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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO II

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – TÓPICOS DAS AULAS – UNIDADE II
AULA DIA – 20/10/2017
Personalidade Jurídica Internacional
Entidades não governamentais que atuam em âmbito internacional;
Personalidade Jurídica de Direito Privado;
Entidades financiadas por Pessoas Físicas ou outras entidades. Por vezes estabelecem-se vedações às doações empresariais, porém tal óbice legal deve estar contido no Estatuto da Entidade;
Característica das entidades: sem fins lucrativos. Exemplos: Greenpeace, Médicos Sem Fronteiras;
A doutrina clássica do Direito Internacional relega aos Estados e Organizações Internacionais; a Personalidade Jurídica Internacional. No que se refere às entidades internacionais, não se adequa tal tipo de personalidade, pois tais instituições não podem celebrar tratados;
As entidades possuem amplitude de atuação política, de estabelecer, através das suas posturas, um efeito impactante no meio de atuação;
O papel do indivíduo no contexto da sociedade internacional
Em um primeiro momento ficava apenas restrito a questão dos Direitos Humanos;
Outro panorama despontou nesse cenário: a persecução da justiça penal internacional ao indivíduo, recaindo sobre estes o arcabouço jurídico do Tribunal Penal Internacional; Genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra passam a ser objeto de julgamento do referido tribunal;
O Estatuto do TPI (Tribunal Penal Internacional) foi criado em 1988, mas só pôde ser viabilizado efetivamente em 2004.
Jurisdição Internacional (Nota de Esclarecimento – Subsidiariedade): em um primeiro momento o crime é objeto de apreciação na esfera nacional e caso não transcorra corretamente – de acordo com os parâmetros normativos pátrios e internacionais -, o processo passará para a jurisdição internacional. Contudo, o TPI poderá atuar de forma restrita aos Estados que o permitam, de forma cooperada;
Não é o Estado que é processado nessa seara, mas o indivíduo, comumente um agente estatal.
Busca por direitos – Proteção internacional dos direitos humanos: cabe a demanda em questão aos órgãos regionais. Na alçada internacional, tal apreciação não irá gerar um processo, mas uma mobilização/acionamento dos mecanismos de âmbito político. Por essas razões, as sanções aplicadas são de matéria política, com base na atuação fiscalizatória dos órgãos de atuação global;
Cada sistema (Global e Regional) possuem órgãos específicos de monitoramento, cabendo a cada qual uma atuação definida;
Ao órgão de fiscalização internacional, os Estados submetidos sob seu crivo de atuação/fiscalização são avaliados de forma quadrienal. A Comissão de Fiscalização elabora um relatório com as devidas constatações e possíveis recomendações, com o intuito de gerar constrangimento político e não uma sanção penal. 
Os Estados – Elementos constitutivos: questões relativas à questão territorial, e exemplo do conflito Israel X Palestina e, por outro lado, de casos que se relacionam ao reconhecimento de territórios, por exemplo, o Estado Palestino. 
Direito Comunitário ou da Integração Regional – Perfil: trata-se de uma das tendências contemporâneas do Direito Internacional Público, de mudança do atributo da soberania dos Estados. As formas de integração regional adentram na questão da soberania econômica, de estabelecer uma moeda única, de livre trânsito de mão-de-obra e capitais. 
Como forma exemplificativa podemos citar a União Europeia, – um ente com característica Supranacional – por vezes tomando a vanguarda em algumas negociações de tratados, atuando, dessa forma, em áreas que envolvem a soberania dos Estados.
O reforço das competências supranacionais – no âmbito da União Europeia -, de harmonização das políticas fiscais dos Estados-membros torna-se uma alternativa à mitigação dos efeitos de possíveis crises econômicas. 
