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FEYERABEND Fichamento ( Contra o método)

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FEYERABEND, P. K; Contra o método; 2ª edição. São Paulo: Editora UNESP, 2011; 376p.
“A ciência tem de ser protegida das ideologias, e as sociedades, em especial as democráticas tem de ser protegidas da ciência. Isso não significa que os cientistas não possam tirar proveito de uma educação filosófica, nem se que a humanidade não tirou nem nunca vá tirar proveito das ciências”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 8.
“(...) os pontos de vista de cientistas, especialmente seus pontos de vistas a respeito de assuntos básicos, são com frequências tão diferentes uns dos outros como o são as ideologias de diferentes culturas”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 14.
“Este livro pressupõe uma tese e extrai consequências dela. A tese é: os eventos, os procedimentos e os resultados que constituem as ciências não tem uma estrutura comum; não há elementos que ocorram em toda investigação cientifica e estejam ausentes em outros lugares”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 19.
“A ideia de um método que contenha princípios firmes, imutáveis e absolutamente obrigatórios para conduzir os negócios da ciência depara com considerável dificuldade quando confrontada com os resultados da pesquisa histórica. Descobrimos, então que não há uma única regra, ainda que plausível e solidamente fundada na epistemologia, que não seja violada em algum momento. Fica evidente que tais violações não são eventos acidentais, não são o resultado de conhecimento insuficiente ou de desatenção que poderia ser sido evitada. Pelo contrário, vemos que são necessária para o progresso.”
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 37.
“A criação de uma coisa e a criação mais a compreensão plena de uma ideia correta da coisa são com muita frequência partes de um mesmo processo indivisível e não podem ser separadas sem interromper esse processo. (...) O desenvolvimento da perspectiva copernicana, de Galileu até o século XX é um exemplo perfeito da situação.”
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 41.
“(...) as teorias tornam-se claras e “razoáveis” apenas depois que partes incoerentes delas tenham sido usadas por longo tempo. Esse prelúdio desarrazoado, indo sensato e sem método revela-se, assim, ser uma precondição inevitável de clareza e de êxito empírico.”
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 41.
“Está claro, então, que a ideia de um método fixo ou de uma teoria fixa da racionalidade baseia-se em uma concepção demasiado ingênua do homem e de suas circunstâncias sociais. Para os que examinam o rico material fornecido pela histórica e não têm a intenção de empobrecê-la a fim de agradar a seus baixos instintos, a seu anseio por seguranças intelectual na forma de clareza, precisão, “objetividade” e “verdade”, ficará claro que há apenas um princípio que pode ser defendido em todas as circunstâncias e em todos os estágios do desenvolvimento humano. É o princípio de que tudo vale.”
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 43.
“Examinar o principio em detalhes concretos significa traças as consequências de contra –regras que se opõem a regras bem conhecidas do empreendimento cientifico”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 45.
“A contra - regra correspondente aconselha-nos a introduzir e elaborar hipóteses que sejam inconsistentes com teorias bem estabelecidas e/ ou fatos bem estabelecidos. Aconselha-nos a proceder contra – indutivamente”. 
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 45.
“A contra - indução, portanto, é sempre razoável e tem sempre uma chance de êxito”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 48.
“A condição de consistência é muito menos tolerante. Elimina uma teoria ou uma hipótese não porque esteja em desacordo com os fatos, elimina-a porque está em desacordo com outra teoria, com uma teoria, além do mais, de cujas instâncias confirmadoras ela compartilha. Desse modo, transforma a parte ainda não testada dessa teoria em medida de validade”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 52.
“A única razão premente para mudar uma teoria é o desacordo com os fatos. A discussão de fatos incompatíveis com a teoria, portanto, conduzirá ao progresso”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 54.
“Um cientista interessado em obter o máximo conteúdo empírico, que deseja compreender tantos aspectos de sua teoria quanto possível, adotará uma metodologia pluralista, comparará teorias com outras teorias, em vez de com experiência, dados ou fatos, e tentará aperfeiçoar, e não descartar, as concepções que aparentem estar sendo vencidas na competição”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 63.
