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ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELA LEI Nº 11.638/07 E COMUNICADO DA CVM N° 505/06

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RESUMO
O presente trabalho expõe as principais alterações introduzidas pela Lei nº 11.638/07 que altera e revoga dispositivos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Tendo ainda a pretensão de analisar e apresentar as inovações trazidas através da aplicação desta Lei, que foi promulgada em 28 de dezembro de 2007. Sendo ainda realizada uma breve abordagem e explicações de alguns esclarecimentos preliminares feitos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a aplicação das alterações realizadas na Lei das S/A em virtude da Lei nº 11.638/07, tais esclarecimentos foram realizados através do comunicado nº 505/06. 
Palavras-chave: Alteração. Lei 11.638/07. Comunicado. CVM nº 505/06. Contabilidade. 
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 	4
2 LEI Nº 11.638/07 	5
3 PRINCIPAIS ALTERAÇÕES TRAZIDAS PELA LEI Nº 11.638/07 	6
3.1 Substituição da DOAR pela DFC 	6
3.2 Inclusão da DVA nas demonstrações financeiras 	6
3.3 Segregação entre a forma de escrituração mercantil e a contábil 	6
3.4 Novos subgrupos de contas: “Intangível” e “Ajustes de Avaliação Patrimonial.” 	7
3.5 Classificação e avaliação das aplicações em instrumentos financeiros 	7
3.6 Ajuste a valor presente 	8
3.7 Critérios de avaliação do Ativo 	8
3.8 Demonstração do Resultado do Exercício 	8
3.9 Demonstração dos Fluxos de Caixa (art. 188, I) 	8
3.9.1 Demonstração do valor adicionado (art. 188, II) 	9
3.10 Reserva de Lucros a Realizar 	9
3.11 Limite do Saldo das Reservas de Lucros 	9
3.12 Fusão e Cisão 	10
3.13 Critério do investimento avaliação em coligadas e Controladas 	10
3.14 Reservas de Incentivos Fiscais 	11
3.15 Demonstrações financeiras de sociedade de Grande Porte 	11
4 Art. 10-A 	11
5 Art. 6º 	11
6 A CVM E A NOVA LEI DAS S.A 	12
7 EXEMPLIFICANDO O ANTES E O DEPOIS 	13
8 NORMA INTERNACIONAL CORRESPONDENTE 	15
9 BALANÇO PATRIMONIAL 	16
CONCLUSÃO 	19
REFERÊNCIAS 	20
1 INTRODUÇÃO
Conforme descrito no tema deste trabalho, serão abordadas aqui, as mudanças causadas pela Lei 11.638/07, que foi promulgada em 28 de dezembro de 2007, e entrou em vigor em primeiro de janeiro de 2008, alterando e introduzindo novos dispositivos na lei das sociedades por ações (Lei nº 6404/76). 
O Trabalho apresentado foi elaborado com o intuito de discorrer sobre as mudanças realizadas por esta Lei, que tem como justificativa para a sua promulgação a padronização internacional da contabilidade e aprimoramento das demonstrações, principalmente no que diz respeito à transparência nos resultados contábeis para as Sociedades por Ações (S/A).
O objetivo desse trabalho é explorar com maior transparência o que as alterações propostas na Lei 11.638/07 ocasionaram nas atividades empresarias, esclarecendo de maneira simples, para fácil entendimento do leitor, que a maior finalidade desta Lei é abrir caminho para a convergência às práticas internacionais, adequando essa demonstração contábil ao cenário contábil internacional e transparência às atividades empresariais brasileiras. 
2 LEI Nº 11.638/07
Em 28 de dezembro de 2007, foi promulgada a lei nº. 11.638/07, após ter passado sete anos tramitando no Congresso Nacional, com a finalidade de alterar, revogar e introduzir novos dispositivos da Lei nº. 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976 (Dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários), e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. As mudanças apresentadas por esta nova Lei entraram em vigor a partir de 1º de janeiro de 2008.
O principal objetivo desta lei, que teve como origem o Projeto de Lei nº. 3.741/00 é o de tentar adequar as empresas brasileiras ao mercado internacional, convergindo para a harmonização das regras, normas e práticas contábeis internacionais, principalmente os emanados pelo IFRS (International Financial Reporting Standards), publicados e revisados pelo IASB (International Accouting Standards Board). Fazem parte desta harmonização todas as normas contábeis emitidas pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM. Entre os objetivos desta nova Lei está o de aumentar a transparência das demonstrações contábeis, inclusive em relação às chamadas sociedades de grande porte não constituídas sob a forma de sociedade por ações.