AULA DIA 26/10/2017
Responsabilidade Internacional dos Estados
Estado – Dois aspectos relevantes no campo do reconhecimento
Reconhecimento de Estados: imbricado com o processo de surgimento de novos Estados no cenário internacional. O fenômeno que vai atestar a legitimidade de atuação desse novo Estado no plano internacional se vincula umbilicalmente com a emancipação:
Emancipação: se liberta de uma estrutura de poder externo, por meio de via pacífica ou conflituosa. O reconhecimento é uma forma de manter o novo Estado distante de formas isolacionistas com o meio internacional.
Desmembramento: o Estado se torna soberano apenas por se separar de outro Estado.
Cisão: um Estado passa a deixar de existir para dar lugar a dois ou mais novos Estados.
Sucessão do Estado: quando este deixa de existir para dar lugar a outro Estado, devendo se levar conta questões atinentes à dívida externa, por exemplo.
Fusão: dois Estados se fundem, formando apenas um novo Estado. Exemplo: o caso da Alemanha. 
Reconhecimento: não há obrigatoriedade do ato, mas pela via lógica é algo a ser considerado. A União Europeia, por meio de manual normativo, estabelece condições elementares para o devido reconhecimento de novos Estados, através dos elementos constitutivos essenciais: Povo, Território e Soberania Política.
As Organizações Internacionais também possuem competência para reconhecimento de novos Estados.
Quanto à Natureza Jurídica do Reconhecimento
Teoria Declaratória: o reconhecimento de uma realidade já constituída de um Estado em processo de formação.
Teoria Constitutiva: o reconhecimento é fato relevante à formação de uma realidade de afirmação/existência de novos Estados.
Reconhecimento de Governo: o não reconhecimento de governo não implica no processo de reconhecimento de Estado. Cada processo é independente do outro. Trata-se de uma discussão que vem sendo forjada desde o século XIX, onde, por vezes, a fragilidade institucional dos novos Estados era uma característica presente. Nos Estados da América Central e do Sul estabeleceram-se discussões em torno de questões políticas, mudanças de governo, fraudes eleitorais. Com tal embasamento discursivo, criou-se a primeira teoria (Teoria Tobar): não reconhecer governos que ascenderam ao poder de forma ilegítima (corrupção eleitoral, golpe de Estado).
Em 1930, no México – pois entre os anos de 1917 e 1990 o México foi governado por um único partido, este, notadamente de estruturas institucionais viciadas -, Genaro Strada articula uma teoria que associava o problema da legitimidade governamental à possibilidade de defesa de fórmulas interventivas, cabendo às instituições, no próprio âmbito interno, resolveram essas questões. 
Na contemporaneidade teremos o delineamento de situações díspares, no que podemos denominar de relativização do processo de reconhecimento de Estados: governos autoritários podem ou não ser reconhecidos, mediante a proeminência estratégica e política das suas articulações. Trata-se de uma perspectiva que considera a efetividade e lugar onde ocorre o processo de reconhecimento ou não do Estado pleiteante. 
AULA DIA 27/10/2017
Problema da efetividade do sistema internacional: o Direito Internacional ainda carece de estruturas institucionais que sejam capazes de impor sanções efetivas.
Responsabilidade internacional dos Estados: uma tentativa de se fazer valer sanções impostas aos Estados. Essa situação se configura sobre o acompanhamento de uma série de pressupostos, emanados a partir da Corte Internacional de Justiça (Haia). É notório que a referida Corte tem de ser provocada e a mesma possui determinadas limitações: consentimento formal do Estado em ser objeto de sua jurisdição.
No caso da Venezuela, configuradas as severas e constantes violações, o governo chavista optou por se abster do foro de jurisdição da Corte Interamericana dos Direitos Humanos.
A tendência é que o Direito Internacional Público possa ganhar maior centralidade nas discussões jurídicas, no intuito de sagrar princípios invioláveis e de imposição de sanções efetivas.
Nesse sentido, é preciso mencionar que direito internacional comporta as relações de Estado para Estado e de Estado para com as OrganizaçõesInternacionais.