“Nenhuma ideia é jamais examinada em todas as suas ramificações e a nenhuma concepção são jamais dadas todas as oportunidades que merece. Teorias são abandonadas e substituídas por explicações que estão mais de acordo com a moda muito antes de terem tido oportunidade de mostrar suas virtudes”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 66.
“O pluralismo de teorias e concepções metafísicas não é apenas importante para a metodologia; é, também, parte essencial de uma perspectiva humanitarista”. 
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 69.
“(...) com experiências, fatos e observações, podemos começar assinalando que nenhuma teoria jamais está de acordo com todos os fatos conhecidos em seu domínio”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 71.
“(...)falhas qualitativas, não é tão bem conhecido, mas é de muito maior interesse. Nesse caso, uma teoria é inconsistente não com um fato recôndito, que pode ser revelado como auxilio de equipamento complexo e é conhecido apenas pelos especialistas, mas com circunstâncias que são facilmente percebidas e familiares a todos”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 75.
“(...) o material que um cientista realmente tem a sua disposição, suas leis, seus resultados experimentais, suas técnicas matemáticas, seus preconceitos epistemológicos, sua atitude com relação às consequências absurdas das teorias que aceita são, em muitas maneiras, indeterminados, ambíguos, e nunca estão inteiramente separados do pano de fundo históricos”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 86.
“A considerações de todas essas circunstâncias, de termos observacionais, núcleo sensorial, ciências auxiliares, especulações de pano de fundo, sugere que uma teoria pode ser inconsistente com a evidência não porque seja incorreta, mas porque a evidência pode está contaminada. A teoria é ameaçada porque a evidência ou contém sensações não analisadas que correspondem apenas parcialmente a processos externos, ou porque é apresentada em termos de concepções antiquadas, ou porque é avaliada com o auxílio de disciplinas auxiliares atrasadas. A teoria copernicana encontrava-se em dificuldades por todas essas razões”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 87.
“(...) podemos agora distinguir entre as sensações e aquelas operações metais que decorrem tão imediatamente dos sentidos e estão tão firmemente conectadas com suas reações que se torna difícil obter uma separação. Considerando a origem e o efeito de tais operações, vou denominá - las interpretações naturais Na historia do pensamento, as interpretações naturais tem sido vistas ou como pressupostos a priori da ciência, ou então como preconceitos que é preciso eliminar antes que qualquer exame sério possa começar”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 93.
“As teorias são testadas e possivelmente refutadas por fatos. Fatos contêm componentes ideológicos, concepções mais antigas que foram perdidas de vistas ou que talvez jamais tenham sido formuladas de maneira explícita. Tais componentes são altamente suspeitos. Primeiro, por causa de sua idade e de sua origem obscura: não sabemos por que nem como foram introduzidos; segundo, porque sua própria natureza os protege, e sempre os protegeu, se um exame crítico”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 98.
“A contra - indução, contudo, é agora vista desempenhando um papel importante tanto em relação a teorias quanto em relação a fatos. Ela claramente auxilia o avanço da ciência”.
FEYERABEND, P; Contrao método; Página 121.
“(...) em 1610, quando Galileu publicou suas descobertas telescópicas. Como reagiu Galileu a ela? A resposta já foi dada: ele elevou o telescópio ao estado de um “sentido superior e mais eficaz”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 150.
“De acordo com a teoria copernicana, Marte e Vênus a aproximam-se e afastam-se da terra por um fator de 1:6 e 1:8, respectivamente (esses são números aproximados). (...) O telescópio produz fenômenos estranhos e novos, alguns dos quais podem ser revelados como ilusórios por meio de observação a olho nu, alguns contraditórios, alguns tendo até a aparência de ilusórios, ao passo que a única teoria que poderia ter posto ordem nesse caos, a teoria da visão devida a Kepler, é refutada por evidência da mais clara espécie possível”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 153.
