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Análise Textual

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ANÁLISE TEXTUAL
Aula 1 - Língua, linguagem e variação linguística.
Profº. Fábio Simas 
Linguagem, Sociedade e Cognição.
Linguagem versus linguagem humana
Animais possuem sistemas de comunicação.
Complexidade social e cognitiva; 
Interação entre a mente humana e a realidade sociocultural na codificação e decodificação de estruturas linguísticas:
Ato de fala: “Tem horas?”; “O senhor pode me informar as horas?”.
Linguagem humana 
Faculta aos humanos a organização e a veiculação de ideias, conceitos, valores...
Insere o indivíduo no dinâmico, intenso e complexo fluxo comunicativo das sociedades contemporâneas.
A língua possui, além do léxico, a gramática.
Gramática: sistema que combina, de forma organizada e controlada por regras, as unidades do léxico; constrói expressões, frases, textos etc.
Frases simples: regras de ordenação, concordância, regência etc.
“Enfiei o pé na jaca!”
A codificação e a decodificação da linguagem humana
Cotidiano: produzimos e interpretamos enunciados facilmente; 
Situações específicas: Formulário de IR: “Ajuste Anual ou Espólio?”. 
Compreensão da língua: ir além da decodificação
Palavras (Olavo Bilac)
As palavras do amor expiram como os versos, 
Com que adoço a amargura e embalo o pensamento: 
Vagos clarões, vapor de perfumes dispersos, 
Vidas que não têm vida, existências que invento; 
Compreensão da língua: ir além da decodificação
(...) Mas as palavras más, as do ódio e do despeito, 
O "não!" que desengana, o "nunca!" que alucina, 
E as do aleive, em baldões, e as da mofa, em risadas, 
 (calúnia) (ofensa) (escárnio)
Léxico
Abrasam-nos o ouvido e entram-nos pelo peito: 
Ficam no coração, numa inércia assassina, 
Imóveis e imortais, como pedras geladas.
Linguagem e língua 
Linguagem: fala; escrita; oral; sinais; imagens; gestos (linguagem das cores, dos cheiros...).
Língua: parte da linguagem (Saussure).
Língua: fenômeno cognitivo e sociocultural
Interação social: permite o aprendizado natural da língua aos indivíduos saudáveis;
Aquisição da Linguagem por bebês: porta de entrada às relações sociais. 
Aquisição vs aprendizado
Aquisição: aprendizado natural, espontâneo (milagre); tem um fim: 
12 e 13 anos (neurocientista alemão Eric Lenneberg);
Aprendizado: esforço consciente, instrução formal.
Para que serve a língua?
Para comunicar... Mas não só! As línguas possuem formas destinadas a um fim...
	OCORRÊNCIA 
	FORMA 
	FUNÇÃO 
	FONÉTICA 
	a) Ex.: forma [s]
b) Ex.: forma [f]
c) Ex.: forma [m] 
	Contraste na significação
[sorte
[forte]
[morte 
	PROSÓDIA 
	a) Ascendente
b) Descendente 
	a) Formular pergunta
“João saiu?”
b) Formular pergunta
“João saiu”
	FORMAÇÃO DE PALAVRAS 
	Acréscimo de sufixo diminutivo
Ex.: [casa], [casinha] 
	Demonstrar afeto
Demonstrar desprezo 
	VOZ VERBAL 
	a) Voz ativa
Ex.: “João cometeu erros”
b) Voz passiva
Ex.: “Erros foram cometidos” 
	Destacar o responsável
Esconder o responsável 
	Uma forma linguística (um som, uma entonação, um sufixo, uma voz verbal etc.) é a maneira pela qual uma dada função se realiza materialmente na língua. 
A língua permite infinitas possibilidades de criação
Ouça um bom conselho (Chico Buarque)
“(...) Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar”.
Elementos da comunicação: intercâmbio de posições entre emissor e receptor: enunciação
AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO. 
Conteúdo Programático desta aula
Contextos de produção das atividades de linguagem
Tipos de variação linguística
Noção de texto
Coesão e coerência
Noção de hipertexto
As atividades de linguagem são exercidas em diferentes contextos.
Para contextos diferentes há linguagens diferentes
O ser humano possui a capacidade de adequar sua fala, o que é permitido devido à faculdade da linguagem. 
REFLETIR
Não se pode encarar a língua simplesmente como uma quantidade de palavras que comunicam. 
A língua faz parte da maneira de ser do indivíduo como um todo. 
Caso contrário, não necessitaria estar adequada. 
EXEMPLO:
 O paciente vai ao médico para se consultar e fala ao médico:
 “AÍ, DOUTOR, TÔ COM UMA DOR DE CABEÇA DANADA, ME ARRANJA UM COMPRIMIDO AÍ...” 
	A língua é uma instituição social. Numa mesma comunidade todos necessitam conhecer e dominar a mesma estrutura linguística, porém, há variações. 
COMO ISSO É POSSÍVEL? 
ATENTE PARA OS TIPOS DE VARIAÇÕES DESCRITAS NOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS:
Variações diatópicas ou geográficas 
Variações diastráticas ou sociais 
Variações diafásicas ou situacionais
Variações diacrônicas
ATENTEM PARA O SEGUINTE:
Se todos se entendem dentro de uma mesma comunidade, apesar das variações, é porque há uma estrutura básica que não é modificada. 
  
