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contabilidade gerencial

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA 
SOUZA 
ETEC JOSÉ MARTIMIANO DA SILVA 
EXTENSÃO E.E. PROFESSOR SEBASTIÃO FERNANDES PALMA 
CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERENCIAL: UMA ANÁLISE DA CONTABILIDADE 
COMO FERRAMENTA DE TOMADA DE DECISÃO EM 
MICROEMPRESAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAROLINA SA TASSINARI 
ROBSON BIZE TELLA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIBEIRÃO PRETO 
NOVEMBRO/2012 
 
 
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA 
SOUZA 
ETEC JOSÉ MARTIMIANO DA SILVA 
EXTENSÃO E.E. PROFESSOR SEBASTIÃO FERNANDES PALMA 
CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERENCIAL: UMA ANÁLISE DA CONTABILIDADE 
COMO FERRAMENTA DE TOMADA DE DECISÃO EM 
MICROEMPRESAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
para obtenção da Habilitação Profissional 
Técnica de Nível Médio em Técnico em 
Administração, da ETEC José Martimiano da 
Silva. 
Orientador: Prof. Esp.: André Luiz Coelho Gonini 
Professor de DTCC: Luiz Antônio Reggiani 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIBEIRÃO PRETO 
NOVEMBRO/2012 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradecemos a Deus, que nos deu o dom da vida, e o raciocínio para que 
pudéssemos utilizar de nossa inteligência para desenvolver esse trabalho. 
Aos nossos queridos professores que, sabendo de nossas limitações diante das 
dificuldades, se dispuseram a nos ajudar com o andamento desse trabalho. 
E nosso carinho especial aos Professores Helder Sebastião Alves dos Reis e Luiz 
Antonio Reggiani. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
Dedicamos esse trabalho aos nossos Cônjuges Matheus Lino e Sandra de Oliveira 
Conde Tella que, pacientemente nos apoiaram no caminho até a conclusão desse 
trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Epígrafe 
 
 
O que mais surpreende é o homem, pois perde 
a saúde para juntar dinheiro, depois perde o 
dinheiro para recuperar a saúde. Vive 
pensando ansiosamente no futuro, de tal forma 
que acaba por não viver nem o presente, nem 
o futuro. Vive como se nunca fosse morrer e 
morre como se nunca tivesse vivido. 
 
 
Dalai Lama 
 
 
RESUMO 
 
 
Esse trabalho mostra as microempresas e em que elas se 
diferenciam das demais empresas quanto a sua forma jurídica, ao seu capital, à 
sua dimensão e a qual setor pertencem. Nele é possível ver um pouco da 
evolução histórica das microempresas, dos investimentos feitos pelos governos 
federal e estadual e o surgimento de programas de incentivo e do estatuto da 
micro e pequena empresa. Foram mostradas as taxas de mortalidade dessas 
MPEs em um período de 2 anos, um comparativo do cenário nacional com o 
internacional e um estudo de 43 regiões paulistas, inclusive a de Ribeirão Preto. 
Nele podemos ver também, a evolução da contabilidade ao longo dos 
anos, desde a antiguidade até o período científico, com influência das escolas 
italiana e americana. A contabilidade é apontada como importante ferramenta 
de gestão devido aos dados que ela nos fornece para que sejam geradas as 
informações. É apontada também a falta de uso da contabilidade por parte das 
microempresas e das pequenas empresas enquadradas no SIMPLES, o que 
dificulta analisar os seus dados para tomada de decisão. 
Para tomar as decisões com mais segurança é mostrada a 
contabilidade gerencial, uma importante ferramenta que permite analisar índices 
e compará-los com padrões dos concorrentes, e com os já pré-estabelecidos 
pelos gestores no início das atividades da empresa. Essa ferramenta, que não é 
regulamentada por órgão algum, nem se quer é obrigatória, precisa (ou faz-se 
necessária „analisar se assim fica melhor eliminando a palavra precisa‟) antes 
da contabilidade financeira concluída pelo contador da empresa, ou seja, ela 
não é uma prática muito comum por microempresas, uma vez que nem a 
contabilidade financeira elas elaboram. 
 
 
 
 
 
Palavras Chave: Contabilidade Gerencial, Microempresa, Taxas de Mortalidade. 
 
 
ABSTRACT 
 
 
This paper shows that microenterprises and they differ from other 
companies as its legal form, its capital, its size and which sector belongs. It is 
possible to see a bit of the historical development of micro-enterprises, the 
investments made by the federal and state governments and the emergence of 
incentive programs and the status of micro and small enterprises. Were shown 
mortality rates of these MSEs in a period of 2 years, a comparison of the national 
scene with the international and a study of 43 regions of São Paulo, Ribeirão Preto 
including. In it we can also see the evolution of accounting over the years, from 
antiquity to the scientific period, with the influence of Italian and American schools. 
Accounting is identified as an important management tool due to the data it provides 
for the information to be generated. It also pointed to the lack of use of accounting on 
the part of micro and small companies classified in SIMPLES, which makes it difficult 
to analyze their data for decision making. To make decisions with greater confidence 
is shown in managerial accounting, an important tool to analyze indexes and 
compare them with competitors and patterns with those already pre-established by 
the managers at the start of business activities. This tool, which is not regulated by 
any agency, or whether it is mandatory, before the financial accounting needs 
completed by the accountant of the company, in other words, it is not a very common 
practice for microenterprises, and since neither she prepares financial accounting. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Keywords: Managerial Accounting, Micro-enterprises, Mortality Rates. 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
 
Gráfico 1 – Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, evolução no Brasil 
........................................................................................................................... pág. 28 
 
Gráfico 2 – Taxa de mortalidade de empresas de 2 anos, evolução no Brasil 
........................................................................................................................... pág. 29 
 
Gráfico 3 – Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, evolução por setores de 
atividade ........................................................................................................... pág. 30 
 
Gráfico – 4 Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, para empresas 
constituídas em 2006, por regiões do país ....................................................... pág. 31 
 
Gráfico 5 – Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, para empresas 
constituídas em 2006, por Unidade de Federação .......................................... pág. 32 
 
Gráfico 6 – Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, países monitorados pela 
OECD, 2010 ..................................................................................................... pág. 33 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 – Classificação das empresas ........................................................... pág. 23 
 
Tabela 2 – Classificação das MPEs e das EPPs por faturamento bruto anual 
........................................................................................................................... pág. 23 
 
Tabela 3 – Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, paraempresas 
constituídas em 2006, por regiões e setores .................................................... pág. 30 
 
Tabela 4 – 43 Regiões de Governo analisadas ............................................... pág. 34 
 
Tabela 5 – Balanço Patrimonial – Formato IFRS ............................................. pág. 50 
 
Tabela 6 – Demonstração de Resultado do Exercício ..................................... pág. 52 
 
Tabela 7 – Diferenças entre a contabilidade gerencial e a contabilidade financeira 
........................................................................................................................... pág. 58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 – MPEs por Região .............................................................................pág. 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE EQUAÇÕES 
 
 
Equação 1 – Participação de capitais de terceiros .......................................... pág. 62 
 
Equação 2 – Composição do endividamento .................................................. pág. 63 
 
Equação 3 – Imobilização do patrimônio líquido ............................................. pág. 64 
 
Equação 4 – Liquidez geral .............................................................................. pág. 65 
 
Equação 5 – Liquidez corrente ......................................................................... pág. 66 
 
Equação 6 – Liquidez seca .............................................................................. pág. 67 
 
Equação 7 – Liquidez imediata ........................................................................ pág. 68 
 
Equação 8 – Giro do ativo operacional ............................................................ pág. 69 
 
Equação 9 – Giro do ativo total ........................................................................ pág. 69 
 
Equação 10 – Margem operacional .................................................................. pág. 70 
 
Equação 11 – Margem líquida .......................................................................... pág. 70 
 
Equação 12 – Retorno sobre o investimento operacional ................................ pág. 71 
 
Equação 13 – Retorno sobre o investimento total ........................................... pág. 71 
 
Equação 14 – Retorno sobre o patrimônio líquido (1) ...................................... pág. 72 
 
Equação 15 – Retorno sobre o patrimônio líquido (2) ...................................... pág. 72 
 
 
 
Equação 16 – Quociente de alavancagem ...................................................... pág. 73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
AC – Ativo Circulante 
 
ANC – Ativo não Circulante 
 
ASSIMP – Associação Nacional dos Sindicatos das Micro e Pequenas Empresas da 
Indústria 
 
ASSIMPEC - Associação Nacional dos Sindicatos das Micro e Pequenas Empresas 
do Comércio 
 
BACEN – Banco Central do Brasil 
 
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
 
CVM – Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
 
DFC - Demonstração de Fluxo de Caixa 
 
DIEESE – Departamento Intersindical de Estudos Econômicos, Sociais e Estatísticos 
 
DOU – Diário Oficial da União 
 
DRE – Demonstração de Resultado do Exercício 
 
EPP – Empresas de Pequeno Porte 
 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
 
