Buscar

23_Pronunciamentos_tecnicos_2010

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 1108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 1108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 1108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Associação Brasileira das Companhias Abertas
 Membro da Association of Certified
International Investiment Analysts - ACIIA
SAS - Quadra 5 - Bloco J - Ed. CFC
Cep: 70070-920 - Brasília - DF
www.cfc.org.br
PRONUNCIAMENTOS
TÉCNICOS CONTÁBEIS
2010
P
R
O
N
U
N
C
IA
M
E
N
TO
S
 T
É
C
N
IC
O
S
 C
O
N
TÁ
B
E
IS
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2
01
0
Pronunciamentos Técnicos Contábeis
2010
COMITÊ DE
PRONUNCIAMENTOS
CONTÁBEIS
Conselho Federal de Contabilidade, CFC. Brasília, DF - 2011
Coordenadorias do CPC
De 3 de abril de 2009 até 4 de março de 2010
Operações
Nelson Mitimasa Jinzenji - Coordenador
Francisco Papellás Filho - Vice-coordenador
Técnica
Edison Arisa Pereira - Coordenador
Ernesto Rubens Gelbcke - Vice-coordenador
Relações Institucionais
Alfried Plöger - Coordenador
Haroldo Reginaldo Levy Neto - Vice-coordenador
Membros
Carlos Henrique Carajoinas
Geraldo Toffanello
Reginaldo Ferreira Alexandre
Dilma Eguchi
Relações Internacionais
Nelson Carvalho - Coordenador
Luiz Carlos Vaini - Vice-coordenador
De 5 de março de 2010 até 6 de maio de 2010
Operações
Nelson Mitimasa Jinzenji - Coordenador
Idésio da Silva Coelho Júnior - Vice-coordenador
Técnica
Edison Arisa Pereira - Coordenador
Ernesto Rubens Gelbcke - Vice-coordenador
Relações Institucionais
Alfried Plöger - Coordenador
Haroldo Reginaldo Levy Neto - Vice-coordenador
Membros
Carlos Henrique Carajoinas
Geraldo Toffanello
Reginaldo Ferreira Alexandre
Dilma Eguchi
Relações Internacionais
Nelson Carvalho - Coordenador
Maria Clara Cavalcante Bugarim - Vice-coordenadora
A partir de 7 de maio de 2010
Operações
Nelson Mitimasa Jinzenji - Coordenador
Idésio da Silva Coelho Júnior - Vice-coordenador
Técnica
Edison Arisa Pereira - Coordenador
Ernesto Rubens Gelbcke - Vice-coordenador
Relações Institucionais
Alfried Plöger - Coordenador
Haroldo Reginaldo Levy Neto - Vice-coordenador
Membros
Carlos Henrique Carajoinas
Eliseu Martins
Reginaldo Ferreira Alexandre
Dilma Eguchi
Relações Internacionais
Nelson Carvalho - Coordenador
Maria Clara Cavalcante Bugarim - Vice-coordenadora
Revisão Técnica
Andréa Rosa
Hélio José Corazza
Revisão
Maria do Carmo Nobrega
Projeto gráfico/ Diagramação
Laerte S. Martins
Marcus Hermeto
 Comitê de Pronunciamentos Contábeis
Pronunciamentos técnicos contábeis 2010/ Comitê de Pronunciamentos Contábeis. -- Brasília: Conselho Federal de 
Contabilidade, 2011.
 
1.099 p. 
1. Pronunciamentos Técnicos – Contabilidade - Brasil. 2. Orientações Técnicas Contabilidade. I. Título.
CDU – 657(81)(083.74)
Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária Lúcia Helena Alves de Figueiredo CRB 1/1.401
Pronunciamentos
COMITÊ DE
PRONUNCIAMENTOS
CONTÁBEIS
Apresentação
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que juntamente com a Abrasca, Apimec Nacional, 
BM&FBovespa, Fipecafi e Ibracon formam o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), lança a ter-
ceira edição do livro Pronunciamentos Técnicos Contábeis (ano 2010) e a segunda edição das Interpreta-
ções e Orientações Técnicas Contábeis (ano 2010).
Nos últimos anos, a Contabilidade brasileira tem conquistado perante a sociedade o reconhecimento que 
sempre mereceu. Em 2010, a sanção da Lei n.º 12.249 concedeu ao CFC algumas prerrogativas, entre 
elas, a de editar Normas Brasileiras de Contabilidade. Foi, sem dúvida, uma grande conquista da profis-
são, além do reconhecimento da sua importância para o desenvolvimento social e econômico do País.
Com o processo de convergência, o CFC, em parceria com diversos organismos nacionais e internacio-
nais, está capacitando, por meio de seminários de aplicação das International Financial Reporting Stan-
dards – IFRS, disseminadores das novas práticas contábeis para que todos os profissionais brasileiros 
conheçam essa nova realidade. Saliente-se que as Normas Brasileiras de Contabilidade convergidas às 
normas internacionais trazem significativos benefícios, especialmente no que tange à uniformização dos 
procedimentos e critérios de avaliação adotados quando comparados com os dos demais países. No 
cenário econômico mundial, com a adoção das IFRS, o Brasil se internacionaliza por meio das empresas 
e dos grandes negócios.
 Os Pronunciamentos Técnicos e as Interpretações e Orientações Técnicas que compõem a presente edi-
ção representam o resultado do esforço despendido pelo CPC no processo de convergência das normas 
brasileiras ao padrão internacional. Ressalte-se que todos os Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo 
CPC são submetidos a audiências públicas, o mesmo ocorrendo com as Interpretações e Orientações, 
sempre que esse procedimento for julgado conveniente e indispensável. 
Boa Leitura.
Juarez Domingues Carneiro
Presidente do CFC
Índice Pág.
Pronunciamentos Técnicos
CPC 00 Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis 7
CPC 01 Redução ao Valor Recuperável de Ativos 35
CPC 02 Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis 73
CPC 03 Demonstração dos Fluxos de Caixa 93
CPC 04 Ativo Intangível 119
CPC 05 Divulgação sobre Partes Relacionadas 155
CPC 06 Operações de Arrendamento Mercantil 175
CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais 195
CPC 08 Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários 211
CPC 09 Demonstração do Valor Adicionado 233
CPC 10 Pagamento Baseado em Ações 255
CPC 11 Contratos de Seguro 287
CPC 12 Ajuste a Valor Presente 309
CPC 13 Adoção Inicial da Lei n.º 11.638/07 e da Medida Provisória n.º 449/08 333
CPC 14 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação (Fase I) 355
CPC 15 Combinação de Negócios 357
CPC 16 Estoques 411
CPC 17 Contratos de Construção 425
CPC 18 Investimento em Coligada e em Controlada 443
CPC 19 Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Join Venture) 459
CPC 20 Custos de Empréstimos 477
CPC 21 Demonstração Intermediária 489
CPC 22 Informações por Segmento 513
CPC 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro 531
CPC 24 Evento Subsequente 547
CPC 25 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes 559
CPC 26 Apresentação das Demonstrações Contábeis 587
CPC 27 Ativo Imobilizado 623
CPC 28 Propriedade para Investimento 643
CPC 29 Ativo Biológico e Produto Agrícola 665
CPC 30 Receitas 683
CPC 31 Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada 709
CPC 32 Tributos sobre o Lucro 733
CPC 33 Benefícios a Empregados 779
CPC 35 Demonstrações Seperadas 837
CPC 36 Demonstrações Consolidadas 849
CPC 37 Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade 869
CPC 38 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração 917
CPC 39 Instrumentos Financeiros: Apresentação 983
CPC 40 Instrumentos Financeiros: Evidenciação 1013
CPC 41 Resultado por Ação 1037
CPC 43 Adoção Inicial dos Pronunciamentos Técnicos CPC 15 a 41 1089
7
CP
C 
00
PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 00
Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação 
das Demostrações Contábeis
COMITÊ DE
PRONUNCIAMENTOS
CONTÁBEIS
9
CP
C 
00
Sumário do Pronunciamento Conceitual Básico
Estrutura Conceitual para a Elaboração e
Apresentação das Demonstrações Contábeis
Observação: Este sumário, que não faz parte do Pronunciamento, está sendo apresentado apenas para 
identificação dos principais pontos tratados, possibilitando uma visão geral do assunto. 
Objetivo e alcance
1. O objetivo do Pronunciamento Conceitual Básico – “Estrutura Conceitualpara a Elaboração e Apre-
sentação das Demonstrações Contábeis” é o de servir como fonte dos conceitos básicos e fundamen-
tais a serem utilizados na elaboração e na interpretação dos Pronunciamentos Técnicos, bem como 
na preparação e utilização das Demonstrações Contábeis das entidades comerciais, industriais e 
outras de negócios. 