Na busca dessa padronização, diversas medidas foram impostas pela Lei nº 11.638/07, as mais relevantes são aquelas que dão poderes à CVM para editar atos normativos observando os preceitos do IFRS; a substituição da sistemática do custo histórico de aquisição pelo conceito de ajuste a valor de mercado em relação a determinadas contas do ativo, até mesmo a fim de aumentar seus valores nominais; a introdução do princípio do ajuste a valor presente das contas do passivo de longo prazo ou circulante, nesse último caso, na hipótese de materialidade; a mudança dos critérios de depreciação e amortização, agora em função da estimativa de vida econômica do bem ou do direito, sujeito obrigatoriamente à revisões periódicas; o término da sistemática de reavaliação de ativos; e as mudanças na formação do dividendo obrigatório.
As novas alterações trazem potenciais consequências fiscais, as quais certamente deverão ser reguladas por meio de novos atos normativos. 
3 PRINCIPAIS ALTERAÇÕES TRAZIDAS PELA LEI Nº 11.638/07
As alterações estabelecidas para as companhias abertas trazidas pela Lei nº 11.638/07 são:
3.1 Substituição da DOAR pela DFC
Substituição da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR, pela Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC. (art. 176, IV).
Sociedades anônimas de capital fechado deverão publicar as demonstrações de fluxo de caixa, quando na data do balanço, o patrimônio líquido for superior a 2.000.00,00.
Art. 176, § 6º  A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa.” (NR)
.
3.2 Inclusão da DVA nas demonstrações financeiras
 A Demonstração de Valor Adicionado – DVA, passa a ser obrigatória para as sociedade anônima de capital aberto no conjunto das demonstrações financeiras, no que concerne a sua elaboração e divulgação. (art. 176, V).
A Lei permite que, no primeiro exercício social, a DFC e a DVA sejam divulgadas sem indicação dos valores referentes ao ano anterior, conforme segue:
Art. 7o  As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, poderão ser divulgadas, no primeiro ano de vigência desta Lei, sem a indicação dos valores correspondentes ao exercício anterior.
3.3 Segregação entre a forma de escrituração mercantil e a contábil
Foi criada uma nova possibilidade, além da originalmente prevista na lei societária, de segregação entre a escrituração mercantil e a escrituração tributária, ao estabelecer a alternativa para a companhia adotar na sua escrituração mercantil, e não apenas em livros auxiliares, as disposições da lei tributária, desde que, em seguida, depois de apurado o lucro base para a tributação, sejam efetuados os ajustes necessários para que as demonstrações financeiras estejam em consonância com a Lei das S.A e os princípios fundamentais de contabilidade. Essas demonstrações deverão ainda ser objeto de auditoria por auditor independente registrado na CVM (at. 177, § 2º. II)
3.4 Novos subgrupos de contas: “Intangível” e “Ajustes de Avaliação Patrimonial.”
Criação de 02 (dois) novos subgrupos de contas, no Ativo Permanente, a conta de bens intangível e no Patrimônio Líquido, a conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial. (art. 178, § 1º, ?c? e § 2º, ?d?)
 O Ativo Permanente ficou dividido em Investimentos, Imobilizado, Intangívele Diferido; o Patrimônio Líquido ficou dividido em Capital Social, Reservas de capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. Tais alterações encontradas no Art. 178 modificam nitidamente a estrutura do Balanço Patrimonial.
Além disso, foram especificadas novas definições, em linha com os padrões internacionais de contabilidade, o que inclui no ativo imobilizado os bens decorrentes de operações em que há transferência de benefícios, controle e risco, independentemente de haver transferência de propriedade. Restringe o uso do ativo diferido às despesas pré-operacionais e aos gastos incrementais de reestruturação e segrega no ativo intangível os bens incorpóreos, inclusive o fundo de comercio adquirido. (art. 179, IV, V, VI):
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens;
V – no diferido: as despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação que contribuirão, efetivamente, para o aumento do resultado de mais de um exercício social e que não configurem tão-somente uma redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional;
VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.
