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História do Pensamento Economico - Karl Marx

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História do Pensamento Econômico
Karl Marx
1). Como era a análise de Marx relativas à natureza, às origens e ao modo do funcionamento de uma economia capitalista?
A análise de Marx sobre o capitalismo foi elaborada de modo mais completo em sua obra em três volumes intitulada O Capital. Apenas o Volume 1 foi publicado enquanto ele ainda era vivo (em 1867). Rascunhos e anotações, que deveriam ser reescritos e que foram publicados nos Volumes 2 e 3, foram escritos, quase todos, em meados da década de 1860 (antes de ele ter completado o Volume 1) e ainda não estavam acabados quando Marx morreu, em 1883. Foram organizados, ordenados e publicados por Friedrich Engels (o Volume 2 em 1885 e o Volume 3 em 1894). Marx escreveu muitos outros livros, panfletos e artigos, em que analisava o capitalismo; de particular importância foi uma série de sete cadernos de anotações, escritos em 1857 e 1858, que eram rascunhos de muitas análises que deveriam ser publicadas em O Capital e de outros tópicos que Marx pretendia incluir numa obra mais ampla ainda, da qual O Capital era a primeira parte. Essas anotações foram publicadas em alemão, sob o título de Grundrisse der Kritik der Politischen Ökonomie (Fundamentos da Crítica da Economia Política). A tradução inglesa desses cadernos de anotações foi publicada sob o título de Grundrisse. É um complemento útil de O Capital, a principal fonte das ideias econômicas de Marx.
2). Qual era a crítica de Marx em relação as ideias de autores sobre a economia clássica?
Ele foi muitíssimo influenciado pelas teorias do valor e dos lucros, de Smith e Ricardo – e, em alguns aspectos, sua teoria pode ser considerada uma extensão, um refinamento e uma elaboração mais detalhada das ideias daqueles autores. Quanto a outros aspectos de suas teorias, porém, Marx considerava-se um crítico antagonista. A grande deficiência da maioria desses autores, na opinião de Marx, era sua falta de perspectiva histórica (embora essa crítica se dirigisse menos a Smith). Se tivessem estudado História com mais cuidado – insistia ele –, teriam descoberto que a produção é uma atividade social, que pode assumir muitas formas ou modos, dependendo das formas vigentes de organização social e das correspondentes técnicas de produção. A sociedade europeia tinha passado por várias épocas históricas distintas, ou modos de produção, inclusive a sociedade escravista e a sociedade feudal, e estava, naquele momento, organizada de uma forma histórica específica – o modo capitalista. Se esses autores de Economia tivessem feito um estudo detalhado sobre os vários modos de produção, teriam descoberto que “todas as épocas de produção têm certos traços comuns, certas características comuns”.
3). Inúmeras confusões e distorções foram levadas a incapacidade de estabelecer diferença entre as características de produção. Duas dessas distorções eram particularmente importantes na opinião de Marx, cite-as;
Essa incapacidade de estabelecer diferença entre as características da produção que eram comuns a todos os modos de produção e as que eram específicas ao capitalismo levava a inúmeras confusões e distorções. Duas dessas distorções eram particularmente importantes na opinião de Marx: a primeira era a crença de que o capital era um elemento universal em todos os processos de produção, e a segunda era que toda atividade econômica podia ser reduzida a uma série de trocas. Quase todos os economistas anteriores a Ricardo incorrera na primeira confusão (com exceção, como vimos, de Hodgskin). Quase todos os economistas que escreveram depois de Ricardo (principalmente Sênior e Bastiat) incorreram na segunda confusão apontada por Marx. A identificação errada do capital se originava do fato de que o capital tinha uma característica que era universal em toda a produção e uma característica particular ao capitalismo.
4). Trabalho útil e trabalho abstrato, definições;
Quando Marx afirmou que o trabalho determinava os valores de troca, definiu o tempo de trabalho como consistindo em trabalho simples e homogêneo, em que eram abstraídas todas as diferenças específicas entre vários tipos de processos de trabalho: “O trabalho… que forma a substância do valor é trabalho humano homogêneo, o gasto de uma força de trabalho uniforme”.20 Isso o levou a distinguir duas maneiras diferentes de ver o trabalho e o processo de trabalhar. 