“O leitor compreenderá que um estudo pormenorizado o fenômenos históricos como esse cria dificuldades consideráveis para a concepção de que a transição da cosmologia pré-copernicana para aquela do século XVII consistiu na substituição de teorias refutadas por conjecturas mais gerais que explicavam as instâncias refutadoras, faziam novas predições e eram corroboradas por observações realizadas com o fito de testar essas novas predições”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 155.
“Uma tendência predominante em discussões filosóficas é a de abordar problemas de conhecimento sub specie aeternitais, por assim dizer. Enunciados são comparados uns com outros sem levar em conta sua história e sem considerar que possam pertencer a estratos históricos diferentes”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 157.
“(...) o que é necessário para submeter a teste a concepção de Copérnico é uma visão de mundo inteiramente nova contendo uma nova visão do homem e de suas capacidades de conhecer”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 164.
“A razão admite que as ideias que introduzimos a fim de expandir e aperfeiçoar o nosso conhecimento podem surgir de maneira muito desordenada e que a origem de determinado ponto de vista talvez dependa de preconceitos de classe, paixão, idiossincrasias pessoais, questões de estilo, e até mesmo de puro e simples erro”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 168.
“(...) Para expressar isso de modo diferente: o copernicanismo e outras concepções “racionais” só existem hoje porque, em seu passado, a razão foi postada de lado em certas ocasiões”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 169.
“(...) os cosmólogos dos séculos XVI, XVII não dispunham do conhecimento que temos atualmente; não sabiam que o copernicanismo era capaz de dar surgimento a um sistema científico que é aceitável do ponto de vista do “método científico”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 169.
“(...) segundo o uso positivista, podemos dizer, portanto, que a ciência de Galileu baseia-se em uma metafisica esclarecida”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 175.
“Seu motivo era o desejo de acomodar o ponto de vista copernicano. O copernicanismo entra em conflito com alguns fatos óbvios, é inconsistente com princípios plausíveis e aparentemente bem estabelecidos, e não se ajusta à forma de vida que contém esses fatos, princípios e regras gramaticais. Mas nem as regras, nem os princípios, nem tampouco os são sacrossantos”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 177.
“ O julgamento de Galileu levanta questões importantes acerca do papel que se supõe que se desemprenhem na sociedade os resultados do trabalhos de especialistas, como conhecimento abstrato”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 179.
“Houve muitos julgamentos no século XVII. (...) O processo inquisitorial removeu as salvaguardas providas pelo direito romano e levou a alguns excessos muito divulgados. O que não foi divulgado com a mesma amplitude é que os excessos dos tribunais reais ou seculares com frequências igualavam – se aos da Inquisição”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 181 e182.
“Os tribunais da inquisição também examinavam e puniam crimes concernentes à produção e ao uso de conhecimento. Isso pode se explicado por sua origem : supunha-se que exterminassem heresias, isto é, complexos consistindo em ações, pressupostos e falas tornando as pessoas inclinadas a certas crenças”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 182.
“O processo de produção e distribuição de conhecimento jamais foi o intercâmbio livre, objetivo e puramente intelectual que os racionalista disseram ser. O julgamento de Galileu foi um entre muitos. Não teve características especiais, exceto, talvez, que Galileu teve um tratamento bastante suave, apesar de suas mentiras e tentativas de trapacear”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 183.
“(...) conhecimento necessita de pluralidade de ideias, que teorias bem estabelecidas jamais são fortes o suficiente para terminar a existência de abordagens alternativas e que uma defesa de tais alternativas, sendo quase a única maneira de descobrir os erros de ponto de vista altamente respeitados e abrangentes, é exigida mesmo por uma filosofia estreita como o empirismo”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 189. 
“No entanto, a Igreja não estava disposta a mudar somente porque alguém havia produzido algumas conjecturas vagas. Queria prova – uma prova científica em assuntos científicos. Aqui, ela não atuava de maneira diferente de muitas instituições cientificas modernas: universidades, escolas e mesmo institutos de pesquisas em vários países usualmente esperam por um longo tempo antes de incorporar novas ideias em seus currículos”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 190.
