lançamento em que há participação do sujeito ativo e do passivo. O contribuinte fornece as informações para o lançamento ser efetivado pela autoridade da administração pública (147 CTN). 
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MODALIDADES DE LANÇAMENTO
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Lançamento por homologação: O contribuinte realiza todos os atos instrumentais e a autoridade fiscal o ratifica ou o convalida. Grande parte dos tributos, hoje, são lançados por homologação. É uma prática fixada em lei, caso o contribuinte não o realize no prazo previsto, a fazenda efetua o lançamento. Após a ocorrencia do fato gerador o contribuinte deve declarar e pagar antecipadamente, antes que a autoridade fiscal se pronuncie no prazo de máximo de 5 anos. Ex: DIRPF, DIPJ, CSSL. 
OBS: O STF ratificou o lançamento tácito, quando o contribuinte realiza em sede judicial o depósito de um tributo objeto de discussão, este depósito equivale ao lançamento do tributo, sendo desnecessária qualquer atividade da administração para fins de constituíção do crédito tributário. 
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MODALIDADES DE LANÇAMENTO
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A suspensão constitui a paralisação temporária da exigibilidade do crédito tributário, por meio de norma tributária. De acordo com o art. 151 do CTN, as modalidades de suspensão admitidas são:
 
Moratória
Depósito do montante integral 
Reclamações e recursos administrativos 
Concessão de medida liminar em mandato de segurança 
Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial 
Parcelamento 
 
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SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
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Moratória: Constitui a postergação do prazo de pagamento do tributo devido, podendo ser concedida pelo sujeito ativo e dependendo sempre de lei concedente. Só pode ocorrer se o crédito já estiver constituído ou com o procedimento de lançamento iniciado. O artigo 152 do CTN classifica a moratória em:
Geral: aquela concedida por lei, sem necessidade de despacho da autoridade administrativa.
Individual: benefício cujo direito será reconhecido por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei.
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Depósito do montante integral: interrompe os atos de cobrança do fisco, enquanto o crédito ainda está em discussão. O depósito pode ser anterior ou posterior à constituição do crédito tributário, não sendo condição para recurso na esfera administrativa e nem requisito para ingresso de ação judicial.
 
Reclamações e recursos administrativos: impede a formação definitiva do crédito tributário. Importante lembrar que o STF julgou inconstitucional a exigência de depósito prévio nos recursos administrativos.
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Concessão de liminar em mandado de segurança: pode ser repressivo ou suspensivo. A suspensão ocorre com a liminar, não com a sentença transitada em julgado. Com a liminar a fazenda pública fica impedida de ajuizar a execução.
 
Concessão de liminar ou de tutela antecipada: não importa a modalidade de ação ajuizada, com a concessão da liminar ou mesmo da antecipação de tutela, evita que o sujeito passivo arque com o ônus tributário antes que seja apreciado o mérito a a sentença tenha transitado em julgado.
 
Parcelamento: a Lei Complementar nº 104/2001 incluiu o parcelamento entre as hipóteses de suspensão. Será concedido na forma e nas condições previstas em lei específica, aplicando subsidiariamente as regras da moratória.
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Constitui qualquer ato ou fato jurídico que faça desaparecer a obrigação tributária. São as seguintes modalidades:
Pagamento do crédito tributário; 
Compensação; 
Transação; 
Remissão; 
Decadência; 
Prescrição; 
Conversão do depósito em renda; 
Homologação do pagamento antecipado; 
Consignação em pagamento; 
Decisão administrativa favorável ao contribuinte irreformável; 
Decisão judicial transitada em julgado; 
Dação de bens imóveis em pagamento. 
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EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
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Pagamento: é a entrega do valor devido ao sujeito ativo da obrigação tributária.
 
Compensação: ocorre quando duas pessoas por serem, ao mesmo tempo, credoras e devedoras uma da outra podem extinguir suas obrigações pelo simples encontro de contas. O art. 170 do CTN prevê que a compensação deve estar prevista em lei; além disso, os créditos devem ser líquidos e certos, vencidos ou vincendos.
 
Transação: Ocorrem concessões recíprocas entre o sujeito ativo (FISCO) e do sujeito passivo (contribuinte) da obrigação tributária para por fim a uma demanda. Também deve ser autorizada por lei.
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Remissão: perdão total ou parcial do principal vencido. A remissão não é aplicada às penalidades por falta de pagamento desse crédito tributário.Logo, o contribuinte (sujeito passivo ou devedor)será dispensado de pagar o tributo vencido porém será obrigado a pagar a multa devida pela ausência de recolhimento do mesmo.
 