A caracterização das responsabilidades de um Estado depende da configuração de um ato ilícito em esfera internacional, ou seja, de uma conduta que venha a ferir e violar o que foi pactuado no meio internacional, através dos tratados. Nesse sentido, as condutas podem ser comissivas ou omissivas, pois o Estado tem o dever de zelar pela integridade física dos seus representados/cidadãos. 
Para a caracterização da responsabilidade deve haver a configuração da imputabilidade, nesse caso, por exemplo, tomamos como base pessoas/agentes que atuam indiscriminadamente sob a chancela ou omissão/inércia por parte do Estado que será responsabilizado. É necessário que o indíviduo atue de forma funcional, situando-se no quadro e nas demandas institucionais do Estado.
Imputabilidade do Estado: geralmente por pessoas que atuam sob a tutela do Executivo. O mesmo instituto também comporta ações de agentes vinculados (vinculação em caráter direto e indireto) ao Legislativo e Judiciário.
A responsabilidade apenas irá se configurar com o estabelecimento do nexo de causalidade entre o dano e a ação, que poderá recair sobre o Estado ou indivíduo.
No caso do Brasil, a responsabilidade imputada ao Estado é de caráter objetiva. Essa previsão visa cumprir o objetivo de dar maior paridade (equilíbrio) nas relações entre Estado e indivíduo.
No plano internacional, as formas de responsabilização do Estado se dividem em:
Teoria do Risco;
De Estado para Estado ou de Estado para com Organização Internacional: é preciso comprovar a ocorrência de uma conduta dolosa ou culposa. 
Para os casos de manipulação de energia nuclear ou dano ao meio ambiente a responsabilidade é objetiva.
Dada a configuração do dano e a sanção imposta: é necessário preordenar o que foi objeto de afetação, caso não ocorra, parte-se para perdas e danos. Compete essa análise à Corte Internacional de Justiça – Tribunal Internacional destinado a julgar casos de atos ilícitos envolvendo Estados. Convém salientar que os Estados têm de ser signatários da Corte, para serem passíveis de imputabilidade e das possíveis sanções.
AULA DIA 09/11/2017
Proteção Diplomática (Responsabilidade Internacional)
Instituto vinculado à responsabilidade internacional dos Estados. Tal instituto foi a primeira tentativa de conferir efetividade às normas jurídicas internacionais.
A responsabilidade é cominada a uma série de pressupostos, entre estes o ato ilícito – conduta que causa um dano (nexo causal).
Na composição da Corte Internacional é preciso ter a participação de juristas de renome, que ultrapassam as fronteiras nacionais, de um ecletismo de sistemas jurídicos dos variados países pertencentes ao organismo. 
Proteção Diplomática
A responsabilidade civil objetiva do Estado é de caráter objetiva, no âmbito interno, no exercício da sua soberania, sendo relegado ao nacional e estrangeiro a satisfação do seu direito. 
O estrangeiro, com advogado devidamente constituído, percorrerá o caminho do ordenamento jurídico pátrio, podendo ocorrer situações em que esse indivíduo não terá seu direito satisfeito, podendo o Estado de origem do estrangeiro tomar para si a demanda não atendida, levando o caso para a Corte Internacional de Justiça. Trata-se de um instituto (Proteção Diplomática) de caráter facultativo, de o Estado assumir ou não a demanda não atendida. 
Direito Internacional Consular e Diplomático: “da atuação dos “atores” do meio consular e diplomático no âmbito das relações internacionais”. As relações diplomáticas só podem ocorrer por meio de um mútuo consentimento e da reciprocidade. Por exemplo, o tratado Portugal-Brasil, conferindo reciprocidade no tratamento de ambos os cidadãos em seus territórios. 
