Buscar

Metodologia de Pesquisa - Saber jurídico e seu caratér ideológico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Aula: SABER JURÍDICO E SEU CARÁTER IDEOLÓGICO
A relação entre o paradigma científico da modernidade e o positivismo jurídico.
POSITIVISMO JURÍDICO: Hans Kelsen empreende então a diferenciação da ciência do Direito no quadro das ciências. De acordo com o pensador, as ciências naturais são ciências explicativas, que analisam os fatos à luz da categoria da causalidade. A ciência do Direito se diferencia das demais ciências justamente por não se reger por uma compreensão causal, mas pela categoria da imputação; o objeto de estudo são as normas.
SABER CIENTIFICO:  aquele onde existe uma maneira específica para se chegar a uma conclusão, a isso damos o nome de "metodologia científica", ou seja, é a padronização da forma com a qual esse "objeto" (que anteriormente chamamos de questão) é abordado e sua conclusão reconhecida por uma comunidade científica e/ou acadêmica. O saber científico é aquele que constata, prova e reconhece a veracidade do saber filosófico. 
O desenvolvimento das ciências é sincrônico à realização e a consolidação dos valores que os indivíduos e os grupos sociais vivenciam, ou seja, as ciências sociais acompanham a sociedade e os valores a ela atrelados.
O positivismo jurídico foi a tentativa de isentar as construções científico-jurídicas de qualquer consideração ideológica, ou seja, não poderiam ser aplicados valores alguns ao objeto (norma), isto é, uma Teoria Pura do Direito.
A partir do século XIX a influência do positivismo sociológico (Comte e Durkheim) / Darwinismo Social faz com que apareça um esforço por definir a ciência do direito independente do seu sujeito conhecedor (o homem não era o objeto, mas as normas).
POSITIVISMO SOCIOLÓGICO: atribuir fatores humanos nas explicações dos diversos assuntos, ou seja, uma linha teórica antagônica a teologia e da metafisica. De modo geral, os positivistas abandonaram a busca pela explicação de fenômenos externos – criação do homem, por exemplo – para buscar explicar coisa práticas e presentes no cotidiano do homem, como no caso das leis, relações sociais e da ética. 
O positivismo como metodologia baseia-se em um sistema racional, ou seja, de abandono da metafisica, e de conhecimento dos fatos pela via da experiência (sentidos utilizados para perceber o real).
O objeto das investigações jurídicas são as leis. Para os cientistas do direito (Positivistas) a lei era segura, isto é, “o texto da lei tudo saberia” /” nada deve se procurar fora dele – texto da lei – “.
As ciências humanas lançam mão (usam recursos) dos pressupostos epistêmicos (métodos de estudo) das ciências naturais a fim de se justificarem como ciências, a fim de legitimarem uma racionalidade dotada de rigidez e competência, de um modo geral, antes da racionalização, as ciências humanas usavam pressupostos das ciências naturais para explicarem fenômenos sociais.
As explicações seriam, então, causais e neutras de discursos unívocos – discursos que mantém o mesmo sentido em empregos diferentes / só pode ser interpretado de uma forma -, pois só utilizam os princípios da natureza, tratando, então o objeto - mesmo sendo um objeto social - como coisa.
Destarte, haveria um desenvolvimento de uma tecnologia jurídica, instrumentalizando as normas, isto é, saber que não vai além da reprodução do direito dominante (atual dogmática jurídica).
DOGMÁTICA JURÍDICA: A dogmática jurídica é o método de observar, analisar e atuar perante o Direito segundo orientações cujos pressupostos são provados de forma cognitiva ou são levantados por experiências reais geradas por casos concretos ocorridos anteriormente. Há, ainda, a possibilidade de a orientação ser fundamentada em valores e princípios gerais do Direito. Preocupa-se, portanto, a dogmática, em orientar a ação e possibilitar uma decisão, sempre calcada em premissas estabelecidas, pressupostos válidos conforme a lógica, experiência concreta ou valores fundamentais do Direito. A dogmática atua no meio prático do direito, isto é, visa a aplicação das normas na sociedade.
Surge, também, o desenvolvimento de um saber não tecnológico, que possui caráter de vetorizar (intermediar) o direito, isto é, não se trata da Ciência Jurídica, mas Sociologia do Direito. Possui um caráter zetético, não dogmático, ou seja, não visa a prática, mas a fundamentação, efetividade, etc.
Para o positivismo jurídico, não caberia conhecer o que é direito, mas aplica-lo normativamente, isto é, interpretação e sistematização dos dados normativos positivados segundo uma linguagem rigorosa. Desse modo, a ciência jurídica se livraria dos objetos de outras áreas do saber e de interferências ideológicas – Teoria Pura do Direito -. 
Sentidos da palavra ideologia:
Ideologia em sentido forte/negativo foi um conceito apurado por Karl Marx. Essa teoria indagava que a ideologia era um instrumento de dominação entre classes, de modo com que criasse falsa consciência da justificação do poder exercido sobre a sociedade para, assim, domina-la. 
LONGO PRAZO: oculta os atos que poderiam favorecer a mudança de situação do poder, ou seja, que poderiam causar uma revolta popular, por exemplo.
CURTO PRAZO: os que dominam obtém e conservam as vantagens econômicas e os dominados evitam os males que suportariam caso se levantem contra tais vantagens dos dominantes. 
A ideologia em sentido fraco/neutro pode ser caracterizada pelo conjunto de ideias, valores crenças, fundamentações e representação do mundo que orientam o comportamento da coletividade politicamente organizada – sem levar em conta o fato da falsa consciência que podem causar tais valores supracitados -. De maneira breve, seria a racionalização autônoma por parte dos indivíduos de uma sociedade que explica os acontecimentos históricos e destinam-se a mudar ou a defender a ordem política estabelecida. Não analisa a verdade nem a falsidade das ideologias, mas o modo como operam no campo político.
Para Marx, a ideologia em sentido negativo não se aplicaria à Teoria Pura de Kelsen, pois esta encobriria a realidade e não se isentaria pela busca da verdade.

Outros materiais