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ANOTAÇÕES SOBRE OS ARTIGOS 334 A 416 DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO

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ANOTAÇÕES SOBRE OS ARTIGOS 334 A 416 DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO 
DO PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO (assunto presente nos artigos 334- 345 do CC.)
Conceito
Trata-se da entrega ou depósito judicial em mãos de um terceiro, ou num estabelecimento bancário, que o devedor faz da quantia em dinheiro ou do objeto da obrigação, por meio do qual é considerada a obrigação extinta. 
 Um meio indireto de realizar o pagamento quando, por exemplo: o credor, por algum motivo, não poder ir ao encontro do devedor, ou se nega a fazê-lo, não mandando outro para receber; houver dúvidas quanto à legitimidade da pessoa para receber ou quanto a sua residência; o credor for incapaz; pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Requisitos e regulamentação
A consignação só ocorre se a obrigação for líquida e certa, se tratando de uma obrigação de dar, sendo eficaz apenas quando o depósito é feito por inteiro. Assim, todas as condições subjetivas e objetivas da obrigação deverão estar presentes, possibilitando a eficácia e validez do pagamento. 
Estas condições encontram-se previstas neste código nos artigos. 304-307 (quem deve pagar), 308-312 (quem deve receber o pagamento), 319-326 (objeto do pagamento) e 331- 333 ( tempo do pagamento).
O cumprimento da obrigação deverá ser realizado no lugar determinado originalmente, não estando as partes sob dever de mudá-lo. Após efetuar o pagamento, do devedor não serão cobrados juros e riscos, salvo se julgado improcedente. (artigos 337, CC e 891, CPC.)
O devedor pode requerer o levantamento da quantia do depósito caso o credor não declarar aceito o depósito ou não impugná-lo, subsistindo a obrigação. (artigo 338, CC). Porém, se for julgado procedente o depósito, o devedor não poderá pedir o levantamento, mesmo que o credor consinta, a não ser que os outros devedores e fiadores estejam de acordo, uma vez que concedida, a obrigação subsiste. Caso o levantamento seja feito sem o consentimento destes, estarão liberados da obrigação (artigo 339, CC).
Em caso do levantamento do bem após o credor aceitar ou impugnar o depósito, sem o consentimento dos outros devedores e fiadores, estarão os co-devedores e fiadores exonerados da obrigação. E o credor perderá a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada (artigo 340, CC).
Vale lembrar que não só o devedor ou terceiro interessado ou não poderá recorrer à consignação. Os credores também podem quando houver litígio, para assim evitar que o devedor efetue o pagamento a um deles enquanto há disputa quanto à titularidade dele (artigo 345, CC).
Objeto em consignação
 Segundo o artigo 341, CC, “se a coisa devida for imóvel ou corpo certo (ou quando o credor perde o direito de escolha da coisa) que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada”. Na consignação de imóvel, o credor será citado para recebê-los ou ser imitido na posse do bem.
Já no artigo 342 do mesmo código: “Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente”.
Depósito extrajudicial e judicial
Extrajudicial: depósito em estabelecimento bancário oficial. Exclusivamente de quantias em dinheiro e não cabível às dívidas fiscais.
Após depositada a quantia referente à obrigação, o credor será notificado por carta com aviso de recebimento para se manifestar no prazo de 10 dias, a contar do recebimento da carta. (art. 890, §1o do CPC). 
Caso o credor receba o depósito ou não se manifeste, considera-se extinta a obrigação. Já se o credor impugnar o depósito, o devedor deverá propor a ação de consignação em pagamento em 30 dias, com a prova do depósito e da recusa.
 Judicial: ação de consignação em pagamento, previsto nos artigos 890-900 do CPC. Enquanto o credor não aceitar ou impugnar o depósito, o devedor poderá levantá-lo. O levantamento equivale à desistência da ação.
Quem perde a demanda deve arcar com as despesas correspondentes (artigo 343, CC).
O devedor poderá realizar e consignação caso haja dúvidas quanto ao credor. Caso o devedor não o faça, a obrigação subsiste, assim como os efeitos decorrentes do descumprimento (artigo 344, CC).
PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO (assuntos presentes nos artigos 346- 351, CC)
Conceito
 Sub-rogar é substituir o credor, de modo que o pagamento por sub-rogação se assemelha à cessão de crédito por se tratar da substituição da pessoa do credor. Ocorre quando a dívida de alguém é paga por um terceiro que adquire o crédito e satisfaz o credor, mas não extingue a dívida e nem libera o devedor, que passa a dever a esse terceiro.
Se o terceiro tem interesse jurídico, vai adquirir todas as eventuais vantagens, privilégios, garantias e preferências do credor primitivo, além de, é óbvio, exigir o reembolso. Caso não ter interesse, só terá direito a reembolso.
Espécies de sub-rogação: 1) legal: decorrente da lei (artigo 346, CC); 2) convencional: depende de acordo escrito entre as partes, quando o terceiro faz acordo com o credor primitivo e fica com o direito de sub-rogação mesmo sem interesse jurídico e mesmo sem a anuência do devedor. Através de acordo escrito se transferem todas as vantagens do credor primitivo para o, igual a uma cessão de crédito (347 e 348).
DA IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO (presentes nos artigos 352-355, CC)
Conceito
Ocorre quando o pagamento é insuficiente para saldar todas as dívidas junto ao credor. Segundo o artigo 352, CC, “a pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos”.
Requisitos
Pluralidade de débitos; b) Identidade entre credor e devedor; c) Natureza dos débitos; d) Débitos líquidos e vencidos; e) Pagamento deve ser suficiente para cobrir alguma divida.
Imputação do devedor: quando o devedor indica qual dívida que está sendo quitada com o pagamento.
Imputação do credor: Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas liquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo.
Imputação pela lei: Se o devedor não indicar a qual débito oferece pagamento, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dividas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.
DAÇÃO EM PAGAMENTO (artigos 356-359, CC)
Conceito
Consiste no acordo liberatório em que o credor aceita receber pagamento de prestação diferente da devida (artigo 356, CC). Não podendo ter imposição da parte devedora (artigo 313, CC).
Requisitos
consentimento, concordância, anuência do credor; 2) prestação diversa da ajustada, não se tratando de obrigação alternativa, pois nesta a obrigação nasce com duas opções de pagamento; na dação é só depois que as partes trocam o objeto do pagamento.
Evicção: imaginem que A deve 100 e paga com um objeto furtado, que não era dele, então o verdadeiro dono vai exigir a devolução da coisa e a obrigação vai renascer (artigo 359, CC). Ser “evicto” é ser afastado da coisa recebida em pagamento. Ocorre a evicção quando alguém perde a propriedade da coisa em virtude de decisão judicial que reconhece a outrem direito anterior sobre essa coisa.
NOVAÇÃO (presente nos artigos 360-367, CC)
Conceito
Ocorre quando as partes criam nova dívida, extinguindo-se a anterior. 
Requisitos
Não é imposta pela lei, sendo um acordo entre devedor-credor.  
Obrigação nula ou extinta não podem ser novadas, mas obrigação anulável sim (artigo 367 CC). 
A nova obrigação precisa ter as partes ou o objeto diferenciado (artigo 360). Se nada muda na nova obrigação, a novação apenas reforça a obrigação anterior, sem alterá-la (artigo 361).
A novação, em regra, não permite discussão sobre as condiçõesda dívida antiga, mas a jurisprudência admite conforme sumula 286 do STJ. Uma alteração pequena na obrigação também não implica em novação (ex: desconto no preço, dispensa de hipoteca, prorrogação do vencimento).
Geralmente favorável apenas para os devedores.
MODOS DE EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
COMPENSAÇÃO (presente nos artigos 368-380, CC)
Conceito 
A compensação extingue as obrigações do mesmo gênero das pessoas que são, reciprocamente, credoras e devedoras entre si, até onde as dívidas se compensem. 
Sendo assim, a compensação exige pluralidade de obrigações.