Os atores que participam na alçada política e jurídica são:
Chefia de Estado: no caso do Brasil, o Presidente da República. Numa República Parlamentarista, o Primeiro-Ministro. Trata-se de um papel fundamental, de representação formal e de condução da política externa do Estado. Contudo, é importante que cada país saiba preservar alguns valores estratégicos e imprescindíveis, sob pena de perder sua identidade no meio internacional, exemplo: no caso brasileiro a proteção ambiental, dos direitos humanos. Tais questões são elementares ao Estado e não de governo. 
Ministro das Relações Exteriores: aquele que vai implementar a política externada, de estabelecer negociações com países na alçada internacional.
Órgãos que atuam profissionalmente no meio das relações exteriores:
Repartições Diplomáticas (Embaixadas);
Repartições Consulares (Consulados).
Atuação das organizações diplomáticas e consulares é regida pelas Convenções de Viena de 1961 e 1963 – esta última que estabelece entre seus pontos o sigilo de determinadas comunicações diplomáticas. 
São repartições com papéis e atuações diferenciadas.
Quando a questão é da esfera da política e dos interesses internacionais do Estado, quem irá atuar nesse segmento serão as repartições diplomáticas, de identificar e negociar temas relevância comum no âmbito das relações bilaterais entre Estados.
Embaixadas: fazer relatórios, análises de situações de risco, do estado da economia do país de sua atuação, projeções eleitorais.
Consulados: lida essencialmente com pessoas, dos seus nacionais. Auxílio ao nacional no exterior, função “cartorária”: expedição de documentos, casamento consular, expedição de vistos. 
A disparidade econômica e o peso dos países, necessariamente, são diferenciados no plano das relações exteriores e dessa forma o reconhecimento de um Estado não implicaria na instalação de embaixada e consulado em um dado país. Caso ocorra, a sede física será instalada com base em um acordo bilateral. Pode acontecer de ser instalada apenas a embaixada, pois o consulado está condicionado ao fluxo dos nacionais no país em questão. E caso não exista consulado, passam as atribuições para a embaixada e caso não exista nenhum dos dois, instala-se uma Seção Consular. 
As repartições mencionadas não são em caráter abstrato, pois os trabalhadores de tais órgãos terão imunidade diplomática, os diplomatas (Pessoal administrativo – técnico - e o pessoal de serviço - manutenção).
O Embaixador, por outro lado, é um cargo político, de escolha do Presidente da República e condicionado a ratificação pelo Senado Federal, em votação e sabatina secreta.
As imunidades ao Diplomata: penal, cível, administrativa. São imunidades de caráter estatal, aos agentes diplomáticos, não funcionais e extensivo a alguns familiares.
Pessoal administrativo: imunidade funcional (relativa apenas a função) e extensivo aos familiares.
Pessoal do Serviço: imunidade previdenciária, consular (apenas à função) e pessoal (não extensivo aos familiares).
O pessoal só poderá atuar na embaixada ou consulado mediante autorização do país onde se situa os órgãos.
Privilégios: concessões unilaterais, baseadas ou não na reciprocidade, previstas entre os estados em lei, exemplo do caso brasileiro da reciprocidade Brasil-Portugal.
Imunidade Diplomática: é de titularidade do Estado. 
AULA DIA 16/11/2017
Imunidade de Jurisdição: possibilidade que um Estado estrangeiro tem de ser processado ou não por outro Estado em seu território.
Posicionamento clássico: resposta fundamentada em caráter negativo, que garantiria aos estados imunidade absoluta de jurisdição, um pressuposto para a independência destes nas relações internacionais. Trata-se de um entendimento que perdurou até o final do século passado. No Brasil este entendimento permaneceu até a década de 1990, mudando a partir do posicionamento do STF, sob a figura de Francisco Rezek: só haverá imunidade de jurisdição se o estado estrangeiro se portar como meio/instrumento das relações internacionais, de relações restritas a este segmento, de uso de poder de império. Trata-se de uma imunidade relativa.