- Quando se encaravam as características específicas de processos específicos de trabalho, viam-se que suas qualidades diferenciadoras particulares eram necessárias para gerar os valores de uso particulares das diferentes mercadorias em questão. O trabalho encarado dessa maneira foi definido como trabalho útil e, como tal, produzia os valores de uso particulares de diferentes mercadorias.
- O trabalho que criava valor de troca, porém, era trabalho abstrato, no qual as diferenças de qualidade dos vários tipos de trabalho útil eram abstraídas. Quando afirmou que o trabalho abstrato determinava o valor de troca, Marx fez duas qualificações importantes. Primeiramente, a de que era apenas o tempo de trabalho socialmente necessário que contava: “O tempo de trabalho socialmente necessário é o que é preciso para produzir um artigo em condições normais de produção e com o grau médio de habilidade e intensidade existente na época”.
5). De que forma os produtos do trabalho humano se transformavam em mercadorias quando eram produzidos? 
“O modo de produção no qual o produto toma a forma de uma mercadoria ou é produzido diretamente para a troca” – escreveu Marx – “é a forma mais geral e embrionária de produção burguesa”. A produção de mercadorias não é a forma mais característica de produção social até que os trabalhadores não produzam mais os produtos para a sua própria subsistência e passem a comprá-los dos capitalistas. Para que uma sociedade fosse “dominada, em sua extensão e profundidade, pelo valor de troca”, quer dizer, para que fosse, basicamente, uma sociedade produtora de mercadorias, eram necessários três pré-requisitos históricos: primeiramente, tinha de haver um grau tão grande de especialização, que cada produtor, individualmente, produzisse sempre o mesmo produto (ou parte de um produto). Em segundo lugar, essa especialização exigia, necessariamente, a completa “separação do valor de uso do valor de troca”. Como a vida era impossível sem o consumo de muitos valores de uso, um produtor poderia relacionar-se com seu próprio produto apenas como valor de troca e somente poderia adquirir seus valores de uso necessários dos produtos de outros produtores. Em terceiro lugar, uma sociedade produtora de mercadorias exigia um mercado amplo, bem desenvolvido, que precisa do uso generalizado da moeda, como equivalente de valor universal, mediando todas as trocas. Em uma sociedade que produzisse mercadorias, qualquer produtor trabalharia isoladamente de todos os demais. É claro que era social e economicamente ligado ou relacionado a outros produtores. Muitos deles não poderiam continuar com seus padrões diários de consumo habituais, sem o produtor produzir a mercadoria que seria consumida pelos outros produtores; do mesmo modo, o produtor não poderia continuar com seu padrão de consumo, a não ser que os vários outros produtores criassem sempre as mercadorias de que necessitassem. Assim, havia uma relação social definida e indispensável entre os produtores.
6). Especifique a natureza histórica e social do capital como fonte dos lucros.
As condições históricas necessárias para a produção de mercadorias não eram, segundo a argumentação de Marx, idênticas às necessárias para a existência do capitalismo. Ele estava interessado em entender a natureza histórica e social específica do capital como fonte dos lucros. Asseverava que as “condições históricas da existência do capital não são, de modo algum, determinadas pela mera circulação da moeda e de mercadorias”. Na produção simples de mercadorias, em um sistema não capitalista, produziam-se mercadorias para venda com o fim de adquirir outras mercadorias para uso. Em tal sistema, Marx escreveu:a troca de mercadorias é… acompanhada das seguintes mudanças em sua forma:
Mercadoria-Dinheiro-Mercadoria
M-D-M
O resultado de todo o processo é… a troca de uma mercadoria por outra, a circulação de trabalho social materializado. Quando se atinge esse resultado, o processo chega ao fim. Contrastando com isso, em um sistema capitalista, logo se poderia observar que, para um segmento da sociedade – os capitalistas –, o processo de troca seria muito diferente: A forma mais simples de circulação de mercadorias é M-D-M, a transformação de mercadorias em dinheiro e a transformação do dinheiro novamente em mercadorias, ou seja, vender para comprar; mas (no capitalismo), juntamente com essa forma, encontramos outra forma especificamente diferente: D-M-D, ou seja, a transformação de dinheiro em mercadorias e a transformação de mercadorias novamente em dinheiro, ou seja, comprar para vender. O dinheiro que circula dessa última maneira se transforma, então, em capital e já é, potencialmente, capital. Era óbvio – prosseguia Marx – que a circulação D-M-D “seria absurda e sem sentido, se a intenção fosse trocar, por esse meio, duas somas iguais de dinheiro, por exemplo, 100 libras por 100 libras. O plano do avarento seria muito mais simples e mais seguro: ele se agarraria às suas 100 libras, em vez de as expor aos perigos da circulação”. Estava claro que a única intenção possível desse tipo de circulação era “comprar a fim de vender mais caro”. Portanto, esse processo de circulação poderia ser mais bem descrito como D-M
D’, onde D’ é maior do que D. Diversamente da circulação M-D-M, a circulação DM-D’ terminava com um valor maior do que o inicial.