Prescrição: Perda do direito da pretensão de exigibilidade. Prazo de 5 anos. Prazo em que a Fazenda Pública tem o direito de cobrar judicialmente o contribuinte.
 
Decadência: Perda do próprio direito. A Fazenda Pública não pode mais efetuar o lançamento tributário. Prazo de 5 anos.
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Conversão do Depósito em Renda: Quando o contribuinte perde a ação o valor do depósito é convertido em favor da Fazenda Pública, independentemente de execução fiscal.
 
Pagamento Antecipado: Quando a fazenda homologa expressa ou tacitamente o pagamento antecipado pelo contribuinte. Ocorre nos lançamentos por homologação.
 
Consignação em pagamento: quando o sujeito da obrigação tributária se propõe a pagar e não está conseguindo. Ocorre sempre na esfera judicial, quando a Fazenda pública se recusa a receber o valor que o contribuinte propõe a pagar ou há dúvida a quem seria devido o tributo.
 
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Decisão Administrativa irreformável: decisão proferida no âmbito dos processos administrativos fiscais (Decreto 70.235/1972). Faz coisa julgada contra o fisco.
 
Decisão Judicial Transitada em Julgado: O Poder Judiciário reconhece que o crédito tributário não é devido, não há recurso pela fazenda pública no prazo de lei e a sentença transita em julgado.
 
Dação em Pagamento de Bens Imóveis: forma de extinção do crédito tributário criada pela LC 104/01. O Contribuinte pode oferecer bens imóveis espontaneamente ao Fisco para liquidar seus créditos tributários.
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A exclusão ocorre exclusivamente em caso de promulgação de lei que determina a não-exigibilidade do crédito tributário por parte do sujeito ativo (Estado). As modalidades de exclusão previstas são:
Isenção: é a dispensa do tributo devido. Ex.: isenção de imposto de renda. 
 
Anistia: exclusão das penalidades e não do crédito tributário. Ex: exclusão de juros e multas. 
 
Imunidade: proibição constitucional de tributar. Ex: igrejas, partidos políticos, etc. 
 
Remissão: exclui os tributos e as penalidades. Ex.: ocorre geralmente em catástrofes. 
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EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
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A fiscalização tributária competência da administração pública, consistindo na cobrança dos tributos não pagos, via administrativa, até à inscrição na Dívida Ativa, quando há a emissão do título executivo extrajudicial denominado Certidão de Dívida Ativa, instrumento condicional à cobrança judicial.
Compete à legislação tributária regular, em caráter geral, ou, especificamente, em função da natureza do tributo, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização. (Princípio da Legalidade) 
A legislação aplica-se a todas as pessoas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. 
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FISCALIZAÇÃO
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A validade dos atos administrativos fiscais deve ser feita por pessoas que a legislação atribua competência, em caráter geral, ou especifica, em função do tributo de que se tratar.
No processo de fiscalização, a autoridade fiscal poderá dispor de quaisquer livros, mercadorias, arquivos, documentos, papéis, etc., sendo inaplicáveis quaisquer meios ou disposições legais impeditivas, excludentes ou limitativas ao direito da fazenda pública examinar os documentos para avaliar os efeitos comerciais ou fiscais das pessoas investigadas.
Desta forma os livros obrigatórios de escrituração comercial, fiscal e os comprovantes que suportam os lançamentos contábeis devem ser conservados até que ocorra a prescrição (5 anos) dos créditos tributários decorrentes das operações.
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FISCALIZAÇÃO
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O processo de administração fiscal refere-se aos procedimentos adotados pelas entidades habilitadas e com competência legal para definir atos e controlar as obrigações fiscais. 
O controle da Administração Fiscal tem caráter de obrigatoriedade, sendo exercida pelos órgãos de fizcalização nas órbitas das fazendas públicas federal (Secretaria da Receita Federal), Estadual (Secretaria de Fazenda dos Estados) e Municipal (Secretarias de Fazendas Municipais). 
As entidades públicas devem publicar por decreto os procedimentos fiscais adotados a cada um dos tributos sob sua administração. 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
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RESUMO
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
O LANÇAMENTO E SUAS MODALIDADES 
SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO E AS SUAS MODALIDADES ADMITIDAS 
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO E AS SUAS MODALIDADES ADMITIDAS 
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO E AS SUAS MODALIDADES PREVISTAS
FISCALIZAÇÃO 
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
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