Nas organizações internacionais, alguns organismos, por meio de acordos internacionais bilaterais, podem estabelecer imunidade de jurisdição absoluta. Exemplo, algumas organizaçõesvinculadas à ONU podem gozar desse tipo de imunidade. 
Imunidade de Execução: são passíveis bens que não estejam diretamente relacionados ao meio de relações internacionais/diplomáticas. Sede da embaixada, veículos oficiais, por exemplo, não são englobados pelo rol de bens executáveis, de constrição judicial, pois estão intimamente interligados como meio a atuação diplomática. 
Condição jurídica do estrangeiro (Lei 6.815/80): encontra-se inserida no contexto da Segurança Nacional.
A Constituição de 1988 não abarcou alguns dispositivos do referido Estatuto, pois o mesmo é fruto de uma conjuntura política autoritária, oriunda com base no regime ditatorial que perdurou até 1985. 
Lei 13.445/2017: lei que cria um novo Estatuto, que disciplina a condição do estrangeiro. Nova roupagem teórica, com base nos direitos humanos, emanados a partir dos preceitos sagrados na Carta Magna vigente (Direitos Fundamentais).
Princípios e Garantias pautados nos direitos internacionais. Uma legislação que visa combater a xenofobia e outras formas de discriminação ao estrangeiro. 
Compreende-se migração como um ato de vontade e compete a cada Estado construir um arcabouço jurídico específico sobre a matéria, o que não impede que sejam estabelecidos acordos e tratados bilaterais ou multinacionais sobre a questão migratória.
Situação documental do estrangeiro (criando uma definição de Visitante): aquele que vem ao território brasileiro por um curto espaço de tempo, demandando na concessão do Visto de Visita – categorizando-se em: turismo, negócio, atividade artística e desportiva.
Visto de Trânsito: especificamente para questões que envolvam conexões de viagens internacionais.
Visto de Turista: com prazos a serem regulamentados por via de Decreto.
Visto de Acolhida Humanitária (de caráter temporário): foi viabilizado a partir da questão dos haitianos. Mesmo sem previsão legal na época, os vistos dessa natureza foram concedidos. 
Visto Oficial: para aqueles que representam oficialmente e institucionalmente um determinado Estado.
Visto Diplomático: concede certos privilégios a determinadas categorias de pessoas que fazem viagens internacionais, de certas benesses (área vip no aeroporto, por exemplo). Depende de uma concessão emitida por parte do Ministério das Relações Exteriores, mas pelo fato da lei ser genérica para este tipo de visto, o Ministério atua de forma discricionária alargada na análise dos casos.
Documentos de Viagem: o principal será o passaporte, mas é condicionado mediante os acordos e tratados, tanto bilaterais como multilaterais. 
Residente Fronteiriço: categoria de pessoas que residem em áreas de fronteira.
Extradição é tratada como medida de cooperação.
Existem pessoas que são impedidas de adentrar em território brasileiro. A legislação cria uma série de vedações à entrada no território. Caso este insista em entrar, serão tomadas medidas de saída compulsória do mesmo.
A Deportação se refere a situação formal do estrangeiro no território nacional, para fazer com que estrangeiros que não possuem regularidade formal sejam deportados para sua nacionalidade ou lugar de procedência.
O prazo para tentativa de regularização formal será de 60 dias. Caso os custos não puderem ser arcados pelo estrangeiro, transferem-se os custos para o seu estado de origem. Com isso, a sua futura volta ao território nacional só será viabilizada mediante regularização formal.
Expulsão: o indivíduo comete um ato atentatório (crime) de relevância nacional, que implica na instauração de um processo administrativo, onde tal demanda tramitará no Ministério da Justiça. O julgamento competia ao Presidente da República, mas no segundo mandato de FHC determinou-se que tal atribuição seria do Ministério da Justiça.