3.5 Classificação e avaliação das aplicações em instrumentos financeiros
Determinou novos critérios para a classificação e avaliação das aplicações em instrumentos financeiros, em especificamente os derivativos, conforme (art. 183).
Em consonância com as regras internacionais de contabilidade esses instrumentos financeiros são classificados em 03 (três) categorias:
a) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e riscos similares;
b) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou
c) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de instrumentos financeiros.
3.6 Ajuste a valor presente
A Lei introduziu o conceito de Ajuste a valor presente para as operações ativas e passivas de longo prazo e para as relevantes de curto prazo, que deverão ser realizadas de acordo com as Normas Internacionais, conforme (art. 183, VIII e art. 184, III).
Art. 183, VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante.
Art. 184, III – as obrigações, encargos e riscos classificados no passivo exigível a longo prazo serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante.” (NR)
3.7 Critérios de avaliação do Ativo
O ordenamento jurídico obriga as empresas a realizar, periodicamente, a análise  para verificar o grau de recuperação dos valores registrados no ativo imobilizado, intangível e no diferido (art. 183, § 3º).
Art. 183, § 3º  A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado, no intangível e no diferido, a fim de que sejam:
I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou
II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização.
3.8 Demonstração do Resultado do Exercício
Em relação a Demonstração do Resultado do Exercício, a lei alterou a classificação de participações no lucro atribuídas às participações em debêntures, aos empregados e administradores, mesmo na forma de instrumentos financeiros e às instituições ou fundo de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa. (art. 187, VI)
3.9 Demonstração dos Fluxos de Caixa (art. 188, I)
Essa nova demonstração tem por objetivo analisar as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalente de caixa (disponível), segregando-se as operações em, no mínimo três fluxos:
a) das Operações: entradas e saídas relacionadas às atividades de produção e venda dos bens e serviços produzidos tais como os recebimentos e entradas: de clientes, desconto de duplicatas, juros decorrentes de empréstimos efetuados, dividendos de participações societárias; os pagamentos: a fornecedores, de salários e encargos sociais, de tributos, de juros de empréstimos, de despesas operacionais, de despesas antecipadas etc.; ƒ 
b) dos financiamentos: entradas e saídas em função da obtenção de recursos de terceiros, tais como recebimentos: de capital social, de reservas de capital, de empréstimos de curto e longo prazo; pagamentos: de dividendos, de empréstimos contraídos. Deverão ser considerados os valores recebidos e pagos em dinheiro ou equivalente; ƒ
c) dos investimentos: a compra e venda: de ativos permanentes ou realizáveis a longo prazo, de participações societárias temporárias e permanentes, de debêntures e outros títulos emitidos por outras sociedades, de outros bens do ativo imobilizado. Também são classificados neste item os empréstimos efetuados pela sociedade a acionistas e/ou empresas coligadas, controladas, inclusive as respectivas amortizações.
3.9.1 Demonstração do valor adicionado (art. 188, II)
Essa nova demonstração tem por objetivo representar o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a sua geração, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída.
Art. 188, II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída.
3.10 Reserva de Lucros a Realizar
Altera o inciso II do artigo 197, considerando como parcela realizada do lucro líquido do exercício além do resultado positivo na equivalência patrimonial e dos ganhos em operação de longo prazo a parcela correspondente ao lucro, rendimento ou ganhos líquidos em operações ou contabilização de ativo e passivo pelo valor de mercado, cuja realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte (contas de longo prazo). (art. 197)
3.11 Limite do Saldo das Reservas de Lucros
A nova redação do artigo 199 da Lei nº 6.404/76, dispõe: 
“O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social. Atingido esse limite, a assembléia deliberará sobre aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos”. 
Note que a nova redação passou a incluir a reserva de incentivos fiscais que veio a fazer parte do rol das reservas de lucros.
3.12 Fusão e Cisão
Nas operações de incorporação, fusão ou cisão (combinação de empresas), quando forem realizadas entre partes não relacionadas e estiverem vinculadas à efetiva transferência de controle, todos os ativos e passivos da incorporada, cindida ou fusionada deverão ser identificados, avaliados e contabilizados a valor de mercado. (art. 226, § 3º)
3.13 Critério do investimento avaliação em coligadas e Controladas
Houve alteração no critério de avaliação de coligadas, pois no balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas sobre cuja administração tenha influência significativa, ou de que participe com 20%(vinte por cento) ou mais do capital votante, em controladas e em outras sociedades que façamparte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum, serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial. (art. 248).
