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Ética041

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O nascimento da propriedade intelectual 
 O conceito de propriedade intelectual, a proposta a de que uma ideia pode ser de propriedade é um filho do Iluminismo europeu. Foi só quando as pessoas começaram a acreditar que o conhecimento veio da mente humana, trabalhado sobre os sentidos, em vez da revelação divina, assistida pelo estudo de textos antigos, que se tornou possível imaginar seres humanos como criadores, e portanto, proprietários de novas ideias ao invés de meros transmissores de eterna verdades. (HESSE, 2002, p.27)
No século XVII – as ideias se aproximam da propriedade e estabelecem os primeiros vínculos jurídicos. Até então, inexistia qualquer possibilidade ao homem de propor a hipótese de a apropriação de suas ideias.
Grandes religiões e seus entraves ao desenvolvimento da noção de apropriação do conhecimento:
Conhecimento/ Dom; 
Transmissão/ Criação Confúncio: A Sabedoria Veio do passado, e a tarefa do aprendiz foi a de desenterrar, preservar e transmiti-la. 
Islamismo: O Alcorão (corão-recitação) era a única grande escritura de onde todos os outros conhecimentos derivaram. Ele encarnava a palavra de Deus, portanto, não pertencia a ninguém. (recitação oral).
Judaico- Cristã: Mateus “De graça recebestes, de graça deveis dar "(10:8). 
Renascimento: valorização do poeta, do inventor e do escritor e manutenção da crença social no Dom.(inspiração divina)
Cartas Régias de “patentes” e de “privilégios” para a impressão de textos autorizados.
 Veneza (1469): Privilégios exclusivos 
para imprimir em uma determinada cidade, para imprimir um determinado texto, ou para imprimir um determinado categoria de textos (livros escolares, leis, textos em latim) se espalhou de Veneza para todos os Estados italianos, e de lá para França e Inglaterra. 
Em 1700, a Europa passou por uma transformação cultural intensa, a partir do surgimento de uma leitura de classe média que potencializou a um boom do comércio de impressão no século XVIII.
Aumento da Alfabetização – demanda por literatura secular moderna (romances, obras teatrais e livros de auto ajuda).
Reclamação dos autores: somos criadores e não transmissores de Deus. Se eram criadores, tinham direitos de propriedade e proteção jurídica sobre seus livros. 
Pirataria: em defesa do interesse público e contra o monopólio das guildas.
Questão: As ideias eram de fato um 
dom divino, como tradicionalmente se pensou, ou eram propriedade de quem as manifestou, como defendiam os autores? Era um uma "graça“ ou um direito natural de propriedade?
Debate: a origem e a natureza das idéias.
John Locke, no Segundo Tratado (1690): o homem tem uma propriedade em sua própria pessoa. O trabalho de seu corpo e a obra de suas mãos lhe pertencem. = secularização da teoria do conhecimento.
Se todo o conhecimento foi obtido a partir 
os sentidos de trabalho sobre a natureza, como 
Locke argumentou no Ensaio sobre 
Entendimento Humano (1689), então não houve 
nenhum papel da revelação divina na produção do conhecimento.
O autor pode vender ou manter seus 
direitos sobre suas obras. Uma vez vendidos, 
pertenceriam ao editor, em perpetuidade. 
Alguns autores defendiam uma nova teoria dos direitos de autor com base no direito natural. Direito de propriedade sobre as expressões originais de idéias, em vez de as próprias idéias. 
x
Condorcet (1776): “As idéias são intrinsecamente sociais, elas não são produzidas por indivíduos sozinhos, elas são fruto de um processo coletivo de experiência . 
Privilégios desse tipo, como todos os 
outros, são inconvenientes que diminuem 
a atividade criativa, concentrando-os em um pequeno 
número de mãos. Eles não são nem 
necessários nem úteis. Eles são injustos. 
Condorcet – o direito de propriedade deve levar em conta a utilidade social da propriedade.
Direito de Propriedade [direito natural] x Interesse Público [utilitarismo social]
A revolução industrial criou um 
mercado internacional para as obras literárias 
e as invenções mecânicas e, portanto, uma nova necessidade de um regime internacional de 
direitos de propriedade intelectual.
