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Vigência e Vacatio Legis

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LINDB
Antes da LINDB, o ordenamento possuía uma outra lei de introdução, que era LICC (Lei de Introdução ao Código Civil), que vigorou sob a égide do CC de 1916 e foi revogada junto deste. A LINDB, por seu turno, entrou em vigor junto do CC de 2002, quando teve sua nomenclatura alterada.
É uma metanorma/postulado normativo/norma de 2° grau, de acordo com a classificação de Humberto Ávila, ou ainda, norma de sobredireito (lex legum), segundo Tartuce, que dispõe sobre a forma de aplicação de outras normas legais. Todavia, apesar de ser a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, não se aplica a toda e qualquer área do Direito de forma integral, a exemplo do Direito Penal e Tributário, em que a analogia só é admitida como método de integração/colmatação quando in bonam partem.
VIGÊNCIA DAS NORMAS
No Direito Civil, de acordo com a doutrina majoritária, vigência é diferente de existência da norma, ao contrário do que ocorre no Direito Constitucional. Destarte, a norma passa a existir no ordenamento jurídico com a promulgação, e passa a ter vigência após escoado o prazo de vacatio legis, se houver. Lado outro, em Constitucional, a norma passa a existir no ordenamento após a sanção do Presidente da República ou com a derrubada de seu veto, e, concomitantemente, passa a ter vigência.
Quanto à vacatio legis, é um prazo razoável que é fixado para que seja dado amplo conhecimento aos destinatários da norma acerca de seu conteúdo, antes que esta esteja apta a produzir todos os seus efeitos (que ocorre com a vigência). 
É a regra para as normas, cujas exceções (hipóteses em que não haverá vacatio legis e a norma entrará em vigor incontinenti) são os atos normativos administrativos (artigo 5° do Decreto 572/90) e as leis de pequena repercussão.
A regra para o prazo da vacatio é que seja expressamente fixado pelo legislador e seja estabelecido em dias, utilizando a cláusula geral “esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial” (artigo 8°, §2° da LC 95/98). 
LC 95/98, Artigo 8°. A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula “entra em vigor na data de sua publicação” para as leis de pequena repercussão.
§1° A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral.
§2° As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula “esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial”.
Todavia, quando não for indicado pelo legislador, a norma entrará em vigor em todo o território nacional (vigência sincrônica/simultânea/única – houve épocas no Brasil em que a lei entrava em vigor em momento diferentes ao longo do país, o que era chamado de vigência progressiva) após decorridos 45 dias de sua publicação, e 3 meses nos Estados Estrangeiros, quando admitida a obrigatoriedade da lei brasileira (artigo 1° e seus §§ da LINDB).
LINDB, Artigo 1°. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o País 45 (quarenta e cinco) dias depois de oficialmente publicada.
§1° Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 (três) meses depois de oficialmente publicada.
§3° Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começara a correr da nova publicação.
§4° As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
CC, Artigo 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
§1° Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
§2° Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§3° Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência.
§4° Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.
A contagem do prazo de vigência é diferente da utilizada para o prazo material, disposta no artigo 132 do CC/02 (em que se exclui o dia do começo e inclui o do término). Aqui, inclui-se o dia do começo e o dia do término, entrando a lei em vigor no dia subsequente ao da consumação integral do prazo (artigo 8°, §1° da LC 95/98). 
O STJ, em 2016, determinou que, no caso do NCPC, que o prazo da vacatio havia sido fixado em ano, seria utilizado o critério de contagem do artigo 8°, §1° da LC 95/98, e não o do artigo 132 do CC/02, de forma que, por se tratar de ano, o término do prazo se daria no ano seguinte no dia de igual número do começo, mas iniciar-se-ia a vigência do mesmo no dia subsequente ao da consumação integral. Destarte, uma vez publicado em 17.03.2015, o NCPC entrou em vigor em todo o território nacional em 18.03.2016.
Do julgado acima extrai-se também que, apesar da disposição da LC 95/98 de que o prazo de vacatio deveria ser sempre fixado em dias, e de forma expressa, nada impede que ele seja estabelecido em anos ou meses, ou até que o legislador silencie, utilizando-se, assim, a regra geral do caput do artigo 1° da LINDB.