3.14 Reservas de Incentivos Fiscais
Foi acrescido na Lei nº 6.404/76 o artigo 195-A, onde fala da criação de Reservas de Incentivos Fiscais, com a contabilização sendo realizada diretamente no resultado do exercício, como estabelece a norma internacional (art. 195-A).
Art. 195-A. A assembleia geral poderá por proposta dos órgãos de administração destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações e subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluído da base de cálculo dos dividendos obrigatórios. 
3.15 Demonstrações financeiras de sociedade de Grande Porte
As sociedades de grande porte, assim definidas, aquelas que possuem no exercício social anterior, ativo total superior a 240 milhões de reais ou receita bruta anual superior a 300 milhões de reais, estão sendo obrigadas a elaborar as mesmas demonstrações contábeis que as sociedades anônimas de capital aberto.
4 Art. 10-A
Art. 5º A Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 10-A: “Art. 10-A. A Comissão de Valores Mobiliários, o Banco Central do Brasil e demais órgãos e agências reguladoras poderão celebrar convênio com entidade que tenha por objeto o estudo e a divulgação de princípios, normas e padrões de contabilidade e de auditoria, podendo, no exercício de suas atribuições regulamentares, adotar, no todo ou em parte, os pronunciamentos e demais orientações técnicas emitidas. 
Parágrafo único. A entidade referida no caput deste artigo deverá ser majoritariamente composta por contadores, dela fazendo parte, paritariamente, representantes de entidades representativas de sociedades submetidas ao regime de elaboração de demonstrações financeiras previstas nesta Lei, de sociedades que auditam e analisam as demonstrações financeiras, do órgão federal de fiscalização do exercício da profissão contábil e de universidade ou instituto de pesquisa com reconhecida atuação na área contábil e de mercado de capitais.”
5 Art. 6º
A Lei também estabelece novas regras para as reservas de reavaliação, conforme determina o art. 6º, onde os saldos existentes nas reservas de reavaliação deverão ser mantidos até sua efetiva realização ou estornados até o final do exercício social em que esta lei entra em vigor.
6 A CVM E A NOVA LEI DAS S.A 
A CVM, através da publicação de um comunicado ao mercado, veio manifestar o seu entendimento preliminar quanto à aplicação da nova lei contábil e também como deverá ser desenvolvido o seu processo de regulação, bem como solicitar, especialmente às companhias abertas e seus auditores independentes, que apresentem dúvidas e sugestões a respeito da Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, com vistas à elaboração de futuros atos normativos.
Considerando que algumas das alterações específicas introduzidas pela Lei nº 11.638/07 demandam a edição de normas complementares detalhadas, a CVM, no curso do seu processo de regulação contábil para as companhias abertas, em 2008 deu prioridade à elaboração de normas voltadas para as alterações. 
Foram consideradas, primeiramente, as alterações que tem um grau maior de complexidade e que, portanto, necessitavam de maior tempo para apreciação e absorção como, por exemplo, a classificação e mensuração dos instrumentos financeiros e a contabilização de operações de combinação de empresas. 
A CVM concluiu ainda em 2008, o seu processo normativo para os demais dispositivos da lei societária que foram alterados e que necessitavam de regulação, como é o caso das demonstrações dos fluxos de caixa (DFC) e do valor adicionado (DVA), das operações e transações sujeitas ao ajuste a valor presente e da contabilização das doações e subvenções para investimentos. Com isso, as demonstrações financeiras exigidas pelo art. 176 da Lei nº 6.404 referentes a 31.12.2008, emitidas pelas companhias abertas com exercício social iniciado a partir de 1º de janeiro de 2008, deverão atender em todos os seus aspectos relevantes às disposições da Lei nº 11.638/07. 
Quanto às demais normas a serem expedidas em função do processo de convergência contábil internacional, nos termos do § 5º do art. 177 da lei societária, o órgão pretende concluir a regulação necessária em função do prazo estabelecido pela Instrução CVM nº 457/07, que determinou a elaboração das demonstrações consolidadas em IFRS até o exercício de 2010, comparativas ao exercício de 2009. Portanto, essa regulamentação foi editada pela CVM ao longo de 2009. 
