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A influência do Afrocentrismo no Pensamento Quilombista. Atividade de Portfolio 2

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LUIS FELIPE GERIBELO LEITE - 1138520
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
Centro Universitário Claretiano
Pós-Graduação: História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
Arte e Filosofia Africana e Afro-brasileira
Reginaldo de Oliveira Pereira
BARRETOS-SP
2017
ATIVIDADE – 4ª SEMANA
Aluno(a): Luís Felipe Geribelo Leite	
Polo: Barretos
Curso: Historia e Cultura Afro-brasileira e Africana
Disciplina: Arte e Filosofia Africana e Afro-brasileira
Tutor: Reginaldo de Oliveira Pereira
A influência do Afrocentrismo no Pensamento Quilombista
Para explicar a influencia do Afrocentrismo no pensamento quilombista, primeiro devemos nos atentar o que é o Afrocentrismo em si.
Podemos resumir o afrocentrismo como a ideia que aqueles que seguem essa direção de pensamento têm de que não se devem relegar os africanos para a margem do pensamento e do conhecimento humano. Assim essa corrente de pensamento defende a ideia de que é necessário estudar todas as culturas e seus povos, especialmente a africana, do ponto de vista de protagonistas da sua historia, e não como objetos. Os afrocentristas ao contrario da noção eurocentrista amplamente aceita no ocidente, de que o pensamento filosófico ocidental é oriundo do pensamento grego, não é tão grego assim, por ter tido como base fundamental para a sua construção, a cultura egípcia, logo, uma cultura africana.
O afrocentrismo começou a ser difundido em meados dos anos 80, por estudantes afro-americanos, afro-brasileiros, caribenhos e africanos, que em seus estudos deixaram de propagar a visão eurocêntrica dos assuntos, começando a difundir justamente a visão afrocentrica. Isso não quer dizer que o afrocentrismo é um eurocentrismo africano, ou seja, que interpreta os assuntos estudados apenas sob a perspectiva africana, mas prega que seja devidamente reconhecida a existência da verdadeira cultura em que o objeto de analise nasceu, e que o mesmo seja avaliado sob os termos de pensamento e conhecimento oriundo da própria cultura, por exemplo: prega que a cultura africana seja analisada a partir de si, e não da visão imposta sobre era por outra cultura que possivelmente a despreza e não lhe de o devido valor. Também prega que não se deve usar uma única cultura como referencia, o que acontece atualmente, em que a cultura europeia acaba sendo referencia para praticamente tudo (arte, musica, dança, teatro etc.).
Durante muito tempo os africanos foram impossibilitados de se tornarem protagonistas de sua própria historia, vida social, vida politica, intelectual, artística, econômica etc. Tanto nas sociedade na qual foram inseridos por conta da escravidão, quanto na própria África, que mantem viva a herança do colonialismo, assim o afrocentrismo defende que o conhecimento e a experiência precisa ser revisto e reinterpretado, sob a ótica africana capaz de produzir seus próprios pensamentos e experiências, sendo sujeitos capazes de produzir sua própria historia e pensamento, não devem ficarem sujeitos a imposições vindas “de fora”. Com isso uma das questões mais importantes dentro da corrente africanista, e que também gera mais preocupação, é que questão da conscientização dos próprios africanos a esse respeito, na qual em grande parte não vejam a si próprios como sujeitos de sua própria historia, acabando por se identificar mais como europeus e americanos, negando sua origem.
Mas o que é o Quilombismo?
O termo “Quilombismo” tem origem na palavra “Quilombo”, que faz referencia ao local onde os negros-escravos se refugiavam quando fugiam de seus proprietários. Foi no final da década de 80 que o termo “Quilombismo’ passou a faze referencia à resistência negra. 	E foi na década de 80 que um dos maiores nomes da resistência negra, Adbias do Nascimento publica o libro “O Quilombismo”, na qual buscava justamente dar uma nova interpretação ao termo quilombo. Assim de acordo com o seu pensamento, o termo começou a ser propagado como toda forma de resistência por parte da população negra, assim o Quilombismo passou a ser um “movimento político dos negros brasileiros”, propondo que o Quilombismo seja adotado como um projeto de estado, visando a criação de uma nova sociedade chama de “Estado Nacional Quilombista”, baseada no comunitarismo muito tradicional na sociedade africana, que prega uma vida em plena comunidade, onde todos os meios de produção seriam de propriedade coletiva, visando a completa realização do ser humano.
E é aí que conseguimos encontrar as influencias do pensamento afrocentrista no Quilombismo, pois ele traz a tona um modo de ver a sociedade baseada a herança da cultura africana, assim prega a construção de uma sociedade nesses moldes, buscando por em prática a filosofia e a estrutura da vida em comunidade que é oriunda da África.
Referências:
Afrocentrismo in Artigos de apoio Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2017. Disponível em: <https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$afrocentrismo>. Acesso em: 29/09/2017.
Boletim Territorios Negros. Um Pouco de Historia: O Quilombismo. V.1 n.2, Março 2001. Disponível em: <http://www.koinonia.org.br/oq/artigos-detalhes.asp?cod=12574> Acesso em: 29/09/2017
FLORES, E. C.; AMORIM, A. Protagonismo negro numa perspectiva afrocentrada. Rev. Bras. Caribe, São Luis, v. XI, n. 22, jan.-jun./2011, p. 5978.

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