2. O documento tomado como fonte para esta Estrutura é o Framework for the Preparation and Presen-
tation of Financial Statements, emitido pelo IASB – International Accounting Standards Board, com as 
mínimas alterações possíveis. É importante notar que, por ser o original um documento destinado a 
uma validade mundial, é de natureza a mais geral possível e considera determinados conceitos que 
podem, ou não, ser suportados por normas específicas nacionais. Assim, por exemplo, esta Estrutura 
Conceitual admite a figura da Reavaliação de Ativos quando cita a figura da manutenção do capital 
físico (item 104 e seguintes). Todavia, a Lei das Sociedades por Ações, após a modificação instituída 
pela Lei n.º . 11.638/2007, não mais admite esse procedimento a partir de 2008. Nesse caso, como 
essa é uma das alternativas de manutenção de capital, e não a única, apesar dessa menção no do-
cumento a Reavaliação espontânea de ativos não mais poderá ser realizada no Brasil enquanto viger 
a Lei atual. Isso não contraria, absolutamente, as normas do IASB, já que a opção pela utilização da 
manutenção do capital financeiro entre nós está totalmente dentro das regras daquela organização. 
Assim, tanto a Lei das Sociedades por Ações vigente até 2007 quanto a posterior estão em conformi-
dade com as normas internacionais de contabilidade preconizadas pelo IASB, mesmo uma aceitando 
e outra não a reavaliação de ativos.
3. Em outras situações também se vêem nesta Estrutura diversas alternativas, como quando se dis-
cutem os critérios de avaliação ou bases de mensuração de ativos como no item 100. A menção a 
diversas alternativas não permite que simplesmente a entidade ou o profissional contábil escolham 
qualquer critério em cada situação específica. É necessário analisar-se a situação e as normas es-
pecíficas para se decidir por qual base de mensuração em cada situação real. Ou seja, este docu-
mento é conceitual e não resolve, por si só, uma situação em particular quando esta está prevista 
em documento específico. Ele se destina a servir de fundamento à elaboração dos Pronunciamen-
tos Técnicos, à sua constante revisão, à elaboração e à análise e utilização das Demonstrações 
Contábeis. Sozinho, somente pode ser utilizado para solução de casos práticos na inexistência de 
normas específicas.
Objetivo das demonstrações contábeis
4. Esta Estrutura Conceitual define que o objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações 
sobre a posição patrimonial e financeira da entidade (Balanço Patrimonial), sobre seu desempenho 
em um determinado período (Demonstração do Resultado) e sobre as modificações na sua posição 
financeira (Demonstração dos Fluxos de Caixa, no Brasil, a partir de 2008), informações essas que 
sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão econômica.
5. Esses usuários possuem interesses e competências distintas, por isso precisam as Demonstrações 
Contábeis ser preparadas para atendimento às necessidades comuns da maioria deles. Todavia, elas 
não fornecem todas as informações que os usuários possam necessitar para tomar decisões eco-
nômicas, considerando que tais Demonstrações Contábeis refletem principalmente os efeitos finan-
ceiros ocorridos no passado e não contém necessariamente informações que não sejam de caráter 
financeiro. Adicionalmente, presume-se que os usuários das Demonstrações Contábeis tenham um 
conhecimento razoável dos negócios, atividades econômicas e de contabilidade e a disposição de 
estudar as informações com razoável diligência. 
10
CP
C 
00
6. E devem essas Demonstrações estar complementadas por notas explicativas e outros quadros ana-
líticos ou demonstrações que permitam o adequado entendimento sobre a posição patrimonial e fi-
nanceira, o desempenho em um determinado período e as modificações na sua posição financeira 
mencionadas no item 5, a fim de propiciar uma boa avaliação do que ocorreu no passado e de ajudar 
nas projeções sobre o futuro.
Os pressupostos básicos: o regime de competência e a continuidade
7. Um pressuposto básico para a elaboração das Demonstrações Contábeis é o da apropriação das 
receitas e das despesas, com suas mutações nos ativos e passivos e, conseqüentemente, no patri-
mônio líquido, com fundamento nos momentos em que seus fatos geradores contábeis ocorrem, e não 
apenas quando de seus reflexos no caixa. Isso caracteriza o Regime de Competência. Por outro lado, 
esses fatos geradores devem estar fundamentados economicamente, mas respaldados em fluxos de 
caixa já acontecidos ou em pagamentos e recebimentos por acontecer, mas desde que estes últimos 
sejam derivados de fatos geradores já ocorridos. O Regime de Competência exige também a confron-
tação das despesas com as receitas a que se relacionam.
8. O outro pressuposto é o de que as Demonstrações Contábeis são preparadas sob o pressuposto da 
Continuidade das atividades da entidade; se esse pressuposto não estiver presente, os conceitos bási-
cos estipulados por esta Estrutura precisam ser modificados e a devida divulgação precisa ser dada.
As características qualitativas das demonstrações contábeis
9. São quatro as principais características qualitativas obrigatoriamente presentes nas Demonstrações 
Contábeis: Compreensibilidade, Relevância, Confiabilidade e Comparabilidade.
10. A Compreensibilidade se fundamenta no objetivo do pronto entendimento por parte do usuário que 
tenha as características mencionadas no item 5, mas a complexidade de qualquer matéria não deve 
levar à falta de registro, de registro adequado ou de evidenciação sob o argumento de eventual difi-
culdade de entendimento por parte desse usuário.
11. A Relevância diz respeito à influência de uma informação contábil na tomada de decisões. As infor-
mações são relevantes quando podem influenciar as decisões econômicas dos usuários, ajudando-os 
a avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros ou confirmando ou corrigindo as suas 
avaliações anteriores. A Relevância depende da natureza e também da materialidade (tamanho) do 
item em discussão.
12. A Confiabilidade exige que a informação seja apresentada da forma mais apropriada possível, retra-
tando adequadamente o que se pretende evidenciar (faithful representation).
 
13. Para a Confiabilidade estar presente é fundamental que seja sempre respeitada a Primazia da Essência 
Sobre a Forma, ou seja, que, no que se espera sejam raros os casos de não conformidade dos docu-
mentos formais com a realidade econômica, que esta última prevaleça nas Demonstrações Contábeis. 
14. E, ainda, é necessário também que se observem a neutralidade (imparcialidade), a prudência (com o 
cuidado para se evitar exacerbado conservadorismo com suas distorções) e a integridade (no sentido 
de estarem completas) nas informações contábeis.
15. Quanto à Comparabilidade, trata-se de característica que permite a melhor visão da evolução da 
entidade medida sob os mesmos critérios e princípios ao longo do tempo, mas sem que isso leve à 
não-evolução das práticas contábeis; e a comparabilidade também se aplica à adoção das mesmas 
práticas por empresas semelhantes.
16. Mas ressaltem-se as Limitações na Relevância e na Confiabilidade das Informações, devidas, 
principalmente, à observância à Tempestividade e à análise da Relação Custo/Benefício das informa-
ções. A necessidade de bem informar com relevância no momento mais oportuno ao usuário pode le-
var à perda de parte da confiabilidade em razão de a entidade não dispor ainda de todos os elementos 
necessários à informação.Esse equilíbrio entre Relevância, Confiabilidade e Tempestividade é uma 
preocupação constante a ser observada. O custo de obtenção e divulgação da informação também 
não deve suplantar seus benefícios aos usuários. Esse equilíbrio e, na realidade, o Equilíbrio entre 
todas as Características Qualitativas das Demonstrações Contábeis é assunto de julgamento profis-
sional da mais alta importância. Somente esse equilíbrio leva à apresentação dessas Demonstrações 
com característica de Verdadeira e Adequada (true and fair view). 
11
CP
C 
00
Os elementos das demonstrações contábeis
17. Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se es-
pera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade. Repare-se que a figura do controle 
(e não da propriedade formal) e a dos futuros benefícios econômicos esperados são essenciais para 
o reconhecimento de um ativo. Se não houver a expectativa de contribuição futura, direta ou indireta, 
ao caixa da empresa, não existe o ativo.
18. Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se 
espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.
19. Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.
20. Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada 
ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido e 
que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade.
21. Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma 
de saída ou redução de ativos ou incrementos em passivos, que resultam em decréscimo do 
patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição de resultado ou de capital aos 
proprietários da entidade.
22. Essas definições são bastante amplas e não distinguem as receitas propriamente ditas dos ga-
nhos e nem as despesas propriamente ditas das perdas. Essa divisão não é dada como vital pelo 
Pronunciamento, apesar de ele reconhecer que os ganhos e as perdas se referem a baixas não 
comuns de ativos destinados ao uso, ou derivam de fatores exógenos à entidade ou possuem ou-
tras especificidades. É dada, no documento, maior importância à sua evidenciação e segregação 
como itens não recorrentes na Demonstração do Resultado do que à diferença conceitual entre 
esses elementos.
23. Note-se que não há, nesta Estrutura Conceitual, segregação entre receitas e despesas operacionais 
e não operacionais, muito menos a figura de resultados extraordinários. O vital é a segregação, na 
Demonstração do Resultado, dos seus componentes que tenderão a não ocorrer no futuro.
O reconhecimento dos elementos das demonstrações contábeis
24. As definições anteriormente mencionadas não indicam quando os ativos, passivos, receitas e despe-
sas são reconhecidos contabilmente. Esse processo depende, fundamentalmente, da Probabilidade 
de Realização de Benefício Econômico Futuro e da Confiabilidade nessa Mensuração, além de 
outros fatores. Se não houver a provável realização desses benefícios, ou se eles não puderem ser 
confiavelmente mensurados, não há como reconhecer ativos e receitas. Também há a obrigatorieda-
de de serem prováveis as entregas de ativos para o reconhecimento dos passivos e das despesas. É 
necessária sempre a presença de um custo ou de um valor confiáveis.