7). De acordo com Marx, a circulação D-M-D era a fórmula geral do capital. Explique as forças motoras Mais-valia, Troca e Esfera da Circulação, em que ocorria o processo D-M-D.
A diferença entre D’ e D era a mais-valia. Para Marx, a busca de quantidades cada vez maiores de mais-valia era a força motora que impulsionava todo o sistema capitalista: Como representante consciente desse movimento, o dono do dinheiro se transforma em um capitalista. Sua pessoa, ou melhor, seu bolso, é o ponto de partida e de retorno do dinheiro.
O aumento do valor… torna-se sua finalidade subjetiva e, apenas na medida em que a apropriação de cada vez mais riqueza, num sentido abstrato, se torna o único motivo de suas atividades, é que ele age como capitalista, quer dizer, como capital personificado e dotado de consciência e vontade. Portanto, os valores de uso nunca devem ser encarados como a verdadeira finalidade do capitalista; tampouco o lucro em uma única transação. O processo incansável e interminável da obtenção de lucros é a única coisa que ele quer. Essa ânsia ilimitada por riqueza, essa busca apaixonada de valor de troca é comum ao capitalista e ao avarento; mas, enquanto este é meramente um capitalista que ficou louco, o capitalista é um avarento racional. O aumento interminável do valor de troca, que o avarento está sempre tentando conseguir, procurando poupar seu dinheiro e evitar que ele circule, é conseguido pelos capitalistas mais inteligentes, que estão sempre colocando o dinheiro em circulação.35 Marx concluiu que a circulação D-M-D’ era, “portanto, em realidade, a fórmula geral do capital, tal como ele aparece prima facie dentro da esfera da circulação”.
8). Como era o mecanismo de Circulação do Capital?
O fato de que a mais-valia foi criada na esfera da produção poderia ser confirmado se examinássemos cuidadosamente o processo da circulação do capital. Na fórmula D-M-D’, ficou claro que o processo de obtenção de lucros descrito era o do capital comercial: “O circuito D-M-D’ – comprar para vender mais caro – é visto com a maior clareza no… capital dos comerciantes”. Durante sua investigação histórica e sua análise ampla da circulação, Marx tinha chegado à conclusão de que nem o capital comercial nem o capital monetário que recebia juros se envolviam no processo da verdadeira criação de mais-valia. Ambas as formas de capital eram essencialmente parasitárias. Poderiam ligar-se a qualquer mecanismo que fosse usado para a expropriação de um excedente econômico. Após essa ligação, os comerciantes e agiotas poderiam ter uma participação no excedente, mesmo que seu capital não tivesse sido envolvido diretamente na criação desse excedente. Era por isso que essas duas formas de capital puderam aparecer no modo de produção feudal e participar de seu excedente. O capital industrial era a forma de capital mais representativa do modo de produção capitalista. Constituía o mecanismo através do qual a mais-valia era criada e expropriada no capitalismo. 
9). Qual é o conceito de Força de Trabalho de Marx em ‘’O Capital’’?