Quando se pretender efetuar alterações em texto (na letra da lei) de uma norma que ainda está no período de vacância, basta que seja feita a republicação da mesma, começando a correr o prazo da nova publicação. Todavia, quando se pretende alterar o conteúdo da norma, esteja ela em vigor ou no prazo de vacância, será necessária a publicação de lei nova.
A regra é que as normas sejam criadas para vigorar no ordenamento jurídico por tempo indeterminado (princípio da continuidade das normas), até que outra a revogue ou modifique. Entretanto, nada obsta que uma norma seja criada com tempo certo de duração (vigência temporária).
Em função do princípio da supremacia das leis, só outra lei, de igual nível hierárquico ou superior, pode revogar uma lei, motivo pelo qual não é aceito no nosso ordenamento jurídico o instituto do desuetudo (revogação de lei pelo desuso), segundo entendimento do STJ.
Nessa senda, o artigo 9° da LC 95/98 dispõe que “a cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposições legais revogadas”. Contudo, nada obsta que a revogação de uma lei ocorra de forma tácita, quando esta regular inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior ou com ela seja incompatível. Da mesma forma, a revogação pode ser total (ab-rogação) ou parcial (derrogação/revogação em sentido estrito).
Insta destacar que a lei nova que estabeleça cláusulas gerais ou especiais A PAR das já existentes, não revoga a lei anterior, mantendo com ela uma relação de generalidade/especialidade. 
Outrossim, importante diferenciar também a revogação da declaração de inconstitucionalidade: enquanto a primeira retira a norma do ordenamento jurídico, atingindo o plano da existência, a segunda atinge o da eficácia – destitui a norma da produção de quaisquer efeitos, tanto antes da sentença, quanto após, de forma que considera-se que ela nunca produziu efeitos no ordenamento jurídico, apesar de continuar existindo (pois que o STF não tem legitimidade para retirar uma norma que foi posta no ordenamento pelo Legislativo, em decorrência do princípio da separação de poderes).
Por derradeiro, quanto à vigência das normas, cabe uma última observação quanto ao instituto da repristinação, que consiste no retorno da vigência de uma norma que havia sido revogada, pela revogação da que a havia revogado. Salvo disposição EXPRESSA e legal em contrário, não é cabível no nosso ordenamento jurídico, sendo a única exceção existente a do controle concentrado de constitucionalidade. 
Quando uma norma é declarada inconstitucional pelo STF em sede de controle concentrado, é como se ela nunca tivesse produzido efeitos, de forma que, se tiver revogado uma norma, esta passa avigorar novamente (restitui o status quo). Todavia, pode acontecer do Supremo fazer a modulação dos efeitos/modulação eficacial da sua sentença, de forma que ela tenha efeitos ex nunc (dali para frente), em função de excepcional interesse público ou da segurança jurídica, circunstância em que será admitida a permanência dos efeitos produzidos por aquela norma inconstitucional até o momento da sentença prolatada pelo STF (artigo 27 da Lei n° 9.868/99).
LINDB, Artigo 2°. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. §1° A lei posterior revoga anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§2° A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
§3° Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
Lei n° 9.868/99, Artigo 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
OBRIGATORIEDADE DAS NORMAS
LINB, Artigo 3°. Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
CPC, Artigo 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico.
Os artigos supramencionados consistem, respectivamente, na proibição da alegação de erro de direito (oposta a todos) e na vedação ao non liquet (oposta ao juiz).
Apesar da proibição de alegar desconhecimento do Direito, existem casos excepcionais em que o erro de direito poderá ser invocado (teoria do erro), como, verba gratia, isenção de pena para contravenções penais quando o erro for escusável; atenuante de pena, quando houver erro evitável sobre a ilicitude do fato, ou isenção, se inevitável; causa de anulação do casamento putativo (contraído na existência de algum impedimento legal) com aproveitamento dos efeitos civis dele decorrentes no caso de boa-fé e hipótese de anulação do negócio jurídico quando o erro for substancial e de direito e foi o motivo único ou principal de o ter realizado.
Já a vedação ao non liquet diz respeito ao magistrado, que não pode se eximir do seu dever constitucional de prestar a tutela jurisdicional, quando provocado, sob a alegação de lacuna ou obscuridade no ordenamento, caso em que deverá utilizar dos métodos de integração/colmatação legalmente autorizados (analogia, costumes, princípios gerais de direito e equidade). 