MPEs – Micro e Pequenas Empresas 
 
OECD – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
 
 
ONG – Organização Não Governamental 
 
PC – Passivo Circulante 
 
PFC – Princípios Fundamentais de Contabilidade 
 
PIB – Produto Interno Bruto 
 
PMEs – Pequenas e Médias Empresas 
 
PNC – Passivo não Circulante 
 
PROGER – Programa de Geração de Emprego e Renda 
 
RMSP – Região Metropolitana de São Paulo 
 
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas 
 
SIMP – Sindicato das Micro e Pequenas Empresas da Indústria 
 
SIMPEC - Sindicato das Micro e Pequenas Empresas do Comércio 
 
SIMPLES – Sistema Simplificado de Recolhimento de Impostos Federais 
 
SUSEP – Superintendência de Seguros Privados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 17 
1.1. Contextualização ............................................................................................ 17 
1.2. Problema de Pesquisa .................................................................................... 18 
1.3. Objetivos ......................................................................................................... 18 
1.3.1. Objetivo Geral .......................................................................................... 18 
1.3.2. Objetivos Específicos ............................................................................... 18 
1.4. Justificativa ..................................................................................................... 19 
1.4.1. Relevância Acadêmica ............................................................................. 19 
1.4.2. Relevância Social ..................................................................................... 19 
2. METODOLOGIA ................................................................................................... 20 
3. EMPRESAS – CONCEITOS E DEFINIÇÕES ....................................................... 21 
3.1. Microempresas – Desenvolvimento Histórico e Características ..................... 24 
3.1.1. Taxa de Sobrevivência das Microempresas ............................................. 27 
3.1.2. As Microempresas Paulistas por Região .................................................. 33 
4. CONTABILIDADE – UMA VISÃO GERAL DA HISTÓRIA E DOS CONCEITOS 36 
4.1. Uma Passagem Breve Pela História ............................................................... 37 
4.1.1. Período Antigo ......................................................................................... 37 
4.1.2. Período Medieval ..................................................................................... 38 
4.1.3. Período Moderno...................................................................................... 39 
4.1.4. Período Científico ..................................................................................... 40 
4.1.5. A Contabilidade no Brasil ......................................................................... 41 
4.2. A Contabilidade nas Microempresas .............................................................. 42 
4.3. A Contabilidade nas PMEs ............................................................................. 44 
4.3.1. O Balanço Patrimonial .............................................................................. 47 
4.3.2. Demonstração de Resultado do Exercício ............................................... 51 
 
 
4.3.3. Demonstração dos Fluxos de Caixa ......................................................... 52 
4.3.4. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ................................ 53 
4.4. A Classificação da Contabilidade ................................................................... 54 
5. CONTABILIDADE GERENCIAL – UMA IMPORTANTE FERRAMENTA PARA A 
EMPRESA.................................................................................................................57 
5.1. Análise do Balanço Patrimonial e do DRE ...................................................... 60 
5.2. Análise por Quociente..................................................................................... 61 
5.2.1. Quocientes de Estrutura de Capitais ........................................................ 62 
5.2.2. Quocientes de Liquidez ............................................................................ 64 
5.2.3. Quocientes de Rentabilidade ................................................................... 68 
5.3. Comparação e Interpretação de Quocientes .................................................. 73 
5.4. Análises Vertical e Horizontal ......................................................................... 74 
5.4.1. Análise Vertical......................................................................................... 75 
5.4.2. Análise Horizontal .................................................................................... 75 
5.5. Relatórios da Análise ...................................................................................... 76 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 78 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 81 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
1.1. Contextualização 
 
 
No Brasil existem mais de 6 milhões de empresas1, sendo que 99% delas 
são micro e pequenas empresas. Elas empregam aproximadamente 52% de todos 
os trabalhadores urbanos do país e geram 20% do PIB Brasileiro. 
Porém ainda segundo o SEBRAE (2011), 27% de todas as novas 
empresas fundadas no Brasil acabam fechando as portas no primeiro ano de vida. 
Diante desta estatística, é muito importante ter uma boa noção de contabilidade. 
A contabilidade há muitos anos deixou de lado aquele conceito de que 
serve apenas para registrar os fatos ocorridos na empresa, para assumir papel 
fundamental no processo de tomada de decisão. Através de uma boa análise 
contábil, unido a alguns outros fatores, é possível achar as soluções para os 
problemas que a empresa vier a enfrentar. 
Para as grandes empresas isso não é problema, uma vez que elas 
possuem departamentos específicos e, provavelmente, a contabilidade faz parte de 
um desses departamentos. Em compensação as microempresas, em sua maioria, 
possuem contrato com escritórios de contabilidade para realizarem os fatos 
contábeis. Quando os problemas começam a surgir, à única solução é recorrer a 
escritórios que prestam serviços de auditoria contábil. 
Contudo, se o administrador tiver boas noções de contabilidade, ele 
saberá analisar os fatos contábeis e, consequentemente, terá todas as condições de 
montar o planejamento da empresa baseado nas informações contábeis, reduzindo 
o risco de a empresa chegar a uma situação crítica, que poderá leva-la a falência. 
 
 
 
 
1
 Dados obtidos junto ao SEBRAE em: 
http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/C02FF454A6365BA783257A33006E9879/$File/NT0
004778A.pdf Capítulo 5 
18 
 
1.2. Problema de Pesquisa 
 
 
Como a contabilidade gerencial pode auxiliar os microempresários no 
processo de tomada de decisão, evitando inclusive a falência? 
 
 
1.3. Objetivos 
 
 
1.3.1. Objetivo Geral 
 
 
O objetivo desse trabalho é mostrar aos microempresários ou aos 
administradores de microempresas a importância de saber usar a contabilidade no 
processo de tomada de decisão, tornando o processo mais preciso e diminuindo os 
riscos de a empresa entrar em falência. 
 
 
1.3.2. Objetivos Específicos 
 
 
 Classificar as microempresas e diferenciá-las das demais; 
 Conceituar a contabilidade e contar a sua evolução histórica; 
 Demonstrar o uso da contabilidade gerencial no processo de 
tomada de decisão e sua importância para a microempresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
1.4. Justificativa 
 
 
1.4.1. Relevância Acadêmica 
 
 
Contribuir com docentes e discentes em futuros trabalhos para melhoria 
na gestão de microempresas. 
 
 
1.4.2. Relevância Social 
 
 
Ajudar microempresários a adotarem a contabilidade como uma 
ferramenta que vai além de registrar os fatos de sua empresa. 
 
20 
 
2. METODOLOGIA 
 
 
Após a escolha do tema, foi selecionada a bibliografia de alguns autores 
renomados para leitura, pesquisa e recolhimento de dados. 
Mediante a pesquisa efetuada, os dados foram estruturados de forma a 
atender as exigências do trabalho e, ao mesmo tempo, se encaixar-se à proposta do 
tema. 
A pesquisa será complementada mediante sites acadêmicos e científicos, 
revistas sobre o tema além de artigos acadêmicos. 
Toda a bibliografia utilizada foi disponibilizada para consulta ao final da 
redação deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
3. EMPRESAS – CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
 
 
Quando falamos em empresa, vem em nossa mente a imagem de compra 
e venda de mercadorias e/ ou serviços e, principalmente, o lucro. Estas empresas 
tem uma finalidade econômica e podemos encontrar diversos ramos de atividades 
como comércio, indústria, agricultura, pecuária, transporte, entre outros. 
Caso elas não visem o lucro, elas são denominadas de instituições e tem 
como finalidade o bem estar geral. Podemos citar, por exemplo, os asilos, os 
hospitais beneficentes, as ONGs, entre outras. 
Em nosso caso, estudaremos apenas as empresas. Há divergências entre 
os diversos autores sobre um conceito de empresa, porém podemos defini-la como: 
 
a unidade econômica organizada, que combinando capital e trabalho, 
produz ou faz circular bens ou presta serviços com finalidade de lucro. 
Adquire personalidade jurídica pela inscrição de seus atos constitutivos nos 
órgãos de registro próprio, adquirindo dessa forma capacidade jurídica para 
assumir direitos e obrigações. A empresa deve ter sua sede, ou seja, deve 
um domicílio, local onde exercerá seus direitos e responderá por suas 
obrigações (FABRETTI, 2003, pag.36). 
 
Dentro desse conceito sobre as empresas devemos ressaltar que nem 
toda empresa é igual. Elas diferem-se umas das outras na forma jurídica, quanto a 
propriedade de seu capital, pela sua dimensão ou ainda pelo setor a que ela 
pertence. 
Classificação quanto à forma jurídica: dependendo dos países, as formas 
jurídicas de empresas mais comuns são as seguintes: 
 
 Sociedade por quotas: nas sociedades por quotas o capital é 
representado por quotas, cada uma das quais alocadas a um 
determinado sócio; 
 Sociedade anônima: neste tipo de sociedade, o capital é 
representado por ações, as quais não estão alocadas a acionistas 
específicos; 
22 
 
 Sociedade em comandita: sociedade que se caracteriza pela 
existência de dois tipos de sócios: os comanditários e os 
comanditados. 
 
