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REDAÇÃO INSTRUMENTAL
CASO CONCRETO 01
---Questão 1 ) Identifique se os excertos, a seguir, são narrativos ou argumentativos, justificando a sua resposta, com alguns fragmentos do próprio texto em análise. Para realizar essa proposta de trabalho, consulte o esquema apresentado acima. 
----Fragmento 1: Augusto ajuizou Ação em face de seu vizinho Germano, alegando, em linhas gerais, que o Réu lhe esbulhou uma parte de seu terreno onde existe um córrego com água potável e um abrigo para vaca s leiteiras. Pede liminarmente a reintegração de posse, dizendo que houve violência, que a invasão se deu durante a noite - clandestinamente, portanto - e que isso lhe trouxe crescentes prejuízos. Em sua Petição Inicial, seu advogado explicou os fatos e, entre outros argumentos, justificou, a partir dos prejuízos, a necessidade de obter jurisdição de urgência. 
----Fragmento 2: O alimentando não presta ao alimentado os alimentos indispensáveis à sua subsistência na forma da lei civil, razão por que está passando por privações. O alimentando encontra-se em situação estável, trabalhando atualmente como mecânico autônomo e percebe a quantia aproximada de R$1500,00 (hum mil e quinhentos reais) mensais. 
----Fragmento 3: Depreende-se da narrativa autoral que o que se pretende com a presente insurgência é discutir problemas familiares, revolvendo questões antigas e atritos/mágoas que sempre existiram e que estavam limitadas ao âmbito familiar, trazendo o Autor um desabafo emocional, mas, sem o menor constrangimento, expôs a público a privacidade de parte de seus familiares, maculando a imagem e a intimidade destes, desconsiderando o Autor a sua própria assertiva em Inicial ? Roupa suja se lava em casa? (Anexo II, item 17 , fl. 146). 
----Fragmento 4: O autor afirmou que o réu bloqueou a conta da empresa, impedindo-lhe de pagar fornecedores, empregados e impostos. Além disso, o autor assegurou que o réu teria cometido uma grave ilegalidade, pois abriu uma filial da empresa de sua mãe, ?Chique- Chique?, Supostamente concorrente, no mesmo endereço da empresa que é sócio com o autor, sem qualquer tipo de autorização prévia e utiliza -se de toda a estrutura de maneira completamente ilegal, com a intenção de vender a carteira de clientes da empresa, no escopo de encerrar suas atividades, asfixiar o autor financeiramente, e usurpar a estrutura e credibilidade do ponto comercial para instalar uma filial de sua empresa em Brasília. 
----Fragmento 5 Não se duvida de que é de clareza solar que o Autor utiliza seus petitórios para expor sua interpretação distorcida, aleatória e até leviana do indigitado e-mail, com ilações inverídicas e extremamente distanciadas da verdade e do intento da Ré, que buscou apenas relatar fatos ocorridos no âmbito familiar e demonstrar o seu amargor e repulsa com a ofensa à sua honra, pois foi chamada de ?ladra? Pelo Autor, buscando, assim, e precipuamente alertar que novas desavenças familiares poderiam ocorrer em razão de determinadas posturas do Autor, como a que se instaurou com a propositura da presente ação. 
-----Fragmento 6: Assim, resta evidente que a requerida, ao aliciar o cantor Zeca Pagodinho ainda na vigência do contrato e veicular a campanha publicitária com referência direta à campanha produzida anteriormente pela autora, causou-lhe prejuízos, porque, por óbvio, foram inutilizados todos os materiais já produzidos pela requerente com tal campanha e perdidos eventuais espaços publicitários já adquiridos e não utilizados. 
-------Questão 2: objetivas. 
-----1. No contexto da temática Tipologia textual e Narrativa Jurídica, identifique a opção que apresenta a correspondência adequada/correta entre característica e tipologia textual: 
(A) Narração: um texto narrativo possui os elementos indispensáveis da narrativa (O quê? Quando? Como? Onde? Quem? Por quê?).
 (B) Argumentação: pode aparecer na narrativa jurídica simples. 
(C) Narração: um texto narrativo jamais poderá apresentar uma outra tipologia textual.
 (D) Descrição: um texto descritivo sempre aparece com a tipologia textual argumentação.
 (E) Argumentação: um texto argumentativo não poderá apresentar modalizadores. 
-----2. Analise o fragmento extraído de uma Petição Inicial e indique a que tipo textual pertence: DOS PEDIDOS: Ante o exposto, requer a Vossa Excelência:
 a) A procedência da ação para condenar a ré a efetuar o pagamento ao autor na importância de R$ 10.000,00 (dez mil reais), acrescidos de juros e correção monetária;
 b) A condenação da requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios na forma da lei; 
c) A citação do representante legal da pessoa jurídica que figura no polo passivo para, querendo, no prazo legal, contestar a ação; (A) Narrativo. (B) Injuntivo. (C) Dissertativo-argumentativo. (D) Descritivo. (E) Dissertativo-expositivo.
 CASO CONCRETO 02
----O caso ocorreu em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, no ano de 2005. Uma mulher de 36 anos, desempregada, estava casada com um mecânico, também desempregado. Os dois moravam em um barraco de 10 metros quadrados, junto com seus três filhos. O mais velho tinha seis anos de idade; o filho do meio, quatro; o caçula, um ano e meio. É importante mencionar que essa mulher, Marcela, estava gestando o quarto filho. No mês de fevereiro daquele ano, em decorrência das fortes chuvas, um deslizamento de terra arrastou, ladeira abaixo, o lar em que vivia essa família. A mãe conseguiu salvar os dois filhos mais velhos, entretanto o caçula, ainda aprendendo a andar, não conseguiu sair a tempo. Morreu soterrado. Por tudo o que aconteceu, Marcela entrou em trabalho de parto. Chegou ao hospital público mais próximo e foi submetida a uma cesariana. Assim que ouviu o choro do bebê, prematuro, pediu para segurá-lo um pouco no colo. A enfermeira o permitiu. Marcela beijou a criança e jogou-a para trás. O menino caiu no chão, sofreu traumatismo craniano e morreu. Perguntada por que tomara aquela atitude, disse que não gostaria que seu filho passasse por tudo o que os demais estavam passando: fome e miséria. Um exame realizado no Instituto Médico Legal apontou que Marcela se encontrava em estado puerperal no momento em que matou o próprio filho. 
---- Este segundo caso ocorreu em São Paulo. A secretária Adriana Alves engravidou do namorado e, sem saber explicar por qual motivo, não contou o fato para ele; também não contou para mais ninguém. Seus pais, com quem morava, não sabiam de sua gravidez. Não compartilhou esse segredo com amigas ou colegas de trabalho. Definitivamente, ninguém conhecia a gestação de Adriana. Com o passar dos meses, Adriana não recebeu qualquer tipo de acompanhamento ou cuidado pré-natal especial; escondia a barriga com cintas e usava roupas largas. No mês de dezembro de 2006, quando participava de uma festa de final de ano, no escritório em que trabalha, sentiu -se mal e foi para casa. Sua intenção era realizar o parto sozinha e jogar a criança em um rio próximo à sua casa. Ocorre, porém, que o parto não transcorreu tranquilamente. Adriana teve complicações e teve de puxar à força a criança. Depois, matou-a afogada na bacia de água quente que separou para realizar o parto. Para se livrar da justiça, jogou a criança, já morta, no rio, enrolada em um saco preto. Muito debilitada, foi a um hospital buscar ajuda para si, mas não soube explicar o que aconteceu. Após breve investigação da Polícia, Adriana confessou tudo o que fizera. Exames comprovaram que ela não estava sob o estado puerperal. 
----Questão 1 a) Indique os elementos da narrativa dos casos lidos. 
b) Ao perceber que as circunstâncias como a conduta é praticada influenciam substancialmente o crime imputado ao agente, o profissional do direito deve estar atento para selecionar todas as informações que não podem deixar de constar de sua exposição dos fatos. Identifique nos dois casos concretos quais informações não podem deixar de ser narradas e as indique em tópicos. 
c) Quais crimes praticaram Marcela e Adriana? Defenda seus pontos de vista emum parágrafo. 
-----Questão 2: Objetivas. 
1. As narrativas jurídicas contêm características distintas das demais narrativas. Além disso, podem ser simples ou valoradas. Independentemente de serem simples ou valoradas, toda narrativa jurídica apresenta esta característica:
 (A) Ser escrita em terceira pessoa.
 (B) Apresentar a descrição dos espaços. 
(C) Ser parcial. 
(D) Conter modalizadores. 
(E) Ser imparcial. 
2. Leia o trecho, analise os elementos constitutivos da narrativa e marque a alternativa correta: 
Trata-se de negligência ao dever de cuidar de Maria de Lurdes Silva, 27 anos, a que expôs sua filha Carla Silva de dois anos. O fato ocorreu em Botafogo, Rio de Janeiro.
 (A) Não é possível extrair do parágrafo o elemento "onde". 
(B) É possível extrair do parágrafo o elemento "quando". 
(C) O parágrafo informa o porquê do conflito. 
(D) É desconhecido o agente da ação. 
(E) O fato gerador do conflito não se encontra identificado nesse parágrafo, somente sua valoração.
CASO CONCRETO 03
Ao procurar um advogado, o cliente fará, logo de início, um relato dos acontecimentos que, em sua perspectiva, causaram-lhe prejuízo do ponto de vista moral e/ou material. Relatará a sua versão do conflito, marcada, geralmente, por comoção, com reiterados detalhes - descrições minuciosas dos fatos - nem sempre muito relevantes juridicamente e com muita parcialidade. Saber selecionar essas informações é muito importante e esse procedimento depende não só do tipo de texto que se quer redigir, mas também de uma visão crítica, madura e bastante aprimorada, pois desses fatos selecionados que serão construídos os argumentos, sem se esquecer da função persuasiva da narrativa. Num relato pessoal, interessa ao narrador não apenas contar os fatos, mas justificá -los. No mundo jurídico, entretanto, muitas vezes, é preciso narrar os fatos de forma objetiva, sem justificá -los. Ao redigir um parecer, por exemplo, o narrador deve relatar os fatos de forma objetiva antes de apresentar seu opinamento técnico-jurídico na fundamentação. Antes de iniciar seu relato, o narrador deve selecionar o quê narrar, pois é necessário garantir a relevância do que é narrado. Logo, o primeiro passo para a elaboração de uma boa narrativa é selecionar os fatos a serem relatados. 
