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FRAGMENTAÇÃO DE SÓLIDOS 1. OBJETIVOS DA REDUÇÃO DE TAMANHOS FRAGMENTAÇÃO DE SÓLIDOS: É a operação que tem por objetivo reduzir o tamanho dos fragmentos de determinado material (matéria-prima ou produto final). a) Aumentar as superfícies: - Reações químicas; - Extração; - Secagem. b) Diminuir o tamanho para separar dois ou mais constituintes: - Granito= quartzo + feldspato + areia c) Modificar propriedades de um material: - Reatividade química; - Poder de revestimento de pigmentos; - Especificação de produtos comerciais (diversas granulometrias). d) Mistura mais íntima entre dois sólidos: - É o caso de muitos produtos farmacêuticos em pó. 2. MECANISMO DE REDUÇÃO DE TAMANHO São operações extremamente complexas. Os sólidos podem sofrer vários tipos de solicitações, dos quais quatro são utilizados industrialmente: - Compressão; - Impacto; - Atrito (abrasão); - Corte e/ou dilaceramento. Os equipamentos podem funcionar empregando um ou mais tipos de atuação da força simultaneamente. Equipamentos: - Britadores: grande para médio; - Trituradores: para graus médios de divisão; - Moinhos: reduzir médios a pó. Desintegração: - Aplicação do esforço ocasionando fissuras. - Concentração de esforço até valor crítico crescimento e ramificação das fissuras ruptura. Se aumentarmos a força de um impacto súbito num sólido, aumenta o número de partículas finas, mas não diminui o tamanho mínimo delas. Portanto: -Tamanho das partículas finas: está relacionado com a estrutura do material. - Tamanho das partículas maiores: tem relação com o processo utilizado nesta redução de tamanho. Consumo de energia: Está relacionado com a estrutura interna do material e é composta de duas etapas: - Abertura de pequenas fissuras; - Formação de nova superfície. TIPOS DE MOINHOS Existem diversos tipos de moinhos, porém os mais empregados são: a) Moinhos Cilíndricos Barras Bolas b) Moinhos de Martelo MOINHOS CILÍNDRICOS • Contituídos de uma carcaça de ferro, revestidas com placas de borracha ou aço. • Gira sobre mancais. • Contém no interior uma carga de barras ou bolas de ferro ou aço. MOINHOS DE BOLAS • São utilizadas bolas como meio moedor. • Bolas tem maior área superficial por unidade de peso. • Adequadas para moagem fina. • Relação comprimento/diâmetro 1,5 a 1. MOVIMENTO DAS BOLAS DENTRO DA CARCAÇA • Rotação – Produzem fragmentação por compressão. • Translação – Não promove nenhuma fragmentação (gasto excessivo de energia). • Deslizamento - As várias camadas de bolas deslizam umas sobre as outras e a superfície interna do moinho dando origem à fragmentação por atrito. • Queda - Movimento resultante das bolas pela força da gravidade e que vai dar origem à fragmentação por impacto. • Rotação (compressão) • Translação • Queda (impacto) • Deslizamento (atrito) REGIME DE OPERAÇÃO • Catarata: a velocidade do moinho carrega as bolas até uma posição bem elevada e elas caem sobre as outras bolas e sobre a polpa causando fragmentação por impacto. • Deve-se usar bolas maiores para aumentar ainda mais a energia do meio moedor e baixo fator de enchimento (menos bolas). Este regime é adequado para a fragmentação de material mais grosso e para evitar a produção de finos. REGIME DE OPERAÇÃO • Cascata: a velocidade baixa do moinho e o alto fator de enchimento faz com que as bolas ao alcançarem uma certa altura rolem sobre as outras não havendo quase impacto e a moagem se dá por abrasão e atrito. Deve-se usar bolas menores. Este regime é adequado para obtenção de um produto final com granulometria fina. FATOR DE ENCHIMENTO • Porcentagem do volume do moinho ocupado com os corpos moedores, incluindo os vazios entre os mesmos. • Patenteado em 1927, na Alemanha, por Sr Curt Loesche • Concepção graças a criação de novos materiais mais resistentes, como o aço. • O moinho de rolos consiste, basicamente, de rolos dispostos em um mesmo plano. • Cada rolo possui diâmetro e velocidade característica. • O espaçamento entre cada rolo é ajustável. Quanto menor for o espaçamento maior será a fragmentação do material. • Cada rolo do moinho deve girar em sentido contrário ao rolo adjacente. MOINHO DE ROLOS Esquema de um moinho de rolo MOINHO DO TIPO HPGR • Esse moinho consiste, basicamente, de dois rolos. Porém só um gira, enquanto o outro permanece fixo. • O espaçamento entre os rolos é controlado por pistões constituídos de óleo e gás nitrogênio. • A vantagem básica deste tipo de moinho é que o material a ser moído tem a capacidade de regular o espaçamento entre os rolos. Se as partículas forem muito grandes, farão uma grande pressão contra os roletes e, consequentemente, o espaçamento entre os mesmos aumentará. MOINHO HGPR TRITURADOR DE MAXILAR - Equipamentos utilizados em estágios de Britagem Primária - Grau de Redução : aprox. 