A força de trabalho, era a capacidade de trabalhar ou trabalho potencial. Quando a força de trabalho era vendida como mercadoria, seu valor de uso era, simplesmente, a execução do trabalho – a concretização do trabalho potencial. Quando o trabalho era executado, era incorporado à mercadoria, dando-lhe, assim, valor. Portanto a única fonte possível de mais-valia era a diferença entre o valor da força de trabalho como mercadoria (ou trabalho potencial) e o valor da mercadoria produzida, que incorporava o trabalho concretizado (ou o valor de uso consumido da força de trabalho). A força de trabalho era uma mercadoria absolutamente única: seu consumo ou uso criavam novo valor, que bastava não só para repor seu valor original, como também para gerar mais-valia. É óbvio que a força de trabalho era uma mercadoria que tinha de ser examinada com mais cuidado.
10). Segundo Marx, quando o capitalismo existia? Baseando-se nos processos de Trabalho e Força de Trabalho;
O capitalismo existia quando, em uma sociedade que produzia mercadorias, uma pequena classe de pessoas – os capitalistas – tinha monopolizado os meios de produção e na qual a grande maioria dos produtores diretos – os operários – não podia produzir independentemente, por não terem eles qualquer meio de produção. Os operários eram “livres” para fazer uma destas duas escolhas: morrer de fome ou vender sua força de trabalho como mercadoria.44 Assim, o capitalismo não era inevitável nem natural e eterno. Era um modo de produção específico, surgido em condições históricas específicas e que tinha uma classe que dominava, em virtude de sua capacidade de expropriar a mais-valia dos produtores das mercadorias.
11). Diferenças entre o Valor de Força de Trabalho a Força de Trabalho;
A força de trabalho era meramente trabalho potencial. Era isso que o trabalhador vendia como mercadoria. O valor de uso da força de trabalho era o verdadeiro trabalho executado. O valor da força de trabalho era igual ao valor de subsistência da família de um operário. Portanto, o trabalho incorporado à força de trabalho era idêntico ao trabalho incorporado às mercadorias que permitiam sua subsistência. Essa subsistência não era uma subsistência biológica ou fisiológica mínima, mas um “produto do desenvolvimento histórico”, que dependia “dos hábitos e do grau de conforto” a que a classe operária estivesse acostumada.
12). Resumo sobre os estágios de circulação do capitalismo.
O significado da distinção entre força de trabalho e trabalho deve estar, agora, muito mais claro. A força de trabalho era a capacidade de trabalhar. O limite superior da capacidade de trabalho de uma pessoa era, dependendo do tipo de trabalho, de 14 a 18 horas por dia. Portanto, a quantidade de trabalho que podia ser realmente conseguida com a força de trabalho de um dia (e, portanto, o valor das mercadorias produzidas pelo trabalho realmente realizado em um dia) dependia da duração da jornada de trabalho. No capitalismo, porém, o dia de trabalho sempre ia além desse tempo de trabalho necessário. Essa extensão de trabalho excedente e o trabalho feito nesse período é por mim chamado de trabalho excedente”. Então, assim como o valor era “uma cristalização de um determinado número de horas de trabalho… nada mais do que trabalho materializado”, a mais-valia era “a mera cristalizaçãodo tempo de trabalho excedente… nada mais do que trabalho excedente materializado”. O capitalismo representava uma repetição incessante desse processo. O capital gerava mais-valia, que era a fonte de mais capital, que, por sua vez, gerava outra mais-valia e assim por diante, num ímpeto interminável e incessante de acumular mais capital.
13). Como Marx definia o capital constante e capital variável?
Capital constante era definido como todos os instrumentos, máquinas, prédios e matérias-primas – todos eles representando meios não humanos de produção. Era chamado constante porque essas mercadorias só transferiam seu próprio valor ao valor do produto final. D aí o fato de o valor incorporado a esses meios de produção permanecer constante, quando transmitido a um produto. O capital variável era definido como a força de trabalho que o capitalista comprava. S eu valor aumentava, quando o trabalho potencial comprado se transformava em trabalho real incorporado a uma mercadoria produzida.
14). Qual era a definição de Mais-Valia, segundo Marx?
 Como, por um lado, os valores do capital variável e da força de trabalho comprada pelo capital são iguais, e o valor dessa força de trabalho determina a parte necessária da jornada de trabalho; e como, por outro lado, a mais-valia é determinada pela parte excedente da jornada de trabalho, segue-se que a mais-valia está para o capital variável assim como o trabalho excedente está para o trabalho necessário; em outras palavras, a taxa de mais-valia. A taxa de mais-valia é, portanto, uma expressão exata do grau de exploração da força de trabalho pelo capital ou do trabalhador pelo capitalista.