Classificação quanto à propriedade do seu capital: a distinção mais usual 
é entre empresas públicas e empresas privadas: 
 
 Empresas públicas: empresas cujo capital é detido pelo Estado ou 
por instituições por ele diretamente controladas; 
 Empresas privadas: empresas cujo capital é detido por pessoas 
individuais ou por instituições privadas; 
 Empresas de capitais mistos: empresas cujo capital é detido 
simultaneamente pelo Estado e por entidades privadas. 
 
Classificação quanto à dimensão: a classificação das empresas quanto à 
sua dimensão difere de país para país, mas está geralmente associada a grandezas 
como o volume de negóciosou o número de funcionários. No caso do Brasil a 
classificação é a seguinte: 
 
 Microempresas; 
 Empresas de Pequeno Porte; 
 Médias; 
 Grandes. 
23 
 
 
 
 
Analisando a tabela 1 podemos notar que, a classificação quanto ao porte 
das empresas varia entre a indústria e o comércio. Na indústria são permitidos mais 
funcionários que no comércio pelo fato de a indústria exigir mais mão de obra. 
 
 
 
 
 
Já na tabela 2 podemos observar a classificação das microempresas e 
das empresas de pequeno porte pelo seu faturamento bruto anual. 
24 
 
As médias empresas têm faturamento bruto anual de até R$48 milhões; 
as grandes empresas tem faturamento bruto anual de até R$300 milhões e as 
empresas grandiosas tem faturamento bruto anual acima de R$300 milhões. 
Classificação quanto ao setor a que pertence: este tipo de classificação 
tem a ver com a atividade desenvolvida. A principal divisão é entre setor primário, 
setor secundário e setor terciário: 
 
 Setor primário: incluem as atividades diretamente relacionadas com 
a exploração de recursos primários, nomeadamente a agricultura, 
as pescas, a pecuária e a extração de minérios; 
 Setor secundário: refere-se às atividades de transformação e inclui 
as atividades industriais e de construção e obras públicas; 
 Setor terciário: inclui as atividades relacionadas com a prestação 
de serviços e com o comércio, distribuição e transportes. 
 
Além das supracitadas existe ainda o Microempreendedor Individual e as 
EIRELIs, que são as empresas individuais de sociedade limitada. Essa última só 
pode ser aberta por uma pessoa física e não podem ter filiais. 
Daqui em diante, apresentamos nossa pesquisa sobre as microempresas, 
que é o foco de nosso trabalho. 
 
 
3.1. Microempresas – Desenvolvimento Histórico e Características 
 
 
Segundo dados do SEBRAE (2011) existem hoje no Brasil mais de 6 
milhões de empresas e desse total, 99% são de micro e pequenas empresas. Isso 
mostra o quão expressiva são essas empresas no desenvolvimento da economia 
brasileira. Junto a esses números notamos também que a formalização desses 
estabelecimentos fez crescer o número de empregados com carteira assinada, 
assim como a média salarial desses empregados. 
Conforme foi apurado em estudo divulgado pelo IBGE em 2003, as MPEs 
passaram a ser vistas como uma ótima alternativa para a mão de obra excedente a 
partir de 1980, quando a economia brasileira reduziu o seu ritmo de crescimento, 
25 
 
aumentando o número de desempregados. Ao final dessa década surgiram as 
primeiras iniciativas mais concretas de incentivo a abertura de micro e pequenas 
empresas. Dessas podemos mencionar: 
 
 A implantação do primeiro estatuto da microempresa (Lei nº 7.256 
de 27 de novembro de 1984) além da inclusão das mesmas na 
Constituição Federal de 1988, o que lhes garantiu tratamento 
diferenciado (Artigo 179 do Capítulo da Ordem Econômica); 
 A transformação do CEBRAE – Centro Brasileiro de Assistência 
Gerencial à Pequena Empresa – em SEBRAE – Serviço Brasileiro 
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, em 1992 com funções 
mais amplas; 
 Criação de linhas especiais de crédito para as MPEs no BNDES, 
Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil; 
 Instituição do Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e 
Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno 
Porte – SIMPLES – Lei nº 9317 de 5 de dezembro em 1996; 
 Criação do Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno 
Porte, Lei nº 9841 de 5 de outubro de 1999; 
 Estabelecimento de um Fórum Permanente das Microempresas e 
Empresas de Pequeno Porte, demonstrando a dimensão e a 
importância das mesmas para o crescimento e desenvolvimento da 
economia nacional. 
 
Também foram registrados avanços nos segmentos das MPEs do ponto 
de vista institucional, que passou a contar a partir de 1988 com entidades como o 
Sindicato das Micro e Pequenas Empresas da Indústria - SIMPI, o Sindicato das 
Micro e Pequenas Empresas do Comércio - SIMPEC -, ambos com representações 
em várias Unidades da Federação, a Associação Nacional dos Sindicatos das Micro 
e Pequenas Empresas da Indústria - ASSIMPI - e a Associação Nacional dos 
Sindicatos das Micro e Pequenas Empresas do Comércio - ASSIMPEC. 
Ainda segundo estudo do IBGE (2003) entre as atividades que essas 
entidades promovem, podemos destacar que elas buscam uma maior integração 
26 
 
com os governos federal, estaduais e municipais, no sentido de propor parcerias 
como alternativas para o fortalecimento e crescimento deste segmento. 
Da parceria entre os SIMPI/SIMPEC e o poder público foram alcançados 
como, por exemplo, convênios firmados com as Juntas Comerciais, as Secretarias 
Estaduais de Fazenda e a Receita Federal para a abertura de empresas em 24 
horas e a abertura de agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil 
dentro dessas entidades para tornar mais dinâmico o apoio financeiro e a expansão 
dos negócios. Podemos citar também a inclusão das MPEs nos processos de 
licitação de âmbito estadual através da intervenção dos sindicatos. 
Já em nível federal, o IBGE (2003) nos mostra que foram criados 
programas como o PROGER – Programa de Geração de Emprego e Renda – com o 
objetivo de associar apoio ao crédito, à capacitação gerencial, assistência técnica e 
participação social; o Programa Brasil Empreendedor – Micro e Pequena e Média 
Empresa, com o objetivo de dar apoio financeiro e melhorar a capacitação dos 
empresários, reunindo representantes dos ministérios, agentes financeiros e o 
SEBRAE. Ambos os programas são coordenados pelo Ministério de Trabalho e 
Emprego. 
Podemos citar como características das MPEs: 
 
 Baixa intensidade de capital; 
 Altas taxas de natalidade e de mortalidade: demografia elevada; 
 Forte presença de proprietários, sócios e membros da família como 
mão-de-obra ocupada nos negócios; 
 Poder decisório centralizado; 
 Estreito vínculo entre os proprietários e as empresas, não se 
distinguindo, principalmente em termos contábeis e financeiros, 
pessoa física e jurídica; 
 Registros contábeis pouco adequados; 
 Contratação direta de mão-de-obra; 
 Utilização de mão-de-obra não qualificada ou semiqualificada; 
 Baixo investimento em inovação tecnológica; 
 Maior dificuldade de acesso ao financiamento de capital de giro; 
27 
 
 Relação de complementaridade e subordinação com as empresas 
de grande porte. 
 
 
3.1.1. Taxa de Sobrevivência das Microempresas 
 
 
Uma das características mais preocupantes esta relacionada com a taxa 
de sobrevivência das MPEs. As metodologias de cálculos dessas taxas ainda são 
muito novas porque se trata de um fenômeno de difícil mensuração. Isso porque 
muitas das empresas encerram suas atividades, mas demoram certo tempo para se 
regularizarem nos órgãos oficiais, seja porque os donos ainda esperam reativar o 
negócio em breve ou, seja pela burocracia em fazê-lo. 
Outro problema para efetuar esse cálculo é o fato de muitos 
empreendedores encontrarem pendências fiscais com os nomes de sócios ao iniciar 
o registro da empresa, e interromperem de forma prematura o registro formal da 
empresa. 
Conforme nos mostra recente pesquisa realizada pelo SEBRAE (2011), 
27% de todas as novas empresas fundadas no Brasil acabam fechando as portas no 
primeiro ano de vida, e um dos grandes motivos disso é a falta de planejamento e 
gestão das ações a serem executadas. 
O sucesso de uma organização, independente do seu porte ou segmento, 
está ligado à capacidade que ela tem em atender todas as necessidades exigidas 
pelos seus clientes, gerandoassim os resultados esperados. É preciso se planejar, 
seguir regras, estabelecer metas e objetivos. Uma forma de planejamento é montar 
o Plano de Negócios, documento fundamental para toda empresa que almeja 
alcançar sucesso. Vemos a seguir alguns resultados da nova metodologia de 
estudos que o SEBRAE realizou a partir do processamento das bases de dados da 
Secretaria da Receita Federal. 
28 
 
 
 