As únicas hipóteses em que o juiz poderá alegar desconhecimento de algum direito invocado pela parte e exigir a prova do mesmo, é quando se tratar de direito municipal, estadual (que não diga respeito ao Município/Estado de sua circunscrição territorial – princípio da aderência territorial da jurisdição), estrangeiro (que não diga respeito aos países do MERCOSUL, em função do Protocolo de Las Leñas, que firmou um acordo internacional de cooperação jurídica entre os seus signatários, quais sejam, Brasil, Venezuela, Uruguai, Paraguai e Argentina) e consuetodinário (artigo 376, CPC).
LCP, Artigo 8°. No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada.
CP, Artigo 21. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
CP, Artigo 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena: II – o desconhecimento da lei.
CC, Artigo 1561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória. §1° Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão. §2° Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão.
CC, Artigo 139. O erro é substancial quando: III – sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.
CPC, Artigo 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetodinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
INTEGRAÇÃO/COLMATAÇÃO DAS NORMAS
LINDB, Artigo 4°. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. (ordem preferencial)
A analogia consiste no método de integração/colmatação utilizado quando o magistrado estende o preceito legal aos casos NÃO compreendidos em seu dispositivo (o que diferencia da interpretação extensiva/ampliativa, que estende o sentido da norma para alcançar casos previstos em seu dispositivo).
A solução do caso concreto que não encontra previsão legal, através da analogia, pode ser feita aplicando-se uma norma prevista para outro caso que seja semelhante a ele (analogia legis) ou realizando uma exegese com a finalidade de extrair o sentido do ordenamento jurídico como um todo (analogia juris), v.g., quando se recorre aos princípios gerais de direito.
A título de exemplo de analogia legis, o Enunciado 148 da JDC dispõe que “ao ‘estado de perigo’ do artigo 156, aplica-se, por analogia, o disposto no §2° do artigo 157” (possibilidade de não ser decretada a anulação do NJ, se a parte favorecida concordar em reduzir seu proveito, ou se for oferecido um suplemento). Como exemplo de analogia juris, o artigo 499 do CC, que dispõe que “é lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão”, pode também ser aplicado à figura do companheiro.
Os costumes, por sua vez, podem ser de 3 tipos:
secundum legem: quando a própria lei determina a aplicação do costume – não se trata, portanto, de método de integração/colmatação, mas sim de mera aplicação da lei (ex.: artigo 445, §2° do CC);
contra legem: é aquele contrário a lei, e, no âmbito do Direito Civil, consiste em abuso de direito e ato ilícito (ensejando a fixação de indenização), bem como que não revoga lei (assim como o desuetudo/desuso – princípio da supremacia das leis);
praeter legem: é a única hipótese em que o costume é usado, de fato, como método de integração/colmatação da lei.
Artigo 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.
Artigo 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§1° Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
§2° Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
Artigo 445. §2° Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
Os princípios gerais de direito são postulados, e meramente informativos, não possuindo força normativa (ao contrário dos princípios fundamentais, que estão consubstanciados em normas legais). Há doutrina que entenda que a utilização de princípios gerais é uma das hipótesesde aplicação de analogia juris. Consistem nos seguintes postulados gerais: 
- não lesar a ninguém;
- dar a cada um o que é seu;
- viver honestamente.
A equidade, por fim, só é admitida quando expressamente previsto na lei, e apenas em casos excepcionais. Vale lembrar que ela não está expressa na LINDB como um dos métodos de integração da norma. Exemplos:
CPC, Artigo 723. Parágrafo único. O juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais conveniente ou oportuna.
Lei n° 9.307/96, Artigo 2°. A arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, a critério das partes.
CC, Artigo 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
CC, Artigo 944. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS
LINDB, Artigo 5°. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
LINDB, Artigo 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência.
CPC, Artigo 8°. Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
A interpretação da lei pode ser ainda ampliativa (direitos fundamentais), declarativa (normas de Direito Administrativo) e restritiva (negócios jurídicos benéficos/gratuitos, v.g., fiança, aval, renúncia e privilégio).
CC, Artigo 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
CC, Artigo 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
Súmula 214, STJ. O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual não anuiu.
