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Biblioteca 800551

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Filosofia
Do mito à razão
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Porque se diz que a filosofia nasceu na Grécia, no séc. VII a.C.?
Os homens não filosofavam antes? Não tentavam explicar suas experiências e o mundo a sua volta?
Existem sabedorias muito elaboradas que já existiam antes do nascimento da filosofia grega.
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Conhecimento, sabedoria e filosofia
Sabemos muitas coisas, qualquer pessoa, mesmo analfabeta sabe muitas coisas.
A filosofia difere de outras sabedorias porque entende que o conhecimento vem pelo exercício da razão. 
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FILOSOFIA
A Filosofia perguntou: 
O que existe? 
Por que existe? 
O que é isso que existe? 
Como é isso que existe? 
Por que e como surge, muda e desaparece? 
Por que a Natureza ou o mundo se mantém ordenados e constantes, apesar da mudança contínua de todas as coisas?
Philia – amor, desejo
Sophia- sabedoria
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Nascimento da Filosofia 
Final do Séc. VII aC nas colônias gregas da Ásia Menor, região conhecida como Jônia (na atual Turquia), na cidade de Mileto.
Primeiro filósofo, Tales de Mileto
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Nascimento da Filosofia
A filosofia nasce como uma busca de ordenação e organização do mundo (cosmos) por meio do pensamento racional, do conhecimento (logia) do mundo ou da natureza = Cosmologia.
Os primeiros filósofos buscavam revelar a substância primeira, de onde tudo o que existe teria derivado, a Arqué.
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Contribuíram para a filosofia grega os contatos com outros povos como os egípcios, persas, babilônios, assírios e caldeus.
A filosofia transformou os antigos mitos gregos, que explicavam todas as coisas, mas suas explicações já não satisfaziam aos que interrogavam sobre as causas.
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Mito
Narrativa sobre a origem de alguma coisa (astros, terra, homens, natureza).
Mythos, do grego, deriva do verbo mytheo: conversar, contar, anunciar, nomear, designar
Para os gregos era uma narrativa verdadeira (porque confiavam em quem narrava), feita em público, baseada na autoridade do narrador.
A autoridade vinha do fato do narrador haver testemunhado diretamente os fatos ou haver recebido a narrativa de quem testemunhou os acontecimentos narrados.
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Os poetas narravam os mitos. 
Acreditava-se que eram os escolhidos dos deuses, que lhes mostravam os acontecimentos e permitiam que vissem a origem de todos os seres.
A palavra dos poetas era sagrada, uma revelação divina.
O mito era inquestionável e incontestável.
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O mito narra a origem do mundo e de todas as coisas de três formas:
1. Encontrando o pai e a mãe das coisas e dos seres, isto é, tudo o que existe 
Decorre de relações sexuais entre forças divinas pessoais, que geram os deuses, os humanos, os metais, as plantas, os animais, as qualidades, como quente-frio,justo-injusto, belo-feio, certo-errado, etc. 
A narração da origem é, uma genealogia, isto é, narrativa da geração dos seres, das coisas, das qualidades, por outros seres, que são seus pais ou antepassados.
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2. Encontrando uma rivalidade ou uma aliança entre os deuses que faz surgir alguma coisa no mundo. Nesse caso, o mito narra ou uma guerra entre as forças divinas, ou uma aliança entre elas para provocar alguma coisa no mundo dos homens. 
3. Encontrando as recompensas ou castigos que os deuses dão a quem os desobedece ou a quem os obedece. 
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 Como os mitos sobre a origem do mundo são genealogias, diz-se que são cosmogonias e teogonias. 
Gonia: geração, nascimento a partir da concepção sexual e do parto.
Cosmos: mundo ordenado e organizado. 
 
