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S=0,005m/m; R=0,59m e n=0,070 Usando a Equação (50.1) temos: V= (1/n) . R 2/3 . S ½) = (1/0,070)x (0,59 2/3)x (0,005 ½)= 0,71m/s Portanto, a velocidade da água no canal é de 0,71m/s. O tempo de trânsito (Travel Time) é L=2,30m m Y=1,20m Curso de Manejo de águas pluviais Eng Plínio Tomaz 20/05/11 pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais 50-7 T= comprimento do canal/ velocidade = 1200m/ (0,71m/s x 60 s) = 28,17min. Portanto, o tempo de escoamento do canal é de 28,17min. 50.4 Equações semi-empiricas para estimativa da altura crítica French in Mays, 1999 em seu livro Hydraulic Design Handbook capítulo 3.7- Hydraulic of Open Channel Flow, mostra quatro equações semi-empíricas para a estimativa da altura crítica yc extraídas de trabalho de Straub, 1982. Primeiramente é definido um termo denominado = Q2 / g ( Equação 50.1) sendo Q a vazão (m3/s) e g=9,81 m/s2. Seção retangular yc = ( / b2) 0,33 (Equação 50.2) sendo b=largura do canal (m). Exemplo 50.3 Calcular a altura crítica de um canal retangular com largura de 3,00m, vazão de 15m3/s. Primeiramente calculamos = Q2 / g = 15 2 / 9,81 = 22,94 yc = ( / b2) 0,33 = (22,94 / 32) 0,33 = 1,36m Portanto, a altura critica do canal é de 1,36m. Seção circular yc = (1,01 / D 0,26) . 0,25 (Equação 50.3) sendo D o diâmetro da tubulação. Exemplo 50.4 Calcular a altura crítica de um tubo de concreto de diâmetro de 1,5m para conduzir uma vazão de 3m3/s. Primeiramente calculamos = Q2 / g = 32 / 9,81 = 0,92 yc = (1,01 / D 0,26) . 0,25 = (1,01 / 1,50,26) . 0,92 0,25 = 0,97m Portanto, a altura crítica no tubo é de 0,97m Seção trapezoidal Para a seção trapezoidal de um canal com base b e inclinação das paredes 1 na vertical e z na horizontal, a altura crítica é: yc = 0,81 . ( / z 0,75 . b 1,25 ) 0,27 - b/ 30z ( Equação 50.4) Exemplo 50.5 Achar a altura critica de um canal trapezoidal com base de 3,00m, vazão de 15m3/s e declividade da parede de 1 na vertical e 3 na horizontal ( z=3). = Q2 / g = 152 / 9,81 = 22,94 yc = 0,81 . ( / z 0,75 . b 1,25 ) 0,27 - b/ 30z = 0,81 . ( 22,94 / 3 0,75 . 3 1,25 ) 0,27 - 3/ 30.3 = yc = 1,04- 0,03 = 1,01m Portanto, a altura crítica é de 1,01m Curso de Manejo de águas pluviais Eng Plínio Tomaz 20/05/11 pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais 50-8 Relacionamento entre a equação de Darcy-Weisbach e a equação de Manning Conforme Fox e Donald, 1985 temos: hf= f . L/ Dh . V2/ 2g Sendo: hf= perda de carga (m) f= coeficiente de atrito de Darcy-Weisbach (adimensional) L= comprimento do tubo ou do canal (m) V= velocidade média na seção (m/s) g= aceleração da gravidade= 9,81m/s2 Dh= diâmetro hidráulico (m) O diâmetro hidráulico Dh é definido como 4 vezes o raio hidráulico. Dh= 4 x Rh Para um tubo pressurizado o Rh= A/P= (PI x D2/4)/ (PI x D)= D/4 Dh= 4 x Rh= 4 x (D/4)= D Para um canal a equação de Darcy-Weisbach fica: hf= f . L/ (4.Rh) . V2/ 2g Podemos chegar a seguinte equação: [ 8g/f]0,5= Rh1/6/ n Exemplo 50.6 Achar o coeficiente de rugosidade de Manning para um canal com f=0,20. [ 8g/f]0,5= Rh1/6/ n [8x9,81/0,20]0,5= Rh1/6/ n [ 8x9,81/0,20]0,5= Rh1/6/ n 20= Rh1/6/ n n= Rh1/6/ 20 Em escadas hidráulicas de seção retangular constante podemos usar com aproximação a equação de Manning sendo o raio hidráulico Rh= h x cos (θ) e h a altura do degrau e θ o ângulo da inclinação da escada. Assim uma escada hidráulica com h=0,25m e ângulo θ de 16º temos Rh= 0,24m. n= Rh1/6/ 20 n= 0,241/6/ 20 =0,039 50.5 Altura crítica O número de Froude para uma seção qualquer é: Fr= V / ( g . A/T) 0,5 Sendo: Fr= número de Froude; V= velocidade (m/s); g= aceleração da gravidade=9,81 m/s2; A= área da seção molhada (m2) T= comprimento da superfície da água em metros. Como queremos a altura crítica temos que fazer Fr=1 e então teremos: 1= V / ( g . A/T) 0,5 