 
No gráfico 1 acima temos a taxa de sobrevivência de empresas com até 2 
anos de constituição. As empresas constituídas em 2005 foram avaliadas nas bases 
de 2005, 2006, 2007 e 2008. E as constituídas em 2006 foram avaliadas nas bases 
de 2006, 2007, 2008 e 2009. 
Notamos que houve um aumento de 1,2% de empresas que sobreviveram 
aos dois primeiros anos de existência. Observa-se que esses dois primeiros anos 
são considerados os mais difíceis para que a empresa se estabeleça, e 
consequentemente esses são os dois anos mais importantes para o monitoramento. 
Com os dados obtidos nesse gráfico, podemos observar que a taxa de 
mortalidade, por ser complementar a de sobrevivência em 2005 e 2006 são, 
respectivamente, de 28,1% e 26,9% (vide gráfico 2). 
29 
 
 
 
 
Quando analisamos por setor, os quatro principais setores da economia 
brasileira também apresentam um aumento da taxa de sobrevivência (vide gráfico 
3). Destaque para o setor industrial que aparece com 75,1% para empresas 
constituídas no ano de 2006 e apresentou o maior índice de sobrevivência nos dois 
primeiros anos. Uma possível explicação é o fato de que na indústria haja uma 
menor pressão da concorrência, uma vez que as barreiras para se entrar nesse 
setor são maiores (exige-se mais capital e melhor tecnologia). 
Por outro lado o setor de construção civil é o que apresenta, entre os 
quatro, a menor taxa de sobrevivência nos primeiros dois anos com 66,2% para 
empresas constituídas no ano de 2006. Como são menores as barreiras para a 
entrada de novas empresas nesse setor, torna-se maior a pressão exercida pelos 
concorrentes e, consequentemente, mais fácil a saída de empresas que não 
conseguem responder a essa pressão. Mas a evolução, se compararmos os quatro 
setores de empresas constituídas em 2005 e as de 2006, é bem maior nesse setor 
com um salto de 3,6% de um ano para o outro. 
30 
 
 
 
 
Já no gráfico 4 e na tabela 3, que dizem respeito às empresas 
constituídas no ano de 2006, notamos a diferença entre as regiões do país. Como as 
empresas de setor industrial foram as que apresentaram maior taxa de 
sobrevivência nos dois primeiros anos, a região sudeste que, segundo dados 
(SEBRAE/DIEESE, 2010) concentra quase metade das indústrias do país, 
apresentou o maior índice comparado com as demais regiões, estando inclusive 
acima de média da nacional que é de 73,1%. 
 
 
 
31 
 
 
 
 
Se analisarmos no tocante a cada Unidade de Federação, fica mais 
evidente ainda a diferença. Apenas dez das 26 Unidades ficam acima da média 
nacional que é de 73%, sendo que entre as dez temos três estados da região 
Sudeste. A variação entre esses estados é baixa e, se compararmos as três 
primeiras, há um empate em 79%. 
O estado de São Paulo, apesar de ser o mais rico da nação, aparece 
apenas na quinta colocação atrás, inclusive, do estado de Minas Gerais. Isso 
acontece pelo fato de que nesse estado que acontece o maior número de abertura 
de novas empresas. 
Das Unidades que estão abaixo da média nacional, encontramos cinco 
estados da região norte e três da região centro-oeste, que são as regiões com os 
índices mais elevados de mortalidade de empresas com até dois anos de instituição. 
 
32 
 
 
 
 
Fazendo uma comparação internacional, encontramos diversos estudos 
que procuram levantar a mortalidade e/ou a sobrevivência das empresas. Porém 
verificamos que a variedade de metodologia utilizada é considerável. 
Destaca-se o trabalho realizado pela Organisation for Economic Co-
operation and Development (OECD, 2010), que busca levantar taxa de 
sobrevivência das empresas com até 1 ano, até 2 anos e até 3 anos por meio de 
metodologia comum (para poucos países a organização chega a utilizar a taxa de 
até 4 anos e até 5 anos). 
A principal diferença da metodologia utilizada pela a OECD e a utilizada 
como base de estudo para o nosso trabalho, é que a organização aplica o estudo 
em empresas com empregados, já as taxas pesquisadas em nosso trabalho 
analisam também empresas com “zero empregado”, pois o número de empresas no 
Brasil com zero empregado chega a 64% dos estabelecimentos em atividade pela 
relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego 
(SEBRAE/DIEESE, 2010). 
33 
 
Comparando a média nacional que demonstramos em nosso trabalho 
com as taxas de sobrevivência apresentadas pela OECD é normal estarmos abaixo 
de alguns países, já que empresas com funcionários tendem a ter uma maior 
estabilidade no mercado do que as conduzidas pelos próprios donos. 
 
 
 
 
 
No gráfico 6 foram analisadas as taxas de sobrevivência das empresas 
de 11 países que foram monitorados por 2 anos. Podemos verificar pela linha 
pontilhada que o Brasil com a média de 73%, comparado com as empresas 
constituídas em 2004, fica abaixo somente da Romênia 75%, enquanto que em 2005 
fica abaixo do Canadá 74%, Estônia 75% e Luxemburgo 76%. 
 
 
3.1.2. As Microempresas Paulistas por Região 
 
 
Em 2007, foi elaborado um estudo pelo SEBRAE-SP onde foram 
observados as micros e pequenas empresas do estado de São Paulo. Foram 
analisadas 43 regiões, como mostra a tabela 4. 
 
34 
 
 
 
 
Cerca de 75% das micro e pequenas empresas concentram-se em dez 
regiões, sendo elas: 
 
 Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) - 49% do total; 
 Campinas - 7% do total; 
 Ribeirão Preto, Santos e Sorocaba - 3% do total; 
 São José do Rio Preto, São José dos Campos, Jundiaí, Franca e 
Bauru – 2% do total. 
 
Podemos resumir o estudo feito no Estado pela Figura 1, nela são 
demonstradas as regiões com maior número de Micro e Pequena Empresa e as de 
maior e menor crescimento. 
 
35 
 
 
 
 
Estreitando nosso estudo e analisando somente a região de Ribeirão 
Preto2 por segmento, verificamos que o serviço de lanchonete e restaurantes está na 
frente com 5.267 empresas, seguido de serviços às empresas 4.556 e vestuário 
3.301. 
A cidade de Ribeirão Preto em específico está sempre movimentando o 
mercado, por ser uma cidade universitária, tem um amplo campo para investimento 
principalmente no ramo de alimentos como, fast-food e bares noturnos. E depois que 
ocorreu o “boom” imobiliário o ramo de construção civil também se expandiu. 
 
2
 Região de Ribeirão Preto é composta por 22 municípios sendo eles: Altinópolis, Barrinha, 
Brodowski, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Dumont, Guariba, Jaboticabal, Jardinópolis, 
Luiz Antônio, Monte Alto, Pitangueiras, Pontal, Pradópolis, Ribeirão Preto, Santa Rosa do Viterbo, 
Santo Antônio da Alegria, São Simão, Serra Azul, Serrana e Sertãozinho. 
36 
 
4. CONTABILIDADE – UMA VISÃO GERAL DA HISTÓRIA E DOS 
CONCEITOS 
 
 
A contabilidade é tão antiga quanto a origem do Homo sapiens 
(IUDICIBUS, 1997, pag.30). Segundo dados históricos os primeiros sinais da 
existência de contas é de aproximadamente 4000 anos a.C. No entanto, ao 
inventariar armas, ferramentas, contar seu rebanho, entre outros já se praticava de 
uma forma primitiva a contabilidade. Mas afinal, o que é a contabilidade? 
 
[...] o objetivo da contabilidade é fornecer aos usuários, independentementede sua natureza, um conjunto básico de informações que, presumivelmente, 
deveria atender igualmente bem a todos os tipos de usuários, ou a 
contabilidade deveria ser capaz e responsável pela apresentação de 
cadastros de informações totalmente diferenciadas, para cada tipo de 
usuário. (IUDÍCIBUS, 1997, pag. 19). 
 
Ainda segundo Ribeiro (2005, pág. 19) a contabilidade é uma ciência que 
possibilita, por meio de suas técnicas, o controle permanente do patrimônio das 
empresas. 
Também nos diz Marion (1995, pág. 20) que: 
 
A contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis 
para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e 
sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões. Com o passar 
do tempo o governo começa a utilizar-se dela para arrecadar impostos e a 
torna obrigatória para a maioria das empresas. 
 
Como podemos notar o conceito é muito semelhante entre os diversos e 
conceituados autores. Assim sendo, vamos ver agora quais são as aplicações da 
contabilidade. Diz-nos Ribeiro (2005, pág. 20) que dentre os diversos campos de 
aplicação da contabilidade, podemos incluir: 
 
 Entidades econômico-administrativas; 
 A União; 
 Os Estados; 
 Os Municípios; 
 As Autarquias. 
37 
 
Podemos assim dizer que os usuários da contabilidade são todos os que 
necessitam dela para tomarem decisões de cunho administrativo, econômico ou 
financeiro e, para conhecer quais são as garantias que a empresa nos fornece para 
que sejam cumpridas as obrigações com seus clientes, fornecedores e, 
principalmente ao fisco. Ou seja, ela é feita para pessoa jurídica e, menos comum 
para pessoa física, e essa pessoa é denominada de entidade contábil. 
Esses usuários de contabilidade buscam fluxo regular de dividendos, 
valor de mercado de ação, geração de fluxos de caixa futuro, produtividade, liquidez, 
retorno sobre o ativo e o patrimônio líquido, etc. 
Ao longo dos anos a contabilidade deixou de ser apenas a escrituração 
dos fatos ocorridos na empresa, para ser uma importante ferramenta de auxílio na 
tomada de decisão. Veremos agora um pouco da evolução da contabilidade no 
decorrer dos anos. 
 