O processo de internacionalização da 
proteção dos direitos autorais tendem a reforçar o embate entre as pretensões universalistas para a proteção do inviolável direito natural contra os limites legais impostos individualmente pelas nações em razão da função social da criação [utilitária]
Propriedade Intelectual
A Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) optou por não definir, mas assinalar o que contempla: “às obras literárias, artísticas e científicas; às interpretações dos artistas intérpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas e às emissões de radiodifusão; às invenções em todos os domínios da atividade humana; as descobertas científicas; os desenhos e modelos industriais; às marcas industriais, comerciais e de serviço, bem como às firmas comerciais e denominações comerciais; à proteção contra a concorrência desleal e “todos os outros direitos inerentes à atividade intelectual nos domínios industrial, científico, literário e artístico.” (Convenção que Institui a Organização Mundial da Propriedade Intelectual, assinada em Estocolmo, em 14 de julho de 1967; Artigo 2, § viii)
Territorialidade & Registro
Direito de Autor:
 Abrangência internacional
Registro não obrigatório
Propriedade Industrial:
Propriedade Industrial
Patentes – proteção de invenções e modelos de utilidade.
Objetiva incentivar o desenvolvimento econômico e tecnológico recompensando a criatividade. 
Invenção: “é uma nova solução para um problema técnico específico, dentro de um campo tecnológico” (OMPI)
Modelo de Utilidade: “nova forma ou disposição em um objeto de uso prático ou parte deste, visando melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação” (OMPI) 
Modelo de Utilidade
Marca
Definição: “é um sinal aplicado a produtos ou serviços, cujas funções principais são identificar a origem e distinguir produtos ou serviços de outros idênticos, semelhantes ou afins de origem diversa”
De acordo com a legislação brasileira, são passíveis de registro como marca todos os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais, conforme disposto no art. 122 da Lei nº 9279/96 (Lei da Propriedade Industrial)
Propriedade Ambiental, direito e ética.
Propriedade intelectual é uma expressão genérica que pretende garantir aos investidores ou responsáveis por qualquer produção do intelecto o direito de receber, por determinado tempo, recompensa pela própria criação e o devido reconhecimento” (definição usada pelo Museu Emilio Goeldi)
A propriedade intelectual é um conceito do Direito que reúne em um só campo a propriedade industrial, os direitos autorais e as demais e outros bens imateriais de vários gêneros. (Denis Barbosa)
Propriedade Intelectual, direito e ética: plágio!
O plágio é essencialmente uma questão ética que consiste no ato de tomar para si, de qualquer forma ou meio uma obra intelectual de outra pessoa, apresentando a com de sua autoria. 
A atitude plagiária reside na apropriação indevida de um texto, de uma música, de uma pintura ou de qualquer outra obra intelectual, no qual o usurpador assume a autoria omitindo deliberadamente os créditos para o autor original de uma determinada obra. 
As discussões sobre o plágio literário, passa necessariamente sobre uma questão ética fundamental que é a autoria, o legítimo autor, a noção do contributo mínimo para que uma obra possa ser entendida como original sem o que inexistirá tutela jurídica possível pelo Direito Autoral.
Fonte: WACHOWICZ , 2015.
A mensuração sobre plágio acadêmico a nível mundial são recentes inexistindo no Brasil dados estatísticos sobre plágios no meio acadêmicos, na maior parte são resolvidos administrativamente e internamente em cada instituição, poucos são os casos que acabam por serem levados ao poder judiciário, contudo denota-se o aumento de fragmentos copiados da INTERNET.
 A importância do estudo sobre o plágio acadêmico,
é ainda mais relevante, quando se observa que poucas são ainda as universidades que possuem regras internas claras sobre quais os procedimentos administrativos que devem ser adotados no caso de ser detectados atos de plágio, que podem culminar com a reprovação de alunos, cassação de diplomas, bem como a exoneração de professores9 ou de pesquisadores de centros de excelência. (Fonte: WACHOWICZ , 2015)
Plágio
O plágio é definido na legislação brasileira como a utilização em qualquer modalidade de obra intelectual deixando de indicar ou anunciar, como tal, o nome, pseudônimo ou sinal convencional do autor e do intérprete, como sendo uma violação de Direitos Autorais.
Na doutrina o plágio é percebido como um ato complexo que admite várias formas, que podem consistir, desde: (i) o ato de assinar ou representar uma obra intelectual tutelada pelo Direito Autoral, seja esta literária, artística ou científica como se sua fosse, quando na realidade esta obra foi idealizada pelo esforço intelectual de outra pessoa que teve a sua autoria usurpada pelo plagiador, (ii) como também poderá consistir no ato de alterar, retocando a obra para reapresentar como algo novo, modificando o texto sem novas idealizações. 
 Na caracterização do plágio concorrem a presença de duas figuras, (i) o plagiador aquele que realiza a ação de usurpação e o (ii) plagiado aquele que sofre a ação de usurpação de suas ideias materializadas em determinada obra. 
No plágio acadêmico, além das figuras clássicas do plagiador e do plagiado, está também envolvida a figura coletiva e difusa da própria comunidade acadêmica. 
Fonte: WACHOWICZ , 2015.

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