-----Questão 1 Considere que as informações juridicamente importantes são aquelas que precisam constar da narrativa jurídica porque o julgador necessita desses fatos para esclarecer o conflito e solucionar a lide. Assim, redija uma narrativa jurídica sobre o caso concreto abaixo, selecionando todas as informações relevantes em ordem cronológica e verifique, ainda, se constam dela os seguintes elementos que a constituem: o quê, quem, por quê, quando, onde, como (passo a passo da narrativa). Faça uso dos tempos verbais no passado e na terceira pessoa do singular em busca de maior veracidade para os fatos narrados. 
----Caso Concreto: No dia 9 fevereiro de 2015, em uma segunda-feira ensolarada, Iolanda de Araújo Nogueira, aposentada, 72 anos, portadora de doença degenerativa, com muita pressa, toda maquiada e com um belo coque e óculos escuros vermelhos, com roupas e sapatos estranhos à moda atual, dirigiu-se à agência do Banco do Estado do Rio Grande Sul (Banrisul) na cidade de Pelotas, com o propósito de sacar dinheiro para custear o seu tratamento médico em Porto Alegre. Ficou em duas filas aguardando atendimento, no período das 14h55min às 16h26min. Neste intervalo, sentiu-se mal, tendo sido acometida por forte diarreia. Pediu, então, à estagiária do banco, moça muito magra e extremamente bem vestida, com olhos de ressaca alencariana, acesso ao banheiro, mas foi informada de que os banheiros dos funcionários não podiam ser emprestados e o destinado aos clientes passava por reformas para tornar-se mais modernoso e atraente aos clientes e aos funcionários. Sentindo fortes dores abdominais, a aposentada explicou a situação à gerente, que prometeu ceder o banheiro privativo assim que dispusesse de uma funcionária para acompanhá-la. Com a demora, a aposentada pediu a um dos vigilantes da agência, que era muito alto, forte e malhado, o telefone da prefeitura e o número da Lei das Filas. Como o atraente vigilante não lhe deu atenção, ela resolveu ligar para a Brigada Militar (a polícia militar gaúcha). O atendente, após ouvir seu relato, desligou o telefone, sem nenhuma explicação. Só depois de uma hora, a Srª. Iolanda foi conduzida ao banheiro por uma estagiária chamada Helena Miranda. Ao sair da agência, acompanhada de Hilda Thomás dos Santos, secretária, 29 anos, morena, muito elegante e simpática, cliente do Banco, que também se encontrava no interior da agência e que se prontificou a servir de testemunha do constrangimento, martírio e descaso por que passou, a aposentada registrou Boletim de Ocorrência, no qual informou que se sentiu constrangida, humilhada e desrespeitada em sua dignidade quando precisou expor o problema físico que a acometia, sem que nenhuma providência fosse tomada. Matilde Correa, baixinha e nada elegante, gerente da agência bancária, ao ser interrogada, alegou que a situação que se criou foi fruto da impaciência da cliente, num dia de pagamento de benefícios, em que a agência se encontrava cheia e ainda por cima com o aparelho de ar condicionado com defeito. E disse, ainda, que a presença de funcionário para acompanhá-la se fazia necessária, pois o trajeto até o banheiro privativo dos funcionários passa pelo cofre do Banco. (Texto adaptado) 
-----Questão 2 Coloque os fatos dos casos concretos 1, 2 e 3 na ordem cronológica ou linear, estabelecendo relações lógicas entre os raciocínios, e, em seguida, responda às perguntas básicas sobre cada um deles, como: QUEM QUER?, QUER O QUÊ?, DE QUEM?, POR QUÊ?, ONDE?,QUANDO?, COMO?. A resposta a essas perguntas são importantes porque permitem perceber vários pontos relevantes dos casos concretos em estudo. Observe: 
QUEM QUER? Retrata a parte que o advogado representa/Autor. 
QUER O QUÊ? - Retrata o pedido, o mérito. 
DE QUEM? Delimita a parte/ Réu 
POR QUÊ? Retrata a causa de pedir, fundamentos de fato e de direito 
ONDE? Sinaliza a competência/lugar
 QUANDO? É relevante porque se refere à ideia de tempo (dia, mês, ano), marcando a relação de anterioridade e posterioridade dos fatos narrados, isto é, a sequência cronológica em que os fatos ocorreram. 
COMO? O elemento como é o passo a passo da situação fática e auxiliará, inclusive, na interpretação do caso concreto, pois é a Narrativa Jurídica propriamente dita. 
-----Caso concreto 2 XIV EXAME DA ORDEM /2014 Síntese da entrevista realizada com Heitor Samuel Santos, brasileiro, solteiro, desempregado, filho de Isaura Santos, portador da identidade 559, CPF 202, residente e domiciliado na Rua Sete de Setembro, casa 18, Manaus, Amazonas, CEP 999:
 ( ) teve a CTPS assinada como assistente de estoque. 
( ) mas, em parte do horário de trabalho, também realizava as tarefas de um analista de compras, pois seu chefe determinava que ele fizesse pesquisa de preços e comparasse a sua evolução ao longo do tempo, atividades estranhas à sua função de assistente de estoque.
 ( ) trabalhava de 2ª a 6ª feira, das 8h às 16h45min, com intervalo de 45 minutos para refeição, e, aos sábados, das 8h às 12h, sem intervalo. 
( ) é portador de deficiência e soube que, após a sua dispensa, não houve contratação de um substituto em condição semelhante.
 ( ) a empresa possui 220 empregados.
 ( ) seu e-mail pessoal era monitorado pela empresa porque, na admissão, estava ocorrendo um problema na plataforma institucional, daí porque a ex-empregadora acordou com os empregados que o conteúdo de trabalho seria enviado ao e-mail particular de cada um, desde que pudesse fazer o monitoramento. 
( ) trabalhou na fábrica de componentes eletrônicos Nimbus S.A. situada na Rua Leonardo Malcher, 7.070, Manaus, Amazonas, CEP 210, de 10.10.2012 a 02.07.2014.
 ( ) foi dispensado em 2/7/2014, sem justa causa e recebeu sua indenização corretamente. 
( ) que, em razãodisso, o empregador teve acesso a diversos escritos e fotos particulares do depoente, inclusive conteúdo que ele não desejava expor a terceiros.
( ) durante o contrato sofreu descontos a título de contribuição sindical e confederativa, mesmo não sendo sindicalizado.
 ----Caso concreto 2 XIV EXAME DA ORDEM /2014 
Síntese da entrevista feita com Bruno Silva, brasileiro, solteiro, CTPS 0010, Identidade 0011, CPF 0012 e PIS 0013, filho de Valmor Silva e Helena Silva, nascido em 20.02.1990, domiciliado na Rua Oliveiras, 150 ? Cuiabá ? CEP 20000-000: 
( ) Bruno costumava fazer digitação de trabalhos de conclusão de curso para universitários, ganhando em média R$200,00 por mês, mas no período em que esteve afastado pelo INSS não teve condição física de realizar esta atividade, que voltou a fazer tão logo retornou ao emprego. 
( ) No acidente, sofreu amputação traumática de um dedo da mão esquerda e se submeteu a tratamento médico e psicológico, gastando com os profissionais R$ 2.500,00 entre honorários profissionais e medicamentos e levou consigo os recibos.
 ( ) que teve a CTPS assinada e exercia a função de empacotador, recebendo por último o salário de R$ 1.300,00 por mês; que sua tarefa consistia em empacotar congelados de legumes numa máquina adquirida para tal fim. 
( ) Que foi admitido em 05.07.2011 pela empresa Central de Legumes Ltda., situada na Rua das Acácias, 58 ? Cuiabá ? CEP 20000-010, e dispensado sem justa causa em 27.10.2013, quando recebeu corretamente as verbas da extinção contratual; 
( ) No seu retorno ao trabalho, foi comprovada pelos peritos do INSS a perda de 20% da sua capacidade laborativa, razão por que foi readaptado a outra função. 
( ) Em 30.11.2011 sofreu acidente do trabalho na referida máquina, quando sua mão ficou presa no interior do equipamento, ficou afastado pelo INSS e recebeu auxílio doença acidentário até 20.05.2012, quando retornou ao serviço. 
( ) A CIPA da empresa, convocada quando da ocorrência do acidente, verificou que a máquina havia sido alterada pela empresa, que retirou um dos componentes de segurança para que ela trabalhasse com maior rapidez e, assim, aumentasse a produtividade. 
-----Caso concreto 3 XIV EXAME DA ORDEM /2012 
( ) O terreno está situado na Rua Cardoso Soares nº 42, no bairro de Lírios, na cidade de Condonópolis, no estado de Tocantins.
 ( ) Em razão disso, Norberto tem sido constantemente sondado a se retirar do local, recebendo ofertas de valor insignificante, já que as construtoras alegam que o terreno sequer pertence a ele, pois está registrado em nome de Cândido Gonçalves.
 ( ) Norberto da Silva, pessoa desprovida de qualquer bem material, adquiriu de terceiro, há nove anos e meio, posse de terreno medindo 240m² em área urbana, onde construiu moradia simples para sua família. 
( ) Norberto não tem qualquer interesse em aceitar tais ofertas; ao contrário, com setenta e dois anos de idade, viúvo e acostumado com a vida na localidade, demonstra desejo de lá permanecer com seus filhos. 
( ) A posse é exercida ininterruptamente, de forma mansa e pacífica, s em qualquer oposição.
 ( ) No último ano, o bairro passou por um acelerado processo de valorização devido à construção de suntuosos projetos imobiliários.
 ( ) São seus vizinhos do lado direito Carlos, do esquerdo Ezequiel e, dos fundos, Edgar. 