 
4.1. Uma Passagem Breve Pela História 
 
 
Conforme já vimos anteriormente a contabilidade é tão antiga quanto o 
Homo sapiens, e sua evolução se deu conforme as necessidades comerciais dos 
homens. Podemos dividir essa evolução em quatro períodos: antigo, medieval, 
moderno e científico. 
 
 
4.1.1. Período Antigo 
 
 
A contabilidade empírica, praticada pelo homem antigo, já tinha como 
objeto o patrimônio, representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos 
38 
 
quantitativos. Os primeiros registros processaram-se de forma rudimentar, na 
memória do homem. Como este é um ser pensante, inteligente, logo encontrou 
formas mais eficientes de processar os seus registros, utilizando gravações e outros 
métodos alternativos (SANTOS e SCHMIDT, 2008). 
Embora rudimentar, o registro, em sua forma, assemelhava-se ao que 
hoje se processa. O nome da conta matrizes, por exemplo, substituiu a figura 
gravada, enquanto o aspecto numérico se tornou mais qualificado, com o acréscimo 
do valor monetário ao quantitativo. Esta evolução permitiu que, paralelamente à 
aplicação, se pudesse demonstrar, também, a sua origem. 
O sistema contábil é dinâmico e evoluiu com a duplicação de 
documentos. Os registros se tornaram diários e, posteriormente, foram sintetizados 
em papiros ou tábuas, no final de determinados períodos. Estes sofreram nova 
sintetização, agrupando-se vários períodos, o que lembra o diário, o balancete 
mensal e o balanço anual. 
Conforme Santos e Schmidt (2008), Os gregos, baseando-se em modelos 
egípcios, 2.000 anos antes de Cristo, já escrituravam contas de custos e receitas, 
procedendo, anualmente, a uma confrontação entre elas, para apuração do saldo. 
Os gregos aperfeiçoaram o modelo egípcio, estendendo a escrituração contábil às 
várias atividades, como administração pública, privada e bancária. 
 
 
4.1.2. Período Medieval 
 
 
Na Itália, em 1202, foi publicado o livro Liber Abaci, de Leonardo Pisano. 
Estudavam-se, na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio, etc., 
tornando o homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros. 
Foi um período importante na história do mundo, especialmente na 
história da contabilidade, denominado a "era técnica", devido às grandes invenções, 
39 
 
como moinho de vento, aperfeiçoamento da bússola, etc., que abriram novos 
horizontes aos navegadores, como Marco Pólo e outros (SCHMIDT, 2000). O 
aperfeiçoamento e o crescimento da contabilidade foram a consequência natural das 
necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. 
No início do Século XIV, já se encontravam registros explicitados de 
custos comerciais e industriais, nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo 
de transporte e dos tributos; juros sobre o capital, referente ao período transcorrido 
entre a aquisição, o transporte e o beneficiamento; mão-de-obra direta agregada; 
armazenamento; tingimento, etc., o que representava uma apropriação bastante 
analítica para época. A escrita já se fazia nos moldes de hoje, considerando, em 
separado, gastos com matérias-primas, mão-de-obra direta a ser agregada e custos 
indiretos de fabricação. Os custos eram contabilizados por fases separadamente, 
até que fossem transferidos ao exercício industrial. 
 
 
4.1.3. Período Moderno 
 
 
O período moderno foi à fase da pré-ciência. Devem ser citados três 
eventos importantes que ocorreram neste período: 
 
 1453: os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes 
sábios bizantinos emigrassem, principalmente para Itália; 
 1492: é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que 
representava um enorme potencial de riquezas para alguns países 
europeus; 
 1517: ocorreu a reforma religiosa; os protestantes, perseguidos na 
Europa, emigram para as Américas, onde se radicaram e iniciaram 
nova vida. 
40 
 
O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de 
Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase 
moderna da Contabilidade. Ele escreveu o "Tratactus de Computis et Scripturis" 
(Contabilidade por Partidas Dobradas) em 1494. Apesar de ser considerado o pai da 
contabilidade, não foi o criador das partidas dobradas. O método já era utilizado na 
Itália, principalmente na Toscana, desde o século XIV. 
Foi a Itália o primeiro país a fazer restrições à prática da contabilidade por 
um indivíduo qualquer. O governo passou a somente reconhecer como contadores, 
pessoas devidamente qualificadas para o exercício da profissão. A importância da 
matéria aumentou com a intensificação do comércio internacional e com as guerras 
ocorridas nos séculos XVIII e XIX, que consagraram numerosas falências e a 
consequente necessidade de se proceder à determinação das perdas e lucros entre 
credores e devedores. 
 
 
4.1.4. Período Científico 
 
 
O Período Científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes 
autores consagrados: Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que, 
com sua obra "La Contabilità Applicatta alle Administrazioni Private e Plubbliche", 
inicia a nova fase; e Fábio Bésta, escritor veneziano (SANTOS e SCHMIDT, 2008). 
Francisco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de contabilidade, 
segundo os quais escrituração e guarda livros poderiam ser feitas por qualquer 
pessoa inteligente. Para ele, a contabilidade implicava conhecer a natureza, os 
detalhes, as normas, as leis e as práticas que regem a matériaadministrada, ou 
seja, o patrimônio. Era o pensamento patrimonialista. Foi o inicio da fase científica 
da contabilidade. 
A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância 
norte-americana dentro da Contabilidade. Enquanto declinavam as escolas 
41 
 
europeias, floresciam as escolas norte-americanas com suas teorias e práticas 
contábeis, favorecidas não apenas pelo apoio de uma ampla estrutura econômica e 
política, mas também pela pesquisa e trabalho sério dos órgãos associativos. 
Havia uma total integração entre acadêmicos e os já profissionais da 
contabilidade, o que não ocorreu com as escolas europeias, onde as universidades 
foram decrescendo em nível e em importância (SANTOS e SCHMIDT, 2008). 
A criação de grandes empresas, como as multinacionais ou 
transnacionais, por exemplo, que requerem grandes capitais, de muitos acionistas, 
foi à causa primeira do estabelecimento das teorias e práticas contábeis, que 
permitissem correta interpretação das informações, por qualquer acionista ou outro 
interessado, em qualquer parte do mundo. 
 
 
4.1.5. A Contabilidade no Brasil 
 
 
No Brasil, a vinda da Família Real Portuguesa incrementou a atividade 
colonial, exigindo, devido ao aumento dos gastos públicos e também da renda nos 
Estados, um melhor aparato fiscal. Para tanto, constituiu-se o Erário Régio ou o 
Tesouro Nacional e Público, juntamente com o Banco do Brasil (1808). As 
Tesourarias de Fazenda nas províncias eram compostas de um inspetor, um 
contador e um procurador fiscal, responsáveis por toda a arrecadação, distribuição e 
administração financeira e fiscal. 
Um fato digno que podemos citar é a publicação, em 1931, no Diário 
Oficial da União, do Decreto nº 20.158 que organizou o ensino comercial e 
regulamentou a profissão de contador. Somente em 1940 surge a primeira Lei das 
Sociedades por Ações, publicada no Decreto-Lei nº 2.627, que estabelecia 
procedimentos para a contabilidade nacional como regras para a avaliação dos 
ativos e apuração e distribuição dos lucros, criação de reservas e padrões para a 
publicação do balanço e demonstração de lucros e perdas. 
42 
 
O ano de 1976 foi muito importante para a contabilidade brasileira pela 
publicação, em 15 de dezembro, da nova Lei das Sociedades por Ações. Para 
Iudícibus apud Schmidt (2000, pág. 214) as principais contribuições dessa Lei são: 
 
(1) clara separação entre Contabilidade Comercial (Contabilidade „Contábil‟) 
e Contabilidade para fins fiscais; (2) aperfeiçoamento da classificação das 
contas no balanço; (3) introdução da reavaliação a valor de mercado; (4) 
introdução do método de equivalência patrimonial na avaliação de 
investimentos; (5) criação da reserva de lucros a realizar; e (6) 
aperfeiçoamento do mecanismo de correção monetária. 
 
A década de 1980 foi um período durante o qual as informações 
derivadas das Demonstrações Contábeis foram muito prejudicadas. Uma das 
medidas adotadas para melhorar o nível dessas informações foi a obrigatoriedade 
da elaboração e da publicação das Demonstrações Contábeis Complementares das 
companhias abertas, em moeda de poder aquisitivo constante, estabelecida pela 
Instrução CVM nº 64, de 1987. Vale destacar que Eliseu Martins era o diretor da 
CVM naquele ano, e que essa Instrução foi o ápice da Escola de Correção 
Monetária. Em 1995, em função de um novo plano econômico, conhecido como 
plano real e da queda da inflação que se materializou, a Lei n° 9.249 revogou a 
correção monetária das Demonstrações Contábeis (SANTOS e SCHMIDT, 2008). 
 