No que tange aos prazos para um possível retorno ao território nacional por parte do estrangeiro expulso, a nova lei estabelece que será passível de estipulação a partir do Processo/Decisão
Expulsão tem de ser condicionado, primeiramente, ao cumprimento da pena pelo crime cometido, exemplo, participação em organização de caráter paramilitar.
Extradição (Medida de Cooperação Internacional): saída do estrangeiro para cumprimento de pena ou de responder processo. É baseado em acordos ou tratados bilaterais ou na promessa de reciprocidade. O fato deve ter previsão legal em ambos os Estados, o crime não deve ter sido prescrito, o indivíduo terá de responder no juiz natural (não comportando tribunal de exceção) e o crime não poderá ser de natureza política.
A entrega do criminoso estrangeiro tem de ser feita pelo Poder Executivo. A extradição é pedida contra alguém que cometeu o crime e se encontra no exterior. A ênfase na cooperação é uma tônica na política internacional, em relação à política interna de proteção ao nacional. O caso de Henrique Pizzolato é um claro exemplo deste panorama, onde o governo italiano acatou a extradição mediante condições pré-estabelecidas: a escolha do presídio destinado ao cumprimento da pena, que fosse adequado à preservação da integridade física e mental do apenado. 
AULA DIA 17/11/2017
A legislação pátria estipula algumas restrições no que tange a expulsão.
Deportação: aplica-se em situações que versem sobre a irregularidade do estrangeiro.
Prazo mínimo de 60 dias para que o estrangeiro possa se regularizar.
O entendimento é que o deportado pode voltar ao território brasileiro, desde que esteja com sua situação documental em ordem.
Expulsão: ao estrangeiro expulso, não é permito seu retorno, exceto nos casos de revogação do Decreto de Expulsão, desde que instaurado processo administrativo. Para os casos de estrangeiros que estão envolvidos em casos de falsificação de dinheiro, tráfico internacional de entorpecentes. 
Na nova lei do estrangeiro: a expulsão impedirá o retorno do estrangeiro por prazo determinado, devidamente estipulado no Decreto de Expulsão, variando em conformidade com a natureza do ato cometido.
A nova legislação continua a impedir a aplicação desses institutos no caso de inexistência de tratados bilaterais de extradição. 
Medidas de Cooperação: com base no princípio internacional da cooperação dos povos. É necessário em um mundo intensamente globalizado, de relações cada vez mais estreitas, quando o assunto é a alçada do crime. 
Nesse sentido, a legislação vem de encontro a essa tendência. A extradição cumpre perfeitamente esse papel de cooperação. 
Quando falamos em extradição, é preciso salientar que o Brasil possui uma tradição em não propiciar a extradição de brasileiros natos, por exemplo, o caso de Paulo Maluf.
Procedimento de Extradição: o processo chega via diplomática, tramita no Ministério da Justiça, que analisa pela admissibilidade ou não do pedido de Extradição, após esse procedimento (de admissibilidade) caminha o pedido para análise do STF, que examina os pressupostos necessários à extradição. Cabe ao STF aferir ou não o caráter político do pedido. Para caso configurado como político é vedado a extradição. Vedado também para julgamentos originários em tribunal de exceção. Não se aplica a extradição para situações em que o indivíduo encontra-se como asilado ou refugiado. Outra questão: o fato objeto do pedido de extradição tem de ser tipificado criminalmente nos dois países. 
Havia na legislação anterior a necessidade de manter a prisão do indivíduo durante a análise do processo de extradição, o que foi relativizado a partir de 2011.
Fase final do processo de extradição (entrega do extraditado): compete ao Executivo. Exemplo disto é o caso da extradição 1085, no qual o STF autorizou o pedido formulado contra Cesare Batist e o Executivo – nos últimos dias do mandato de Lula – negou o pedido, mesmo tendo sido acatado pelo Supremo. 
Refúgio político é de caráter mais amplo: perseguição de fundamentação coletiva, por conflitos armados ou por motivações de catástrofes naturais.
