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Foram usados dois precedentes judiciais e os dois consideram que a presunção da violência é relativa, e não absoluta:
O primeiro precedente é o caso de um homem de 44 anos, amigo da família, que manteve relações sexuais com uma menina de 12 anos. Na fase policial, a menina alegou que as relações sexuais foram consensuais, enquanto, em juízo, alegou que foi obrigada. As professoras disseram para a mãe da vítima que o réu rondava a escola. A professora da escola alegou que, quando foi se encontrar com o réu, a menina pediu para sair do colégio, alegando que encontraria a mãe, pois seu irmão havia se machucado. Com base nos depoimentos, a relatora conclui que não houve violência e que o que deve ser discutido é a presunção de violência, devido à idade da vítima. A partir disso, a relatora argumenta que o critério etário não deve ser absoluto, em função dos avanços sociais e da universalização do acesso à informação, que consequentemente faz as adolescentes adquirirem maturidade e capacidade de discernimento cada vez mais cedo, assim como almejam liberdade para direcionar suas vidas afetivas e sexuais. Com esses argumentos e, também com base em cartas escritas ao réu pela adolescente, a relatora afirma ser impossível chegar à conclusão firme e segura de que houve conduta ilícita e, assim, absolve o réu nos termos do artigo 386, inciso II, do Código de processo penal, que diz que o juiz absolverá o réu se não houver prova da existência do fato. Os dois desembargadores acompanharam o voto da relatora.
O segundo precedente é o caso de um homem de 22 anos que manteve relações sexuais com uma menina de 13 anos. Os dois envolvidos, em todas as fases do processo, afirmaram que eram namorados e que as relações sexuais sempre foram consensuais. Usando como argumento "as profundas transformações sociais e culturais da atualidade", argumento semelhante ao usado no primeiro precedente, o relator também coloca em questionamento o caráter absoluto da presunção de violência, visto que a menina demonstrava maturidade suficiente para consentir, ou não, relações sexuais. Um dos desembargadores acompanha o relator, mantendo, por maioria, a anterior absolvição do réu.

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