-------Questão 3: objetivas 
1. Marque a alternativa que melhor preenche a lacuna em: "____________ são aqueles que importam diretamente para a aplicação da norma jurídica." 
(A) Fatos cronologicamente organizados 
(B) Fatos juridicamente importantes. 
(C) Fatos que satisfazem a curiosidade do leitor. 
(D) Fatos que contribuem para a compreensão dos que são relevantes. 
(E) Fatos que dão ênfase a informações relevantes. 
-----2. A estrutura da narrativa é uma __________________ relacionados entre si de forma coerente, em que há uma ordem ______________ e ______________. 
(A) descrição / linear / acronológica. 
(B) sequência de fatos / temporal / casual. 
(C) relação de valores / casual / cronológica. 
(D) apresentação de teses / narrativa / argumentativa. 
(E) sequência de fatos / argumentativa / casual.
CASO CONCRETO 04
Paráfrase é um resumo, cuidadoso e original, do conteúdo da obra ou trecho lido, elaborado com as próprias palavras do pesquisador. (...) Deve ser redigida com bastante clareza e exatidão, de modo a possibilitar, no futuro, a sua utilização sem necessidade de retorno à obra original. (MARCHI, Eduardo Silveira. Guia de Metodologia Jurídica. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 240). 
----Questão 1 - Leia o fragmento, compreenda seu sentido global e parafraseie seu conteúdo. ?Consoante orientação de Malhães, ?os estudantes que estão se iniciando na vida intelectual precisam ser orientados pelos seus professores, a fim de adquirirem familiaridade com os livros e habilidades na seleção das obras a serem consultadas?.? 
----Questão 2 - o texto adiante é rico em polifonia. Identifique essas ocorrências e comente qual o papel dessas informações na construção do texto. 
O Ministério Público de Santa Catarina impediu que o bacharel em Direito Carlos Augusto Pereira prestasse concurso público para Promotor de Justiça do órgão, por ele ser cego. Ele recorreu da decisão, mas teve o seu pedido negado. 
Na carta em que justifica a medida, o MP de Santa Catarina alegou que a função é indelegável, e Pereira, "obrigatoriamente, teria que se socorrer de pessoas estranhas ao quadro funcional que não prestaram juramento público.? 
O Presidente da Comissão de Concurso, Pedro Sérgio Steil, afirmou que o "Promotor tem de preservar o sigilo e não pode repassá-lo a ninguém. Há impossibilidade de exercício profissional de uma pessoa com essa deficiência". 
Já o Presidente da Associação Nacional do Ministério Público, Marfam Vieira, discorda. "Não vejo incompatibilidade. Há áreas em que ele poderia atuar perfeitamente. E é função do Ministério Público proteger o deficiente físico, sobretudo porque a Constituição determina reserva de vaga nos concursos públicos. É lamentável que o MP de Santa Catarina esteja praticando um ato de discriminação". Marfam vai pedir à presidência da Associação do MP daquele Estado que reveja a decisão. Carlos Augusto Pereira afirmou que, "se fosse aprovado, teria um funcionário investido de fé pública", para ler os documentos para ele. 
"A orientação da manifestação ministerial seria dada por mim. Além disso, há sistemas que fazem a leitura pelo computador, como os sintetizadores de voz", ressaltou, ainda, Vieira.
 O Estado de Santa Catarina tem na Procuradoria da Advocacia Geral da União - órgão federal - um cego, Orivaldo Vieira. Há casos semelhantes em outros Estados do país. O procurador do Trabalho, Ricardo Marques da Fonseca, chefe da Procuradoria Regional de Campinas, e o defensor público Valmery Jardim, também são cegos. 
O bacharel é funcionário concursado da Justiça Eleitoral. Na ocasião do concurso, para auxiliá -lo nos exames, foram designados dois advogados: um leu para ele a prova e os livros usados para consulta, e o outro escreveu as respostas. 
O candidato considera ter sido uma vítima do preconceito e vai mover uma ação em face do órgão catarinense e exigir indenização por danos morais. 
Ainda segundo o Corregedor-Geral do MP de Santa Catarina, ?um cego precisaria, em algumas circunstâncias, do auxílio de outra pessoa. A tecnologia fornece facilidades, mas o reconhecimento de provas ou o exame de uma perícia ficam prejudicados. Não é razoável que o Estado tenha de criar uma estrutura para viabilizar uma exceção? 
---Questão 2 - Objetivas. 
----1. A mudança de posição dos termos em destaque, proposta na versão à direita, PREJUDICA o sentido pretendido no texto original apenas em... 
(A) TEXTO ORIGINAL: Itamar disse que espera mudanças nas regras dos debates a serem promovidos em Minas. 'É impossível falar sobre a desorganização administrativa que se instalou no Estado em apenas um minuto', justificou,... (ESTADO DE MINAS - 1/8/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: Itamar disseque espera mudanças nas regras dos debates a serem promovidos em Minas. "É impossível, em apenas um minuto, falar sobre a desorganização administrativa que se instalou no Estado", justificou,... 
(B) TEXTO ORIGINAL: A informação da polícia é de que alguns dos aparelhos teria m chegado até os presos escondidos dentro de galinhas assadas. (A GAZETA - 12/8/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: A informação da polícia é de que alguns dos aparelhos teriam chegado, escondidos dentro de galinhas assadas, até os presos. 
(C) TEXTO ORIGINAL: Apesar de os atiradores estarem sem capacete, ninguém conseguiu ver seus rostos, que estavam em uma moto Honda XL250. (A GAZETA - 12/8/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: Apesar de os atiradores, que estavam em uma moto Honda XL250, estarem sem capacete, ninguém conseguiu ver seus rostos.
 (D) TEXTO ORIGINAL: Victor dá posse amanhã a Rômulo Penina, para a casa civil, que acumulará os dois cargos. (A GAZETA - 1/4/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: Victor dá posse amanhã, para a casa civil, a Rômulo Penina, que acumulará os dois cargos. 
(E) TEXTO ORIGINAL: Com essa aquisição, a Saraiva, que ocupava o quarto lugar no ranking das editoras de livros didáticos, deu um passo largo para dominar o mercado. (A GAZETA - 27/8/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: Com essa aquisição, a Saraiva deu um passo largo para dominar o mercado, que ocupava o quarto lugar no ranking das editoras de livros didáticos.
 -----2. Sobre polifonia e intertextualidade, qual a análise incorreta?
 (A) A polifonia é a incorporação ao discurso de asserções emitidas diretamente por terceiros. (B) A polifonia é um reforço à linha argumentativa e ao recorrer a vozes alheias pelas citações, busca fundamentar proposição. 
(C) Na intertextualidade a citação direta é uma ocorrência predominante na fundamentação do argumento.
 (D) A intertextualidade sem uma intenção exclusivamente argumentativa repete ?ideias e falas? de outros emissores, as quais serão notadas em função do repertório de leitura do interlocutor e não pela citação direta. 
(E) A paráfrase é um recurso linguístico presente tanto na polifonia quanto na intertextualidade.
CASO CONCRETO AULA 5
** Leia atentamente o caso concreto e produza um relatório. Observe todas as orientações acumuladas ao longo do semestre.
Uma briga de casal na madrugada de 27 de outubro de 2013, no Condomínio Portal Sul, na Rua Pio Corrêa, no Humaitá, resultou na morte do porteiro Antonio Maximiniano Sales, de 38 anos. Ele foi assassinado com três tiros no peito após se negar a abrir o portão para um homem identificado apenas como Jaime, namorado da comerciante Margareth Garcia, de 46 anos, moradora do condomínio. De acordo com testemunhas, Jaime e Margareth discutiram por volta de 1h. O rapaz foi embora e, ao retornar às 2h, foi barrado na entrada principal. Irritado, Jaime xingou Maximiniano que, segundo amigos, tinha ordem de Margareth para não permitir mais a entrada do rapaz. Jaime foi embora e 20 minutos depois voltou ao condomínio. Um porteiro que trabalha num edifício ao lado do Portal Sul e testemunhou o crime disse que o rapaz aproveitou a chegada de um outro morador do prédio para entrar e seguir até a cabine da portaria principal. Ele estava completamente bêbado, chegou até mesmo a cair e machucar a testa na calçada. Em seguida, ele entrou e aí só escutei os estampidos dos tiros ? disse a testemunha. Ainda segundo a testemunha, após os disparos, Jaime foi embora imediatamente. O vidro da portaria apresentava marcas de sangue. 
----QUESTÃO 2: Objetivas. 1 - Conforme sustentam Néli Fetzner, Nelson Tavares e Alda Valverde (2013, p. 158): ?Define-se o relatório como um tipo de narrativa em que os fatos importantes de uma situação de conflito devam ser cronologicamente organizados, sem interpretá-los (ausência de valoração); os fatos da lide ou da demanda processual devam ser apenas informados?. Identifique o trecho que corresponde à definição transcrita: 
(A) Segundo a autora, iniciaram o relacionamento em 1975. Compraram um terreno, onde começaram a construir a casa. Acrescentou que contribuiu com o seu dinheiro e o dos pais para que o réu erguesse o imóvel. Esclareceu que ficaram noivos após quatro anos de namoro e deram entrada nos papéis para o casamento religioso.
 (B) O relacionamento da autora com o réu iniciou-se em 1975. Acreditando na boa-fé do réu, a autora investiu seus parcos recursos na compra de um terreno, onde começaram a construir uma casa. Ali ergueram um imóvel. Depois, ficaram noivos e, após quatro anos de namoro, finalmente, deram entrada nos papéis de casamento.
 (C) O réu, demonstrando a sua boa-fé, deu entrada nos papéis de casamento. Entretanto, preocupado com a segurança financeira do casal, comprou um terreno e ali ergueu a casa que seria o lar de ambos. 
(D) O réu agiu de má-fé, uma vez que induziu a autora a acreditar que pretendia se casar com ela. A compra do terreno e a posterior construção de uma casa geraram a falsa crença de que a amava. 