“O ponto de vista copernicano era amplamente interpretado da mesma maneira - como um modelo interessante , insólito e bastante eficiente. A igreja solicitou, por razões tanto cientificas quanto éticas, que Galileu aceitasse essa interpretação(...)”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 191.
“Galileu não foi o único cientista envolvido na reforma da física, da astronomia e da cosmologia. Nem lidou ele com todo o campo da astronomia. Por exemplo, nunca estudou o movimento dos planetas em tanto detalhe como fizeram Copérnico e Kepler, e provavelmente nunca leu as partes mais técnicas da grande obra de Copérnico. (...) Então, como agora, o conhecimento era subdividido em especialidades; um especialista em um campo raramente era também especialista em algum outro campo distante”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 193.
“A descoberta, por um lado, pode ser irracional e não precisa seguir nenhum método reconhecido. A justificação, por outro lado, ou – para usar a palavra sagrada de uma escola diferente – a crítica, começa apenas depois que as descobertas tenham sido feitas e procede de maneira ordenada. É uma coisa”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 207.
“Uma distinção que talvez tenha tido alguma vez um propósito, mas que agora definitivamente o perdeu, é a distinção entre termos observacionais e termos teóricos. Hoje em dia, admite-se, geralmente, que essa distinção não é tão nítida quanto se pensava ser há apenas poucas décadas. Também admite-se, em completa concordância com as opiniões originais de Neurath, que tanto teorias quanto observações podem ser abandonadas: as teorias podem ser suprimidas por razões teóricas. Finalmente, descobrimos que o aprendizado não vai da observação para a teoria, mas sempre envolve ambos exemplos”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 210.
“(...) doutrina popperiana; a pesquisa começa com um problema. O problema é um resultado de um conflito entre uma expectativa e uma observação constituída pela expectativa. Está claro que essa doutrina difere da do indutivismo, na qual os fatos objetivos adentram uma mente passiva e deixam ali seus traços”. 
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 214.
“Sem um frequente abandono da razão, não há progresso. Ideias que na atualidade formam a própria base da ciência existem apenas porque essas coisas opuseram-se à razão; e porque se lhes permitiu fazerem o que quisessem. Temos,então, de concluir que, mesmo o interior da ciência, não se pode e não se deve permitir que a razão seja abrangente, e que ela, com frequência, precisa se posta de lado, ou eliminada, em favor de outro instrumentos. Não há uma única regra que permaneça válida em todas as circunstâncias, nem um único meio a que se possa sempre recorrer”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 220.
“Há, é claro, os assim chamados “pensadores” que separam sua correspondência exatamente da mesma forma, faça chuva ou faça sol, e também imitam mutuamente seus princípios de escolha – mas dificilmente os admiraremos por sua uniformidade e certamente não pensaremos que seu comportamento seja racional. A ciência precisa de pessoas que sejam adaptáveis e inventivas, não rígidos imitadores de padrões comportamentais estabelecidos”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 221.
“A educação geral deve preparar os cidadãos para escolher entre os padrões, ou achar seu caminho em uma sociedade que contém grupos comprometidos com vários padrões, mas não deve em condição alguma subjugar a mente deles de modo que se conformem aos padrões de algum grupo particular”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 224.
“(...) o chauvinismo da ciência é um problema muito maior do que o problema da poluição intelectual. Pode até ser uma de suas maiores causas. Os cientistas não se dão por satisfeitos em organizar seus próprios cercadinhos de acordo com o que consideram ser as regras do método científico, mas querem universalizar essas regras, querem que elas se tornem parte da sociedade em geral e usam todos os meios a sua disposição – argumentos, propaganda, táticas de pressão, intimidações, prática de lobby – para atingir seus objetivos”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 226.