Mensuração dos elementos das demonstrações contábeis e conceitos de ca-
pital e manutenção de capital
25. Esta Estrutura Conceitual reconhece que os elementos patrimoniais podem ser reconhecidos pelo 
custo histórico, atualizado monetariamente ou não, custo corrente (reposição), valor líquido de 
realização ou valor presente dos futuros benefícios econômicos. O custo histórico é a base mais 
comumente adotada, em combinação com as demais para certas situações.
26. A escolha da base mais adequada depende do conceito de capital a ser mantido pela entidade. 
Quando o relevante é a manutenção do capital financeiro (monetário), lucro é o que excede o 
capital financeiro aportado pelos proprietários. Esse conceito leva, normalmente, à adoção do custo 
histórico para os elementos patrimoniais e à inclusão, no resultado, das variações de preços de 
determinados elementos. 
27. Quando o relevante é a manutenção do capital físico, lucro é o que excede à manutenção da 
capacidade física inicial do período. Nesse caso, as variações de preços dos ativos, por exemplo, 
são consideradas ajustes ao capital, e não lucro, como é o caso das reavaliações de ativos desti-
nados ao uso.
12
CP
C 
00
28. Esta Estrutura Conceitual não define qual o conceito de capital a utilizar, apesar de reconhecer que 
o capital financeiro é o mais utilizado. Assim, todos esses conceitos precisam ser aplicados à luz das 
normatizações e práticas contábeis específicas.
****
13
CP
C 
00
PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 00
(PRONUNCIAMENTO CONCEITUAL BÁSICO)
ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO
E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade – “Estrutura para a Preparação e a 
Apresentação das Demonstrações Contábeis” (Framework for the Preparation and Presentation of 
Financial Statements) – (IASB) 
Índice Item
PREFÁCIO 
INTRODUÇÃO 1 – 11
Finalidade 1 – 4
Alcance 5 – 8
Usuários e suas necessidades de informação 9 – 11
O OBJETIVO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 12 – 21 
Posição patrimonial e financeira, desempenho e mutações na posição financeira 15 – 21
Notas explicativas e demonstrações suplementares 21
PRESSUPOSTOS BÁSICOS 22 – 23
Regime de competência 22
Continuidade 23
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 24 – 46
Compreensibilidade 25
Relevância 26 – 30
Materialidade 29 – 30
Confiabilidade 31 – 38
Representação adequada 33 – 34
Primazia da essência sobre a forma 35
Neutralidade 36
Prudência 37
Integridade 38
Comparabilidade 39 – 42
Limitações na relevância e na confiabilidade das informações 43 – 45
Tempestividade 43
Equilíbrio entre custo e benefício 44
Equilíbrio entre características qualitativas 45
Visão verdadeira e apropriada 46
ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 47 – 81
Posição patrimonial e financeira 49 – 52
Ativos 53 – 59
Passivos 60 – 64
Patrimônio Líquido 65 – 68
Desempenho 69 – 73
Receitas 74 – 77
Despesas 78 – 80
Ajustes para manutenção do capital 81
RECONHECIMENTO DOS ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 82 – 98
Probabilidade de realização de benefício econômico futuro 85
Confiabilidade da mensuração 86 – 88
Reconhecimento de ativos 89 – 90
Reconhecimento de passivos 91
Reconhecimento de receitas 92 – 93
Reconhecimento de despesas 94 – 98
MENSURAÇÃO DOS ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 99 – 101
CONCEITOS DE CAPITAL E MANUTENÇÃO DE CAPITAL 102 – 110
Conceitos de capital 102 – 103
Conceitos de manutenção do capital e determinação do lucro 104 – 110
15
CP
C 
00
 
Prefácio
As demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas para usuários externos em geral, tendo em 
vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. Governos, órgãos reguladores ou autoridades 
fiscais, por exemplo, podem especificamente determinar exigências para atender a seus próprios fins. 
Essas exigências, no entanto, nãodevem afetar as demonstrações contábeis preparadas segundo esta 
Estrutura Conceitual.
Demonstrações contábeis preparadas sob a égide desta Estrutura Conceitual objetivam fornecer informações 
que sejam úteis na tomada de decisões e avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o propósito 
de atender finalidade ou necessidade específica de determinados grupos de usuários.
As demonstrações contábeis preparadas com tal finalidade satisfazem as necessidades comuns da maioria 
dos seus usuários, uma vez que quase todos eles utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada 
de decisões econômicas, tais como:
(a) decidir quando comprar, manter ou vender um investimento em ações;
(b) avaliar a Administração quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida, qualidade de 
seu desempenho e prestação de contas;
(c) avaliar a capacidade da entidade de pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios;
(d) avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade;
(e) determinar políticas tributárias;
(f) determinar a distribuição de lucros e dividendos;
(g) preparar e usar estatísticas da renda nacional; ou
(h) regulamentar as atividades das entidades.
As demonstrações contábeis são mais comumente preparadas segundo modelo contábil baseado no custo 
histórico recuperável e no conceito da manutenção do capital financeiro nominal. 
Outros modelos e conceitos podem ser considerados mais apropriados para atingir o objetivo de proporcio-
nar informações que sejam úteis para tomada de decisões econômicas, embora não haja presentemente 
consenso nesse sentido. 
Esta Estrutura Conceitual foi desenvolvida de forma a ser aplicável a uma gama de modelos contábeis e 
conceitos de capital e sua manutenção.
Pronunciamentos Conceituais Complementares serão emitidos.
Introdução
Finalidade
1. Esta Estrutura Conceitual estabelece os conceitos que fundamentam a preparação e a apresentação de 
demonstrações contábeis destinadas a usuários externos. A finalidade desta Estrutura Conceitual é:
(a) dar suporte ao desenvolvimento de novos Pronunciamentos Técnicos e à revisão de Pronuncia-
mentos existentes quando necessário;
(b) dar suporte aos responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis na aplicação dos 
Pronunciamentos Técnicos e no tratamento de assuntos que ainda não tiverem sido objeto de 
Pronunciamentos Técnicos;
(c) auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a conformidade das demonstra-
ções contábeis com os Pronunciamentos Técnicos;
(d) apoiar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de informações nelas conti-
das, preparadas em conformidade com os Pronunciamentos Técnicos; e
(e) proporcionar, àqueles interessados, informações sobre o enfoque adotado na formulação dos 
Pronunciamentos Técnicos.
2. Esta Estrutura Conceitual não define normas ou procedimentos para qualquer questão particular so-
bre aspectos de mensuração ou divulgação. 
3. Não deverá haver conflito entre o estabelecido nesta Estrutura Conceitual e qualquer Pronuncia-
mento Técnico. 
16
CP
C 
00
4. Esta Estrutura Conceitual será revisada de tempos em tempos com base na experiência decorrente 
de sua utilização.
Alcance
5. Esta Estrutura Conceitual aborda:
(a) o objetivo das demonstrações contábeis;
(b) as características qualitativas que determinam a utilidade das informações contidas nas de-
monstrações contábeis;
(c) a definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos que compõem as demonstrações 
contábeis; e 
(d) os conceitos de capital e de manutenção do capital.
6. Esta Estrutura Conceitual trata das demonstrações contábeis para fins gerais (daqui por diante desig-
nadas como “demonstrações contábeis”), inclusive das demonstrações contábeis consolidadas. Tais 
demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas pelo menos anualmente e visam atender 
às necessidades comuns de informações de um grande número de usuários. Alguns desses usuários 
talvez necessitem de informações, e tenham o poder de obtê-las, além daquelas contidas nas de-
monstrações contábeis. Muitos usuários, todavia, têm de confiar nas demonstrações contábeis como 
a principal fonte de informações financeiras. Tais demonstrações, portanto, devem ser preparadas e 
apresentadas tendo em vista essas necessidades. Estão fora do alcance desta Estrutura Conceitual 
informações financeiras elaboradas para fins especiais, como, por exemplo, aquelas incluídas em 
prospectos para lançamentos de ações no mercado e ou elaboradas exclusivamente para fins fiscais. 
Não obstante, esta Estrutura Conceitual pode ser aplicada na preparação dessas demonstrações para 
fins especiais, quando as exigências de tais demonstrações o permitirem.
7. As demonstrações contábeis são parte integrante das informações financeiras divulgadas por uma en-
tidade. O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui, normalmente, o balanço patrimonial, 
a demonstração do resultado, a demonstração das mutações na posição financeira (demonstração 
dos fluxos de caixa, de origens e aplicações de recursos ou alternativa reconhecida e aceitável), a 
demonstração das mutações do patrimônio líquido, notas explicativas e outras demonstrações e ma-
terial explicativo que são parte integrante dessas demonstrações contábeis. Podem também incluir 
quadros e informações suplementares baseados ou originados de demonstrações contábeis que se 
espera sejam lidos em conjunto com tais demonstrações. Tais quadros e informações suplementa-
res podem conter, por exemplo, informações financeiras sobre segmentos ou divisões industriais ou 
divisões situadas em diferentes locais e divulgações sobre os efeitos das mudanças de preços. As 
demonstrações contábeis não incluem, entretanto, itens como relatórios da administração, relatórios 
do presidente da entidade, comentários e análises gerenciais e itens semelhantes que possam ser 
incluídos em um relatório anual ou financeiro.