Portanto, há uniformidade na diversidade. 
Como a língua serve também à comunicação, vamos verificar o que serve a essa comunicação. 
Se admitimos que há uma estrutura que é básica para o entendimento das pessoas, poderia ser, por exemplo, algo como: 
  
Causado embora então gato alienável disponibilidade.
A repercussão daquela situação foi muito grande, ainda que houvesse cuidado em desmentir o fato.
A casa é
Silêncio!
Possui várias palavras legítimas da Língua Portuguesa, no entanto, com esse agrupamento, não formam uma ideia;
Nesta sequência, a organização das palavras permite que haja uma ideia transmitida;
Percebemos palavras legítimas na língua e encadeamento que conduz a determinada comunicação, contudo, a ideia não está completa;
Temos, nesta ocorrência, uma ideia completa transmitida através de uma palavra apenas.
DAÍ, O QUE PODEMOS DEDUZIR?
Para haver comunicação de uma ideia completa, não há obrigatoriedade de uma grande quantidade de palavras. 
	
Necessitamos de combinações que comuniquem uma ideia completa. 
Podemos ter uma ideia completa comunicada através de uma única palavra? 
	Silêncio! 
	Fogo!
Temos, assim, a noção de texto como sendo unidade mínima de comunicação, que pode conter, no mínimo, uma palavra, e não possui quantidade máxima. 
Ex.: A bíblia é um texto assim como a palavra silêncio também é.
Avancemos, então: 
O que diferencia um texto de um amontoado de palavras que não produzem sentido? 
	
Podemos dizer, basicamente, que a maneira como as palavras estão conectadas – a coesão - e o sentido que a mensagem produz - a coerência - são os pontos fundamentais de entendimento do texto. 
EXEMPLO
Bandidos matam cabo da PM durante arrastão no Rio 
	07:27 | 08 de Julho de 2009 	
	Por Ricardo Valota 
	São Paulo - Um arrastão contra pedestres e motoristas no bairro de Irajá, na zona norte do Rio de Janeiro, terminou ontem à noite com a morte do cabo Alexandre Pereira dos Santos, lotado no 6º Batalhão, da Tijuca. Quatro bandidos armados, após atacar pedestres e motoristas nas ruas da região, resolveram investir contra Pereira, que, de folga e à paisana, deixava a casa de sua mãe. Sem saber que a vítima era um policial, o grupo exigiu um cordão de ouro que estava no pescoço do cabo, de 36 anos. O policial então sacou uma pistola, o que deu início a um tiroteio. 
Baleado, Pereira, que teve a arma roubada, foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento do bairro, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A quadrilha fugiu de carro. Nenhum suspeito foi localizado pela polícia durante a madrugada. O latrocínio - roubo seguido de morte - foi registrado no 27ª Distrito Policial (DP), de Vicente de Carvalho.
USAMOS OS ELOS COESIVOS, PARA NÃO SERMOS REPETITIVOS.
A coerência diz respeito ao sentido, à unidade da mensagem:
Ex.: “Um aspecto importante na constituição de uma vida saudável, portanto não serão visitados pela paróquia da igreja, a qual não está vestida adequadamente par o evento.”. 
Note que, no exemplo, não entendemos a mensagem porque a unidade do textonão foi seguida, ou seja, foram introduzidos outros tópicos que não têm continuidade. 
  