“Tenho grande simpatia pela ideia, clara e elegantemente formulada por Whorf (e antecipada por Bacon), de que as línguas e os padrões de reação que envolve não são meros instrumentos para descrever eventos (fatos, estados de coisa), mas que são também modeladores de eventos (fatos, estados de coisa), que sua gramatica encerra uma cosmologia, mano, que influencia o pensamento, o comportamento e a percepção. Segundo Whorf, a cosmologia de uma língua é expressa parcialmente pelo uso manifesto [overt] de palavras, mas também baseia-se em classificações que não tem uma marca manifesta ... mas que operam por uma ‘permuta central’ de vínculos de modo a determinar outras palavras que marcam a classe”. 
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 227 a 228.
“(...) a incomensurabilidade surge quando aguçamos nossos conceitos da maneira exigida pelos positivistas lógicos e seus herdeiros, e que ela solapa as ideias deles sobre explicação, redução e progresso. A incomensurabilidade desaparece quando utilizamos os conceitos com os cientistas os usam, de maneira aberta, ambígua e com frequência antiintuitiva. A incomensurabilidade é um problema para os filósofos, não para os cientistas, embora os últimos possam ficar psicologicamente confusos por coisas comuns”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 285.
“(...) a razão, ao menos na forma em que é defendida por lógicos, filosóficos e alguns cientistas, não se ajusta à ciência e não poderia ter contribuído para seu desenvolvimento. Esse é um bom argumento contra aqueles que admiram a ciência e são também escravos da razão. Eles têm agora de fazer uma escolha. Podem ter a ciência; podem ter a razão; não podem ter ambas”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 289.
“As revoluções transformaram não só as praticas que seus iniciadores queriam alterar, mas os próprios princípios por meio dos quais, intencionalmente ou não, realizaram a mudança”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 292.
No caso da revolução Copernicana, por exemplo, o observador pergunta: que impacto teve Copérnico nos astrônomos de Wittenberg por volta de 1560? Como reagiram eles à sua obra? Modificaram algumas de suas crenças e, se modificaram por que fizeram? Teve sua mudança de opinião algum efeito sobre outros astrônomos, ou eram eles um grupo isolado, não levado a sério por outros profissionais?”
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 292.
“Os princípios de sua filosofia frequentemente só emergem durante a interação (as pessoas mudam enquanto observam uma mudança ou participam dela, e as tradições que usam podem mudar com elas). Isso significa que, ao ajuizar um processo histórico, pode-se usar uma prática ainda não especificada e não especificável”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 305.
“Um debate racional é um caso especial em uma troca guiada. Se os participantes são racionalistas, então tudo está bem e o debate pode iniciar-se imediatamente. Se apenas alguns participantes são racionalista, e se eles tem poder (uma consideração importante!), então não tomarão seus colaboradores a sério até que estes também tenham - se tornado racionalista: uma sociedade baseada na racionalidade não é inteiramente livre; tem-se de jogar o jogo dos intelectuais”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 306.
“Uma sociedade livre é uma sociedade na qual a todas as tradições são dados direitos iguais e acesso igual à educação e a outras posições de poder”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 307.
“A estrutura básica de uma sociedade livre é uma estrutura protetora, não uma ideologia; ela funciona como uma balaustrada de ferro, não como uma convicção”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 307.
“Segundo o idealismo, é racional (apropriado, de acordo coma vontade dos deuses – ou quaisquer outras palavras encorajadoras que estejam sendo usadas para desorientar os nativos) fazer certas coisas – aconteça o que acontecer. É racional (apropriado etc.) matar os inimigos da fé, evitar hipóteses ad hoc, desprezar os desejos do corpo, eliminar inconsistências, apoiar programas de pesquisa progressistas, e assim por diante”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 309.
“O idealismo pode ser dogmático e pode ser crítico. No primeiro caso, as regras propostas são encaradas como finais e imutáveis; no segundo, há a possibilidade de discussão e mudança. Mas tal discussão não leva a prática em conta – permanece restrita a um domínio abstrato de padrões regras e lógicas”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 310.