(E) O réu deve indenizar a autora, porque lhe causou profunda dor e constrangimento. Afinal, ela se entregou por quinze anos a uma relação que julgava verdadeira. Além disso, distribuiu os convites de casamento a parentes e amigos, na certeza de que iria formalizar uma relação que considerava estável. Entretanto, dois dias antes do casamento, este foi rompido, sem justificativa. 
----2. Todos os itens abaixo fazem parte da composição do relatório jurídico, EXCETO:
 (A) Sequência linear de fatos. 
(B) Seleção de fatos relevantes para a compreensão da lide. 
(C) A voz de uma ou mais testemunhas que possam contribuir para o conhecimento da lide. 
(D) O uso da narrativa na primeira pessoa quando o próprio advogado for o autor da ação. 
(E) Uso dos pronomes ?como? e ?por que?.
CASO CONCRETO 06
A reclamada contratou o reclamante para exercer a função de marceneiro no setor de produção de cozinhas moduladas. O reclamante, ao desempenhar sua atividade profissional, foi pregar um gabinete duplo, um dos componentes da cozinha modulada, quando o prego se soltou da madeira ao sofrer a batida do martelo. O prego atingiu em cheio o olho direito do trabalhador reclamante, perfurando-o. Esse infortúnio ocorreu por culpa exclusiva da reclamada, porque esta não ofereceu óculos de proteção ao obreiro. Trata-se de um trágico e irremediável acidente de trabalho que pôs fim não somente a qualquer perspectiva de ascensão profissional do reclamante, mas também o deixou deficiente visual para o resto de sua vida. 
***Questão 1: A linguagem forense utilizada pelo advogado na exposição dos fatos no caso em questão teve como objetivo produzir uma certa reação emocional no receptor (juiz) por meio e uma engenhosa seleção vocabular. Comente, em até 10 linhas, a escolha lexical intencional do advogado, considerando os valores semânticos de algumas palavras utilizadas na construção desse parágrafo.
****Questão 2: Identifique, no parágrafo acima, pelo menos duas informações ou versões que a parte contrária não teria narrado. Justifique a sua resposta. 
****Caso Concreto 2 Mateus foi denunciado porque, em agosto de 2015, supostamente teria se dirigido à residência de Maísa e a constrangido a com ele manter conjunção carnal, resultando assim na gravidez da suposta vítima, conforme laudo de exame de corpo de delito. Narra ainda a Inicial que, embora não se tenha se valido de violência real ou de grave ameaça para a prática do ato, o réu teria se aproveitado do fato de Maísa ser incapaz de oferecer resistência ao propósito criminoso, assim como de validamente consentir, por se tratar de deficiente mental, incapaz de reger a si mesma. 
-----Questão 3: A partir do resumo do caso concreto 3, produza uma breve narrativa jurídica a favor da parte Ré. 
------Questão 4: Objetivas. 1. Leia o poema abaixo para responder à questão proposta. 
Todo mundo aceita que ao homem cabe pontuar a própria vida: que viva em ponto de exclamação. A palavra SÓ, usada nos dois primeiros versos da última estrofe, tem, respectivamente, o sentido de: (dizem: tem alma dionisíaca);viva em ponto de interrogação (foi filosofia, ora é poesia); viva equilibrando- se entre vírgulas e sem pontuação(na política): o homem só não aceita do homem que use a só pontuação fatal: que use, na frase que ele vive o inevitável ponto final. In: MELO NETO, João Cabral de. Agrestes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. P.146 
(A) apenas / única. 
(B) aliás / difícil. 
(C) então / original. (D) também / ímpar. 
(E) afinal / exclusiva. 
****2. Leia o trecho: "O dano moral caracteriza-se por uma lesão a um interesse juridicamente protegido, aos direitos da personalidade, causando dor, tristeza, vexame ou humilhação.". De acordo com os procedimentos discursivos que formulam o texto argumentativo podemos afirmar que, exceto: 
(A) As palavras - tristeza, vexame, humilhação - valoram o discurso e criam uma tendência opinativa. 
(B) Na perspectiva de criar uma tendência, os modalizadores expressam valores semânticos contextualizados.
 (C) A seleção vocabular é muito importante, porque tem grande poder persuasivo na interpretação dos casos jurídicos. 
(D) É correto e comum no discurso jurídico o uso de modalizadores para tornar o texto persuasivo. 
(E) As palavras apenas assumem valores persuasivos quando contextualizadas. Fora do contexto não significam absolutamente nada, não indicam qualquer traço semântico
CASO CONCRETO 07
Como vimos anteriormente, na narrativa jurídica simples não há o compromisso de representar qualquer das partes; logo, deve-se relatar todo e qualquer fato importante para a compreensão da demanda de forma imparcial, uma vez que se faz apenas um estudo aprofundado do caso concreto para que dele se tenha o máximo de ciência de tudo o que ocorreu (fase inicial). Já a narrativa jurídica valorada (é a da Petição Inicial) é marcada pelo compromisso de expor os fatos, segundo a versão e interesse da parte que o advogado representa em juízo, por isso não há como negar a sua parcialidade. 
Por essa razão, apresenta pretensão da parte autora [o pedido] e recorre, frequentemente, a modalizadores linguísticos em busca da persuasão do destinatário .É bom esclarecer que os fatos a serem expostos em juízo na narrativa valorada com vista a dar embasamento ao pedido que será deduzido em favor do autor, devem guardar conformidade com as informações transmitidas oportunamente pelo cliente. É essencial que se tenha o maior cuidado para não deformar, no momento da exposição escrita, a realidade efetivamente vivenciada pelo cliente e informada ao advogado. Acrescentar fatos ou alterar a ordem pode acarretar grave dano à defesa de interesses que se pretende fazer; e expor com clareza o que serve de fundamento para o pedido é fundamental.
------ Questão 1: 
A partir da leitura do caso concreto abaixo, elabore uma narrativa jurídica em defesa da parte 
Autora. Faça uso da modalidade culta da língua e mantenha-se fiel ao conteúdo apresentado, sem distorcê-los, sem acrescentar ou criar fato algum. Limite-se apenas aos fatos descritos e narrados. 
O quê? Pedido de indenização por danos morais e materiais. 
Quem ativo? Direção do parque de diversões Mundo da fantasia empreendimentos Ltda e patrocinadores da festa Sábado sem lei no mundo da fantasia. 
Quem passivo? José da Silva, 29 anos, camelô, solteiro, morador da Rua Vale do Sossego, 127, 
Curicica, Jacarepaguá, Rio de Janeiro -RJ. 
Onde? Parque de Diversões Mundo da Fantasia, Avenida da Alegria, 2789, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ. 
Quando? Mais ou menos às 02h da manhã, em 09/9/2014. 
Como? (selecionar os fatos relevantes e colocá-los na ordem cronológica): 
-Quando chegaram ao parque, mais ou menos às 23h, o agito corre solto, e José da Silva e Laura Medeiros começaram a dançar. -
-A montanha russa atinge a velocidade de 60 Km/h. Anda sempre em posição normal; não tem 
looping.
-José da Silva sai de casa com Laura Medeiros e com a sua galera, às 10h da noite; pega um 
ônibus e vai para a festa Sábado sem lei no mundo da fantasia. O grande lance da noite é bebida liberada e dançar até o sol raiar. 
-José e Laura Medeiros tentam ir para a roda gigante e para o trem fantasma, a uma da manhã, mas as filas estão gigantescas. 
-José cai da montanha russa, despenca de quatro metros de altura, atravessa o telhado, arrebenta a cobertura de alumínio antes de cair sobre a plataforma. 
-A perícia vai ao parque no dia 10/9/2014, não encontra nenhum problema e libera o brinquedo.
-José e Laura Medeiros entram numa de curtir a montanha russa e enfrentam 50 minutos de fila.
- José é levado para o Hospital Luís Jorge, na Barra, 30 minutos depois da queda. Ele fica internado no hospital com fraturas múltiplas, afundamento de crânio, perfuração do pulmão e fratura da coluna cervical.
-Consequências: os pais de José pretendem ajuizar ação em face do parque, querendo Indenização; constituem você como advogado.
Depoimentos:
A) Laura Medeiros, 23 anos, comerciária, namorada do José: "ele estava ao meu lado e apenas levantou as mãos na descida. Depois de ouvirmos um tranco, um cleck estranho, o José foi jogado para fora do carrinho. Ainda tentei segurar ele pela camisa, mas foi tudo estranhão, muito rápido, não deu. A gente já andou muito naquela montanha russa antes, mas naquele dia tinha uma parada estranha". 
B) Violeta Ferreira, 24 anos, operadora de telemarketing, amiga do José: "O bombeiro chegou com uma maca meia hora depois. Ainda levei um socão dos seguranças, que não deixaram a gente chegar perto do posto médico". 
C)Pedro Nascimento, 45 anos, casado, gerente de manutenção do parque: "Fizemos tudo conforme o figurino. Atendemos o rapaz na mesma hora e chamamos os bombeiros. Essa garotada vem pras festas e não sabe beber. Pra andar nos brinquedos, tem que ter responsabilidade. Pra cair daquele jeito, ele só pode ter ficado de pé, não tem jeito". (Banco de Questões -Estácio/2011/ Adaptado) 
----Questão 2: Objetivas
1.Preencha as lacunas das frases abaixo: 3 -A _____________ tem como ponto de partida a 
_______________ dos fatos que geram a situação fática, começando sempre pela 
____________ de pedir mais remota (origem do negócio jurídico/relação com o Direito material) e terminando a ______________ de pedir próxima (descumprimento da obrigação pelo réu), indicando o ________________ do pedido.
(A) argumentação / argumentação / causa / consequência / motivo.
(B) argumentação / narração / motivação / evidência / porquê.
(C) narrativa jurídica / narração / causa / causa / porquê.
(D) narrativa jurídica / evidência / motivação / causa / desfecho.
(E) narrativa / argumentação / relação / motivação / porquê.
2. Assinale a alternativa correta. Dentre os aspectos linguísticos a serem observados necessariamente na redação das narrativas jurídicas das petições iniciais estão:
(A) uso da 3ª pessoa do discurso e preferencialmente do pretérito perfeito.