A coesão e a coerência não estão restritas ao universo das palavras. 
Um texto pode apresentar outros elementos como responsáveis pelo entendimento, por exemplo; figuras, desenhos, tabelas etc., que são essenciais para a compreensão da mensagem, é o chamado hipertexto. 
Hipertexto - conexão entre as informações que pode ser lida em diferentes sequências. O leitor segue vários caminhos para desvendar a mensagem, segue, inclusive, links.
Portanto, é necessário exercitar a habilidade de estabelecer relações entre o texto e outros elementos que o compõem. 
RESUMINDO O QUE VIMOS NESTA AULA:
Para cada situação temos uma linguagem diferente, importante é sabermos adequá-la a cada contexto;
A língua possui uma uniformidade que convive com as variações (geográfica, social, situacional, diacrônicas).
O texto é uma unidade de comunicação que transmite uma ideia completa através de coesão e coerência.
O hipertexto conecta informações de figuras, desenhos, links, além de palavras.
Além da composição e da derivação, existem outros processos de formação de palavras em nossa língua, são eles: neologismo, onomatopéia, hibridismo, reduplicação e sigla/abreviação.
Onomatopeia
Trata-se de palavra formada por meio de uma tentativa de se reproduzirem sons e vozes. Vejam os exemplos: bangue-bangue; piu-piu, etc. 
Hibridismo 
Como sabemos, nossa língua é formada por heranças deixadas por outras línguas mais antigas. Às vezes, pensamos que somente o Latim nos deixou um legado, mas o grego e algumas outras línguas também o fizeram. 
 
Dessa forma, o resultado da combinação ou união de palavras ou morfemas pertencentes a idiomas diferentes chama-se hibridismo.
Exemplos.
 
Reportagem (inglês + latim)
Televisão (grego + latim)
Surfista (inglês + grego)
Sociologia ( latim + grego)
Sambódromo (africano + grego)
Reduplicação 
 
Segundo Henriques (2007:126), a Reduplicação “consiste na repetição de sílabas semelhantes ou iguais, com o intuito de formar palavra onomatopaica (imitativa) ou hipocorística (afetiva).” O autor sugere os seguintes exemplos: reco-reco, tique-taque, cricri, vovô, tetéia e Bebeto.
Ele advoga ainda que “nem toda onomatopéia e nem todo hipocorístico , assim como nem sempre a coincidência total ou parcial de sílabas, são casos de reduplicação Podem ser simples ocorrências de palavras primitivas (crás, brum; Filé, Tico), de abreviação (Bete»Elizabeth, Zé » José), de aglutinação (Joca » João Carlos; Marilu »Maria Lúcia), de justaposição (pegue-pague; bem-te-vi). E podem, também servir de base para derivação (zigue-zague + ar = ziguezaguear) ou composições (mamãe + sacode = mamãe-sacode, sinônimo de “cachaça”)” (op. cit, p.126).
Sigla/abreviação
As siglas e abreviações são muito utilizadas no dia a dia da língua. Eu mesmo tenho um amigo a quem chamo de JL, pois se chama José Luiz. 
SIGLA é a palavra formada pela combinação das letras iniciais das palavras que compõem um nome.
 