 
4.2. A Contabilidade nas Microempresas 
 
 
Segundo o novo Código Civil (Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002) todas 
as sociedades empresariais – não apenas as Limitadas – são obrigadas a seguir um 
sistema de contabilidade, seja ela de forma escrita ou informatizada (CRC-BA, 
2005). O novo Código deixou fora desta obrigação o pequeno empresário e o 
empresário rural, assegurando-lhes tratamento diferenciado. Não foram 
estabelecidos critérios para classificação de pequeno empresário e empresário rural, 
sendo utilizados na prática, critérios tributários referentes à Legislação da 
Microempresa e do Sistema Simples de pagamento de impostos. 
43 
 
Salienta-se que a respeito do que dispõe a Secretaria da Receita Federal 
no Regulamento do Imposto de Renda, no parágrafo único do artigo nº 190, em 
relação à escrituração mercantil das empresas optantes pelo lucro presumido e pelo 
Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e 
Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES, o Regulamento específico: 
 
Art. 190, Parágrafo único. A microempresa e a empresa de pequeno porte 
estão dispensadas de escrituração comercial desde que mantenham em 
boa ordem e guarda e enquanto não decorrido o prazo decadencial e não 
prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes (Lei nº 9.317, de 
1996, art. 7º, § 1º): 
I. Livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a sua 
movimentação financeira, inclusive bancária; 
II. Livro de Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados 
os estoques existentes no término de cada ano-calendário; 
III. Todos os documentos e demais papéis que serviram de base para a 
escrituração dos livros referidos nos incisos anteriores. 
 
Assim sendo, toda micro e pequena empresa, desde que esteja inscrita 
no SIMPLES Nacional, não são obrigadas a fazerem a escrituração contábil, que é 
de suma importância para orientar o gestor na tomada de decisão. É a contabilidade 
que vai auxiliar o gestor, ao coletar os dados econômicos, mensurando-os 
monetariamente, registrando-os e elaborando relatórios de suporte ao sócio e/ou 
administrador da empresa (CRC-RJ, 2005). 
Apesar de o legislador pretendendo beneficiar as microempresas, 
desobrigando-as da escrituração comercial torna-se impossível administrar uma 
empresa sem as informações contábeis oriundas de sua escrituração contábil. Cabe 
ao profissional contábil evidenciar ao microempresário a importância da informação 
contábil para o desenvolvimento de suas atividades empresariais. Tomar decisões, 
avaliar o desempenho da empresa, formar preços e captar recursos, baseado 
somente em dados empíricos extraídos da escrituração simplificada do Livro Caixa, 
tornam-se impraticáveis. 
Uma empresa sem contabilidade não tem as mínimas condições de 
sobreviver ou planejar seu crescimento. As operações que afetam o patrimônio das 
empresas devem ser registradas em forma mercantil, adotando-se, por ser praxe 
44 
 
universal, o Método das Partidas Dobradas que está centrado na assertiva “para 
cada débito existe um crédito de igual valor e vice-versa”. 
Os fatos administrativos que afetam o patrimônio são registrados por meio 
de partidas ou lançamentos, que é a forma como se apresentam contabilmente. E 
devem estar respaldados em documentos comprobatórios. Os documentos devem 
identificar o beneficiário a que se refere e ser elaborado de forma que não paire 
dúvida quanto à sua habilidade. 
 
 
4.3. A Contabilidade nas PMEs 
 
 
Conforme vemos em Gimenez e Oliveira (2011, pág. 65) o objetivo das 
demonstrações contábeis nas PMEs, conforme a Norma NBC T 19.41 é: 
 
oferecer informação sobre a posição financeira (balanço patrimonial), o 
desempenho (resultado e resultado abrangente) e fluxos de caixa da 
entidade, que é útil para a tomada de decisão por vasta gama de usuários 
que não está em posição de exigir relatórios feitos sob medida para atender 
suas necessidades particulares de informação. 
 
Ela também mostra os resultados da diligência da administração – a 
responsabilidade da administração pelos recursos confiados a ela. A contabilidadetambém permite ao administrador ou proprietário entender o aumento ou a redução 
da riqueza, a distribuição de dividendos, bem como o custo de oportunidade de 
investimento. As características que as demonstrações contábeis devem ter 
segundo Gimenez e Oliveira (2011, pág. 66) são: 
 
 
 
45 
 
1. Compreensibilidade: 
Deve ser apresentada de modo a torná-la compreensível por usuários que 
têm conhecimento razoável de negócios e de atividades econômicas e de 
contabilidade, e a disposição de estudar a informação com razoável diligência. 
Entretanto, a necessidade por compreensibilidade não permite que informações 
relevantes sejam omitidas com a justificativa que possam ser de entendimento difícil 
demais para alguns usuários. 
 
2. Relevância: 
Deve ser relevante para as necessidades de decisão dos usuários. A 
informação tem a qualidade da relevância quando é capaz de influenciar as decisões 
econômicas de usuários, ajudando-os a avaliar acontecimentos passados, presentes 
e futuros ou confirmando, ou corrigindo, suas avaliações passadas. 
 
3. Materialidade: 
A informação é material – e, portanto tem relevância – pois sua omissão 
ou erro pode influenciar as decisões econômicas de usuários, tomadas com base 
nas demonstrações contábeis. A materialidade depende do tamanho do item ou 
imprecisão julgada nas circunstâncias de sua omissão ou erro. Entretanto, é 
inapropriado fazer, ou deixar sem corrigir, desvios insignificantes das práticas 
contábeis para se atingir determinada apresentação da posição patrimonial e 
financeira (balanço patrimonial) da entidade, seu desempenho (resultado e resultado 
abrangente) ou fluxos de caixa. 
 
4. Confiabilidade: 
A informação é confiável quando está livre de desvio substancial e viés, e 
representa adequadamente aquilo que tem a pretensão de representar ou seria 
razoável de se esperar que representasse. Demonstrações contábeis não estão 
livres de viés (ou seja, não são neutras) se, por meio da seleção ou apresentação da 
46 
 
informação, elas são destinadas a influenciar uma decisão ou julgamento para 
alcançar um resultado ou desfecho predeterminado. 
 
5. Primazia da essência sobre a forma: 
Transações e outros eventos e condições devem ser contabilizados e 
apresentados de acordo com sua essência e não meramente sob sua forma legal. 
Isso aumenta a confiabilidade das demonstrações contábeis. 
 
6. Prudência: 
As incertezas que inevitavelmente cercam muitos eventos e 
circunstâncias são reconhecidas pela divulgação de sua natureza e extensão e pelo 
exercício da prudência na elaboração das demonstrações contábeis. Prudência é a 
inclusão de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às 
estimativas exigidas de acordo com as condições de incerteza, no sentido de que 
ativos ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não 
sejam subestimados. Entretanto, o exercício da prudência não permite subvalorizar 
deliberadamente ativos ou receitas, ou a superavaliação deliberada de passivos ou 
despesas. Ou seja, a prudência não permite viés. 
 
7. Integralidade: 
Para ser confiável, a informação constante das demonstrações contábeis 
deve ser completa, dentro dos limites da materialidade e custo. Uma omissão pode 
tornar a informação falsa ou torná-la enganosa e, portanto, não confiável e deficiente 
em termos de sua relevância. 
 
8. Comparabilidade: 
Os usuários devem ser capazes de comparar as demonstrações 
contábeis da entidade ao longo do tempo, a fim de identificar tendências em sua 
47 
 
posição patrimonial e financeira e no seu desempenho. Os usuários devem, 
também, ser capazes de compararem as demonstrações contábeis de diferentes 
entidades para avaliarem suas posições patrimoniais e financeiras, desempenhos e 
fluxos de caixa relativos. 
 
9. Tempestividade: 
Para ser relevante, a informação contábil deve ser capaz de influenciar as 
decisões econômicas dos usuários. Tempestividade envolve oferecer a informação 
dentro do tempo de execução da decisão. Se houver atraso injustificado na 
divulgação da informação, ela pode perder sua relevância. Ao atingir-se um 
equilíbrio entre relevância e confiabilidade, a principal consideração será: como 
melhor satisfazer as necessidades dos usuários ao tomar decisões econômicas. 
 
10. Equilíbrio entre custo e benefício: 
Os benefícios derivados da informação devem exceder o custo de 
produzi-la. A avaliação dos custos e benefícios é, em essência, um processo de 
julgamento. Além disso, os custos não recaem necessariamente sobre aqueles 
usuários que usufruem dos benefícios e, frequentemente, os benefícios da 
informação são usufruídos por vasta gama de usuários externos. 
 