Espécies: a) compensação legal: ocorre por força da lei, mesmo que uma das partes se oponha, sempre que as dívidas forem líquidas ( = valor certo), vencidas e homogêneas (= mesma espécie e qualidade, 369);
b) compensação judicial: determinada pelo juiz no caso concreto, ao decidir que deve haver compensação por uma questão de economia processual, por uma questão de praticidade, justificando o magistrado na sentença;
c) compensação convencional: decorre do acordo de vontades, decorre da transação entre as partes, e no direito civil a liberdade das partes é grande, as partes podem dispor de seus bens com ampla liberdade, é a chamada autonomia privada. Dívidas de qualquer tipo podem ser compensadas, sejam ilíquidas, heterogenias ou não vencidas, dependendo apenas de acordo.
Há vedações quanto às obrigações de caráter alimentar e tributário.
CONFUSÃO (presente nos artigos 381-384, CC)
A confusão exige identidade de pessoas e de patrimônios, de modo que o dono de uma pessoa jurídica pode dever a sua empresa, e vice-versa. Sem dúvida, uma empresa não se confunde com seu dono, são personalidades e patrimônios diversos.
Assim, extingue-se a obrigação quando devedor e credor de confundem, podendo extinguir a dívida toda ou parte dela. Caso a confusão cesse, restabelece a obrigação anterior. 
REMISSÃO DAS DÍVIDAS (presente nos artigos 385-388, CC)
Trata-se da liberação do devedor pela autoridade do credor que, voluntariamente, quando não prejudica terceiros, dispensa o crédito, perdoa o débito e extingue a obrigação (artigo 385). Mas como pagar é um direito do devedor, se ele não aceitar a remissão deve consignar o pagamento.
Espécies de remissão: 01. pode ser total ou parcial (parte da dívida ou dispensa dos juros); 02. pode ser expressa (por escrito) ou tácita (ex: devolução do título de crédito); 03. pode ser gratuita (mais comum) ou onerosa (nesta remissão o credor perdoa a dívida, mas pede algo em troca, o que se assemelha a uma transação).
DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES
DISPOSIÇÕES GERAIS (presente nos artigos 389-393, CC)
Quando não cumprida a obrigação, podendo ser o descumprimento absoluto ou relativo, o devedor deve arcar com perdas e danos, juros e atualização monetária estabelecida, e honorários advocatícios. A obrigação não se extingue, apenas é transformada, fazendo com que o devedor ressarça o prejuízo dado à parte credora (artigo 389, CC).
Nas obrigações negativas, o judiciário pode determinar o desfazimento da cominação ou permitir que o credor desfaça às despesas do devedor, ambas com a cominação de multa. Caso o desfazimento não seja possível, há a conversão em perdas e danos (artigo 390, CC).
Com o inadimplemento, os bens do devedor servem como garantia ao direito do credor, podendo ser penhorado (artigo 391, CC).
Em se tratando de contratos benéficos, o artigo 392 expõe: “responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei.”
Já em situações em que caso fortuito ou força maior resulte prejuízo ao devedor quanto à obrigação, o devedor não será obrigado a responder (artigo 393, CC).
DA MORA (presente nos artigos 394- 401, CC)
Conceito: Mora é a prorrogação de um prazo para pagamento ou restituição de qualquer dívida.
“Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.” (Artigo 394, CC).
O devedor fica obrigado a indenizar o credor pagando juros moratórios ou convencionais, ou então pagando perdas e danos causados ao credor. Contudo, a indenização moratória não extingue a obrigação (artigo 395, CC).
“Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora (artigo 396, CC).
Para haver mora do devedor, precisa preencher os seguintes requisitos: a) exigibilidade da obrigação (líquida e certa); b) inexecução culposa; c) constituição em mora. “Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial” (artigo 397, CC).
Ex persona- inexiste termo para que o devedor realize a prestação ou que o credor a receba. Destarte, há necessidade de interpelação da parte inadimplente, de forma que os efeitos serão contados a partir do ex nunc (contados a partir da intimação).