Q= A . V V=Q/A 1= (Q/A) / ( g . A/T) 0,5 Q2 x T= g A3 Q2/g= A3/ T Curso de Manejo de águas pluviais Eng Plínio Tomaz 20/05/11 pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais 50-9 A relação Q2/ g= A3 /T pode ser usada para qualquer seção e devemos observar que a altura critica yc depende da vazão e não da declividade como muitos poderiam pensar. Para o caso particular de uma seção retangular teremos: A= B x yc sendo B= largura da seção retangular T= B Q2/ g= A3 /T Q2/ g= (B x yc)3 / B yc= [Q2/ (B2 x g)] (1/3) 50.6 Velocidade crítica e declividade critica Tendo yc e se quizermos a velocidade critica fazemos: 1= V / ( g . A/T) 0,5 Usando yc para o calculo de A e de T achamos Vc= V Vc= (g .A/T) 0,5 Declividade crítica A declividade critica Sc pode ser calculada usando a equação de Manning com V=Vc. V= (1/n) x R (2/3) x S 0,5 Fazendo Sc=S Vc=V Vc= (1/n) x R (2/3) x Sc 0,5 Sc= Vc/ (1/n) x R (2/3) Curso de Manejo de águas pluviais Eng Plínio Tomaz 20/05/11 pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais 50-10 50.7 Controle da erosão Booth e Reinolt, 1993 em estudo feito in CANADÁ, (1999) chegaram à conclusão que, quando a bacia tem mais de 10% de sua área impermeabilizada, começam os problemas de alargamento dos rios e córregos e conseqüentemente a erosão dos mesmos. Figura 50.2 - Exemplo de erosão de um curso de água A adoção do critério do período de retorno de 1,5 ano, chuva de 24h e detenção de 24h foi bastante discutida. Nos Estados Unidos os Estados de Maryland, Georgia, New York e Vermont adotam Tr=1ano sendo que Maryland o usa desde 1995. Historicamente era usado Tr= 2anos para o controle da erosão dos córregos e rios. A estratégia estava baseada no fato de que as descargas da maioria dos córregos e rios tivessem um período de recorrência entre 1 ano e 2 anos, com aproximadamente 1,5 anos o mais prevalente LEOPOLD, (1964) e (1994). Curso de Manejo de águas pluviais Eng Plínio Tomaz 20/05/11 pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais 50-11 Estudos recentes, citados no ESTADO DE VERMONT, (2001) indicaram que o método de utilização de Tr= 2anos não protegia a erosão a jusante e que contribuía justamente para aumentar a erosão, pois as margens dos córregos e rios estavam expostas a eventos bastante erosivos, conforme demonstrado por MacRae, 1993, McCuen em 1996 e Moglen em 1988. As obras executadas com Tr= 2anos, de maneira geral, fornecem escoamento acima dos valores críticos para o transporte da carga de fundo (bedload) e de sedimentos. MacRae também documentou que as obras realizadas com Tr= 2anos produzem o alargamento do córrego ou rio de até três vezes a condição do pré-desenvolvimento, conforme ESTADO DE VERMONT, (2001). A razão fundamental é que, enquanto o pico de descarga não muda sob as condições de desenvolvimento, é que a duração e freqüência das vazões erosivas aumentam muito. Como resultado o “trabalho efetivo” do canal do córrego é mudado para escoamentos superficiais de eventos mais freqüentes que estão na faixa de 0,5 ano até 1,5 ano, conforme MacRae, 1993 in ESTADO DE VERMONT, (2001). TUCCI, (2001) diz que o risco do leito menor dos rios está entre 1,5 anos e 2 anos, mas juntamente com Genz em 1994 fazendo estudos nos rios do Alto Paraguai, chegaram a período de retorno Tr= 1,87 anos. Dica: para o controle da erosão adota-se período de retorno entre 1ano e 2ano. McCuen,1979 escolheu um segundo método onde se deveria tomar para controle da erosão 50% ou menos da vazão de pico do pré-desenvolvimento para Tr= 2anos. Isto vem mostrar que a escolha de Tr=2anos não é adequada. Verificando-se o critério de McCuen pudemos constatar que os 50% da vazão de pico do pré-desenvolvimento fornece praticamente a vazão de pico com Tr= 1,5anos. Um outro critério é o uso de Tr= 1ano para o controle da erosão, usando uma chuva de