8. Esta Estrutura Conceitual se aplica às demonstrações contábeis de todas as entidades comerciais, 
industriais e outras de negócios que reportam, sejam no setor público ou no setor privado. Entidade 
que reporta é aquela para a qual existem usuários que se apóiam em suas demonstrações contábeis 
como fonte principal de informações patrimoniais e financeiras sobre a entidade.
Usuários e suas necessidades de informação
9. Entre os usuários das demonstrações contábeis incluem-se investidores atuais e potenciais, empre-
gados, credores por empréstimos, fornecedores e outros credores comerciais, clientes, governos e 
suas agências e o público. Eles usam as demonstrações contábeis para satisfazer algumas das suas 
diversas necessidades de informação. Essas necessidades incluem:
(a) Investidores. Os provedores de capital de risco e seus analistas que se preocupam com o risco 
inerente ao investimento e o retorno que ele produz. Eles necessitam de informações para 
ajudá-los a decidir se devem comprar, manter ou vender investimentos. Os acionistas também 
estão interessados em informações que os habilitem a avaliar se a entidade tem capacidade de 
pagar dividendos.
(b) Empregados. Os empregados e seus representantes estão interessados em informações sobre 
a estabilidade e a lucratividade de seus empregadores. Também se interessam por informações 
que lhes permitam avaliar a capacidade que tem a entidade de prover sua remuneração, seus 
benefícios de aposentadoria e suas oportunidades de emprego.
(c) Credores por empréstimos. Estes estão interessados em informações que lhes permitam 
17
CP
C 
00
determinar a capacidade da entidade em pagar seus empréstimos e os correspondentes 
juros no vencimento.
(d) Fornecedores e outros credores comerciais. Os fornecedores e outros credores estão inte-
ressados em informações que lhes permitam avaliar se as importâncias que lhessão devidas 
serão pagas nos respectivos vencimentos. Os credores comerciais provavelmente estarão inte-
ressados em uma entidade por um período menor do que os credores por empréstimos, a não 
ser que dependam da continuidade da entidade como um cliente importante.
(e) Clientes. Os clientes têm interesse em informações sobre a continuidade operacional da entida-
de, especialmente quando têm um relacionamento a longo-prazo com ela, ou dela dependem 
como fornecedor importante.
(f) Governo e suas agências. Os governos e suas agências estão interessados na destinação de 
recursos e, portanto, nas atividades das entidades. Necessitam também de informações a fim 
de regulamentar as atividades das entidades, estabelecer políticas fiscais e servir de base para 
determinar a renda nacional e estatísticas semelhantes.
(g) Público. As entidades afetam o público de diversas maneiras. Elas podem, por exemplo, fazer 
contribuição substancial à economia local de vários modos, inclusive empregando pessoas e 
utilizando fornecedores locais. As demonstrações contábeis podem ajudar o público fornecendo 
informações sobre a evolução do desempenho da entidade e os desenvolvimentos recentes.
10. Embora nem todas as necessidades de informações desses usuários possam ser satisfeitas pelas demons-
trações contábeis, há necessidades que são comuns a todos os usuários. Como os investidores contribuem 
com o capital de risco para a entidade, o fornecimento de demonstrações contábeis que atendam às suas 
necessidades também atenderá à maior parte das necessidades de informação de outros usuários.
11. A Administração da entidade tem a responsabilidade primária pela preparação e apresentação das 
suas demonstrações contábeis. A Administração também está interessada nas informações contidas 
nas demonstrações contábeis, embora tenha acesso a informações adicionais que contribuem para 
o desempenho das suas responsabilidades de planejamento, tomada de decisões e controle. A Ad-
ministração tem o poder de estabelecer a forma e o conteúdo de tais informações adicionais a fim de 
atender às suas próprias necessidades. A forma de divulgação de tais informações, entretanto, está 
fora do alcance desta Estrutura Conceitual. Não obstante, as demonstrações contábeis divulgadas 
são baseadas em informações utilizadas pela Administração sobre a posição patrimonial e financeira, 
o desempenho e as mutações na posição financeira da entidade.
O objetivo das demonstrações contábeis
12. O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações sobre a posição patrimonial e finan-
ceira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da entidade, que sejam úteis a um grande 
número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão econômica.
13. Demonstrações contábeis preparadas de acordo com o item 12 atendem às necessidades comuns da 
maioria dos usuários. Entretanto, as demonstrações contábeis não fornecem todas as informações 
que os usuários possam necessitar, uma vez que elas retratam os efeitos financeiros de acontecimen-
tos passados e não incluem, necessariamente, informações não-financeiras.
14. Demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da Administração 
na gestão da entidade e sua capacitação na prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram 
confiados. Aqueles usuários que desejam avaliar a atuação ou prestação de contas da Administração 
fazem-no com a finalidade de estar em condições de tomar decisões econômicas que podem incluir, por 
exemplo, manter ou vender seus investimentos na entidade ou reeleger ou substituir a Administração.
Posição patrimonial e financeira, desempenho e mutações na posição financeira
15. As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários das demonstrações contábeis requerem uma 
avaliação da capacidade que a entidade tem para gerar caixa e equivalentes de caixa, e da época e 
grau de certeza dessa geração. Em última análise, essa capacidade determina, por exemplo, se a enti-
dade poderá pagar seus empregados e fornecedores, os juros e amortizações dos seus empréstimos e 
fazer distribuições de lucros aos seus acionistas. Os usuários poderão melhor avaliar essa capacidade 
de gerar caixa e equivalentes de caixa se lhes forem fornecidas informações que focalizem a posição 
patrimonial e financeira, o resultado e as mutações na posição financeira da entidade.
16. A posição patrimonial e financeira da entidade é afetada pelos recursos econômicos que ela controla, 
sua estrutura financeira, sua liquidez e solvência, e sua capacidade de adaptação às mudanças no 
18
CP
C 
00
ambiente em que opera. As informações sobre os recursos econômicos controlados pela entidade e a 
sua capacidade, no passado, de modificar esses recursos são úteis para prever a capacidade que a 
entidade tem de gerar caixa e equivalentes de caixa no futuro. Informações sobre a estrutura financei-
ra são úteis para prever as futuras necessidades de financiamento e como os lucros futuros e os fluxos 
de caixa serão distribuídos entre aqueles que têm participação na entidade; são também úteis para 
ajudar a avaliar a probabilidade de que a entidade seja bem-sucedida no levantamento de financia-
mentos adicionais. As informações sobre liquidez e solvência são úteis para prever a capacidade que 
a entidade tem de cumprir com seus compromissos financeiros nos respectivos vencimentos. Liquidez 
se refere à disponibilidade de caixa no futuro próximo, após considerar os compromissos financeiros 
do respectivo período. Solvência se refere à disponibilidade de caixa no longo prazo para cumprir os 
compromissos financeiros nos respectivos vencimentos.
17. As informações referentes ao desempenho da entidade, especialmente a sua rentabilidade, são re-
queridas com a finalidade de avaliar possíveis mudanças necessárias na composição dos recursos 
econômicos que provavelmente serão controlados pela entidade. As informações sobre as variações 
nos resultados são importantes nesse sentido. As informações sobre os resultados são úteis para 
prever a capacidade que a entidade tem de gerar fluxos de caixa a partir dos recursos atualmente 
controlados por ela. Também é útil para a avaliação da eficácia com que a entidade poderia usar 
recursos adicionais.
18. As informações referentes às mutações na posição financeira da entidade são úteis para avaliar as 
suas atividades de investimento, de financiamento e operacionais durante o período abrangido pelas 
demonstrações contábeis. Essas informações são úteis para fornecer ao usuário uma base para ava-
liar a capacidade que a entidade tem de gerar caixa e equivalentes de caixa e as suas necessidades 
de utilização desses recursos. Na elaboração de uma demonstração das mutações na posição finan-
ceira, os fundos podem ser definidos de várias maneiras, tais como recursos financeiros totais, capital 
circulante líquido, ativos líquidos ou caixa. Nesta Estrutura Conceitual não foi feita nenhuma tentativa 
de especificar uma definição de fundos.
19. As informações sobre a posição patrimonial e financeira são principalmente fornecidas pelo balanço 
patrimonial. As informações sobre o desempenho são basicamente fornecidas na demonstração do 
resultado. As informações sobre as mutações na posição financeira são fornecidas nas demons-
trações contábeis por meio de uma demonstração em separado, tal como a de fluxos de caixa, de 
origens e aplicações de recursos etc.
20. As partes componentes das demonstrações contábeis se inter-relacionam porque refletem diferen-
tes aspectos das mesmas transações ou outros eventos. Embora cada demonstração apresente 
informações que são diferentes das outras, nenhuma provavelmente se presta a um único propó-
sito, nem fornece todas as informações necessárias para necessidades específicas dos usuários. 