PIB – Produto interno bruto.
PT – Partido dos trabalhadores.
IBGE – Instituto brasileiro de geografia e estatística.
A ABREVIAÇÃO ocorre quando optamos por não utilizar a palavra completa, como em endereços, quando usamos R. = rua; TV. = travessa; AV. = avenida , e assim por diante. Na internet, por exemplo, podemos verificar várias abreviações por conta das novas necessidades de velocidade do mundo tecnológico globalizado. O famoso Internetês faz parte desse processo.
Temos a nítida impressão de que precisamos sempre nos fazer presentes neste mundo contemporâneo e de rápido acesso ás informações, pois o mundo é das imagens, das cores, dos sons e das palavras, criadas por movimentos necessários e por nós, seres humanos e falantes, que precisamos delas para enunciar nossos pensamentos e ações.
E, afinal de contas, que nome damos a todo este processo de criação lexical que invade o nosso dia a dia?
Chegamos ao conceito de NEOLOGISMO.
NEOLOGIA é o processo de formação de novas unidades lexicais, ou seja, as palavras podem ser oriundas ou não de outras já existentes ou ainda, serem atribuídas de um novo significado que não o dicionarizado, obtendo como produto o NEOLOGISMO.
O neologismo pode originar-se de outra língua e pode se adaptar ao nosso sistema morfofonêmico, como exemplificado em:
- “Entre 1995 e 1997, o PIB do agronegócio encolheu quase 3%.” (idem)
- “Eis uma boa oportunidade para os neodemocratas.” (Veja, edição 1799/ ano 36 – nº 16)
- “Em algumas capitais já existem mais pet shops do que farmácias.” (Veja, edição 1799/ ano 36–nº 16)
- “Pegou carona na enorme popularidade de Garotinho, mas foi atropelado pelos ‘bondes’, como são chamados os comboios formados por traficantes que espalham o terror pelas ruas do Rio.” (Veja, edição 1800/ ano 36 – nº 17).
Os neologismos podem ser apresentados sob algumas formas e classificações, a fim de que se compreendam as suas implicações para o dinamismo da língua.
- Neologismo lexical ou vocabular: consiste na criação de novos significantes ou palavras para compor a língua.
Ex.: 
A bola pererecou na área e ninguém chutou.
“O salário do trabalhador é imexível.” – Neologismo da década de 90, do Ministro Antonio Rogério Magri. 
3) O Ministro Fernando Henrique Cardoso é um médico frustrado. Vive fazendo diagnósticos da situação inconvivível da economia. – Veja. SP, Abril, 15.09.93, p. 25
- Neologismo semântico ou de sentido: consiste na apropriação de significados novos para significantes já existentes, atribuindo a este vocábulo um conteúdo que ele não tinha até então.
Ex.: 
Meu vizinho foi multado por fazer um gato na rede elétrica.
Os fiscais perceberam que se tratavam de laranjas!
Este trabalho não ficou bom; é melhor deletar esta parte!
CONCLUSÃO
Dessa forma, dizemos que a neologia vocabular equivale a de forma e a neologia semântica, a de sentido.
- Neologismos sintáticos ou locucionais: caracterizam-se por serem expressões cujos componentes, separadamente, estão dicionarizados, mas que, juntos, têm um valor semântico novo. São resultantes de uma combinatória de elementos mórficos já existentes no léxico, ou até emprestados.
Ex.: 
João Paulo II reinventa a igreja papalizando com êxito.
Nas últimas eleições não admitiram boca-de-urna .
- Neologismo fonológico: caracteriza-se pela combinação inédita de fonemas, não procedente de nenhuma palavra já existente na língua.
 
Ex.: 
	Não gostei deste vestido! É meio chinfrim!
	Os formandos bebemoravam a data.
Como afirma o Profº André Valente, “são mais de cinco mil os neologismos inseridos na nova edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras. Não obstante haver questionamentos quanto á inclusão de alguns neologismos e à ausência de outros, fica comprovada a força das criações neológicas diante de números tão expressivos.”.
 (André Valente – A produtividade lexical em diferentes linguagens em Língua Portuguesa em debate, Petrópolis: Vozes, 1999, p. 42)
ESTRANGEIRISMOS
Não poderíamos deixar de lado os estrangeirismos. Sabemos que, principalmente com a globalização, as culturas e, consequentemente, as línguas ganharam um maior contato. Dessa forma, temos várias palavras estrangeiras em nossa língua, como:
Shopping
Show 
 
Só precisamos ter dois cuidados:
 