 
4.3.1. O Balanço Patrimonial 
 
 
O balanço patrimonial é segundo Iudícibus; Martins. et al (1996, pág. 
134), a demonstração contábil que tem por objetivo apresentar a situação 
patrimonial da empresa em um dado momento. A análise do balanço tem por 
finalidade transformar dados em informações úteis para a empresa. Esses dados 
48 
 
mostrarão a saúde financeira da empresa, apresentando onde está investido o 
dinheiro da empresa e quais são as maiores dívidas que a empresa possui. Ele deve 
ser divulgado, no mínimo, uma vez ao ano. (GIMENEZ e OLIVEIRA, 2011, pág. 94). 
É através do balanço patrimonial que investidores externos decidem se 
vão ou não depositar seu dinheiro nessa empresa. Isso faz parte da contabilidade 
financeira, porém com uma análise mais profunda desse balanço, o gestor, gerente, 
administrador ou proprietário da empresa no caso das microempresas consegue 
redirecionar os recursos fazendo com que a empresa possa apresentar resultados 
mais rentáveis a curto, médio ou longo prazo, bem como se ela conseguirá arcar 
com seus compromissos (MARION E RIBEIRO, 2011, pág. 158). 
Quando a análise do balanço é feita por pessoas que trabalham na 
organização ela se torna mais completa, pois essa pessoa tem acesso direto aos 
controles internos da empresa. Se o analista não pertence à organização, ele tem 
acesso apenas aos balanços divulgados pela empresa analisada, além de alguns 
esclarecimentos feitos por relatórios. Nesse caso, a análise é considerada menos 
completa, pois mostra apenas a capacidade financeira da empresa, não sendo 
utilizada pelos administradores na tomada de decisão. 
Conforme nos diz Gimenez e Oliveira (2011, pág. 95), o balanço 
patrimonial é composto por ativos, passivos e patrimônio líquido, devendo conter: 
 
 caixa ou equivalentes; 
 contas a receber; 
 ativos financeiros; 
 estoque; 
 ativo imobilizado: 
 propriedade para investimento; 
 ativos intangíveis; 
 fornecedores e contas a pagar; 
 passivos financeiros; 
 patrimônio líquido; 
 entre outros. 
 
49 
 
Dentro do ativo encontramos: o ativo circulante, que são o conjunto de 
direitos a receber em um período de até doze meses da divulgação das 
demonstrações contábeis, além do caixa, das contas bancárias e o estoque de 
mercadorias e matéria prima; e o ativo não circulante, que são os direitos a receber 
em um período superior a doze meses da divulgação das demonstrações contábeis, 
os bens tangíveis como maquinários, mobilhas, veículos, galpões, entre outros, além 
dos bens intangíveis como software, marcas e patentes. 
No passivo temos: o passivo circulante, que são as obrigações a pagar 
em um período de até doze meses da divulgação das demonstrações contábeis, 
como fornecedores, empréstimos bancários, impostos e outras contas, o passivo 
não circulante, que são as obrigações a pagar em um período superior a doze 
meses da divulgação das demonstraçõesfinanceiras, como empréstimos bancários 
e outros financiamentos e contas, e temos também o patrimônio líquido, que são os 
investimentos dos proprietários na companhia, além das reservas de capital e da 
apuração de lucro ou prejuízo (GIMENEZ e OLIVEIRA, 2011). 
Quanto à disposição dos mesmos, eles são separados, ficando o ativo à 
esquerda e o passivo à direita. Dentro deles há também uma separação entre 
circulante e não circulante. Eles ficam em ordem decrescente de liquidez, 
estabelecida pela Lei nº 6.404/76 (GIMENEZ e OLIVEIRA, 2011, pág. 96). Contudo 
não há uma definição sobre quem vem primeiro dentro de cada grupo, se o 
circulante ou se o não circulante. No Brasil, o mais comum é primeiro o circulante e, 
depois o não circulante. 
Vejamos um exemplo de balanço patrimonial no formato da IFRS que 
Gimenez e Oliveira (2011, pág. 98) nos mostra. Ele pertence a uma empresa de 
bebidas e foi divulgado pela revista Valor Econômico em quatro de março de dois mil 
e dez. 
50 
 
 
 
 
Notamos que primeiro vem o não circulante (na tabela, descrito como não 
corrente), para depois ser colocado o circulante (corrente). Essa forma de 
apresentação não é muito comum no Brasil. No entanto, ela não prejudica os 
usuários de compreenderem o que está sendo demonstrado. 
51 
 
Ao elaborar as demonstrações contábeis, a administração deve fazer uma 
avaliação da capacidade da entidade continuar em operação em futuro previsível. A 
entidade está em continuidade a menos que a administração tenha intenção de 
liquidá-la ou cessar seus negócios, ou ainda não possua alternativa realista senão a 
descontinuação de suas atividades (GIMENEZ e OLIVEIRA, 2011, pág. 94). 
A entidade deve apresentar um conjunto completo de demonstrações 
contábeis pelo menos anualmente. 
 
 
4.3.2. Demonstração de Resultado do Exercício 
 
 
A empresa apresenta-se como uma organização em constante 
movimento, criando e produzindo riquezas a todo instante. Torna-se necessário que 
estes valores que surgem a todo instante sejam organizados. Deste modo surge a 
Demonstração de Resultado. 
A demonstração de resultado é o resumo das operações da empresa 
durante determinado período, ou exercício social (GIMENEZ e OLIVEIRA, 2011, 
pág. 99). A organização deve apresentar uma análise das despesas, para efeito de 
demonstração de resultado. 
A Demonstração de Resultado evidenciará a formação dos vários níveis 
de resultados mediante confronto entre as receitas, e os correspondentes custos e 
despesas. De acordo com essa definição o resultado final significa o confronto das 
receitas com as despesas no momento em que ocorreram. Através das 
demonstrações contábeis e financeiras podemos elaborar várias análises, dentre 
elas a análise por índices ou indicadores financeiros. Vejamos um exemplo, na 
tabela 7. 
 
52 
 
 
 
 
4.3.3. Demonstração dos Fluxos de Caixa 
 
 
A demonstração de fluxo de caixa (DFC) irá indicar quais foram às saídas 
e entradas de dinheiro no caixa em determinado período. A DFC integra as 
demonstrações contábeis e tem como finalidade fornecer informações sobre as 
alterações no caixa (GIMENEZ e OLIVEIRA, 2011, pag. 106). 
Segundo Santos (2009) apud Gimenez e Oliveira (2011, pag.107) 
estabelece a DFC como uma importante fonte de informações para os usuários 
avaliarem: 
 
 A capacidade de geração de caixa nas atividades operacionais da 
companhia; 
53 
 
 Como a companhia esta financiando suas necessidades de capital 
de giro e investimento; 
 O nível de eficiência da administração na utilização dos recursos 
do caixa gerados nas atividades operacionais; 
 A capacidade de pagamento das obrigações futuras da companhia 
(dividendos, empréstimos, fornecedores, etc.). 
 
Na demonstração de fluxo de caixa, as entradas e saídas são separadas 
em três categorias de atividades: operacionais, de investimento e de financiamento. 
 
 
4.3.4. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados 
 
 
A demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados apresenta o 
resultado da entidade e as alterações nos lucros ou prejuízos acumulados para o 
período de divulgação. A entidade deve apresentar, na demonstração de lucros ou 
prejuízos acumulados, os seguintes itens: 
 
 lucros ou prejuízos acumulados no início do período contábil; 
 dividendos ou outras formas de lucro declarados e pagos ou a pagar 
durante o período; 
 ajustes nos lucros ou prejuízos acumulados em razão de correção de 
erros de períodos anteriores; 
 ajustes nos lucros ou prejuízos acumulados em razão de mudanças 
de práticas contábeis; 
 lucros ou prejuízos acumulados no fim do período contábil. 
 
 
 
 
 
54 
 
4.4. A Classificação da Contabilidade 
 
 
Conforme já notamos, a contabilidade pode nos fornecer uma série de 
dados que poderemos utilizar para gerar várias informações, as quais serão úteis 
para o gestor, gerente, administrador ou proprietário. Essas informações segundo 
Gimenez e Oliveira (2011) são geradas a partir da Contabilidade Financeira. Ela 
elabora e consolida as demonstrações contábeis para disponibilizar informações aos 
usuários externos. Utiliza critérios e normas definidos em lei e por instituições de 
controle, como segue: 
 
 Código Civil – Lei nº 1.406, de 2.002, e Código Comercial – Lei nº 
556, de 1.850; 
 Lei das Sociedades Anônimas – Lei nº 6.404, de 1976; 
 CFC – Conselho Federal de Contabilidade; 
 CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis; 
 CVM – Comissão de Valores Mobiliários; 
 Bacen – Banco Central do Brasil; 
 Susep – Superintendência de Seguros Privados. 
 