Resumidamente, a CVM entende que as Informações Trimestrais – ITRs elaboradas no curso do ano de 2008 não estavam obrigadas a contemplar todas as alterações aplicáveis às demonstrações contábeis produzidas pela nova lei, devendo divulgar, em nota explicativa, os eventos contemplados na nova lei que irão influenciar as suas demonstrações financeiras de encerramento do exercício e, se possível, uma estimativa de seus efeitos no patrimônio e no resultado do período.
7 EXEMPLIFICANDO O ANTES E O DEPOIS
Todas as modificações foram de grande relevância e representam um passo importante para que haja uma integração das companhias brasileiras com a convergência contábil internacional.
Dentre as diversas novidades que a Lei nº 11.638/2007 trouxe, segue as principais na tabela comparativa a seguir:
TABELA 01. 
	Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976
	Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007
	Publicação das Demonstrações das Origens e aplicações de Recursos – Doar.
	Publicação das Demonstrações dos Fluxos de Caixas – DFC.
	Não havia a exigência da demonstração do Valor Adicionado – DVA para as companhias abertas.
	Obrigatoriedade da publicação da Demonstração do Valor Adicionado – DVA para as companhias abertas.
	Os aumentos de valores nos saldos de ativos serão registrados com Reserva de Reavaliação, no Patrimônio Líquido.
	Os aumentos ou diminuições de valores nos saldos de ativos e passivos decorrentes de avaliação e preço de mercado serão registrados na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial, no Patrimônio Liquido.
	Nas operações de incorporações, fusão ou cisão, os saldos vertidos poderão ser registrados pelos valores contábeis.
	Os saldos serão vertidos a valor de mercados nos casos de fusões, cisões ou incorporações.
	O Patrimônio Líquido: capital Social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros ou prejuízos acumulados.
	O Patrimônio Líquido: capital Social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.
	As companhias abertas são obrigadas a publicar as suas demonstrações contábeis devidamente auditadas. As companhias fechadas são obrigadas a publicar suas demonstrações contábeis.
	As companhias abertas e as sociedades de grande porte de capital fechado são obrigadas a apresentar demonstrações contábeis segundo os mesmos padrões da Lei das S.As. e auditadas por auditores independentes.
	A escrituração contábil será efetuada de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos, podendo registrar nos livros comerciais ou em livros auxiliares os ajustes decorrentes da legislação tributária.
	Deverá acorrer segregação entre escrituração mercantil e tributária.
	A CVM expedirá normas contábeis de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos.
	A CVM expedirá normas contábeis em consonância com as noras internacionais de Contabilidade (IFRS).
	As sociedades devem ser avaliadas pelo método da equivalência patrimonial.
	As sociedades controladas, sociedades que fazem parte do mesmo grupo que estejam sob influência e controle comum, devem ser avaliadas pelo método de equivalência patrimonial.
Fonte: Lei n.º 11.638/2007
8 NORMA INTERNACIONAL CORRESPONDENTE
Conforme a própria legislação societária determina, deve haver uma harmonização contábil com as Normas Internacionais de Contabilidade,sendo assim, segue um quadro resumo dos principais fatos e das Normas Internacionais que o regulamentam:
TABELA 02. 
	PRINCIPAIS FATOS
	NORMAS INTERACIONAIS CORRESPONDENTES
	Demonstração do Fluxo do caixa
	IAS 07
	Demonstração do Valor Adicionado
	Não é exigida
	Ativo intangíveis
	IAS 38
	Arrendamento mercantil
	IAS 17
	Reavaliação de Bens do Ativo Imobilizado
	IAS 16
	Ajustes a valor de mercado de aplicações financeiras disponíveis para venda
	IAS 32 e IAS 39
	Ajustes a valor de mercado de instrumentos financeiros derivados de proteção de fluxo de caixa
	IAS 32 e IAS 39
	Ajustes a valor de mercado de instrumentos financeiros derivados de proteção cambial de investimentos no exterior
	IAS 39
	Concentração de atividades empresariais
	IFRS 03
	Avaliação de investimentos em Coligadas e Controladas
	IAS 28
	Reservas de Incentivos Fiscais
	IAS 20
9 BALANÇO PATRIMONIAL 
A nova legislação brasileira mudou a demonstração estrutural da Contabilidade, cujos dados passarão a ser contabilizados, com vistas ao fornecimento de uma informação fidedigna aos usuários externos e internos. A Ciência Contábil nesse enfoque, passou a ser mencionada com um novo padrão e um novo entendimento mundial. Esta linguagem nova e universal pondera novas interpretações impactantes e uma análise de dados contábeis, cujos balanços serão mais voláteis e exigirão postura ágil e adaptação a essa nova realidade, por parte dos contadores e demais técnicos da área contábil. Tais mudanças servirão para facilitar o intercâmbio mundial no mercado, bem como proporcionar uma valorização do profissional contábil que se adequa às novas exigências.