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Cosmogonia: narrativa sobre o nascimento e a organização do mundo, a partir de forças geradoras (pai e mãe) divinas. 
Teogonia é uma palavra composta de gonia e theós, as coisas divinas, os seres divinos, os deuses. Uma narrativa da origem dos deuses, a partir de seus pais e antepassados. 
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Divindades da mitologia grega
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Zeus
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Poseidon
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Hefestos
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Netuno, Fonta di Trevi, Roma
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A queda de Ícaro
 Peter Paul Rubens, 1636-8.
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Diferenças entre a Filosofia e o Mito
1. O mito pretendia narrar como as coisas eram ou tinham sido no passado imemorial, longínquo e fabuloso.
 A Filosofia, ao contrário, se preocupa em explicar como e por que, no passado, no presente e no futuro (isto é, na totalidade do tempo), as coisas são como são. 
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2. O mito narrava a origem através de genealogias e rivalidades ou alianças entre forças divinas sobrenaturais e personalizadas, enquanto a Filosofia, ao contrário, explica a produção natural das coisas por elementos e causas naturais e impessoais. 
3. O mito não se importava com contradições, com o fabuloso e o incompreensível, porque esses eram traços próprios da narrativa mítica, e porque a confiança e a crença no mito vinham da autoridade religiosa do narrador. 
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 A Filosofia, ao contrário, não admite contradições, fabulação e coisas incompreensíveis, mas exige que a explicação seja coerente, lógica e racional; além disso, a autoridade da explicação não vem da pessoa do filósofo, mas da razão, que é a mesma em todos os seres humanos. 
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 Fragmento da Ilíada, texto atribuído a Homero, que narra a Guerra de Tróia. É constituída por versos. É o poema mais antigo conhecido da literatura ocidental.
Homero seria originário da Jônia, nascido no período VIII aC
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elena de Troia, por Evelyn de Morgan, 1898
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O nascimento de Vênus
Botticelli, 1485.
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Vênus (Afrodite) e Amor (Eros), por Theodor Heinrich Bäumer, 1886.
Afrodite retratada acompanha de Eros, seu filho mais famoso.
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Achilles triunfante
Franz von Matsch (1861/1942)
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 Corpo de Heitor sendo levado de volta à Tróia – Alto relevo romano em mármore, detalhe de um sarcófago
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Muralhas em Tróia
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Condições históricas para o surgimento da Filosofia 
A Grécia era fragmentada em vários povos e lideranças, o que permitiu a contraposição de ideias, crenças, formas de vida.
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 As viagens marítimas desmistificaram o mundo, o que passou a exigir uma explicação sobre sua origem, que o mito já não podia oferecer.
 A invenção do calendário, que é uma forma de calcular o tempo segundo as estações do ano, as horas do dia, os fatos importantes que se repetem, revelando, uma capacidade de abstração nova, ou uma percepção do tempo como algo natural e não como um poder divino incompreensível.
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 A invenção da moeda, que permitiu uma forma de troca que não se realiza através das coisas concretas ou dos objetos concretos trocados por semelhança, mas uma troca abstrata, uma troca feita pelo cálculo do valor semelhante das coisas diferentes, revelando, portanto, uma nova capacidade de abstração e de generalização. 
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 O surgimento da vida urbana, com comércio e artesanato, diminuindo o prestígio das famílias da aristocracia proprietária de terras, por quem e para quem os mitos foram criados. 
O surgimento de uma classe de comerciantes ricos, que precisava encontrar pontos de poder e de prestígio para suplantar o velho poderio da aristocracia de terras e de sangue fez com que se procurasse o prestígio pelo patrocínio e estímulo às artes, às técnicas e aos conhecimentos, favorecendo um ambiente onde a Filosofia poderia surgir.
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 A invenção da escrita alfabética, que revela o crescimento da capacidade de abstração e de generalização, uma vez que a escrita alfabética ou fonética representava uma ideia do que estava sendo dito, diferentemente de outras escritas como os hieróglifos dos egípcios ou os ideogramas dos chineses, que representavam uma imagem da coisa.
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 A política, que introduz três aspectos novos e decisivos para o nascimento da Filosofia: 
 A ideia da lei como expressão da vontade de uma coletividade humana que decide por si mesma o que é melhor para si e como ela definirá suas relações internas.
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 O surgimento de um espaço público, que faz aparecer um novo tipo de discurso, diferente do mito. Surge a palavra como direito de cada cidadão de emitir em público sua opinião, discuti-la com os outros, persuadi-los a tomar uma decisão proposta por ele. A valorização do humano, do pensamento, da discussão, da persuasão e da estimulou o pensamento racional e criou condições para que surgisse o discurso ou a palavra filosófica.
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A política estimula um pensamento diferente dos formulados por seitas secretas ou por iniciados em mistérios sagrados. Ao contrário, procura ser público, ensinado, transmitido, e discutido. A ideia de um pensamento que todos podem transmitir, compreender e discutir é fundamental para a Filosofia.
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Áreas da Filosofia
Ontologia
Onto: ser, ente e Logos: pensamento racional
 O pensamento racional na busca do conhecimento sobre os seres.
Ética
 Se ocupa da questão do dever e do bem, consequentemente da justiça (varia no tempo?)
Teoria do Conhecimento
 Trata das condições de possibilidade do conhecimento (é possível, como, por quais caminhos?)

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