5:1 - Eficiente para grandes volumes de sólidos à velocidades baixas de alimentação - Geralmente seguidos por outros processos de trituração 3 TRITURADOR DE MAXILAR - CARACTERÍSTICAS • Grande Capacidade de Trabalho • Mecânica Simples • Baixo Consumo de Energia • Custo de Manutenção baixo • Exige Alimentador • Produtos não-uniformes • Pouco Adequado para materiais de partículas lamelares Vantagens Desvantagens 4 TRITURADOR DE MAXILAR: FUNCIONAMENTO Método : Por meio de compressão do sólido Duas Maxilas Pesadas: Uma fixa e outra móvel Ação: Aproximação e afastamento entre as maxilas (movimento periódico) 6 Utiliza um MOTOR que transmite potência por meio de uma correia Alimentação Descarga TRITURADOR GIRATÓRIO O Triturador giratório consiste em um pilão com uma cavidade em forma de cone TRITURADOR GIRATÓRIO UTILIZAÇÃO • Indicado para rochas duras, principalmente para a trituração de minérios • Funcionam de maneira contínua, fácil operação • Utilizados para grandes produções MOINHO DE MARTELOS MOINHO DE FACAS 3. LEIS DE DIVISÃO DE SÓLIDOS 3.1. LEI DE RITTINGER "O trabalho necessário para fragmentar o sólido é proporcional ao aumento de superfície produzido". K - Função do tipo de máquina e do material (obtido experimentalmente em função de cada situação estudada). C - Capacidade em t/h. D1 - Diâmetro da partícula original. D2 - Diâmetro final da partícula. 12 0 11 DD CKW Exemplo 01. Consome-se 30 Hp para moer 140 t/h de um material entre 2 mm e 1 mm. Qual a energia necessária para moer 120 t/h do mesmo material entre 1 mm e 0,5 mm ? 12 0 11 DD CKW 2 1 1 1 140 11 12 1 0 1 K DD CKW HP DD CKW 6,51 1 1 5,0 1 12043,0 11 12 2 0 2 Situação 1: Situação 2: 30 2 1 1 1 140 11 12 1 0 1 K DD CKW 430,0K 3.2. LEI DE KICH "O trabalho necessário para fragmentar um sólido é função logarítmica da razão entre os tamanhos inicial e final dos fragmentos".(9) K depende do britador e do material. - A lei só serve para prever as alterações de consumo decorrentes de modificações introduzidas numa operação que já vem sendo realizada. - Aplica-se bem nas primeiras fases do britamento, quando as modificações da extensão superficial não são importantes. 2 1 2 1ln D D m D D KW 3.3. LEI DE BOND. "O trabalho é inversamente proporcional à raiz quadrada do tamanho produzido". (10) wi = work index.Obtido experimentalmente quando se reduz uma unidade de peso da carga, a um tamanho teoricamente infinitesimal, até que 80% tenha tamanho inferior a 100m .É dependente natureza do sólido. D1, D2 em cm wi = em KWh/t C = capacidade em t/h W0 = em HP. kB = 0,134 unidades A Lei de Bond conduz a estimativas mais realistas. É a única para prever consumo de máquinas que ainda não foram instaladas. 12 0 11 DD wCkW iB Material Massa específica (g/cm3) Work index, Wi (kWh/t) Bauxita 2,2 8,78 Cimento clinquer 3,15 13,45 Cimento bruto 2,67 10,51 Argila 2,51 6,3 Carvão 1,4 13 Coque 1,31 15,13 Granito 2,66 15,13 Gesso 2,69 6,73 Minério de ferro 3,53 12,84 Calcário 2,66 12,74 Rocha fosfática 2,74 9,92 Quartzo 2,65 13,57 Observação: * para moagem a seco, deve-se multiplicar por 1,34 Exemplo 02. (Gomide, R; p.98) Fazer uma estimativa da energia necessária para britar 100 t/h de calcário, desde um diâmetro médio de 5 cm até o diâmetro final de 8 Mesh Tyler (0,236 cm). a) Supor que 80% do peso da alimentação passam por uma peneira de 5 cm de malha e que o produto passa por uma peneira de 8 Mesh Tyler (0,236 cm). b) Todas as partículas da alimentação e do produto tem a mesma forma geométrica. c) Britamento a seco. C = 100 t/h wi = 12,74 . 1,34 = 17,07 KWh/t (a seco + 1/3) Di = 5 cm D2 = 0,236 cm 12 0 11 134,0 DD wCW i HPW 6,368 5 1 236,0 1 07,17100134,00 Exemplo 03. (Gomide, R.; p.99) O britamento da hematita está sendo realizado a úmido numa indústria com um britador intermediário de cilindros lisos. Na operação atual 1/4 Hp é consumido para acionar o britador vazio e 14 Hp é consumido durante a fragmentação de 6,4 t/h do minério, desde um diâmetro médio de 3 mm a 1 mm. Faça uma estimativa do consumo de energia a ser esperado depois de um ajuste no espaçamento entre os cilindros (diâmetro final = 0,5 mm).. a) Lei de Rittinger: 12 0 11 DD CKW 3 1 1 1 4,6 11 12 1 0 1 K DD CKW HPHP DD CKW 3524,34 3 1 5,0 1 4,621,3 11 12 2 0 2 Situação 1: Situação 2: )25,014( 3 1 1 1 4,601 KW 21,3K b) Lei de Kich: c) Lei de Bond:
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