(B) uso de modalizadores e palavras de origem latina.
(C) identificação dos elementos da narrativa e uso da 1ª pessoa do discurso.
(D) uso de termos técnicos jurídicos e observação da ordem cronológica dos fatos.
(E) uso de artigos de lei nos quais se fundamentam os fatos e argumentação jurídica.
CASO CONCRETO AULA 08
O profissional do Direito, diante de um caso concreto, descreve e analisa os fatos para, em 
seguida, valorar esses fatos de acordo com as alternativas oferecidas pelas fontes do 
Direito. Fica, pois, evidente a importância da descrição dos fatos e das provas a fim de fornecer os elementos necessários para que se compreenda o caso, interprete-o e concretize essa interpretação mediante a argumentação.
O esquema do discurso jurídico, a seguir, revela estas três valências que se operam na 
construção de cada argumento: a descritiva (exposição dos fatos), a valorativa (qualificação dos fatos/fatos transformados em argumentos por meio da interpretação) e a normativa (aplicação das Fontes do Direito e/ou conhecimento jurídico jurisprudencial ou doutrinário).
DESCRITIVO FATO: O cliente de um determinado hotel fica ferido porque, enquanto ele dormia,se soltou do teto um pedaço de gesso. 
VALORATIVO (INTERPRETAÇÃO/ QUALIFICAÇÃO DO FATO/ FONTES DO DIREITO) : A queda do gesso foi causada por negligência do hotel. 
NORMATIVO ENQUADRAMENTO LEGAL/JUSTIFICATIVA/ ESTRUTURA DO ARGUMENTO SEM DESENVOLVIMENTO : A administração do hotel se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar o cliente.
------Questão 1
Leia os casos concretos 1 e 2 abaixo, selecione pelo menos quatro fatos importantes e produza um esquema à semelhança do que apresentamos anteriormente.
Atenção! Neste momento, nosso interesse é apenas compreender como
transformar um fato em argumento persuasivo, razão por que só será feita a estrutura lógica do argumento, mas sem o seu desenvolvimento, ou seja, sem o desenvolvimento do parágrafo argumentativo propriamente dito. 
-----Caso Concreto 1
João Paulo de Almeida nasceu de parto normal, com peso inferior ao normal, 1800 gramas e 
com deficiências respiratórias, em 22 de setembro de 2015, em um hospital particular, cujas despesas foram pagas pela ex-patroa da genitora, que cultivava um forte carinho por ela.
Mãe e recém-nascido receberam alta hospitalar, 24 horas após o parto.
Seis horas depois, mãe e filho retornaram à própria Casa de Saúde São Nicolau, no município de São Gonçalo, no Estado do Rio de Janeiro, estando este quase desfalecido.
O mesmo médico, que tinha dado alta aos dois, socorreu João Paulo, introduzindo lhe uma sonda nasogástrica, mas este veio a falecer de insuficiência respiratória e hemorragia digestiva. A causa da morte consta do depoimento do próprio médico e do registro de óbito.
Segundo o depoimento do próprio médico que atendeu João Paulo, quando uma criança nasce com problema de saúde, deve ser transferida para a UTI Neonatal, nas 24 horas seguintes ao 
nascimento, mas isso não foi feito.
De acordo com o depoimento da Casa de Saúde São Nicolau, a morte ocorreu devido à mãe ser desnutrida e fumante e por ter uma baixa situação sócio-econômica e ser a vítima o seu quinto filho. (Texto adaptado)
--------Caso Concreto 2
O veículo dirigido pelo preposto da Ré Transportadora Suave ingressou no cruzamento com a 
Rua Sorocaba, nº 596, em Botafogo, no Rio de Janeiro, sem respeitar a placa de Parada Obrigatória existente no local, vindo assim a colidir com o veículo de Edgar Magalhães, que trafegava em via preferencial, causando-lhe graves sequelas, em 27 de outubro de 2015. O preposto da Ré fugiu do local sem prestar socorro à vítima.Não houve perícia no local, somente boletim de ocorrência.O Autor teve sequelas gravíssimas -osteomielite crônica de cura duvidosa -, capaz de levar à amputação de sua perna esquerda e ficou incapacitado de trabalhar.
Segundo a Ré, em seu depoimento, no local onde ocorreu o acidente nada existia a indicar que a via pela qual trafegava o veículo do acidentado era preferencial.
A Ré ainda assegurou, em seu depoimento, que a vítima entrou no cruzamento sem a mínima 
atenção, destacando culpa exclusiva do Autor Edmar Magalhães.
Conforme depoimento da Ré, o boletim não tem força probatória; por não ter havido perícia no local.O Autor deseja verba para aquisição e manutenção de prótese e para aquisição de sapatos e outros aparelhos ortopédicos, verba para cirurgia e despesas hospitalares recomendadas pela perícia médica.Edmar Magalhães pretende mover uma ação em busca de indenização por danos morais, materiais e lucros cessantes durante o período de incapacidade total e eventual capacidade parcial.
------Questão 2: objetivas.
1.Assinale a alternativa que demonstra o texto corretamente adequado e relacionado às três valências em que a escrita jurídica é realizada (descritiva, valorativa e normativa):
(A) A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque, enquanto ela trabalhava, a 
escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (DESCRITIVO -QUALIFICAÇÃO); A quebra 
da escada foi causada por negligência da empresa (VALORATIVO -ENQUADRAMENTO LEGAL); A administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a funcionária (NORMATIVO -QUALIFICAÇÃO DO FATO).
(B) A administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a funcionária (DESCRITIVO -FATO); A quebra da escada foi causada por negligência da empresa 
(VALORATIVO -QUALIFICAÇÃO DO FATO); A funcionária de uma determinada farmácia foi 
ferida porque, enquanto ela trabalhava, a escada que utilizava para pegar remédios quebrou. 
(NORMATIVO -QUALIFICAÇÃO DO FATO).
(C) A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque, enquanto ela trabalhava, a 
escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (NORMATIVO -
ENQUADRAMENTO LEGAL). A quebra da escada foi causada por negligência da empresa (VALORATIVO -QUALIFICAÇÃO DO FATO); A administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a funcionária (DESCRITIVO -FATO).
(D) A quebra da escada foi causada por negligência da empresa (DESCRITIVO -FATO); A administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a 
funcionária (VALORATIVO -QUALIFICAÇÃO DO FATO). A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque, enquanto ela trabalhava, a escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (NORMATIVO -ENQUADRAMENTO LEGAL).
(E) A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque, enquanto ela trabalhava, a 
escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (DESCRITIVO -FATO); A quebra da escada 
foi causada por negligência da empresa (VALORATIVO -QUALIFICAÇÃO DO FATO); A 
administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a 
funcionária (NORMATIVO –ENQUADRAMENTO LEGAL).
-----2. A seleção dos fatos é de fundamental relevância no discurso jurídico, uma vez que se transformarão em argumentos na fundamentação. A narrativa jurídica é, portanto, o relato de fatos que auxiliam na compreensão do caso concreto e daqueles que trazem consequências jurídicas. Assim, a partir do texto abaixo, assinale o fato juridicamente relevante.
Um homem foi preso por agredir a ex-companheira, de 25 anos, com um pedaço de madeira de mais de um metro neste domingo, 14 de agosto de 2016, em pleno Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio. Identificado pela polícia, Amândio Martins Júnior, de 24 anos, é de Rio das Ostras, na Região dos Lagos, e será enquadrado na Lei Maria da Penha. A mulher levava pauladas do homem na altura da coluna com um pedaço de madeira de 1,5 metro. O caso foi registrado na 9ª DP (Catete). Levada para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, a mulher está b em e apresenta quadro estável, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
(A) Amândio Martins Júnior agrediu sua ex-companheira.
(B) O ataque foi na altura da coluna com um pedaço de madeira de 1,5 metro.
(C) Crime aconteceu em dia de domingo em pleno Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio.
(D) Agressor foi identificado pela polícia
(E) A mulher está bem e apresenta quadro estável, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
CASO CONCRETO AULA 09
O processo judicial é um espaço público em que as partes envolvidas em uma lide expõem seus pontos de vista sobre a questão submetida ao juiz-Estado, mediante uma atividade interativa dialética. O desfecho, após esse embate democrático, é consubstanciado num documento que registra a sentença, ato final do procedimento. O princípio da fundamentação das decisões judiciais exige do juiz analisar todas as teses jurídicas que foram levantadas pelas partes no desenrolar da jornada processual e não apenas aqueles argumentos que o próprio magistrado entender relevantes. O princípio do devido processo legal institui que relevante é aquilo que foi trazido pelas partes à análise do magistrado, devendo o julgador rejeitar ou acolher cada um desses pontos de vista, mediante fundamentos motivados no ordenamento jurídico. 
Para fundamentar sua decisão, o magistrado interpreta os pedidos feitos ao Estado com base no ordenamento jurídico e seus códigos de leis. Assegura a ConstituiçãoFederal que "/.../ todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e todas as decisões fundamentadas, sob pena de nulidade, /.../" (BRASIL, 1988, Art. 93, XI). Na prática, o silogismo apresenta três proposições? Premissa maior, premissa menor e conclusão? Que se dispõem de tal forma que a conclusão deriva de maneira lógica das duas premissas anteriores. Mas será que a lei deve ser aplicada a qualquer custo, ou cabe ao magistrado interpretar a vontade do legislador e usar a norma com razoabilidade? 
----Questão 1: Partindo das noções acerca da Lógica Formal e Lógica Jurídica (ou Lógica do Razoável) e dos tipos de raciocínio estudados, analise os casos concretos 1 e 2 abaixo, aplicando-lhes as informações recebidas. 