Por exemplo, uma demonstração do resultado fornece um retrato incompleto do desempenho da 
entidade,a não ser que seja usada em conjunto com o balanço patrimonial e a demonstração das 
mutações na posição financeira.
Notas explicativas e demonstrações suplementares
21. As demonstrações contábeis também englobam notas explicativas, quadros suplementares e outras 
informações. Por exemplo, poderão conter informações adicionais que sejam relevantes às necessi-
dades dos usuários sobre itens constantes do balanço patrimonial e da demonstração do resultado. 
Poderão incluir divulgações sobre os riscos e incertezas que afetem a entidade e quaisquer recur-
sos e/ou obrigações para os quais não exista obrigatoriedade de serem reconhecidos no balanço 
patrimonial (tais como reservas minerais). Informações sobre segmentos industriais ou geográficos 
e o efeito de mudanças de preços sobre a entidade podem também ser fornecidos sob a forma de 
informações suplementares.
Pressupostos básicos
Regime de competência
22. A fim de atingir seus objetivos, demonstrações contábeis são preparadas conforme o regime contábil de 
competência. Segundo esse regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quan-
do ocorrem (e não quando caixa ou outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados 
nos registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem. As 
demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos usuários não somente 
19
CP
C 
00
sobre transações passadas envolvendo o pagamento e recebimento de caixa ou outros recursos finan-
ceiros, mas também sobre obrigações de pagamento no futuro e sobre recursos que serão recebidos no 
futuro. Dessa forma, apresentam informações sobre transações passadas e outros eventos que sejam 
as mais úteis aos usuários na tomada de decisões econômicas. O regime de competência pressupõe a 
confrontação entre receitas e despesas que é destacada nos itens 95 e 96.
Continuidade
23. As demonstrações contábeis são normalmente preparadas no pressuposto de que a entidade conti-
nuará em operação no futuro previsível. Dessa forma, presume-se que a entidade não tem a intenção 
nem a necessidade de entrar em liquidação, nem reduzir materialmente a escala das suas operações; 
se tal intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis terão que ser preparadas numa 
base diferente e, nesse caso, tal base deverá ser divulgada.
Características qualitativas das demonstrações contábeis
24. As características qualitativas são os atributos que tornam as demonstrações contábeis úteis para os 
usuários. As quatro principais características qualitativas são: compreensibilidade, relevância, confia-
bilidade e comparabilidade.
Compreensibilidade
25. Uma qualidade essencial das informações apresentadas nas demonstrações contábeis é que elas 
sejam prontamente entendidas pelos usuários. Para esse fim, presume-se que os usuários tenham 
um conhecimento razoável dos negócios, atividades econômicas e contabilidade e a disposição de 
estudar as informações com razoável diligência. Todavia, informações sobre assuntos complexos que 
devam ser incluídas nas demonstrações contábeis por causa da sua relevância para as necessidades 
de tomada de decisão pelos usuários não devem ser excluídas em nenhuma hipótese, inclusive sob 
o pretexto de que seria difícil para certos usuários as entenderem.
Relevância
26. Para serem úteis, as informações devem ser relevantes às necessidades dos usuários na tomada 
de decisões. As informações são relevantes quando podem influenciar as decisões econômicas dos 
usuários, ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros ou confirmando 
ou corrigindo as suas avaliações anteriores.
27. As funções de previsão e confirmação das informações são inter-relacionadas. Por exemplo, informa-
ções sobre o nível atual e a estrutura dos ativos têm valor para os usuários na tentativa de prever a 
capacidade que a entidade tenha de aproveitar oportunidades e a sua capacidade de reagir a situa-
ções adversas. As mesmas informações têm o papel de confirmar as previsões passadas sobre, por 
exemplo, a forma na qual a entidade seria estruturada ou o resultado de operações planejadas.
28. Informações sobre a posição patrimonial e financeira e o desempenho passado são freqüentemente utili-
zadas como base para projetar a posição e o desempenho futuros, assim como outros assuntos nos quais 
os usuários estejam diretamente interessados, tais como pagamento de dividendos e salários, alterações 
no preço das ações e a capacidade que a entidade tenha de atender seus compromissos à medida que se 
tornem devidos. Para terem valor como previsão, as informações não precisam estar em forma de proje-
ção explícita. A capacidade de fazer previsões com base nas demonstrações contábeis pode ser amplia-
da, entretanto, pela forma como as informações sobre transações e eventos anteriores são apresentadas. 
Por exemplo, o valor da demonstração do resultado como elemento de previsão é ampliado quando itens 
incomuns, anormais e esporádicos de receita ou despesa são divulgados separadamente.
Materialidade
29. A relevância das informações é afetada pela sua natureza e materialidade. Em alguns casos, a natureza 
das informações, por si só, é suficiente para determinar a sua relevância. Por exemplo, reportar um novo 
segmento em que a entidade tenha passado a operar poderá afetar a avaliação dos riscos e oportuni-
dades com que a entidade se depara, independentemente da materialidade dos resultados atingidos 
pelo novo segmento no período abrangido pelas demonstrações contábeis. Em outros casos, tanto a 
natureza quanto a materialidade são importantes; por exemplo: os valores dos estoques existentes em 
cada uma das suas principais classes, conforme a classificação apropriada ao negócio.
20
CP
C 
00
30. Uma informação é material se a sua omissão ou distorção puder influenciar as decisões econômicas 
dos usuários, tomadas com base nas demonstrações contábeis. A materialidade depende do tamanho 
do item ou do erro, julgado nas circunstâncias específicas de sua omissão ou distorção. Assim, ma-
terialidade proporciona um patamar ou ponto de corte ao invés de ser uma característica qualitativa 
primária que a informação necessita ter para ser útil.
Confiabilidade
31. Para ser útil, a informação deve ser confiável, ou seja, deve estar livre de erros ou vieses relevantes 
e representar adequadamente aquilo que se propõe a representar.
32. Uma informação pode ser relevante, mas a tal ponto não confiável em sua natureza ou divulgação 
que o seu reconhecimento pode potencialmente distorcer as demonstrações contábeis. Por exemplo, 
se a validade legal e o valor de uma reclamação por danos em uma ação judicial movida contra a 
entidade são questionados, pode ser inadequado reconhecer o valor total da reclamação no balanço 
patrimonial, embora possa ser apropriado divulgar o valor e as circunstâncias da reclamação.
Representação adequada
33. Para ser confiável, a informação deve representar adequadamente as transações e outros eventos 
que ela diz representar. Assim, por exemplo, o balanço patrimonial numa determinada data deve 
representar adequadamente as transações e outros eventos que resultam em ativos, passivos e pa-
trimônio líquido da entidade e que atendam aos critérios de reconhecimento.
34. A maioria das informações contábeis está sujeita a algum risco de ser menos do que uma representa-
ção fiel daquilo que se propõe a retratar. Isso pode decorrer de dificuldades inerentes à identificação 
das transações ou outros eventos a serem avaliados ou à identificação e aplicação de técnicas de 
mensuração e apresentação que possam transmitir, adequadamente, informações que correspondam 
a tais transações e eventos. Em certos casos, a mensuração dos efeitos financeiros dos itens pode 
ser tão incerta que não é apropriado o seu reconhecimento nasdemonstrações contábeis; por exem-
plo, embora muitas entidades gerem, internamente, ágio decorrente de expectativa de rentabilidade 
futura ao longo do tempo (goodwill), é usualmente difícil identificar ou mensurar esse ágio com confia-
bilidade. Em outros casos, entretanto, pode ser relevante reconhecer itens e divulgar o risco de erro 
envolvendo o seu reconhecimento e mensuração.
Primazia da essência sobre a forma
35. Para que a informação represente adequadamente as transações e outros eventos que ela se propõe 
a representar, é necessário que essas transações e eventos sejam contabilizados e apresentados de 
acordo com a sua substância e realidade econômica, e não meramente sua forma legal. A essência 
das transações ou outros eventos nem sempre é consistente com o que aparenta ser com base na sua 
forma legal ou artificialmente produzida. Por exemplo, uma entidade pode vender um ativo a um ter-
ceiro de tal maneira que a documentação indique a transferência legal da propriedade a esse terceiro; 
entretanto, poderão existir acordos que assegurem que a entidade continuará a usufruir os futuros 
benefícios econômicos gerados pelo ativo e o recomprará depois de um certo tempo por um montante 
que se aproxima do valor original de venda acrescido de juros de mercado durante esse período. Em 
tais circunstâncias, reportar a venda não representaria adequadamente a transação formalizada.
Neutralidade
36. Para ser confiável, a informação contida nas demonstrações contábeis deve ser neutra, isto é, impar-
cial. As demonstrações contábeis não são neutras se, pela escolha ou apresentação da informação, 
elas induzirem a tomada de decisão ou um julgamento, visando atingir um resultado ou desfecho 
predeterminado.
Prudência
37. Os preparadores de demonstrações contábeis se deparam com incertezas que inevitavelmente envol-
vem certos eventos e circunstâncias, tais como a possibilidade de recebimento de contas a receber de 
liquidação duvidosa, a vida útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações 
cobertas por garantias que possam ocorrer. Tais incertezas são reconhecidas pela divulgação da 
sua natureza e extensão e pelo exercício de prudência na preparação das demonstrações contábeis. 
