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restituição de coisas apreendidas e medidas assecuratórias

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PROCESO PENAL- 19. DA RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIAS 
 4/5 Da restituição de coisas apreendidas 
 A autoridade desenvolve intensa atividade, ouvindo testemunhas, ofendido, indiciado, juntando documentos que servirem para
 o esclarecimento dos fatos. As autoridades encontram no local onde se verificou o fato típico, instrumentos utilizados para a pratica do ato delituoso e outros objetos que, de certa forma, podem conduzi-los a elucidação, os objetos e instrumentos ficam custodiados na polícia.
 
Os instrumentos do crime, os objetos que tiveram relação com o fato, se apreendidos, acompanham os autos do inquérito tal como determina no art. 11 do CPP.
 Nota-se que o STF, tem chamado as instâncias inferiores para que não seja instaurado processos por infrações de pouca monta, como furto de liquidificador, de quantia baixa de dinheiro e posse de maconha. Prof. Tourinho entende que primeiro precisa procurar saber quem foi a vítima, um roubo de uma nota de 10 reais pode não ser insignificante para um catador de papel, ou um cobertor de 20 reais de um morador de rua. ‘’ pensamos que, no sopesar da pouquidade, deve-se antes procurar saber quem foi a vítima. 
Coisas que podem ser apreendidas 
 Essas coisas obtidas por meios criminosos são os produtos imediatos ou diretos. 
Art. 240 CPP cuida dos objetos que pode ser preso no caso de busca e apreensão
b) coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
d) armas e munições, instrumentos utilizados na pratica do crime ou destinados a fim delituosos;
e) objetos destinados a prova da infração ou a defesa do réu;
f) cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil a elucidação do fato; (ao nosso juízo não podem ser apreendias em fase do inciso XII do art. 5 da CF)
g) qualquer elemento de convicção;
 Coisas que não pode ser apreendida.
As coisas ou valores que constituam proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso, mediante sucessiva especificação (joias feitas com o ouro roubado) ou conseguido mediante alienação (objeto adquirido com o dinheiro furtado), não podem ser apreendidos. Tampouco como o bem ou valor dado para o criminoso como recompensa pelo crime.
Restituição: objetos restituíveis; oportunidades; procedimento
‘’ antes de transitar em julgado as coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo’’ art. 118 do CPP, se não interessarem poderão.
 Sem ser o lesado e o terceiro de boa-fé, se os instrumentos apreendidos se meterem a rol com o que o art. 91 do CP se refere, havendo sentença condenatória com transito m julgado, passam automaticamente a união. 2
 ‘’ caio subtraiu de um hospital 10 ampolas de morfina, apreendida a res furtiva, não obstante se tratar de coisa confiscável, nos termos do art.91 CP, nada impede sua restituição ao lesado. 
 O art. 779 do CP revogado, permitia a o confisco mesmo nos casos de absolvição, impronúncia, arquivamento ou extinção da punibilidade. Sendo assim se houver sentença absolvição, impronúncia, arquivamento ou extinção da punibilidade os objetos referidos no art. 91 II a, b do CPP não podem ser restituídos, salvo se pertencerem ao lesado ou terceiro de boa-fé. Senão não teria sentido se fossem apreendidos em poder de um traficante 10 quilos de cocaína, e por causa da extinção de punibilidade pela sua morte, devesse o estado devolver a substância aos seus herdeiros.
Coisas que podem e que não podem ser restituídas. Instrumento do crime.
 Não se tratando de coisas confiscáveis, nada impede sua restituição ao criminoso ou ao lesado e terceiro de boa-fé 
 A tesoura que a esposa usou para furar o marido ou a enxada que o camponês usou para bater no colega, é evidente que esses instrumentos do crime, pelo fato de não serem coisas cujo fabrico, uso, porte, alienação ou detenção constituía fato ilícito poderão ser restituídas.
 Arma de fogo – quando não mais interessarem a persecução penal serão encaminhados pelo juiz competente no prazo máximo de 48 horas as forças armadas para destruição ou doação ao órgão de segurança pública. Cometido homicídio com essa arma indaga-se se a pessoa tinha porte de arma, se a sentença foi absolutória, em caso positivo nada impede a restituição. Caso não tivesse porte de arma teria cometido dois crimes.
Produtos direito e indiretos do crime. 
 Tratando-se de coisa cujo fabrico, porte, detenção, uso ou alienação constitua fato ilícito a restituição é proibida. 