----Caso Concreto 1: SENTENÇA
 No dia nove de agosto de 1978, compareceu a minha presença, no Fórum de Vila Velha (ES), Edna Souza, grávida de oito meses, que estava presa na Cadeia da Praia do Canto, em Vitória, enquadrada no artigo 12 da Lei de Tóxicos (tráfico). Diante do quadro dramático - uma pobre mulher grávida, encarcerada -, proferi, em audiência, despacho que a libertou. Anteriormente, Edna vira-se envolvida noutro processo, enquadrada em crime de lesões corporais leves porque, utilizando-se de um pedaço de vidro, ferira Neuza Maria Alves. O motivo da agressão de Edna a Neuza foi ter Neuza abandonado a Escola de Samba ?Independente de São Torquato? para desfilar na Escola de Samba "Novo Império". 
Neuza era figura importante do desfile, como porta-bandeira da Escola, na qual também Edna desfilava, como passista. Depondo em audiência, um ano após ter Edna sido solta para dar à luz, disse Neuza, a vítima das agressões que, se dependesse dela pediria que a Justiça fosse mais calma com a acusada, pois o fato ocorreu por provocação de outra pessoa, a acusada tem uma filha pequena e, além disso, está se regenerando?. 
Diante dos fatos proferi sentença absolutória, por entender que a Justiça Criminal, dentro de uma visão formalista, localiza-se no passado, julga o que foi. A Justiça Criminal, numa visão humanista, coloca-se no presente e contempla o futuro?
O despacho que libertou Edna, no processo de tóxicos, e a sentença absolutória, no processo de lesões corporais, são transcritos, na íntegra, a seguir.
----A) Despacho libertando Edna, a que ia ser Mãe. 
A acusada é multiplicadamente marginalizada: por ser mulher, numa sociedade machista; por ser pobre, cujo latifúndio são os sete palmos de terra dos versos imortais do poeta; por ser prostituta, desconsiderada pelos homens, mas amada por um Nazareno que certa vez passou por este mundo; por não ter saúde; por estar grávida, santificada pelo feto que tem dentro de si, mulher diante da qual este Juiz deveria se ajoelhar, numa homenagem à maternidade, porém que, na nossa estrutura social, em vez de estar recebendo cuidados pré-natais, espera pelo filho na cadeia.
 É uma dupla liberdade a que concedo neste despacho: liberdade para Edna e liberdade para o filho de Edna que, se do ventre da mãe puder ouvir o som da palavra humana, sinta o calor e o amor da palavra que lhe dirijo, para que venha a este mundo tão injusto com forças para lutar, sofrer e sobreviver. Quando tanta gente foge da maternidade; quando milhares de brasileiras, mesmo jovens e sem discernimento, são esterilizadas; quando se deve afirmar ao Mundo que os seres têm direito à vida, que é preciso distribuir melhor os bens da Terra e não reduzir os comensais; quando, por motivo de conforto ou até mesmo por motivos fúteis, mulheres se privam de gerar, Edna engrandece hoje este Fórum, com o feto que traz dentro de si. 
Este Juiz renegaria todo o seu credo, rasgaria todos os seus princípios, trairia a memória de sua Mãe, se permitisse sair Edna deste Fórum sob prisão. Saia livre, saia abençoada por Deus, saia com seu filho, traga seu filho à luz, que cada choro de uma criança que nasce é a esperança de um mundo novo, mais fraterno, mais puro, algum dia cristão. 
Foi ao vê-la grávida, incomodada com o peso do feto, pois recusou sentar-se dizendo que ficava mais à vontade de pé, que eu pude compreender a dimensão do sofrimento de Edna. Foi diante de Edna mulher, Edna ser humano, que pude perceber o que significava para ela estar presa. 
----B) Sentença absolvendo Edna. 
A Justiça Criminal, dentro de uma visão formalista, localiza-se no passado, julga o que foi. A Justiça Criminal, numa visão humanista, coloca-se no presente e contempla o futuro. A Justiça Criminal não é uma máquina calculadora que só fecha suas contas quando o saldo é zero. A Justiça Criminal é, sobretudo, um ofício de consciência, onde importa mais o valor da pessoa humana, a recuperação de uma vida, do que a rigidez da lógica formal.
 A prova testemunhal convence que Edna é hoje uma pessoa inteiramente recuperada para o convívio social. Como ficou demonstrado, sua vida está inteiramente dedicada a sua casa. Compareceu hoje perante este Juízo com uma filha nos braços. Insondáveis caminhos da vida? Da última vez que veio a esta sala de audiências, a criança, que hoje traz nos braços, ela a trazia no ventre. Por despacho deste juiz, foi naquela ocasião posta em liberdade. 
Creio que a sentença justa, no dia de hoje, é a sentença que absolve a acusada. Não se trata da sentença sentimental, da sentença benevolente, como se julga tantas vezes, erradamente, sejam as sentenças deste juiz. É a sentença que crê no ser humano, é a sentença convicta de que muitas vezes pessoas marginalizadas pelas estruturas sociais encontram, no contato com o julgador, o primeiro relacionamento em nível de pessoa. Absolvo a acusada, em voz alta, sentença ouvida, palavra por palavra, pela acusada, para que sinta ela que desejo tenha uma vida nova. Liberto -a deste processo e espero que nunca mais fira quem quer que seja. 
------C) DISPOSITIVO: Não fui eu que libertei Edna, foi Edna quem me libertou. 
Considerando tudo que foi ponderado, atendendo ao gesto de perdão da vítima Neuza Maria Alves, atento à criança que Edna traz no colo, sua filha Elke, desejando que esta sentença seja um voto de confiança que Edna saiba compreender, ABSOLVO a acusada da amputação que lhe foi feita.( João Baptista Herkenhoff ).
-----Caso Concreto 2 O que deve prevalecer: o direito à tradição e às manifestações culturais ou o respeito aos animais? 
Era essa a questão que estava em jogo no caso da Farra do Boi. De um lado, vários grupos defendiam que o evento chamado "farra do boi" fazia parte da cultura popular em Santa Catarina e, por isso, merecia ser mantido. Do outro lado, diversos grupos defendiam que a "farra do boi" gerava crueldade desnecessária aos animais, devendo, portanto, ser proibida. O caso chegou até o Supremo Tribunal Federal que determinou que o Estado de Santa Catarina adotasse as providências necessárias para proibir a chamada "farra do boi". 
Leia a ementa:
 COSTUME - MANIFESTAÇÃO CULTURAL - ESTÍMULO - RAZOABILIDADE - PRESERVAÇÃO DA FAUNA E DA FLORA - ANIMAIS - CRUELDADE. 
A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício dos direitos culturais, incentivando a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da observância da norma do inc. VII do art. 225 da Constituição da República Federativa do Brasil, no que veda a prática que acabe por submeter os animais à crueldade. Procedimento discrepante da norma constitucional, denominado ?farra do boi? (STF, RE 153541-1-SC, rel. p/ acórdão Min. Marco Aurélio). 
----Questão 2: Objetivas. 1. O Silogismo é um raciocínio lógico dedutivo composto de Premissa maior, Premissa menor e Conclusão. Sabemos que a petição inicial é construída com base em um silogismo. Considerando essa relação, observe os itens abaixo e identifique a alternativa correta: 
(A) Na petição inicial, a premissa menor é o direito. 
(B) Na petição inicial, a premissa maior é o pedido. 
(C) Na petição inicial, a conclusão do silogismo é exposição dos fatos.
 (D) Na petição inicial, a premissa menor é a qualificação das partes. 
(E) Na petição inicial, a premissamaior é o direito. 
---2. Acompanhe o raciocínio e marque a alternativa INCORRETA. CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 Institui o Código Civil . 
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho. O cirurgião plástico durante uma lipoaspiração rompeu a artéria aorta da paciente que faleceu. O cirurgião deve indenizar a família da paciente. 
(A) A conclusão é resultado da subsunção da premissa menor com a maior. 
(B) A premissa menor está contida na maior, já que aponta para uma hipótese contida na premissa maior. 
(C) Todas as hipóteses expostas na premissa maior se aplicam à premissa menor.
 (D) Considera-se lógica formal a utilizada no raciocínio descrito. 
(E) O raciocínio dedutivo foi corretamente aplicado.
CASO CONCRETO AULA 10
A demonstração pode auxiliar a argumentação a alcançar seus objetivos, uma vez que ela se caracteriza por ser um meio de prova, fundado na proposta de uma racionalidade matemática, a qual é operacionalizada pela lógica formal silogismo.
 A título de exemplo, reconheçamos que, para desenvolver uma argumentação que convença o magistrado da procedência do pedido de alimentos, é necessário demonstrar que realmente o requerido tem essa obrigação de alimentar o requerente, ou seja, é fundamental que a parte a utora demonstre a paternidade para o juiz, sem a qual não tem qualquer serventia o fundamento jurídico selecionado.
 Quais os meios de prova admitidos pelo Direito no tocante à comprovação (demonstração) da paternidade? Vejamos o art. 1605 do Código Civil: na falta, ou defeito, do termo de nascimento (certidão), poderá provar-se a filiação por qualquer modo admissível em direito: I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou separadamente; II - quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos. Na mesma temática já abordada insere-se a sentença, cujo relatório adiante será transcrito.
 Ação de investigação de paternidade,
 Processo número ... 
S E N T E N Ç A[2]
 Vistos etc.
 L.S.S. ajuizou ação de investigação de paternidade em face de P.C.V.A., alegando ser ele o seu pai, tendo a concepção ocorrida durante período em que M.G.F.S. trabalhava como doméstica, na residência dos pais do requerido. Acostou à peça inicial certidões e cópias de documentos civis. 
Citado, o réu apresentou contestação a fls. 19/21, negando qualquer tipo de envolvimento ou relacionamento sexual com a mãe do autor, ou com qualquer outra empregada doméstica, mesmo porque, à época da concepção, contava com 14 anos de idade, sem experiência na área sexual. Conclui atribuindo à exploração política, o ajuizamento da presente ação, que seria represália ao fato de não haver, ele réu, ajudado financeiramente o autor, quanto lhe solicitou.
 Réplica a fls. 24 e 27/30. A partir deste ponto, voltou-se o esforço processual à realização de exame de DNA, que culminou por não ser realizado ante a negativa do réu (fls. 47). Após dois adiamentos, foi a audiência realizada a fls. 77/90, com os depoimentos pessoais das partes e inquirição de testemunhas tanto do autor quanto do réu, que novamente negou -se a se submeter a exame de DNA. 