Ex re: automaticamente, uma vez que há termo. Exemplo: nos casos de prática de ato ilícito, em que o dever de reparar surge na data em que houve a violação do direito (o que é exposto no artigo 398, CC).
O artigo 399 do CC é auto-explicativo: “O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.”
No caso de o credor não comparecer no local e horário marcados por ter participado de um acidente de carro, e o objeto da obrigação ser furtada por conta do atraso, o credor será o responsável pelo prejuízo (artigo 400, CC).
Livra-se da mora o devedor que entrega o objeto da obrigação mais a importância do prejuízo; e o credor que receber o pagamento do jeito que este se encontrar, além de arcar com o prejuízo dado ao devedor (artigo 401, CC).
As perdas e danos abrangem o que o credor deixou de receber mais o que ele deixou de lucrar (artigo 402, CC).
O dolo da parte não muda o valor da indenização, este de acordo com os danos causados (artigo 403, CC).
“As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional. 
Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar.” (artigo 404, CC).
Os juros de mora são contados a partir da citação inicial (artigo 405, CC).
DOS JUROS LEGAIS (presente nos artigos 406-407)
Juros é uma percentagem sobre o que foi emprestado, ou ainda uma forma de cobrir os riscos sofridos pelo credor.
Podem ser: a) convencionais: derivando da vontade das partes; ou b) legais: determinados pela lei.
E ainda: a) moratórios: estipulados de forma a apenar em caso de atraso; b) compensatórios: remunerando o credor por ter utilizado o seu capital.
No caso de os juros moratórios forem convencionais, ou sem taxa estipulada, ou até legais, serão determinados para a mora pela Fazenda Nacional (artigo 406, CC).
Os juros de mora são aplicados não sendo necessário a prova do prejuízo, como punição pela demora (artigo 407,CC).
DA CLÁUSULA PENAL (presente nos artigos 408-416, CC)
Com o intuito de evitar o inadimplemento ou o retardo da realização da obrigação, a cláusula penal é estipulada como pena ou multa. Sendo assim, tem dupla função: Coerção (intimidação), fazendo com que o devedor se sinta pressionado a realizar a obrigação para não ter de pagar a cláusula penal; e também como prefixação das perdas e danos (ressarcimento) caso haja inadimplemento.
O devedor não pode deixar de pagar a cláusula penal alegando que esta é excessiva, uma vez que foi acordada em conjunto com a parte credora.
Não há necessidade de provar a culpa do devedor, bastando apenas o descumprimento da obrigação. Em caso de não ser por culpa dodevedor, este terá de trazer as provas em evidência.
A cláusula penal pode ser: a) compensatória, sendo estipulada para a hipótese de total inadimplemento da obrigação, em geral, é de valor elevado, igual ou quase igual ao da obrigação principal. b) monetária, para o caso de a obrigação ser cumprida, mas de forma diversa da convencionada, para assegurar a cláusula, assim como a destinada a evitar o retardamento do cumprimento da obrigação.
O artigo 412 do CC dispõe sobre o valor da cláusula penal: “O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal”.
A redução poderá ocorrer apenas em duas hipóteses: a) Quando ultrapassar o limite legal (artigo 412, CC);
Nas hipóteses do artigo 413, CC: “A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio”.
Quanto a quais dos devedores deve arcar com a c.p, será aquele que for culpado, sendo os outros responsáveis apenas pela sua quota (artigo 414, CC).
Referência bibliográfica:
- PEREIRA, Caio Mário da Silva. Teoria Geral das Obrigações, Rio de Janeiro: Forense, PP. 209-219;
- RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Parte Geral das Obrigações. 30ª ed. São Paulo. Saraiva. 2007. v. 2;
 - GONÇALVES, Carlos Roberto- Sinopses Jurídicas, Direito das Obrigações, Parte Geral, São Paulo Editora Saraiva- 8 ª Edição, 2007;
- CECILIA, Maria. Do pagamento em consignação. Portal E-GOV, 2011;
- GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil esquematizado v. 1. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

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