Prudência consiste no emprego de um certo grau de precaução no exercício dos julgamentos ne-
21
CP
C 
00
cessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos ou receitas não 
sejam superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados. Entretanto, o exercício 
da prudência não permite, por exemplo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a 
subavaliação deliberada de ativos ou receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou despesas, 
pois as demonstrações contábeis deixariam de ser neutras e, portanto, não seriam confiáveis.
Integridade
38. Para ser confiável, a informação constante das demonstrações contábeis deve ser completa, dentro dos 
limites de materialidade e custo. Uma omissão pode tornar a informação falsa ou distorcida e, portanto, 
não-confiável e deficiente em termos de sua relevância.
Comparabilidade
39. Os usuários devem poder comparar as demonstrações contábeis de uma entidade ao longo do tempo, a 
fim de identificar tendências na sua posição patrimonial e financeira e no seu desempenho. Os usuários 
devem também ser capazes de comparar as demonstrações contábeis de diferentes entidades a fim 
de avaliar, em termos relativos, a sua posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mutações 
na posição financeira. Conseqüentemente, a mensuração e apresentação dos efeitos financeiros de 
transações semelhantes e outros eventos devem ser feitas de modo consistente pela entidade, ao longo 
dos diversos períodos, e também por entidades diferentes.
40. Uma importante implicação da característica qualitativa da comparabilidade é que os usuários devem ser 
informados das práticas contábeis seguidas na elaboração das demonstrações contábeis, de quaisquer 
mudanças nessas práticas e também o efeito de tais mudanças. Os usuários precisam ter informações 
suficientes que lhes permitam identificar diferenças entre as práticas contábeis aplicadas a transações 
e eventos semelhantes, usadas pela mesma entidade de um período a outro e por diferentes entidades. 
A observância dos Pronunciamentos Técnicos, inclusive a divulgação das práticas contábeis utilizadas 
pela entidade, ajudam a atingir a comparabilidade.
41. A necessidade de comparabilidade não deve ser confundida com mera uniformidade e não se deve 
permitir que se torne um impedimento à introdução de normas contábeis aperfeiçoadas. Não é apro-
priado que uma entidade continue contabilizando da mesma maneira uma transação ou evento se a 
prática contábil adotada não está em conformidade com as características qualitativas de relevância 
e confiabilidade. Também é inapropriado manter práticas contábeis quando existem alternativas mais 
relevantes e confiáveis.
42. Tendo em vista que os usuários desejam comparar a posição patrimonial e financeira, o desempenho 
e as mutações na posição financeira ao longo do tempo, é importante que as demonstrações contábeis 
apresentem as correspondentes informações de períodos anteriores.
Limitações na relevância e na confiabilidade das informações
Tempestividade
43. Quando há demora indevida na divulgação de uma informação, é possível que ela perca a relevância. 
A Administração da entidade necessita ponderar os méritos relativos entre a tempestividade da divul-
gação e a confiabilidade da informação fornecida. Para fornecer uma informação na época oportuna 
pode ser necessário divulgá-la antes que todos os aspectos de uma transação ou evento sejam 
conhecidos, prejudicando assim a sua confiabilidade. Por outro lado, se para divulgar a informação a 
entidade aguardar até que todos os aspectos se tornem conhecidos, a informação pode ser altamente 
confiável, porém de pouca utilidade para os usuários que tenham tido necessidade de tomar decisões 
nesse ínterim. Para atingir o adequado equilíbrio entre a relevância e a confiabilidade, o princípio 
básico consiste em identificar qual a melhor forma para satisfazer as necessidades do processo de 
decisão econômica dos usuários.
Equilíbrio entre custo e benefício
44. O equilíbrio entre o custo e o benefício é uma limitação de ordem prática, ao invés de uma característica 
qualitativa. Os benefícios decorrentes da informação devem exceder o custo de produzi-la. A avaliação 
dos custos e benefícios é, entretanto, em essência, um exercício de julgamento. Além disso, os custos 
não recaem, necessariamente, sobre aqueles usuários que usufruem os benefícios. Os benefícios po-
dem também ser aproveitados por outros usuários, além daqueles para os quais as informações foram 
22
CP
C 
00
preparadas; por exemplo, o fornecimento de maiores informações aos credores por empréstimos pode 
reduzir os custos financeiros da entidade. Por essas razões, é difícil aplicar o teste de custo-benefício 
em qualquer caso específico. Não obstante, os órgãos normativos em especial, assim como os elabora-
dores e usuários das demonstrações contábeis, devem estar conscientes dessa limitação.
Equilíbrio entre características qualitativas 
45. Na prática, é freqüentemente necessário um balanceamento entre as características qualitativas. Ge-
ralmente, o objetivo é atingir um equilíbrio apropriado entre as características, a fim de satisfazer aos 
objetivos das demonstrações contábeis. A importância relativa das características em diferentes casos 
é uma questão de julgamento profissional.
Visão verdadeira e apropriada
46. Demonstrações contábeis são freqüentemente descritas como apresentando uma visão verdadeira e 
apropriada (true and fair view) da posição patrimonial e financeira, do desempenho e das mutações na 
posição financeira de uma entidade. Embora esta EstruturaConceitual não trate diretamente de tais 
conceitos, a aplicação das principais características qualitativas e de normas e práticas de contabilidade 
apropriadas normalmente resultam em demonstrações contábeis que refletem aquilo que geralmente se 
entende como apresentação verdadeira e apropriada das referidas informações.
Elementos das demonstrações contábeis
47. Demonstrações contábeis retratam os efeitos patrimoniais e financeiros das transações e outros even-
tos, agrupando-os em classes de acordo com as suas características econômicas. Essas classes são 
chamadas de elementos das demonstrações contábeis. Os elementos diretamente relacionados à 
mensuração da posição patrimonial e financeira no balanço são os ativos, os passivos e o patrimônio 
líquido. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração do desempenho na demonstração 
do resultado são as receitas e as despesas. A demonstração das mutações na posição financeira usu-
almente reflete os elementos da demonstração do resultado e as mutações nos elementos do balanço 
patrimonial; assim sendo, esta Estrutura Conceitual não identifica nenhum elemento que seja exclusivo 
dessa demonstração.
48. A apresentação desses elementos no balanço patrimonial e na demonstração do resultado envolve um 
processo de subclassificação. Por exemplo, ativos e passivos podem ser classificados por sua natureza 
ou função nos negócios da entidade, a fim de mostrar as informações da maneira mais útil aos usuários 
para fins de tomada de decisões econômicas.
Posição patrimonial e financeira
49. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial financeira são ativos, 
passivos e patrimônio líquido. Estes são definidos como segue:
(a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se 
espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade;
(b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquida-
ção se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos;
(c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os 
seus passivos.
50. As definições de ativo e passivo identificam os seus aspectos essenciais, mas não tentam especificar 
os critérios que precisam ser atendidos para que possam ser reconhecidos no balanço patrimonial. 
Assim, as definições abrangem itens que não são reconhecidos como ativos ou passivos no balanço 
porque não satisfazem aos critérios de reconhecimento discutidos nos itens 82 a 98. Especificamente, a 
expectativa de que futuros benefícios econômicos fluam para a entidade ou deixem a entidade deve ser 
suficientemente certa para que seja atendido o critério de probabilidade do item 83, antes que um ativo 
ou um passivo seja reconhecido.
51. Ao avaliar se um item se enquadra na definição de ativo, passivo ou patrimônio líquido, deve-se aten-
tar para a sua essência e realidade econômica e não apenas sua forma legal. Assim, por exemplo, 
no caso do arrendamento financeiro, a essência e a realidade econômica são que o arrendatário 
adquire os benefícios econômicos do uso do ativo arrendado pela maior parte da sua vida útil, como 
contraprestação de aceitar a obrigação de pagar por esse direito um valor próximo do valor justo do 
23
CP
C 
00
ativo e o respectivo encargo financeiro. Dessa forma, o arrendamento financeiro dá origem a itens que 
satisfazem a definição de um ativo e um passivo e, portanto, são reconhecidos como tais no balanço 
patrimonial do arrendatário.
52. Balanços patrimoniais elaborados de acordo com os Pronunciamentos Técnicos devem incluir como 
ativo ou passivo itens que satisfaçam a essas definições. 
Ativos
53. O benefício econômico futuro embutido em um ativo é o seu potencial em contribuir, direta ou indireta-
mente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa para a entidade. Tal potencial poderá ser produtivo, 
quando o recurso for parte integrante das atividades operacionais da entidade. Poderá também ter a 
forma de conversibilidade em caixa ou equivalentes de caixa ou poderá ainda ser capaz de reduzir as 
saídas de caixa, como no caso de um processo industrial alternativo que reduza os custos de produção.
54. A entidade geralmente usa os seus ativos na produção de mercadorias ou prestação de serviços ca-
pazes de satisfazer os desejos e necessidades dos clientes. Tendo em vista que essas mercadorias 
ou serviços podem atender aos seus desejos ou necessidades, os clientes se dispõem a pagar por 
eles e contribuir assim para o fluxo de caixa da entidade. 