Nova audiência a fls. 100/102, e outro adiamento a fls. 107, para finalmente ocorrer a audiência de fls. 112/117 com a oitiva de testemunhas referidas. Alegações finais do autor a fls. 118/124 e do réu a fls. 125/129, manifestando -se o Ministério Público a fls. 131/133. Vieram os autos conclusos em 09 de novembro de 1999. É O RELATÓRIO.
--- Questão 1: Verificamos, pela leitura, que o requerido, alegando exploração política do fato, nega -se sistematicamente a realizar o exame de DNA, prova demonstrativa necessária à verificação dos fatos alegados pelo requerente.
O Judiciário já presumiu algumas vezes a paternidade, tendo em vista a conduta de negativa de realização desse exame. A partir das informações já expostas nesta aula, realize uma pesquisa de jurisprudência e indique, sucintamente (até 10 linhas de texto argumentativo), qual a premissa maior que sustenta a presunção relativa de paternidade mesmo sem o exame de DNA. Sustente, ainda, se você é favorável ou contrário a esse raciocínio.
---- Questão 2: Objetivas 1. Leia as assertivas I e II e marque a alternativa que NÃO AS ANALISA DE MODO COERENTE E CORRETO:
I) A prática argumentativa envolve o raciocínio e a lógica, VISTO QUE II) o argumentador deve elaborar provas para defender sua tese. 
(A) Ainda que de modo indutivo o argumentador deve construir provas, ou seja, apresentar razões em face de demonstrações, por isso a afirmativa II relaciona-se a I. 
(B) O método argumentativo indutivo desconstrói premissas construídas estritamente à letra da Lei, por isso não desconsidera a demonstração lógica. 
(C) Na perspectiva Perelmaniana, o conhecimento possui uma dimensão dialética o que permite ao argumentador elaborar teses que privilegiam fatores sociais.
(D) A lógica formal de raciocínio argumentativo é competência do juiz, que deve aplicá-la aos conhecimentos da vida cotidiana, sem ponderações razoáveis.
(E) As assertivas I e II estão corretas e se completem 
---2. Segundo Chaïm Perelman, ao tratar da argumentação jurídica na obra Lógica Jurídica, a decisão judicial aceitável deve satisfazer três auditórios para os quais ela se destina. Assinale a alternativa que indica corretamente os auditórios.
 (A) A opinião pública, o parlamento e as cortes superiores. 
(B) As partes em litígio, os profissionais do direito e a opinião pública. 
(C) As partes em litígio, o parlamento e as cortes superiores. 
(D) As cortes superiores, os organismos internacionais e os profissionais do direito.
 (E) As cortes superiores, o parlamento e profissionais do direito.
CASO CONCRETO AULA 11
A tese é o posicionamento diante do caso concreto, atendendo aos interesses da parte. Argumento significa convencimento, persuasão, refutação, afirmação, declaração. O argumento tem a finalidade de defender a(s) tese(s) proposta(s) e a construir provas ou destruí-las.
Leia o caso concreto a seguir e responda às questões propostas ao seu final.
Joaquina Silva, ao chegar à casa de sua filha, Esmeralda Silva Souza, deparou -se com seu genro, Adaílton Souza, mantendo relações sexuais com sua neta, a menor F.M., de 12 anos de idade, em 2 de janeiro de 2013, em São João das Couves, no município do Rio de Janeiro.
Transtornada com a situação, Joaquina foi à delegacia de polícia, onde registrou ocorrência do fato criminoso. Ao término do Inquérito Policial instaurado para apurar os fatos narrados, descobriu -se que Adaílton vinha mantendo relações sexuais com a referida menor desde novembro de 2012.
 Apurou-se, ainda, que Esmeralda, mãe de F.M., sabia de toda a situação e, apesar de ficar enojada, não comunicava o fato à polícia com receio de perder o marido que muito amava.
---Questão 1
a) Destaque do caso concreto o fato jurídico (o quê?) que gerou a situação fática. 
b) Identifique as partes processuais (quem?). 
c) Quando e onde o fato jurídico ocorreu? 
d) Identifique a relação de causalidade (conduta-resultado). 
------Questão 2: Formule a tese que pretende defender.
------Questão 3 Selecione os fatos que possam colaborar para a defesa da sua tese. Busque, portanto, todas as informações que explícita ou implicitamente possam dar sustentação à sua tese. 
-----Questão 4 Fixada a tese, passa-se ao desenvolvimento, que é a argumentação em defesa dessa mesma tese. Portanto, apresente, agora, apenas um parágrafo argumentativo, de 6 a 10 linhas, para defesa de sua tese. Pode-se produzir um parágrafo argumentativo seguindo o raciocínio dedutivo ou indutivo.
Orientações jurídicas sobre o caso concreto em estudo: 
a) Estupro de vulnerável, conduta descrita no art. 217-A do CP. 
b) Esmeralda também praticou estupro de vulnerável(art. 217-A do CP c/c art. 13, §2º, a, do CP), uma vez que tinha a obrigação legal de impedir o resultado, sendo garantidora da menor. 
c) Trata-se de Ação Penal Pública incondicionada, nos termos do art. 225, parágrafo único, do CP.
-----Questão 5: Objetivas. 1.
 Qual a tese defendida no parágrafo abaixo e que tipo de argumento jurídico foi utilizado com esse intuito. Elas estão no cárcere. O cárcere não está preparado para elas. Idealizado para o macho, o cárcere não leva em consideração as especificidades da fêm ea. Faltam absorventes. Não existem creches. Excluem-se afetividades. Celas apertadas para mulheres que convivem com a superposição de TPMs, ansiedades, alegrias e depressões.
 (A) O cárcere tem caráter essencialmente masculino. Argumento por analogia. 
(B) O cárcere é feito para homens e mulheres. Argumento a fortiori. 
(C) O cárcere é feito para bandido. Argumento de autoridade. 
(D) O cárcere é feito para homens e mulheres. Argumento de fuga. 
(E) O cárcere tem caráter essencialmente masculino. Argumento de senso-comum. 
--------2. Analise o texto a seguir e identifique a resposta correta:
Vontade de fazer; vontade própria; consciência; capacidade de decidir e se conduzir em decorrência da própria decisão. Quando relacionado a um crime - crime doloso - diz-se que a pessoa se conduziu por vontade própria, ou seja, tinha realmente a intenção de praticar aquela conduta. Entretanto, o dolo não está relacionado apenas às condutas criminosas, mas à vontade consciente da pessoa que pratica qualquer conduta. A adolescência é o período da vida em que a pessoa está adquirindo dolo, ou seja, capacidade de decidir e se conduzir por suas decisões, podendo ser responsabilizada por suas condutas.
(A) O texto trata de uma narrativa valorada. 
(B) O texto apresenta uma argumentação em defesa de uma tese. 
(C) É uma narrativa e se apresenta em ordem alinear. 
(D) O texto é uma narrativa e a sequência cronológica dos fatos é observada. 
(E) Trata-se de uma narrativa simples
CASO CONCRETO AULA 12
-------Questão 1: Nos fragmentos abaixo, evidenciam-se alguns operadores discursivo-argumentativos que colaboram para o direcionamento para a defesa do réu. Identifique-os, justificando o valor semântico de cada um deles. Consulte a tabela acima.
--- Fragmento 1
Em seu depoimento, na delegacia, às fls. 15, a ofendida declara o seguinte; "que ainda sob ameaça era obrigada a ir até a casa dele". Já no depoimento prestado perante o Exmo. Sr. Dr. Juiz às fls. 96 afirmou o seguinte: "que nunca foi à casa do Querelado".
--- Fragmento 02
"As declarações da ofendida, além de contraditórias e mentirosas, nos permitem deduzir que somente em sua imaginação, poderia correr algum tipo de ameaça, que a forçaria a ceder aos caprichos do denunciado, porém, não existem nos Autos nenhuma prova, ou até mesmo indícios que corroborem com tal afirmativa". (fls. 210)
---- Fragmento 03
NÃO CARACTERIZADO POR OCASIÃO DO EXAME, ou seja, não havia sequer uma marca, um arranhão, um arroxeado, uma pequena ferida, nada, nada, absolutamente nada que pudesse corroborar com a tese da relação ou relações terem sido protagonizadas sem a anuência da ofendida. (fls. 189)
---- Fragmento 4 Como salienta o ilustre mestre NELSON HUNGRIA, na ausência de indícios concludentes, não se deve dar fácil crédito às declarações da vítima, notadamente se ela não apresente vestígios de tal violência, tais declarações devem ser revestidas de crítica rigorosa. (fls. 191-192)
-----Questão 2: Objetivas 1. Os operadores argumentativos são palavras ou expressões responsáveis pela ligação, pe la coesão de orações, cuja função é mostrar a força argumentativa dos enunciados, o sentido pretendido pelo enunciador. A partir do texto abaixo, indique a função do operador em destaque de acordo com seu valor semântico. 
Não caracterizado por ocasião do exame, ou seja, não havia sequer uma marca, um arranhão, um arroxeado, uma pequena ferida, nada, nada, absolutamente nada que pudesse corroborar com a tese da relação ou relações terem sido protagonizadas sem a anuência da ofendida.
 (A) Estabelece a hierarquia dos elementos em uma escala, assinalando o argumento mais forte para uma conclusão. 
(B) Empregado como indicador de mudança de estado. 
(C) Introduz uma relação de concessão. 
(D) Introduz uma ratificação, um esclarecimento. 
(E) Estabelecer uma relação de comparação entre elementos tendo em vista uma conclusão.
2. Os operadores argumentativos são palavras ou expressões responsáveis pela ligação, pela coesão de orações, cuja função é mostrar a força argumentativa dos enunciados, o sentido pretendido pelo enunciador. A partir do texto abaixo, indique a função do operador em destaque. As declarações da ofendida, além de contraditórias e mentirosas, nos permitem deduzir que somente em sua imaginação, poderia correr algum tipo de ameaça, que a forçaria a ceder aos caprichos do denunciado, porém, não existem nos Autos nenhuma prova, ou até mesmo indícios que corroborem com tal afirmativa. 