APLICAÇÃO DA NORMA NO TEMPO
CF, Artigo 5°. XXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
LINDB, Artigo 6°. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
O conflito de leis no tempo surge, primordialmente, quando ocorre a revogação (seja parcial ou total) de uma lei, e entre as novas disposições legais e as relações jurídicas já consolidadas sob a égide da velha norma revogada (de acordo com Maria Helena Diniz) sobressai o questionamento acerca da possibilidade de uma lei nova ser aplicada à situações anteriormente constituídas, tendo em vista que a regra é a da irretroatividade da norma.
Para solução desses conflitos intertemporais, a doutrina costuma utilizar dois critérios: as disposições transitórias, que são editadas justamente para conciliar a aplicação da nova lei diante das situações que foram consolidadas anteriormente à sua vigência; e a questão da (ir)retroatividade das normas.
Desta forma, pode-se dizer que a regra é a irretroatividade quanto ao direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada (segundo Tartuce, e como se verá mais adiante, essa proteção não é absoluta, encontrando várias relativizações na jurisprudência atual), sendo admitida a retroatividade quanto aos casos pendentes e futuros. Todavia, há doutrina reconhecendo a retroatividade da norma de ordem pública, mesmo diante de direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada. A doutrina reconhece existir 3 tipos de retroatividade:
média: a lei nova atinge efeitos pendentes de atos jurídicos ocorridos na vigência da lei anterior;
mínima/temperada/mitigada: lei nova atinge efeitos futuros de situações consolidadas na vigência da lei anterior – ex.: normas constitucionais, segundo Pedro Lenza (existem autores que dizem que aqui não seria nem caso de retroatividade, e sim de aplicação imediata da lei nova – que é a regra das normas);
máxima: não é aceita pela doutrina majoritária, afeta direito adquirido e os negócios jurídicos perfeitos (Pedro Lenza aponta as normas introduzidas pelo constituinte originário como hipóteses excepcionais de retroatividade máxima).
Há doutrina ainda que classifica a retroatividade em justa (quando não atinge o direito adquirido, ato jurídico perfeito e a coisa julgada) e injusta.
I – DIREITO ADQUIRIDO
LINDB, Artigo 6°. §2° Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
A Súmula 654 do STF é exceção ao princípio/garantia da irretroatividade da lei do art. 5°, XXXVI da CF, e dispõe que ela não é invocável pela entidade estatal que tenha editado a nova lei que pretend
Para Tartuce, direito adquirido é o direito material ou imaterial já incorporado ao patrimônio de uma pessoa natural, jurídica ou ente despersonalizado, por já ter preenchido os requisitos legais, bem como os negócios jurídicos com termo ou sob condição suspensiva. É direito de natureza eminentemente patrimonial, sendo que não existe direito adquirido a regime jurídico, e muito menos contra a CF (entendimento do STF). Por não haver direito adquirido contra a CF, autores como Pedro Lenza defendem ser possível ocorrer a retroatividade máxima e média da norma introduzida pelo constituinte originário.
	ATENÇÃO! Herança é mera expectativa de direito, e não direito adquirido.
NCPC, Artigo 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir: III – inexequibilidade do título ou inexegibilidade de obrigação.
§5° Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
II – COISA JULGADA/CASO JULGADO
LINDB, Artigo 6°. §3° Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não cabe recurso.
Como exemplo, a Súmula 487 do STJ dispõe que “O parágrafo único do art. 741 do CPC (leia-se: §5° do artigo 535 do NCPC) não se aplica às sentenças transitadas em julgado em data anterior à sua vigência”. Em outras palavras: a Fazenda Pública pode arguir, na impugnação à execução, a inexequibilidade do título ou obrigação, sendo que, o título judicial pode ser considerado inexigível se:
- o STF declarar a lei ou ato normativo sob o qual ele se fundou, inconstitucional; ou 
- o STF fazer a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto (interpretação conforme a CF como método/técnica de decisão ou decisão de calibragem – decisão interpretativa stricto sensu de rechaço: quando ele declara a interpretação de uma determinada norma como inconstitucional, afastando sua incidência, explicitando qual é a interpretação correta e, consequentemente, constitucional da mesma). 
Dessa forma, este artigo, que estava presente no CPC/73, visa evitar a execução de títulos judiciais fundados em norma inconstitucional.