Verificar se há um correspondente aceito pela maioria dos falantes em nossa língua;
Perceber se houve mudanças na grafia quando da passagem para o Português, como é o caso de ESLIDE (do inglês, SLIDE).
Identificar e analisar as classes de palavras (classes gramaticais) que compõem o sintagma verbal;
Compreender o papel dos verbos no uso da língua:
Discutir a classificação das interjeições como uma classe de palavras.
Segundo Ilari e Basso ( 2006), 
“[...] os romanos quiseram dizer que o verbo é a palavra por excelência, a mais rica, a de morfologia mais farta. O verbo continua sendo em português a classe de palavras que assumeo maior número de formas flexionadas [...] O que é menos evidente é que essa riqueza morfológica tem forte contrapartida semântica: ela faz com que, em qualquer sentença, seja reservada ao verbo a tarefa de prestar uma série de informações [...]”(p. 112).
Ao estudarmos os verbos, devemos observar que, em uma oração, ele nos transmite muitas informações: (a) em relação ao tempo em que algo ocorre (presente, passado, futuro); (b) em relação ao mundo real ou da fantasia, quando, por exemplo, uma criança nos conta uma história; (c) em relação à atitude do falante que pode afirmar algo, mas pode, também, modalizar seu discurso usando uma oração como “Ele estaria no local do crime.” Todas essas informações que o verbo nos dá contribuem para a compreensão acerca das intenções do autor de um texto. 
Se observarmos a classe dos nomes substantivos e a classe dos verbos, perceberemos que o substantivo é o núcleo do sintagma nominal. Esse sintagma nominal pode funcionar, sintaticamente, como sujeito, objeto direto, predicativo do sujeito etc. No entanto, o verbo é o núcleo do sintagma verbal. O sintagma verbal sempre exerce a função sintática de predicado. Vale lembrar que substantivos e verbos são variáveis; a diferença está no fato de os verbos apresentarem flexão de tempo (+aspecto), modo e pessoa (+número), enquanto os substantivos apresentam flexão de gênero e número.
A FUNÇÃO DOS MODOS E TEMPOS VERBAIS
Modo indicativo. Marca a realidade do fato expresso: há certeza na afirmação. Esse tempo é usado quando consideramos como certo, real ou verdadeiro o conteúdo daquilo que é dito ou está escrito. 
Exemplo: Caminho pela manhã para emagrecer.
Modo subjuntivo. Marca a incerteza do fato expresso: não se sabe se o fato expresso pelo verbo ocorre, ocorreu ou ocorrerá. Esse modo é usado quando se dá como possível, duvidoso ou hipotético o conteúdo daquilo que está escrito ou é dito. 
Exemplo: Se eu caminhasse pela manhã, talvez emagrecesse.
Modo imperativo. Marca pedido, ordem, súplica, conselho. 
Exemplo: Caminhe pela manhã e emagrecerá.
A FORMAÇÃO DO IMPERATIVO.
O MODO DAS ORDENS, DOS PEDIDOS E DOS COMANDOS.
Emprego dos tempos verbais
Tempo presente. O tempo presente do indicativo é usado para indicar: 
Um fato atual. Exemplo: Estamos na praia.
Algo que acontece habitualmente. Exemplo: Sempre tomo café após o almoço. 
Algo que representa uma verdade universal. Exemplo: O sol nasce todas as manhãs.
Um fato futuro próximo a acontecer e de realização considerada certa. Exemplo: Amanhã, viajamos para Paris.
O presente histórico, ou seja, aparece na narração de um fato passado, como forma de realçar esse acontecimento. Exemplo: Em 22 de abril de 1500, chega ao Brasil a nau de Cabral.
Pretérito perfeito. Esse tempo verbal é usado quando estabelecemos limites na duração da fala, representando um fato concluído. Chama-se ‘perfeito’ porque, ao usá-lo, acredita-se que a ação tenha sido levada até o fim.
Pretérito imperfeito. O pretérito imperfeito do indicativo caracteriza-se por expressar uma ação prolongada, não sendo possível esclarecer sobre a ocasião em que ela terminou ou teve início. Esse tempo verbal também é conhecido como o ‘tempo das fábulas’: ao dizer “Era uma vez” a pessoa que emite essa fala, faz-nos passar do mundo real ao mundo da fantasia. 
Travaglia (2001:212) comenta que é comum crianças, brincando de casinha, utilizarem o pretérito imperfeito como uma forma de marcar a irrealidade usando sentenças do tipo “Vamos brincar de casinha? Eu era a mãe, você era a filha e ela era a prima que vinha fazer uma visita.”
Observemos mais dois exemplos.
 
Quando o encontrava, conversávamos muito. 
Quando o encontrei, conversamos muito. 
Pretérito mais-que-perfeito. Embora seja também um tempo indicativo de passado, seu uso mostra que o processo em questão, ainda que tenha ocorrido no passado, o fez de forma anterior ao que é indicado pelo pretérito perfeito. Além desse significado, segundo Garcia (1997:71), esse tempo também indica desejo ou esperança. 
Exemplos:
Atualmente, o uso desse tempo verbal está vinculado a ambientes de uso formal da língua. Em ambientes escritos de menor formalidade e na fala é mais comum o emprego da forma composta: ‘eu tinha viajado’ em lugar de ‘viajara’.
Exemplos: 
Ele trabalhara mais do que devia.
Quem me dera eu ganhasse na loto!
Futuro do presente. Representa o fato como não concluído e o situa num tempo posterior ao presente. Esse tempo indicativo de futuro atua, basicamente, para mostrar um fato provável de ocorrer. 
Exemplo: 
Amanhã, irei à praia.
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/// continuar depois a aula 2
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