(A) O conector PORÉM marca oposição ao enunciado que o antecede. 
(B) O conector PORÉM tem a função semântica de estabelecer hierarquias dos elementos.
(C) O conector PORÉM estabelece uma comparação entre os enunciados. 
(D) O conector PORÉM introduz uma retificação. 
(E) O conector PORÉM introduz uma conclusão em relação ao enunciado que o antecede.
 
CASO CONCRETO 13
A argumentação jurídica, para ter sucesso, deve recorrer a estratégias que expressem a interpretação sobre uma questão do Direito que se desenvolve em um contexto espacial e temporal. Portanto, antes de argumentar, é necessário que se proceda a um planejamen to, considerando-se os contextos, os fatos, as provas e os indícios extraídos do caso concreto, sustentando -se sempre nas fontes do Direito. Torna-se necessário, também, ter em mente os prováveis argumentos do opositor, a fim de neutralizá-los.
 Após a análise minuciosa do caso concreto, são escolhidos os recursos argumentativos para a produção do texto jurídico. Assim, o texto será construído não instintiva e espontaneamente, mas apoiado em um planejamento, a fim de manter a unidade e a coerência necessárias ao convencimento. Somente com organização é possível traçar estratégias persuasivas capazes de fazer com que a tese defendida seja aceita. 
Para se elaborar uma argumentação jurídica, portanto, é necessário construir argumentos, aduzir raciocínios que a constituem e para isso é necessário conhecer alguns tipos, dentre muitos outros existentes, para maior consistência em sua construção. Dessa forma, as possibilidades de construções argumentativas são bastante numerosas.
CASO CONCRETO 13
CASO CONCRETO 14
Os argumentos são recursos linguísticos que visam ao convencimento e não devem ser entendidos como uma prova inequívoca da verdade. Argumentar não significa impor uma forma de demonstração, em caráter axiomático, como acontece nas ciências exatas. O argumento implica, pois, um juízo do quanto é provável ou razoável diante daquele caso concreto em questão. 
Conhecer os tipos de argumentos é colaborar para uma argumentação mais completa e persuasiva.
-----Questão 1: Leia, agora, o caso concreto e responda às questões propostas ao final de cada um deles. Para facilitar a construção do seu raciocínio, apresentamos algumas orientações jurídicas.
----Caso Concreto: João celebrou contrato de locação residencial, por escrito, com Miguel, relativamente ao imóvel situado na Av. Ataulfo de Paiva, 300, Leblon/RJ, ficando ajustado o valor para pagamento do aluguel mensal em R$12.000,00. Por serem velhos amigos, João dispensou Miguel de apresentar um fiador ou qualquer outra garantia da locação. Entretanto, decorridos 10 meses de vigência do contrato, Miguel passou a não mais honrar sua obrigação quanto ao pagamento dos aluguéis e acessórios. 
-----Questão 1 Com base na situação fática, redija dois parágrafos argumentativos, de 6 a 10 linhas cada um deles, defendendo a parte autora, João, ou a parte ré, Miguel, e apresente umaconclusão (pedido), separadamente. Os tipos de argumentos a serem utilizado são de sua livre escolha. 
Siga este esquema para melhor aprimoramento do seu texto:
Tese propriamente dita: ponto de partida 
Argumento 1 + Argumento 2 
Conclusão
Orientações jurídicas para a sua linha de raciocínio
----Defesa do autor 
A situação em tela admite o despejo liminar, sem a oitiva da parte contrária, com desocupação do imóvel, no prazo de 15 dias, desde que preste caução no valor correspondente a três meses de aluguel, conforme preceitua o artigo 59, §1º, IX, da Lei nº 8.245/91.
----Defesa de Miguel
Miguel poderá elidir a liminar de desocupação se, dentro dos 15 dias concedidos para a desocupação do imóvel e independentemente de cálculo, efetuar o depósito judicial que contemple a totalidade dos valores devidos, consoante prevê o artigo 59, §3º, desde que respeitado o limite do art. 62, parágrafo único, ambos da Lei nº 8.245/91.
----Questão 2: Objetivas. 1. Identifique o tipo de argumento utilizado no parágrafo abaixo: 
Qualquer pessoa tem dificuldade de negar que utilizaria qualquer meio para defender alguém que ama. Em casos de um assalto, por exemplo, uma mãe está perfeitamente disposta a matar o assaltante para defender a vida de seu filho. Para fugir de uma perseguição, o motorista de um carro é plenamente capaz de causar um acidente para evitar que algo de mal aconteça aos caronas que conduz. O que há de comum nestes e em tantos outros casos de que se tem notícia é que existe um sentimento de amor ou bem querer que impede que uma pessoa dimensione racionalmente as consequências do ato que pratica em favor da proteção de alguém
(A) Oposição concessiva. 
(B) Autoridade.
 (C) Senso comum.
(D) A Fortiori. 
(E) Causa e efeito.
 2. Sobre o argumento de analogia, está incorreto: 
(A) O argumento de analogia não pode ser compreendido como fundamento legítimo, pois a comparação faz parte de um raciocínio próprio do senso comum. 
(B) Analogia consiste em sua essência no preenchimento de lacuna verificada na lei.
 (C) Analogia compara casos regulados àqueles que não são. 
(D) O argumento de analogia pode ser construído por metáfora, gradação ou comparação.
 (E) Ao utilizar um argumento de analogia é bastante comum que o argumentador cite peças processuais/jurisprudências como matéria de defesa.
CASO CONCRETO 15
Para uma argumentação jurídica consistente, o operador do Direito deve recorrer a estratégias discursivo-argumentativas que expressem a interpretação sobre uma questão do Direito, inserida em um contexto espacial e temporal.
 Primeiramente, ao analisar o caso concreto, deve-se procurar considerar o contexto em que ocorreu a situação fática, como os fatos, as circunstâncias em que eles ocorreram, as provas e/ou indícios e, em seguida, transformar esses elementos em teses e argumentos, tendo como embasamento legal as fontes do Direito para uma melhor aceitação da tese principal a ser defendida.
---- Questão 01
A partir do caso concreto abaixo, redija uma argumentação jurídica, em quatro parágrafos, no mínimo. Os tipos de argumentos são de sua livre escolha.
----Caso Concreto: Fernanda Lopes foi fazer compras no supermercado Pé na Areia, localizado na Avenida Raul Pompeia, 350, no bairro de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, em 16 de novembro de 2015.
 Segundo José Paulo Lopes, marido da vítima, quando sua esposa Fernanda Lopes fazia compras no estabelecimento, escorregou em produtos de limpeza derramados pelo chão do supermercado e, em decorrência dessa queda, veio a falecer. 
Ao cair, Fernanda Lopes, esbarrou em uma prateleira e várias latas de óleo caíram sobre ela, tendo uma delas atingido a sua cabeça. Após o acidente, ao tentar levantar-se, sentiu-se mal e com fortes dores na cabeça, não conseguindo locomover-se.
 A vítima foi levada para a sala de primeiros socorros do estabelecimento, na qual uma atendente lhe disse que ficasse em repouso até sentir-se melhor. Vinte e cinco minutos depois, vendo que a mãe não apresentava melhoras, a filha Joana Lopes, 17 anos, que a acompanhava, solicitou a presença de um médico para examinar a mãe dela. Passadas três horas de espera, a filha percebeu que nenhuma assistência médica havia sido ainda providenciada pelo supermercado e exigiu do gerente do supermercado que a mãe fosse levada a um hospital, ao qual a acidentada já chegou em estado fulminante, em consequência da hemorragia cerebral, provocada pelo forte impacto da lata de óleo em sua cabeça. 
De acordo com os médicos que a socorreram, a demora no pronto atendimento agravou o quadro hemorrágico da vítima e não foi possível salvá-la. Para o marido, sua mulher morreu por dupla negligência do supermercado: primeiro por conta da queda causada pelos produtos de limpeza esparramados pelo chão e, segundo, pela demora em oferecer socorro à sua mulher. (Adaptado)
----Orientações jurídicas para a sua argumentação 
Código de Defesa do Consumidor Art. 6 - São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Código Civil Art. 1.784 - Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará -lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 187 - Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Observação: Siga este esquema para melhor aprimoramento do seu texto:
*Tese propriamente dita: ponto de partida
* Argumento 1 + Argumento 2 + Argumento 3 + Argumento 4 
*Conclusão
---Questão 2: Objetiva. 1. Identifique o tipo de argumento utilizado no parágrafo abaixo: 
Se a lei exige, dos Promotores de Justiça que, nas denúncias, discriminem as ações de cada um dos acusados, com mais razão deve-se exigir que o Magistrado as individualize , na sentença. 
(A) Autoridade. 
(B) Causa e consequência. 
(C) Senso Comum. 
(D) A fortiori. 
(E) Oposição Restritiva.
CASO CONCRETO 16
---Questão 1: Leia o caso concreto que se segue e produza uma narrativa jurídica. Faça as alterações que julgar necessárias quanto ao uso da linguagem, mas seja fiel ao conteúdo apresentado.
Abandonada pelo noivo depois de 17 anos de namoro, em julho de 2012, a costureira Nair Francisca de Oliveira, residente em Belo Horizonte, Minas Gerais, pleiteia pedir indenização à justiça de Minas Gerais para pedir a condenação do motorista aposentado Otacílio Garcia dos Reis, de 54 anos, a pagar à ex-noiva uma indenização de 20 salários mínimos por danos morais. Ela quer receber ainda 40% do valor da casa que os dois estavam construindo juntos, em Passos, sudoeste de Mina s; mas ela não tem nenhum recibo que comprove a sua participação de 40% na construção da casa que seria o seu lar tão sonhado ao longo desses 17 anos. "Estou cobrando também pelo tempo que fui enganada", diz ela.
Nair não revela a idade, diz apenas que tem mais de 40 anos. Ela lembra que, mais do que o término do namoro, o que a fez decidir pela ação de danos morais foram as falsas palavras

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