55. Os benefícios econômicos futuros de um ativo podem fluir para a entidade de diversas maneiras. Por 
exemplo, um ativo pode ser:
(a) usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção de mercadorias e serviços 
a serem vendidos pela entidade;
(b) trocado por outros ativos;
(c) usado para liquidar um passivo; ou
(d) distribuído aos proprietários da entidade.
56. Muitos ativos, por exemplo, máquinas e equipamentos industriais, têm uma substância física. Entre-
tanto, substância física não é essencial à existência de um ativo; dessa forma, as patentes e direitos 
autorais, por exemplo, são ativos, desde que deles sejam esperados benefícios econômicos futuros 
para a entidade e que eles sejam por ela controlados.
57. Muitos ativos, por exemplo, contas a receber e imóveis, estão ligados a direitos legais, inclusive o direito 
de propriedade. Ao determinar a existência de um ativo, o direito de propriedade não é essencial; assim, 
por exemplo, um imóvel objeto de arrendamento é um ativo, desde que a entidade controle os benefícios 
econômicos provenientes da propriedade. Embora a capacidade de uma entidade controlar os benefí-
cios econômicos normalmente seja proveniente da existência de direitos legais, um item pode satisfazer 
a definição de um ativo mesmo quando não há controle legal. Por exemplo, o know-how obtido por meio 
de uma atividade de desenvolvimento de produto pode satisfazer a definição de ativo quando, mantendo 
o know-how em segredo, a entidade controla os benefícios econômicos provenientes desse ativo.
58. Os ativos de uma entidade resultam de transações passadas ou outros eventos passados. As entida-
des normalmente obtêm ativos comprando-os ou produzindo-os, mas outras transações ou eventos 
podem gerar ativos; por exemplo: um imóvel recebido do governo como parte de um programa para 
fomentar o crescimento econômico da região onde se localiza a entidade ou a descoberta de jazidas 
minerais. Transações ou eventos previstos para ocorrer no futuro não podem resultar, por si mesmos, 
no reconhecimento de ativos; por isso, por exemplo, a intenção de adquirir estoques não atende, por 
si só, à definição de um ativo.
59. Há uma forte associação entre incorrer em gastos e gerar ativos, mas ambas as atividades não neces-
sariamente coincidem entre si. Assim, o fato de uma entidade ter incorrido num gasto pode fornecer 
evidência da sua busca por futuros benefícios econômicos, mas não é prova conclusiva de que a 
definição de ativo tenha sido obtida. Da mesma forma, a ausência de um gasto não impede que um 
item satisfaça a definição de ativo e se qualifique para reconhecimento no balanço patrimonial; por 
exemplo, itens que foram doados à entidade podem satisfazer a definição de ativo.
Passivos
60. Uma característica essencial para a existência de um passivo é que a entidade tenha uma obrigação 
presente. Uma obrigação é um dever ou responsabilidade de agir ou fazer de uma certa maneira. As 
obrigações podem ser legalmente exigíveis em conseqüência de um contrato ou de requisitos esta-
24
CP
C 
00
tutários. Esse é normalmente o caso, por exemplo, das contas a pagar por mercadorias e serviços 
recebidos. Obrigações surgem também de práticas usuais de negócios, usos e costumes e o desejode manter boas relações comerciais ou agir de maneira eqüitativa. Se, por exemplo, uma entidade 
decide, por uma questão de política mercadológica ou de imagem, retificar defeitos em seus produtos, 
mesmo quando tais defeitos tenham se tornado conhecidos depois que expirou o período da garantia, 
as importâncias que espera gastar com os produtos já vendidos constituem-se passivos.
61. Deve-se fazer uma distinção entre uma obrigação presente e um compromisso futuro. A decisão da 
Administração de uma entidade de adquirir ativos no futuro não constitui, por si só, uma obrigação 
presente. A obrigação normalmente surge somente quando o ativo é recebido ou a entidade assina 
um acordo irrevogável de aquisição do ativo. Neste último caso, a natureza irrevogável do acordo 
significa que as conseqüências econômicas de deixar de cumprir a obrigação, por exemplo, por causa 
da existência de uma penalidade significativa, deixem a entidade com pouca ou nenhuma alternativa 
para evitar o desembolso de recursos em favor da outra parte.
62. A liquidação de uma obrigação presente geralmente implica na utilização, pela entidade, de recursos 
capazes de gerar benefícios econômicos a fim de satisfazer o direito da outra parte. A extinção de 
uma obrigação presente pode ocorrer de diversas maneiras, por exemplo, por meio de:
(a) pagamento em dinheiro;
(b) transferência de outros ativos;
(c) prestação de serviços;
(d) substituição da obrigação por outra; ou
(e) conversão da obrigação em capital.
Uma obrigação pode também ser extinta por outros meios, tais como pela renúncia do credor ou pela 
perda dos seus direitos creditícios.
63. Passivos resultam de transações ou outros eventos passados. Assim, por exemplo, a aquisição de 
mercadorias e o uso de serviços resultam em contas a pagar (a não ser que pagos adiantadamente ou 
na entrega) e o recebimento de um empréstimo resulta na obrigação de liquidá-lo. Ou uma entidade 
pode ter a necessidade de reconhecer como passivo futuros abatimentos baseados no volume das 
compras anuais dos clientes; nesse caso, a venda das mercadorias no passado é a transação da qual 
deriva o passivo.
64. Alguns passivos somente podem ser mensurados com o emprego de um elevado grau de estimativa. 
No Brasil esses passivos são descritos como provisões. A definição de passivo, constante do item 
49, tem um enfoque amplo e assim, se a provisão envolve uma obrigação presente e satisfaz os de-
mais critérios da definição, ela é um passivo, ainda que seu valor tenha que ser estimado. Exemplos 
incluem provisões por pagamentos a serem feitos para satisfazer acordos com garantias em vigor e 
provisões para fazer face a obrigações de aposentadoria.
Patrimônio líquido
65. Embora o patrimônio líquido seja definido no item 49 como um valor residual, ele pode ter subclassi-
ficações no balanço patrimonial. Por exemplo, recursos aportados pelos sócios, reservas resultantes 
de apropriações de lucros e reservas para manutenção do capital podem ser demonstrados sepa-
radamente. Tais classificações podem ser importantes para a tomada de decisão dos usuários das 
demonstrações contábeis quando indicarem restrições legais ou de outra natureza sobre a capacida-
de que a entidade tem de distribuir ou aplicar de outra forma os seus recursos patrimoniais. Podem 
também refletir o fato de que acionistas de uma entidade tenham direitos diferentes em relação ao 
recebimento de dividendos ou reembolso de capital.
66. A constituição de reservas é, às vezes, exigida pelo estatuto ou por lei para dar à entidade e seus 
credores uma margem maior de proteção contra os efeitos de prejuízos. Outras reservas podem 
ser constituídas em atendimento a leis que concedem isenções ou reduções nos impostos a pagar 
quando são feitas transferências para tais reservas. A existência e o valor de tais reservas legais, 
estatutárias e fiscais representam informações que podem ser importantes para a tomada de decisão 
dos usuários. As transferências para tais reservas são apropriações de lucros acumulados, portanto, 
não constituem despesas.
67. O valor pelo qual o patrimônio líquido é apresentado no balanço patrimonial depende da mensuração 
dos ativos e passivos. Normalmente, o valor do patrimônio líquido somente por coincidência é igual 
25
CP
C 
00
ao valor de mercado das ações da entidade ou da soma que poderia ser obtida pela venda dos seus 
ativos e liquidação de seus passivos numa base de item-por-item, ou da entidade como um todo, 
numa base de continuidade operacional.
68. Atividades comerciais e industriais, bem como outros negócios são freqüentemente exercidos por 
meio de firmas individuais, sociedades limitadas, entidades estatais e outras organizações cuja estru-
tura legal e regulamentar pode ser diferente daquela aplicável às sociedades por ações. Por exemplo, 
pode haver poucas restrições, ou nenhuma, sobre a distribuição aos proprietários ou outros beneficiá-
rios de importâncias incluídas no patrimônio líquido. Independentemente desses fatos, a definição de 
patrimônio líquido e os outros aspectos desta Estrutura Conceitual que tratam do patrimônio líquido 
são igualmente aplicáveis a tais entidades.
Desempenho
69. O resultado é freqüentemente usado como medida de desempenho ou como base para outras avalia-
ções, tais como o retorno do investimento ou resultado por ação. Os elementos diretamente relaciona-
dos com a mensuração do resultado são as receitas e as despesas. O reconhecimento e mensuração 
das receitas e despesas e, conseqüentemente, do resultado, dependem em parte dos conceitos de 
capital e de manutenção do capital usados pela entidade na preparação de suas demonstrações con-
tábeis. Esses conceitos são discutidos nos itens 102 a 110.
70. Receitas e despesas são definidas como segue:
(a) Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de 
entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos 
do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade; e
(b) Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a 
forma de saída de recursos ou redução de ativos ou incrementos em passivos, que resultam 
em decréscimo do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos pro-
prietários da entidade.