 O que a Súmula 487 do STJ pretende afirmar é que, qualquer decisão condenatória contra a Fazenda que tenha transitado em julgado antes de 2001 (antes da vigência do antigo artigo 741 do CPC/73), e, portanto, formado título executivo judicial, mesmo que a lei ou ato normativo sobre o qual se fundamentou a sentença venha a ser declarada inconstitucional pelo STF, continuará sendo exigível, em respeito à coisa julgada material. 
	Destarte, em termos gerais, a Fazenda não pode arguir ainexequibilidade de título executivo judicial que transitou em julgado antes de 2001, tendo por base o artigo 535, §5° do NCPC. Lado outro, qualquer título judicial que tenha transitado em julgado a posteriori, se o STF vir a declarar a norma sob o qual se fundou como inconstitucional, caberá arguir a inexequibilidade do mesmo em sede de impugnação à execução.
Por outro lado, existe jurisprudência relativizando a coisa julgada, como no caso de investigação de paternidade extinta sem resolução do mérito/julgada improcedente por falta de prova (se tiver sido julgada improcedente com base em prova pericial disponível a época em que não havia DNA, não cabe repropor a ação para fazer o DNA – entendimento do STJ). Aqui, vigora o brocardo secundum eventum probationis: ocorrerá coisa julgada a depender do sucesso da prova.
III – ATO JURÍDICO PERFEITO
LINDB, Artigo 6°. §1° Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
Encontra diversas relativizações, que são hipóteses de ultra-atividade da norma, senão vejamos:
1. CC, Artigo 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045 (leia-se: CC/1916), mas os seus efeitos produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução. Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.
Em outras palavras: quanto aos atos ou negócios jurídicos continuativos/de trato sucessivo, a validade e existência daqueles que foram celebrados na vigência do CC/1916 são por ele regulados; os efeitos produzidos após 2002 (efeitos pendentes) são regulados pelo CC/02 (retroatividade média/temperada/mitigada), salvo se as partes convencionaram de forma diversa e desde que não contrário a preceitos de ordem pública (v.g., função social do contrato e da propriedade).
2. CC, Artigo 2.039. O regime de bens nos casamentos celebrados na vigência do Código Civil anterior, Lei n. 3.071, de 1° de janeiro de 1916, é o por ele estabelecido.
Enunciado 260 da JDC. A alteração do regime de bens prevista no §2° do art. 1.639 do Código Civil (de 2002) também é permitida nos casamentos realizados na vigência da legislação anterior. 
Destarte, aqueles casados na época do CC/1916, terão o regime de bens regulado por ele. Todavia, se o desejarem, poderão alterá-lo por força do que dispõe o CC/02, apesar de que no CC/1916 não havia possibilidade de alteração.
3. CC, Artigo 2.041. As disposições deste Código relativas à ordem da vocação hereditária (arts. 1.829 a 1.844) não se aplicam à sucessão aberta antes de sua vigência, prevalecendo o disposto na lei anterior (Lei n. 3.071, de 1°-1-1916).
Súmula 112, STF. O imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão.
Rext 163.167/SC, STF. A sucessão regula-se por lei vigente à data de sua abertura, não se aplicando àquelas verificadas antes do seu advento a norma do art. 227, § 6º, da Carta de 1988, que dispõe que “os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”.
A capacidade para suceder, a ordem de vocação hereditária e o ITBI são regulados pela lei vigente à época da abertura da sucessão (que ocorre com a morte do de cujus). Destarte, no Recurso Extraordinário supramencionado, o STF não reconheceu a habilitação à herança pretendida pelos filhos adotivos do de cujus, porque a sucessão fora aberta antes mesmo da CF/88 entrar em vigor (quando os filhos adotivos foram equiparados aos filhos biológicos e, portanto, passaram a ter capacidade para suceder).
APLICAÇÃO DA NORMA NO ESPAÇO
A regra é o princípio da territorialidade mitigada, ou seja, no território brasileiro, aplica-se a lei brasileira. Todavia, há hipóteses em que a lei brasileira poderá ser aplicada fora do território nacional, v.g. a possibilidade de realização, no consulado brasileiro, de registro de nascimento e óbito de filhos de brasileiro(a) residente no exterior; celebração de casamento entre brasileiros; bem como de separação e divórcio consensuais, desde que não tenha interesse de menor ou incapaz envolvido, devendo ambos estarem assistidos por advogado, e da escritura pública constará: a descrição e partilha dos bens, a pensão alimentícia e a manutenção ou mudança do nome de casado (artigo 18). Da mesma forma, em função do princípio da reciprocidade, autoriza-se que o casamento de estrangeiros, aqui no Brasil, seja celebrado perante as autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes (artigo 7°, §2°).