Asilo político: caráter restrito, de perseguição em torno de fundamentação individualizada, direcionada ao um indivíduo. 
AULA DIA 23/11/2017Asilo e refúgio político (institutos de natureza humanitária)
O estrangeiro é admitido no território nacional, na forma de acolhimento. Necessita ter alguns fundamentos para a concessão do amparo.
A ideia fundamental é baseada em evitar situações de perseguição estatal, que chegue a ameaçar a vida do indivíduo.
Asilo político: ocorre de forma a beneficiar um indivíduo, com base na perseguição em fundamentação direcionada ao particular.
O Brasil possui uma longa tradição nesse segmento humanitário, positivado como princípio norteador da República Federativa do Brasil – Art. 4º CF/88.
O Estado analisa o caso concreto de forma discricionária, com base na situação específica do indivíduo. Não existe no plano internacional um tratado específico versando sobre asilo político, mas menções esparsas sobre este instituto em tratados. 
Asilo político (asilo territorial) só se concretiza com a saída de um indivíduo, de um estado a outro.
Para se concretizar, deverá ser concedido ao indivíduo um prévio salvo-conduto – emitido pelo país que persegue o indivíduo, para sua devida saída ao país que acatará o pedido de asilo. Este documento deverá ser concedido pelo país de origem do asilado. Em outras situações a mudança de território, devido ao nível de autoritarismo do país do asilado, poderá acontecer de forma ilegal/clandestina.
Em uma situação de perseguição institucionalizada, abre-se um caso emergencial: o asilo diplomático, de forma transitória, emergencial e precária, se tomarmos como referencial o asilo político. 
1957 (Convenção Americana de Asilo Diplomático): estabelecer os pressupostos para concessão de asilo diplomático.
O país concedente do asilo poderá impor condições ao benefício: prazo determinado, restrições à atividade política do asilado. 
Refúgio político: existem tratados internacionais que versam sobre o tema. A tendência com maior amplitude é uma menor discricionariedade à concessão do refúgio.
Atualmente situações de conflitos das mais diversas motivações (religiosas, territoriais) têm propiciado um aumento significativo de refugiados no mundo. A saída é tratada como uma espécie de ato forçado, em detrimento da migração, que é um ato de vontade do indivíduo.
Em matéria de casos de refúgio, a história encontra-se repleta de casos, a exemplo dos perseguidos pela Revolução Russa, os judeus perseguidos pelo III Reich na segunda guerra.
No âmbito global têm ocorrido frequentes discussões a respeito do caso dos refugiados, de criação de arcabouços jurídicos para tais situações, de uma estrutura para comportar as constantes levas humanas.
A ONU possui um organismo para lidar com a questão: o Alto Comissariado para os Refugiados.
Em 1951 é constituído o Estatuto Internacional dos Refugiados: importante diploma normativo, que estabelece parâmetros para a condição do refugiado. 
O refúgio se reflete sobre um grupo, não ao indivíduo. Perseguições por motivações de nacionalidade, de raça, de grupos sociais, orientação política e religiosa.
A Convenção de 1951 possuía um aspecto negativo: ela estabelecia condições apenas para os refugiados a partir da data do documento.
1967 (Convenção de Nova Iorque): retirou a restrição temporal da Convenção de 1951 e também restrições para questões que envolviam religião. Contudo, com o decurso da história, percebeu-se que outras demandas não eram atendidas e, com isso, guerras civis, catástrofes naturais e violações sistemáticas de direitos humanos entram na condição de refugiado (Declaração de Cartagena de 1984).
Objetivos do refúgio:
Integração local – acesso ao mercado de trabalho e moradia;
Quando possível, propiciar condições de repatriação voluntária;
O reassentamento do indivíduo.
No Brasil, a previsão é encontrada na Lei 9.174 e amparada pelo CONARE – órgão do Ministério da Justiça para a questão dos Refugiados -, onde o papel institucional é a identificação dos refugiados, de estabelecer interlocução com os países que recebem levas de refugiados.