 Se tratando de bem ou valores adquiridos pelo criminoso com a pratica do crime é impossível a restituição ao lesado por ser produto indireto do crime (joia feita com o ouro roubado, radio comprado com o dinheiro roubado) em se tratando de bem ou valores serão leiloados caso não interesse para museu criminal e o dinheiro que não couber ao lesado ou terceiro de boa-fé será recolhido ao tesouro nacional. E se tratando de produto indireto não poderá ser apreendido por ter sido adquirido por meio ilícito (o dinheiro foi roubado o rádio não, foi adquirido de maneira ilícita)
Restituição pela autoridade policial 
 Somente será viável a restituição desde que a satisfeita as seguintes exigências. 
Tratar-se de objeto restituível e não haver nenhum na sua retenção;
Não haver dúvida quanto ao direito do reclamante;
Não haja sido feita a apreensão em poder de terceiro de boa-fé
Se houver dúvidas sobre o direito do reclamante ou se a apreensão foi feita em poder de terceiro de boa-fé, somente a autoridade judicial pode autorizar a restituição. 
Restituição feita pelo juiz criminal 
 Se não houver dúvida não precisa o requerimento ser encaminhado para o juiz penal.
 Se o objeto foi apreendido com terceiro de boa-fé somente o juiz pode apreciar a questão. Nesse caso o reclamante e o terceiro de boa-fé te o prazo de 5 dias para produzir prova. Esgotados o prazo terão mais 2 dias para apresentar as razoes a que se fundam.
 O prazo de 2 dias é comum enquanto o de 5 é sucessivo. Decidirá o juiz penal em cima das razoes apresentadas e ouvido o MP, mesmo em juízo só será restituída se for possível se tratar de coisa restituída cuja a retenção seja absolutamente desnecessária a justiça. 
Restituição de coisa facilmente deteriorável
Tanto pode ocorre na polícia como em juízo, desde que obedeçam aos requisitos para a restituição. Se duvidoso o direito o direito do reclamante ou se apreendidas em poder de terceiro de boa-fé, duas soluções 
Ordenará a sua guarda em mãos de depositário ou do próprio terceiro que a detinha, desde que pessoa idônea;
Determinará a sua avaliação e venda em leilão público e o valor apurado será depositado, de preferencias em banco do brasil ou em caixas econômicas estadual ou federal. Após a solução do incidente, será levantado o deposito e entregue a quem de direito.
 PROCESSO PENAL – 19. DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS 
Restituição ao ressarcimento e a reparação 
 A restituição consiste na devolução da própria coisa ao lesado. Se foi apreendido bastará querer sua devolução.
 O ressarcimento é quando não é possível a devolução da própria coisa, receberá seu valor em dinheiro.
Quando a coisa for furtada, extraviada, caso de homicídio, lesão corporal, impossível sua restituição será a reparação.
O ofendido e as medidas assecuratórias 
 O lesado tem o direito de entrar com uma medida cautelar para lhe satisfazer, e essas providencias que visam a acautelar os interesses do prejudicado o CPP denomina medidas assecuratórias. – Sequestro, arresto, hipoteca legal.
 Realizada a providencias assecuratória e uma vez proferida sentença penal condenatória transitada em julgado, os autos do incidente devem ser remetidos ao juiz cível competente, a remessa será feita após o início da execução da sentença penal na sede civil, quando se saberá a que juiz devem ser encaminhados os autos.
 Casoa sentença penal for absolutória, ou julgada extinta a punibilidade pela prescrição ou qualquer outra causa, as medidas cautelares se desfazem, mas nada impede que a vítima possa ingressar com uma ação cível, e nada obsta uma vez entrevisto o periculum in mora, salvo dependendo do fundamento da absolvição ou da causa que motivou a extinção da punibilidade. 
O sequestro 
 Medidas assecuratórias adotadas no nosso CPP – Sequestro de imóveis ou moveis, a hipoteca legal e o arresto. 
 - Sequestro de imóveis:
 Bens que sejam transferidos a terceiros, pouco importando se de boa ou má-fé, pode ser sequestrado, necessário se trona se foi adquirido com o proveito do crime. 
 O sequestro poderá ser ordenado em qualquer fase do processo até mesmo antes da queixa ou denúncia.
 Bastam indícios veementes de proveniência ilícita para a decretação do sequestro.
 Somente o juiz penal tem competência para determinar o sequestro.
 Quem pode requerer: MP, vítima do crime, autoridade policial, juiz de ofício através de portaria autuada em apartado.
 Decretado o sequestro, no mesmo despacho determina o juiz seja expedido o competente mandado, com o mandado vai dois oficiais de justiça ao lugar onde estiver esse bem imóvel, quando ciência da diligencia ao seu proprietário ou possuidor, após a juntada do mandado aos autos do processo, estando em ordem determinara o juiz se proceda a inscrição do sequestro ao registro de imóveis, que há um livro próprio para os tais fins, feito o registro o imóvel não pode ser transferido a terceiro e se o for a venda será nula.