“O caráter limitado de todas as regras e padrões é reconhecido pelo anarquismo ingênuo. Um anarquista ingênuo diz a) que tanto regras absolutas quanto regras dependentes de contexto têm seus limites e interfere b) que todas as regras e todos os padrões são desprovidos de valor e deveriam ser abandonados. (...) Com efeito, em meus estudos sobre Galileu sobre o movimento browniano, sobre os pré - socráticos, não apenas demonstro as falhas de padrões familiares, mas também tento mostrar que procedimentos não tão familiares realmente tiveram êxito. Assim embora esteja de acordo com a), não concordo com b). Sustento que todas as regras têm seus limites e não há uma “racionalidade” abrangente, mas não sustento que deveríamos proceder sem regras e padrões”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 311.
“Uma objeção é que não - contradição é uma condição necessária para a pesquisa. Um procedimento que não esteja de acordo com esse padrão não é pesquisa – é caos. Portanto, não é possível examinar a não - contradição da maneira descrita no último exemplo”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 315.
“Hoje, o conhecimento é quantitativo e teórico, pelo menos no que concerne aos nossos principais cientistas naturais”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 317.
“Os instrumentos (culturais) de medição que se separam “realidade” de “aparência” mudam e têm de mudar quanto nos movemos de uma cultura a outra e de um estágio histórico ao próximo, tal como nossos instrumentos físicos de medição mudam e têm de mudar quando abandonamos uma região física (um período histórico) e penetramos em outra”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 317.
“(...) não há uma ‘visão de mundo científica’, assim como não há um empreendimento uniformedenominado ‘ciência’ – exceto na mente dos metafísicos, mestres - escolas e políticos que tentam tornar sua nação competitiva. Ainda assim, há muitas coisas que podemos aprender das ciências. Mas também podemos aprender das humanidades, da religião e dos remanescentes de tradições antigas que sobreviveram ao furioso assalto da civilização ocidental”. 
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 353.
“ (...) uma comunidade usará ciência e cientistas de um modo que concorde com seus valores e objetivos e corrigirá as instituições cientificas em seu meio para deixa – las mais próximas a esse objetivos. A objeção de que a ciência é autocorretiva e, assim não necessita de interferência externa não leva em conta, primeiro, que todo empreendimento é autocorretivo (veja-se o que aconteceu à Igreja católica depois do concílio vaticano II) e, segundo, que, em uma democracia a autocorreção do todo, que busca alcançar modos de viver mais humanos, elimina a autocorreção das partes, a qual tem um objetivo mais limitado – a menos que seja dada às partes uma independência temporária”.
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 335.
“(...) o relativismo oferece uma excelente explicação da relação entre visões de mundo dogmáticas, mas é apenas o primeiro passo em direção ao entendimento de tradições vivas, e em Beyond Reason: Essays on the Philosophy of Paul K.Feyerabend, em que escrevo que o relativismo é uma quimera, tanto quanto é o absolutismo [a ideia de que existe uma verdade objetiva], seu gêmeo impertinente”. 
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 329.
“(...) usar o termo ‘relativismo’, mas em um novo sentido. Na segunda edição deste livro expliquei esse sentido dizendo que ‘ Os cientistas [e, quanto a isso, todos os membros de culturas relativamente uniformes] são escultores da realidade. ’ Isso soa como o programa forte da sociologia da ciência, exceto que os escultores são limitados pelas propriedades do material que utilizam.” 
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 361.
“Kuhn diz: as dificuldades que pareceram solapar a autoridade da ciência não deveriam ser vistas simplesmente como fatos observados a respeito de sua prática. Ao contrário necessárias de qualquer processo de desenvolvimento ou evolutivo.”
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 363. 
“(...) são as culturas que originam certa realidade e essas próprias realidades nunca são bem definidas. As culturas mudam, interagem com outras culturas, e a indefinição resultante disso é refletida em seus mundos. Isso é o que torna possível o entendimento intercultural e a mudança científica: potencialmente, cada cultura é todas as culturas. Podemos, é claro, imaginar um mundo em que culturas sejam bem definidas e estritamente separadas e em que termos científicos tenham sido, por fim, claramente estabelecidos. Em tal mundo, apenas milagres ou revelações poderiam reformar nosso cosmologia.”
FEYERABEND, P; Contra o método; Página 364 a 365.

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