15). A descrição de Marx sobre a história dessa luta era rica em detalhes e não pode ser aqui resumida. Sua análise histórica levou-o à seguinte conclusão sobre os motivos pelos quais os capitalistas travavam esta luta, sintetize essa conclusão.
Em sua paixão cega e irrefreada, em sua fome leonina de trabalho excedente, o capital passa por cima não só dos limites morais, mas também dos limites máximos meramente físicos da jornada de trabalho. Usurpa o tempo de crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde do corpo. Rouba o tempo necessário para o consumo de ar fresco e luz do sol. Comprime a hora das refeições, incorporando-a, sempre que possível, ao processo de produção, de modo que o trabalhador recebe a comida como se fosse um simples meio de produção, como se coloca carvão para aquecer a caldeira e óleo e graxa em uma máquina. Reduz o sono profundo necessário para a recuperação, o reparo e a renovação das capacidades físicas ao número de horas de torpor essenciais para manter vivo um organismo absolutamente exausto. Não é a manutenção normal da força de trabalho que determina os limites da jornada de trabalho; é o maior aproveitamento diário possível da força de trabalho, independente das doenças, dos sofrimentos e da compulsão que possam ser causados… O capital não se importa, de modo algum, com a duração da vida da força de trabalho. Tudo o que interessa é, simplesmente, a máxima força de trabalho que pode ser usada regularmente numa jornada de trabalho. Ele atinge esse fim diminuindo a duração da vida do trabalhador, como um agricultor ganancioso retira maior produção do solo roubando sua fertilidade.
16). Para Marx, como pode ser definido “o valor de uso”?
O valor de uso de uma mercadoria está nas propriedades físicas e químicas que a tornam adequada a dados usos. Essas propriedades são as mesmas em todas as sociedades (isto é, o trigo tem as mesmas propriedades físicas e químicas seja produzido numa economia escravagista, numa economia capitalista ou em qualquer outra). 
17). Numa economia pré-capitalista, a dependência mútua entre os produtores era imediata e óbvia. Como essa afirmação pode ser exemplificada?
O fabricante de couro, por exemplo, se via trabalhando para fornecer couro ao sapateiro e este era visto como quem lhe fornecia sapatos. O sapateiro tinha a mesma relação social interdependente. O trabalho de cada um desses produtores tinha um caráter social imediato. Produzir couro era o mesmo que produzir couro para um sapateiro.
18). Como se explica essa interdependência na sociedade de trabalho e por que o valor é um aspecto do objeto produzido que reflete as relações sociais específicas à sociedade capitalista? 
Essa interdependência e a consequente necessidade de coordenação social do trabalho significa que em todas as sociedades o trabalho ou a produção é tanto um conjunto de atividades quanto um conjunto de relações sociais. O valor é um aspecto do objeto produzido que reflete as relações sociais específicas à sociedade capitalista, produtora de mercadorias na qual o objeto é produzido como mercadoria. O valor é a consequência de algo que Marx considerava um fato essencial do capitalismo – que, dentro desse sistema, o trabalho interdependente só é social de modo indireto e que não é visto pelos participantes como sendo uma relação social.
19). Para Marx o trabalho de cada um dos produtores tinha um caráter social imediato. Explique essa relação;
No capitalismo essa relação deixa de ser direta e imediata. Cada produtor individual produz somente para o mercado. Ninguém sabe ou se preocupa com quem irá consumir a mercadoria que produziu ou quem produz a mercadoria que irá consumir. Mais importante, as relações sociais entre produtores não são diretas ou imediatas. No capitalismo, o produtor de couro pode não conseguir vender seu couro no mercado. Nesse caso, o trabalho com que o couro foi produzido não seria social; seria uma loucura privada, uma desgraça privada, que não contribuiria em nada para a sociedade.
20). Pode se dizer que os capitalistas não se preocupavam com quem são os trabalhadores que realizam o trabalho ou com que tipos de atividade concreta geram valor de uso?