- Embargos ao sequestro 
 É possível a oposição de embargos:
 Terceiro senhor e possuidor (é o terceiro absolutamente alheia na infração, e com isso deve ser julgado logo para que não seja injusto a invasão aos seus direitos.)
Ao indiciado ou réu – ele pode alegar que o imóvel não é decorrente do produto do crime 
Terceiro de boa-fé – deve comprovar não só a boa-fé na aquisição do imóvel, mas que recebeu a título oneroso. Primeiro demostra este, depois aquela. 
 O juiz competente é o penal.
- Levantamento do sequestro 
Dá-se quando ele perde a sua eficácia. Três hipóteses 
Não ajuizada a ação penal no prazo de 60 dias contados da data da conclusão da diligencia;
Se o terceiro a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar caução que assegure a aplicação do dispositivo do art.92 II 2°partedo CP
Se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu por sentença em transita em julgado.
O sequestro 
- Sequestro de móveis: 
 Se com o provento do crime o indiciado ou réu, vier adquirir bens moveis estes também poderão ser sequestrados, desde que exista indícios veementes da sua proveniência ilícita, e se for transferido a terceiro também pode. 
 Aqui se aplica todas as disposições pertinentes do imóvel, salvo do registro.
 Somente se procederá ao sequestro de bens moveis quando não for cabível busca e apreensão, que constitui outra medida constritiva. Nem sempre é cabível busca e apreensão mesmo sabendo da proveniência ilícita da coisa (se Mévio furta uma joia, vende-a e, com o dinheiro, vem a adquirir um aparelho televisor não se pode dizer seja este o produto do crime, não pode ser apreendido, aprende-se o objeto furtado, e o furtado foi a joia não o televisor)
Hipoteca legal
 Esta é uma outra medida assecuratória que pode ser requerida perante o juiz penal.
 É o direito real de garantia em virtude do qual um bem imóvel, que continua em poder do devedor assegura ao credor, precipuamente, o pagamento da dívida que lei confere a hipoteca ao ofendido, e aos seus herdeiros, sobre os imóveis do delinquente, para satisfação do dano causado pelo delito e pagamento das custas. Se com o provento do crime, o criminoso vier a adquirir bens imóveis ou móveis, a providência cautelar a ser tomada é o sequestro. Sendo esse incabível, cabe ao ofendido, herdeiros ou representante legal, no juízo penal, requerer a especialização de hipoteca sobre os imóveis do réu, em qualquer fase do processo, desde que haja certeza da infração e indícios suficientes de autoria.
 Para ser requerida a especialização da hipoteca legal, tem que haver dois pressupostos 
Certeza da existência da infração à parte objecti, prova inequívoca da materialidade do fato criminoso.
Indícios suficientes de autoria.
Especialização da hipoteca: 
Oportunidade: A especialização da hipoteca legal pode requerida em qualquer fosse do processo ou do inquérito.
 Autoridade competente: Como estamos tratando de medida precatórias solicitadas no juízo criminal, a competência é do juiz que estiver à frente do processo-crime.
 Legitimidade: Pode ser requerida pelo ofendido, pelo seu representante legal e pelos seus herdeiros. Pode também ser requerida pelo MP quando o ofendido seja pobre e o requere quando haja interesse da fazenda pública.
 Finalidade: A hipoteca tem a finalidade de garantir a satisfação do dano ex delicto, e o pagamento de eventuais penas pecuniárias e despesas processuais.
 Procedimento: estimativa da responsabilidade civil e dos valores dos imóveis; juiz determina autuação em apartado; nomeação de perito; avaliação do valor do prejuízo e imóveis, vista as partes para manifestação no prazo comum de dois dias; manifestação do MP como fiscal da lei; decisão do juiz; inscrição da hipoteca nos limites do necessário. (Entender melhor no livro)
Caução: pode o juiz deixar de proceder a inscrição quando aceitar a caução suficiente que o réu dar para não ter o seu bem hipotecado. 
- Medida preventiva:
 Com o intuito de fornecer maiores garantias no ofendido e ao MP, as pessoas legitimadas a formulação de pedido no sentido de serem arrestados os bens sobre quais se pretenda recaia a hipoteca, até que essa medida constitutiva se concretize, excelente expediente para jugular possível fraude por parte do acusado.
 Uma vez deferida a petição nesse sentido e efetiva a diligência, deverá a parte interessada promover o processo de inscrição e especialização da hipoteca legal, dentro do prazo de 15 dias, sobre pena de ser revogada a medida preliminar. (a lei estabelece o prazo de 15 dias a partir da efetivação do sequestro prévio, para o interessado promover o processo de inscrição e especialização da hipoteca legal.

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