AULA DIA 24/11/2017
A multiplicidade funcional do Direito Internacional Público ocasiona no aumento das organizações internacionais: direito internacional do comércio, do meio ambiente, migração. A estrutura institucional clássica das relações internacionais não consegue acompanhar as demandas contemporâneas, o que explica o fortalecimento e aumento das organizações internacionais, que podem ser classificados como “agentes catalizadores no papel na formação de consenso em escala internacional”.
Os elementos de uma organização (estrutura interna e atribuições) vão estar previstos no tratado constitutivo da organização. Exemplo, OPEP: atua como articulador na formação das políticas em torno do preço do petróleo.
Organizações internacionais de cunho regional: OEA (zelar pela democracia dos países americanos) e UNASUL (criada na segunda metade da década de 1950 – de uma política/projeto internacional para a América do Sul, de ocupar parcela de parte da OEA e de ser ver desvinculada da influência dos Estados Unidos).
OEA: proteção internacional dos diretos humanos.
ONU: principal organização internacional de grande vulto e relevância.
OIT: primeira organização internacional criada com o intuito de regular as relações de trabalho, de caráter protetivo ao trabalhador.
A Liga das Nações, precursora da ONU, foi um organismo decorrente a partir dos processos de negociações para o fim da Primeira Guerra, reflexo de uma nova ordem internacional, sem, contudo, alcançar seu fim, vindo a fracassar.
Pós Segunda Guerra, desponta a ONU, como alternativa a dar maior segurança, paz, desenvolvimento econômico e social a uma civilização internacional arrasada pelos efeitos do grande conflito. A paz e segurança coletiva internacional passam a ser uma das principais bandeiras iniciais a ser defendida pela ONU.
A ONU, por ser uma organização de cunho político, possui determinadas limitações a sua atuação nos Estados.
Órgãos centrais da ONU: Assembleia Geral – reúne-se uma vez por ano, podendo ocorrer convocação extraordinária em situações emergenciais.
Na Assembleia Geral o peso de cada Estado é igualitário, porém tem a propensão de formar “falsas maiorias”: países com pesos econômicos menores poderiam formar maioria. Contudo, as deliberações da Assembleia Geral funcionam apenas como recomendação, sem estabelecer o dever de cumprir algo, sem imposição de sanções.
Conselho de Segurança: é onde se encontra o poder, de estabelecer sanções econômicas e do uso da força. Sanção de cumprimento obrigatório. Composição do Conselho: 15 membros, sendo 10 provisórios (mandato de 02 anos) e 05 permanentes. A composição do Conselho de Segurança, dos membros permanentes, reflete o quadro político (correlação de forças) da época de sua fundação. As reuniões periódicas e emergenciais possuem a função de deliberação sobre recomendações e sanções.
Secretaria Geral: papel de estrutura administrativa e burocrática. A ONU, por ter uma grande estrutura funcional, necessita de um robusto modelo administrativo, que tem a incumbência de liderança pelo Secretário-Geral, este sendo eleito pela Assembleia Geral e ratificado pelo Conselho de Segurança. Tal cargo eletivo goza de um período de mandato de 05 anos.
O Secretário-Geral, além de desempenhar um papel administrativo, atua diretamente no campo diplomático; de convocar Assembleia emergencial, por exemplo.
Conselho Econômico e Social: políticas alternativas de desenvolvimento social. Organismos e agências especializadas atuam em conjunto com o Conselho Econômico e Social. Tem por finalidade dar maior cobertura e assessoramento nas ações, para uma melhor especialidade analítica e de ação. São organismos autônomos, mas sob supervisão do Conselho Econômico e Social.
Corte Internacional de Justiça: papel consultivo, destinado aos membros da ONU. Competência contenciosa e consultiva, de resolução das questões processuais, quando é devidamente provocado – por via do Processo de Estado-Organização internacional.

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