O capitalista não se preocupa com quem são os trabalhadores que realizam o trabalho ou com que tipos de atividade concreta geram valor de uso; o capitalista só se preocupa com o trabalho abstrato – o trabalho de qualquer trabalhador em geral, que produz qualquer mercadoria em geral – que gera valor e mais-valia. Marx destacou que o trabalho abstrato, não o trabalho útil, é a substância do valor.
21). O trabalho só se torna social quando a mercadoria é vendida no mercado?
A aquisição e a venda da mercadoria, a um dado preço, transforma certa quantidade de trabalho privado em trabalho social. Quando a venda tem lugar, o valor de uma mercadoria assume a forma empírica de um preço específico que define a razão de troca entre o dinheiro e uma unidade da mercadoria. A substância do valor é alguma quantidade específica de trabalho privado que poderia ser transformada em trabalho social apenas mediante a venda da mercadoria. Esta substância não tem outra forma empiricamente observável que não o preço da mercadoria.
22) Para Marx, muitas vezes o aspecto essencial de qualquer relação humana tendia a ser o aspecto mais geral do comportamento envolvido nessa relação. Sem embargo, este aspecto geral, essencial do comportamento humano, permanecia relativamente constante ao passar por essas mudanças de aparência. Como essa afirmação pode ser exemplificada?
Por exemplo, a procriação humana é necessária para a perpetuação da espécie em geral e de qualquer sociedade específica. Nas diferentes sociedades, porém, as relações sociais que levam à procriação e a tornam possível tomam muitas formas observáveis diferentes. Nenhuma atividade ou relação (incluindo a sexual) humana específica é sempre, em todo caso empírico em que ocorre, parte do processo de relações sociais de procriação. Tampouco a procriação sempre envolve alguma atividade ou relação humana específica. (A inseminação artificial, por exemplo, pode ser feita de várias formas).
23). O problema é que, embora ele tivesse transformado os preços da produção, ele manteve os preços dos insumos proporcionais aos valores. Assim, cada mercadoria tinha dois preços diferentes, um como produto e outro como insumo. Marxhavia, inclusive, alertado para esta dificuldade específica. Como ele alertou tal dificuldade?
Da mesma forma que o preço de produção de uma mercadoria [preço do produto] pode divergir de seu valor, também o preço de custo [preço dos insumos] de uma mercadoria no qual estejam incluídos os preços de produção de outras mercadorias pode se situar acima ou abaixo daquela parte de seu valor total que é formada pelo valor dos meios de produção que entram em sua composição. É preciso ter em mente este significado modificado do preço de custo e, portanto, ter em mente também que se o preço de custo de uma mercadoria for igualado ao valor dos meios de produção usados em sua fabricação é sempre possível errar. Nossa presente investigação não exige que entremos em mais detalhes neste ponto.
24). Assim, Marx formulou respostas para as questões que tinha levantado sobre a natureza e as origens da mais-valia. Sintetize tais respostas.
Ele mostrou que, por meio de uma série de trocas em que todas as mercadorias eram trocadas por seus valores, a mais-valia não era gerada na troca, mas no processo de produção. Ele mostrou que a mais-valia só poderia ser realizada na troca num sistema socioeconômico em que o trabalhador “livre” vendia sua força de trabalho ao proprietário do capital. Portanto, “trabalhadores livres” que não possuíssem meios de produção relevantes eram um pré-requisito para a existência do capital. Assim, o capital teria que envolver um conjunto muito específico de relações sociais. 
25). A base legal do capital era a lei da propriedade privada tal como existia no modo de produção capitalista?
Inicialmente, os direitos de propriedade pareciam basear-se no próprio trabalho de um homem. Pelo menos era necessário levantar essa hipótese, pois só os donos de mercadorias com direitos iguais é que se relacionavam, e o único meio pelo qual um homem poderia possuir as mercadorias de outros era alienando (abrindo mão na troca) suas próprias mercadorias, e estas só poderiam ser substituídas pelo trabalho. Atualmente, porém, a propriedade aparece como o direito do capitalista de se apropriar do trabalho não pago (que Marx chamava de trabalho excedente) dos outros ou de seu produto, e a impossibilidade, por parte do trabalhador, de se apropriar de seu próprio produto.

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