As informações geradas pela contabilidade financeira são úteis para 
vários setores, dos quais podemos citar: 
 
 Contabilidade Fiscal: auxilia na elaboração de informações para os 
órgãos fiscalizadores, do qual depende todo o planejamento 
tributário da entidade. 
 Contabilidade e Auditoria: compreende o exame de documentos, 
livros e registros, inspeções e obtenção de informações, internas e 
externas, relacionadas com o controle do patrimônio, objetivando 
mensurar a exatidão destes registros e das demonstrações 
contábeis deles decorrentes. 
 Perícia Contábil: elabora laudos em processos judiciais ou 
extrajudiciais sobre organizações com problemas financeiros 
causados por erros administrativos. 
55 
 
 Análise Econômica e Financeira de Projetos: elabora análises, 
através dos relatórios contábeis, que devem demonstrar a exata 
situação patrimonial de uma entidade. 
 Contabilidade Ambiental: informa o impacto do funcionamento da 
entidade no meio ambiente, avaliando os possíveis riscos que suas 
atividades podem causar na qualidade de vida local. 
 Contabilidade Atuarial: especializada na contabilidade de empresas 
de previdência privada e em fundos de pensão. 
 Contabilidade Social: informa sobre a influência do funcionamento 
da entidade na sociedade, sua contribuição na agregação de 
valores e riquezas, além dos custos sociais. 
 Contabilidade Agribusiness: atua em empresas com atividade 
agrícola de beneficiamento in-loco dos produtos naturais. 
 Contabilidade Pública: é o principal instrumento de controle e 
fiscalização que o governo possui sobre todos os seus órgãos. 
Estes estão obrigados à preparação de orçamentos que são 
aprovados oficialmente, devendo a contabilidade pública registrar 
as transações em função deles, atuando como instrumento de 
acompanhamento dos mesmos. A Lei nº 4.320/64, constituindo-se 
na carta magna da legislação financeira do País, estatui normas 
gerais para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços 
públicos. Além disso,escritura a execução orçamentária da receita 
e da despesa fazendo a comparação entre a previsão e a 
realização das receitas e despesas, também controla as operações 
de crédito, a dívida ativa, os valores, os créditos e obrigações, 
revela as variações patrimoniais e mostra o valor do patrimônio. 
 
Além dessas existe mais uma variedade de ramificações da contabilidade, 
cada uma visando auxiliar a empresa de acordo com sua necessidade. A outra 
classificação que a contabilidade recebe é a Contabilidade Gerencial. Ela auxilia a 
administração na otimização dos recursos disponíveis na entidade, através de um 
controle adequado do patrimônio. Não é regulamentada por qualquer órgão ou lei. A 
contabilidade gerencial é largamente utilizada nas empresas para medir e 
56 
 
acompanhar a performance das atividades desempenhadas, e suas informações são 
utilizadas para tomada de decisões (GIMENEZ e OLIVEIRA, 2011). 
Pelo fato de as microempresas não serem obrigadas a fazer as 
escriturações contábeis, o processo de levantamento de dados para aplicar a 
contabilidade gerencial, se torna uma missão quase impossível, podendo levar 
vários meses. Não havendo essa escrituração, o trabalho envolve mais profissionais 
para levantar os dados através de outros documentos como notas e recibos, e o 
processo naturalmente se torna muito mais caro e praticamente inviável para o 
microempresário. 
Na próxima seção veremos mais detalhadamente a contabilidade 
gerencial e a sua importância para a tomada de decisão dentro da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
5. CONTABILIDADE GERENCIAL – UMA IMPORTANTE 
FERRAMENTA PARA A EMPRESA 
 
 
Conforme vimos no capítulo anterior, a contabilidade gerencial não é 
regulamentada por nenhum órgão ou Lei e, varia de empresa para empresa, 
conforme a sua necessidade (SANTOS e SCHMIDT, 2008). Mas nem por isso ela 
deixa de ser uma importante ferramenta no processo de tomada de decisão das 
empresas. Ela é assim definida por Marion e Ribeiro (2011, pág. 3): 
 
[...] o sistema de informação que tem por objetivo suprir a entidade com 
informações não só de natureza econômica, financeira, patrimonial, física e 
de produtividade, como também com outras informações de natureza 
operacional, para que possa auxiliar os administradores nas suas tomadas 
de decisões. 
 
Vemos também em Bulgacov (2006, pág. 276) que ela é mais focada para 
a alta direção da empresa, que fica encarregada de extrair dados para montar o 
planejamento, avaliar e controlar os resultados, podendo ainda ser exposta para 
alguém que não faz parte da empresa, como um potencial investidor por exemplo. 
Gimenez e Oliveira (2011, pág. 12) nos fala que as normas internacionais 
de contabilidade tendem a reduzir as diferenças entre a contabilidade gerencial e 
financeira, porque ela está mais alicerçada em valores econômicos, embora 
continue valorizando o custo histórico. Além de que ambas utilize de um sistema de 
informações contábeis para gerarem seus relatórios finais. Na tabela a seguir, ficam 
elencadas as principais diferenças entre a contabilidade gerencial e a financeira. 
 
58 
 
 
 
 
Analisando a tabela 5 vemos claramente o porquê de a contabilidade 
gerencial ser mais informal, uma vez que ela atende quase de que forma exclusiva o 
público interno. A procura por mecanismos mais seguros e com menos riscos, levam 
as instituições a implantação do planejamento. Sendo assim essas informações 
abrangem, além de informações financeiras, também informações de natureza 
operacional, estratégica e tática como nos mostra Bulgacov (2006, pág. 276), além 
de gerencial (MARION e RIBEIRO, 2011, pág. 6). 
 
 Planejamento estratégico: é preparado para uso da alta direção da 
empresa e, através de uma análise, são traçados os objetivos de 
longo prazo. Fazem parte deste planejamento a missão, a visão, 
objetivos estratégicos, planos estratégicos e o controle dessas 
ações de estratégia. 
 
59 
 
 Planejamento tático: deve ser preparado com a orientação do 
planejamento estratégico nos diversos setores da organização 
como vendas, produção, recursos humanos, etc., para 
desempenharem as expectativas da organização. 
 Planejamento operacional: constitui-se na ferramenta do dia a dia 
de gestão. Conforme Oliveira (1993, pág. 39) apud Bulgacov os 
planejamentos operacionais correspondem a um conjunto de 
partes homogêneas3 do planejamento tático. Dentro delas teremos 
os recursos necessários, os procedimentos básicos, os produtos ou 
resultados finais esperados, os prazos estabelecidos e os 
responsáveis pela execução das tarefas. 
 Planejamento gerencial: serve para orientação dos gerentes, que 
precisam tomar as decisões de curto e médio prazo. As 
informações que a contabilidade gerencial fornece aos gestores ou 
gerentes têm por objetivo redução de custos e melhoria do 
aproveitamento dos recursos físicos, humanos e tecnológicos. 
 
Apesar das diferenças apontadas pelos diversos autores, não se pode 
fazer a contabilidade gerencial sem antes ter feito a contabilidade geral da empresa, 
pois é dela que oriunda toda a informação necessária para a tomada de decisão. 
Fazem parte do processo de tomada de decisão em microempresas a análise do 
balanço patrimonial, a demonstração de resultado e demonstração do fluxo de caixa 
(BULGACOV, 2006, pág. 278). 
No capítulo anterior, nos foi mostrado o balanço patrimonial, a 
demonstração de resultado do exercício, a demonstração do fluxo de caixa e a 
demonstração de lucros ou prejuízos acumulados. Agora, veremos como esses itens 
nos ajudarão na contabilidade gerencial. 
 
 
 
3
 Homogêneas: adj. da mesma natureza que outro, da mesma espécie, da mesma categoria; idêntico, 
igual, análogo. 
60 
 
5.1. Análise do Balanço Patrimonial e do DRE 
 
 
Para fazer a análise do balanço patrimonial, é preciso saber analisar os 
dados, com a finalidade de gerar boas informações. Com essas informações, a 
análise se torna uma importante ferramenta na tomada de decisão, pois ela nos 
permite conhecer melhor a situação econômica e financeira da organização. Os 
gestores envolvidos na análise, quando necessitam investir recursos financeiros em 
outras sociedades ou manter um relacionamento com fornecedores e clientes, têm 
ao seu alcance as informações necessárias que revelam as tendências do 
desempenho das entidades envolvidas (MARION e RIBEIRO, 2011, pág. 158). 
Essa análise não se limita somente ao balanço patrimonial, atingindo 
também outras demonstrações financeiras. 
A empresa deve apresentar uma análise das despesas utilizando uma 
classificação baseada na natureza dessas despesas, ou na função dessas despesas 
dentro da entidade, devendo eleger o critério que forneça informações confiáveis e 
mais relevantes; a legislação brasileira leva à apresentação por função. 
Dessas análises extraímos informações como rentabilidade alcançada 
pelo capital investido, taxa de retorno do capital investido, grau de endividamento, 
entre outros. 
A análise interna, que tem fins gerenciais, começa quando o contador da 
empresa termina o seu trabalho e, segundo nos fala Marion e Ribeiro (2011, 
págs.159 e 160), pode ser desenvolvida em sete etapas: 
 
1. Exame e padronização das principais demonstrações financeiras – 
balanço patrimonial demonstração do resultado do exercício, entre outras. A 
análise é feita de forma minuciosa em cada uma das contas que compõem 
a demonstração financeira, familiarizando-se com elas; 
2. Coleta de dados como ativo circulante, patrimônio líquido, entre 
outros; 
3. Cálculo dos indicadores

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