LINDB, Artigo 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascidos no país da sede do Consulado.
§1° As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento. §2° É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura pública.
	CRITÉRIO
	LEI APLICADA
	Estatuto pessoal (começo e fim da personalidade, nome, capacidade e direitos de família – inclusive quanto a invalidade do casamento e regime de bens)
	DO DOMICÍLIO (se os nubentes tiverem domicílio diverso, vai ser a lei do primeiro domicílio conjugal)
	Impedimento e formalidade de celebração de casamento (exceção ao estatuto pessoal)
	DO LOCAL DA CELEBRAÇÃO
	Penhor (coisa apenhada)
	DO DOMICÍLIO DE QUEM DETIVER A POSSE 
	Bens móveis
	DO DOMICÍLIO DE QUEM OS PORTAR
	Bens imóveis
	DA SITUAÇÃO DA COISA (ações relativas a bens imóveis situados no Brasil só podem ser julgadas pela autoridade judiciária brasileira)
	Contratos/obrigações internacionais
	LOCAL ONDE FOI CONSTITUÍDO = RESIDÊNCIA DO PROPONENTE (se a obrigação/contrato tiver de ser executada no Brasil, observará a lei brasileira quanto à forma, admitida as peculiaridades da estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos, e deverá ser processada perante a autoridade judiciária brasileira)
	Sucessão
	DOMICÍLIO DO DE CUJUS (salvo quando a lei brasileira for mais benéfica para o cônjuge ou filhos brasileiros)
	Capacidade para suceder (tem regramento específico apartado da sucessão)
	DOMICÍLIO DO HERDEIRO/LEGATÁRIO
	Organizações de interesse coletivo internacionais (v.g., sociedades e fundações)
	DO LOCAL ONDE FORAM CONSTITUÍDAS (para abrir filial/agência/sucursal no Brasil, o ato constitutivo precisa ser aprovado e, assim, passarão a ser regidas pela lei brasileira)
	Prova de fato ocorrido no estrangeiro
	DO LOCAL ONDE FOI PRATICADO (quanto ao ônus e meios de produzir, não sendo admitidas provas que a lei brasileira desconheça)
Artigo 7°. A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. §1° Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e as formalidades da celebração. §3° Tendo os nubentesdomicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. §4° O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, à do primeiro domicílio conjugal.
§7° Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
§8° Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.
Artigo 8°. Para qualificar os bens (leia-se: imóveis) e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. §1° Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens móveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. §2° O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontra a coisa apenhada.
Destarte, do exposto acima é possível aferir que, apesar de serem atos internacionais, e que, via de regra, aplicar-se ia a lei estrangeira, existem 3 casos em que mesmo assim será aplicada a lei brasileira: 
à obrigação/contrato que tiver de ser cumprida no Brasil, apesar de constituída em outro país, quanto a sua forma; 
à filial/agência/sucursal de organização de interesse coletivo estrangeira instalada no Brasil; e 
à sucessão, quando mais benéfica pro herdeiro/cônjuge brasileiro.
COMPETÊNCIA DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA BRASILEIRA
LINDB, Artigo 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
§1° Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
Artigo 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I – o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II – no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III – o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Artigo 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil.
Artigo 9°. Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.
§1° Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quando aos requisitos extrínsecos do ato.
§2° A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.
Artigo 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece a lei do país em que era domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. §1° A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. §2° A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
Artigo 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem. §1° Não poderão, entretanto, ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo Brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.
Artigo 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.
Justamente por força do artigo 23 do NCPC, que versa sobre competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira, que não será possível homologar uma decisão estrangeira perante o STJ que disponha sobre bens imóveis situados no Brasil.
HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA E EXEQUATUR
Artigo 7°. §5° O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.
§6° O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida da separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.
Artigo 11. §2° Os governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou suscetíveis de desapropriação.
§3° Os governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.

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