71. As definições de receitas e despesas identificam os seus aspectos essenciais, mas não especificam 
os critérios que precisam ser satisfeitos para que sejam reconhecidas na demonstração do resultado. 
Os critérios para o reconhecimento das receitas e despesas são comentados nos itens 82 a 98.
72. As receitas e despesas podem ser apresentadas na demonstração do resultado de diferentes manei-
ras, de modo que prestem informações relevantes para a tomada de decisões. Por exemplo, é prática 
comum distinguir entre receitas e despesas que surgem no curso das atividades usuais da entidade 
e as demais. Essa distinção é feita porque a fonte de uma receita é relevante na avaliação da capa-
cidade que a entidade tenha de gerar caixa ou equivalentes de caixa no futuro; por exemplo, receitas 
oriundas de atividades eventuais como a venda de um investimento de longo prazo normalmente não 
se repetem numa base regular. Nessa distinção, deve-se levar em conta a natureza da entidade e 
suas operações. Itens que resultam das atividades ordinárias de uma entidade podem ser incomuns 
em outras entidades.
73. A distinção entre itens de receitas e de despesas e a sua combinação de diferentes maneiras também 
permitem demonstrar várias formas de medir o desempenho da entidade, com maior ou menor abran-
gência de itens. Por exemplo, a demonstração do resultado pode apresentar a margem bruta, o lucro 
ou prejuízo das atividades ordinárias antes dos tributos sobre o resultado, o lucro ou o prejuízo das 
atividades ordinárias depois dessestributos e o lucro ou prejuízo líquido.
Receitas
74. A definição de receita abrange tanto receitas propriamente ditas como ganhos. A receita surge no 
curso das atividades ordinárias de uma entidade e é designada por uma variedade de nomes, tais 
como vendas, honorários, juros, dividendos, royalties e aluguéis.
75. Ganhos representam outros itens que se enquadram na definição de receita e podem ou não surgir 
no curso das atividades ordinárias da entidade, representando aumentos nos benefícios econômicos 
e, como tal, não diferem, em natureza, das receitas. Conseqüentemente, não são considerados como 
um elemento separado nesta Estrutura Conceitual.
76. Ganhos incluem, por exemplo, aqueles que resultam da venda de ativos não-correntes. A definição de 
26
CP
C 
00
receita também inclui ganhos não realizados; por exemplo, os que resultam da reavaliação de títulos 
negociáveis e os que resultam de aumentos no valor de ativos a longo prazo. Quando esses ganhos 
são reconhecidos na demonstração do resultado, eles são usualmente apresentados separadamente, 
porque sua divulgação é útil para fins de tomada de decisões econômicas. Esses ganhos são, na 
maioria das vezes, mostrados líquidos das respectivas despesas.
77. Vários tipos de ativos podem ser recebidos ou aumentados por meio da receita; exemplos incluem 
caixa, contas a receber, mercadorias e serviços recebidos em troca de mercadorias e serviços for-
necidos. A receita também pode resultar da liquidação de passivos. Por exemplo, a entidade pode 
fornecer mercadorias e serviços a um credor em liquidação da obrigação de pagar um empréstimo.
Despesas
78. A definição de despesas abrange perdas assim como as despesas que surgem no curso das ativida-
des ordinárias da entidade. As despesas que surgem no curso das atividades ordinárias da entidade 
incluem, por exemplo, o custo das vendas, salários e depreciação. Geralmente, tomam a forma de um 
desembolso ou redução de ativos como caixa e equivalentes de caixa, estoques e ativo imobilizado.
79. Perdas representam outros itens que se enquadram na definição de despesas e podem ou não surgir 
no curso das atividades ordinárias da entidade, representando decréscimos nos benefícios econômi-
cos e, como tal, não são de natureza diferente das demais despesas. Assim, não são consideradas 
como um elemento à parte nesta Estrutura Conceitual.
80. Perdas incluem, por exemplo, as que resultam de sinistros como incêndio e inundações, assim como 
as que decorrem da venda de ativos não-correntes. A definição de despesas também inclui as perdas 
não realizadas, por exemplo, as que surgem dos efeitos dos aumentos na taxa de câmbio de uma 
moeda estrangeira com relação aos empréstimos a pagar em tal moeda. Quando as perdas são 
reconhecidas na demonstração do resultado, elas são geralmente demonstradas separadamente, 
pois sua divulgação é útil para fins de tomada de decisões econômicas. As perdas são geralmente 
demonstradas líquidas das respectivas receitas.
Ajustes para manutenção do capital
81. A reavaliação ou a atualização de ativos e passivos dão margem a aumentos ou diminuições do pa-
trimônio líquido. Embora tais aumentos ou diminuições se enquadrem na definição de receitas e de 
despesas, sob certos conceitos de manutenção do capital eles não são incluídos na demonstração do 
resultado. Em vez disso, tais itens são incluídos no patrimônio líquido como ajustes para manutenção 
do capital ou reservas de reavaliação. Esses conceitos de manutenção do capital são comentados nos 
itens 102 a 110 desta Estrutura Conceitual.
Reconhecimento dos elementos das demonstrações contábeis 
82. Reconhecimento é o processo que consiste em incorporar ao balanço patrimonial ou à demonstração 
do resultado um item que se enquadre na definição de um elemento e que satisfaça os critérios de 
reconhecimento mencionados no item 83. Envolve a descrição do item, a atribuição do seu valor e a 
sua inclusão no balanço patrimonial ou na demonstração do resultado. Os itens que satisfazem os 
critérios de reconhecimento devem ser registrados no balanço ou na demonstração do resultado. A 
falta de reconhecimento de tais itens não é corrigida pela divulgação das práticas contábeis adotadas 
nem pelas notas ou material explicativo.
83. Um item que se enquadre na definição de ativo ou passivo deve ser reconhecido nas demonstrações 
contábeis se:
(a) for provável que algum benefício econômico futuro referente ao item venha a ser recebido ou 
entregue pela entidade; e
(b) ele tiver um custo ou valor que possa ser medido em bases confiáveis.
84. Ao avaliar se um item se enquadra nesses critérios e, portanto, se qualifica para fins de reconheci-
mento nas demonstrações contábeis, é necessário considerar as observações sobre materialidade 
comentadas nos itens 29 e 30. O inter-relacionamento entre os elementos significa que um item que 
se enquadra na definição e nos critérios de reconhecimento de um determinado elemento, por exem-
plo, um ativo, requer automaticamente o reconhecimento de outro elemento, por exemplo, uma receita 
ou um passivo.
27
CP
C 
00
Probabilidade de realização de benefício econômico futuro
85. O conceito de probabilidade é usado nos critérios de reconhecimento para determinar o grau de 
incerteza com que os benefícios econômicos futuros referentes ao item venham a ser recebidos ou 
entregues pela entidade. O conceito está em conformidade com a incerteza que caracteriza o am-
biente em que a entidade opera. As avaliações do grau de incerteza ligado ao fluxo de futuros bene-
fícios econômicos são feitas com base na evidência disponível quando as demonstrações contábeis 
são preparadas. Por exemplo, quando é provável que uma conta a receber devida à entidade seja 
paga, é então justificável, na ausência de qualquer evidência em contrário, reconhecer a conta a 
receber como um ativo. Para uma grande quantidade de contas a receber, entretanto, algum grau de 
inadimplência é normalmente considerado provável; dessa forma, reconhece-se como uma despesa 
a esperada redução nos benefícios econômicos.
Confiabilidade da mensuração 
86. O segundo critério para reconhecimento de um item é que ele possua um custo ou valor que pos-
sa ser determinado em bases confiáveis, conforme comentado nos itens 31 a 38 desta Estrutura 
Conceitual. Em muitos casos, o custo ou valor precisa ser estimado; o uso de estimativas razoáveis 
é uma parte essencial da preparação das demonstrações contábeis e não prejudica a sua con-
fiabilidade. Quando, entretanto, não puder ser feita uma estimativa razoável, o item não deve ser 
reconhecido no balanço patrimonial ou na demonstração do resultado. Por exemplo, o valor que se 
espera receber de uma ação judicial pode enquadrar-se nas definições tanto de um ativo como de 
uma receita, assim como nos critérios exigidos para reconhecimento; todavia, se não é possível 
determinar, em bases confiáveis, o valor que será recebido, ele não deve ser reconhecido como 
um ativo ou uma receita; a existência da reclamação deverá ser, entretanto, divulgada nas notas 
explicativas ou demonstrações suplementares.
87. Um item que, em determinado momento, deixe de se enquadrar nos critérios de reconhecimento 
constantes do item 83, poderá qualificar-se para reconhecimento em data posterior como resultado 
de circunstâncias ou eventos subseqüentes.
88. Um item que possui as características de ativo, passivo, receita ou despesa, mas não atende aos 
critérios para reconhecimento, pode, entretanto, requerer divulgação nas notas e material explicativos 
ou em demonstrações suplementares. Isso será apropriado quando a divulgação do item for conside-
rada relevante para a avaliação da posição patrimonial e financeira, do desempenho e das mutações 
na posição financeira da entidade por parte dos usuários das demonstrações contábeis.
Reconhecimento de ativos
89. Um ativo

Outros materiais