 E assim fica a estrutura do Balanço Patrimonial conforme a Lei n.º 11.638/2007, exemplificada na tabela a seguir:
TABELA 03. 
 ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo
Permanente RESULTADOS DE
Investimentos EXERCICIOS FUTUROS
Intangível PATRIMÔNIO LIQUIDO
Diferido Capital Social
 Reserva de capital
 Ajustes de Avaliação Patrimonial
 Reservas de Lucros
 Prejuízos acumulados
Fonte: Lei n.º 11.638/2007
CONCLUSÃO
Conclui-se que, o trabalho atingiu seu objetivo que é apurar as principais mudanças da Lei 11.638/07 no Balanço Patrimonial nas empresas de capital aberto, pois foi possível identificar as mudanças como a divisão do ativo em dois grupos de contas, o circulante e o não circulante, que facilita o processo de análise da posição financeira da empresa. Outra alteração significativa é a inclusão no grupo do Ativo não circulante, dos Ativos Intangíveis, no qual serão classificados os bens imateriais destinados à manutenção das atividades das empresas como por exemplo, marcas e patentes, direitos autorais, direitos de concessão. Essas alterações trazidas pela Lei 11.638/07 mudarão a sistemática da contabilidade nas empresas de capital aberto. Com a Lei das Sociedades por Ações, a Lei 11.638/07, a Contabilidade no Brasil dá passos concretos, no sentido de atualizar as regras contábeis brasileiras, adequando suas demonstrações (principalmente o Balanço Patrimonial) ao cenário contábil internacional.
Foi apresentado neste trabalho, uma tabela comparativa de como era o antes e como ficou depois da Lei nº 11.638/07, detalhando as principais modificações para um melhor entendimento, além de demonstrar como ficou a nova estrutura do balanço Patrimonial, e as normas internacionais correspondentes das principais mudanças, para haver uma harmonização contábil.
Essas mudanças serviram também para valorizar e prestigiar o trabalho dos contadores e auditores (internos ou independentes), os quais, até então, não vinham tendo a devida importância nas políticas de transparência das informações contábeis e financeiras das sociedades e das grandes empresas. Agora, espera-se, ao menos, um resultado mais prático dessas mudanças: que os departamentos jurídicos e de contabilidade das sociedades possam trabalhar com mais sintonia e harmonia, quando da elaboração de suas demonstrações financeiras.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Osmar Reis. Comentários às Novas Regras Contábeis Brasileiras: Sociedades Anônimas – Limitadas, Sociedades de grande porte, Lei nº 11.638/2007 e Lei nº 6.404/1976 (inclusive seus reflexos fiscais). 1. Ed. São Paulo: IOB, 2008. 
BRASIL. Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei 6404/76, e da Lei 6.385 de 7 de dezembro de 1976, e estabelece às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de Demonstrações Financeiras. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em 17 setembro 2017
COMISSÃO DE VALRES MOBILIÁRIOS. Instrução CVM n° 457, de 13 de julho de 2007. Dispõe sobre a elaboração e divulgação das demonstrações financeiras consolidadas, com base no padrão contábil internacional emitido pelo Internacional Accounting Standards Board – IASB. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/noticias/anexos/ 2008/20080114_press_1.pdf> Acesso em 20 setembro 2017
FERNANDES, Edison Carlos; PEIXOTO, Marcelo Magalhães / coordenadores - Aspectos Tributários da Nova Lei Contábil: Lei 11.638/07, MP Editora, 2010.
IFRS ONLINE BLOG. As principais mudanças da lei 11638/07 (por Gilberto Magalhães Silva Filho, 2009). Disponível em: < https://ifrsonline.wordpress.com/2009/03/02/as-principais-mudancas-da-lei-1163807-por-gilberto-magalhaes-silva-filho/> Acesso em 01 setembro 2017

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