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Direitos Difusos e Coletivos para concurso Publico

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2018.1 
 
 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 1 
 
DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS – PROCESSO COLETIVO 2018.1 
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................... 8 
TEORIA GERAL DO PROCESSO COLETIVO ............................................................................... 9 
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICO-METODOLÓGICA .......................................................................... 9 
1.1. GERAÇÕES/DIMENSÕES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS ........................................... 9 
1.1.1. Direitos de 1ª Dimensão (liberdade) .......................................................................... 9 
1.1.2. Direitos de 2ª dimensão (igualdade) .......................................................................... 9 
1.1.3. Direitos de 3ª Dimensão (fraternidade ou solidariedade) ......................................... 10 
1.1.4. Direitos de 4ª Geração ............................................................................................. 10 
1.2. FASES METODOLÓGICAS DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL ................................... 11 
1.2.1. 1ª momento: Sincretismo, civilismo ou privatismo. ................................................... 11 
1.2.2. 2º momento: Autonomismo ou conceitual (de 1868 até hoje) .................................. 11 
1.2.3. 3º momento: Instrumentalismo................................................................................. 11 
1.3. PROCESSO INDIVIDUAL X PROCESSO COLETIVO ................................................... 13 
1.4. ORIGEM DO PROCESSO COLETIVO BRASILEIRO ..................................................... 14 
2. NATUREZA DOS DIREITOS METAINDIVIDUAIS ................................................................. 14 
3. CLASSIFICAÇÃO DO PROCESSO COLETIVO .................................................................... 16 
3.1. QUANTO AO SUJEITO: ATIVO E PASSIVO .................................................................. 16 
3.1.1. Processo coletivo ATIVO ......................................................................................... 16 
3.1.2. Processo coletivo PASSIVO .................................................................................... 16 
3.1.3. Processo Coletivo ATIVO e PASSIVO ..................................................................... 18 
3.2. QUANTO AO OBJETO: ESPECIAL OU COMUM ........................................................... 19 
3.2.1. Processo coletivo ESPECIAL .................................................................................. 19 
3.2.2. Processo coletivo Comum ....................................................................................... 19 
3.3. OUTRA CLASSIFICAÇÃO .............................................................................................. 19 
3.3.1. Ações Pseudocoletivas ............................................................................................ 19 
4. PRINCIPAIS PRINCÍPIOS DE DIREITO PROCESSUAL COLETIVO .................................... 20 
4.1. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE MITIGADA DA AÇÃO COLETIVA (LACP, ART. 5º, 
§3º; LAP, ART. 9º) ..................................................................................................................... 20 
4.2. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DA EXECUÇÃO COLETIVA (LAP, ART. 16; LACP, 
ART. 15) .................................................................................................................................... 21 
4.3. PRINCÍPIO DO INTERESSE JURISDICIONAL DO CONHECIMENTO DO MÉRITO ..... 22 
4.4. PRINCÍPIO DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO .......................................................... 23 
4.5. PRINCÍPIO DO MÁXIMO BENEFÍCIO DA TUTELA JURISDICIONAL COLETIVA (ART. 
103, §§3º E 4º DO CDC) ........................................................................................................... 23 
4.6. PRINCÍPIO DO ATIVISMO JUDICIAL OU DA MÁXIMA EFETIVIDADE PROCESSO .... 24 
4.6.1. Poderes instrutórios mais acentuados ..................................................................... 24 
4.6.2. Flexibilização das regras procedimentais................................................................. 24 
4.6.3. Comunicação para o ajuizamento ............................................................................ 25 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 2 
 
4.6.4. Possibilidade de alteração dos elementos da demanda após o saneamento do 
processo (art. 329 do CPC/2015) ........................................................................................... 25 
4.6.5. Controle das políticas públicas ................................................................................ 25 
4.7. PRINCÍPIO DA MÁXIMA AMPLITUDE/ATIPICIDADE/NÃO TAXATIVIDADE DO 
PROCESSO COLETIVO ........................................................................................................... 26 
4.8. PRINCÍPIO DA AMPLA DIVULGAÇÃO DA DEMANDA COLETIVA (CDC, ART. 94) ...... 27 
4.9. PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA ADEQUADA ................................................................ 28 
4.10. PRINCÍPIO DA INTEGRATIVIDADE DO MICROSSISTEMA PROCESSUAL 
COLETIVO (APLICAÇÃO INTEGRADA DAS LEIS PROCESSUAIS COLETIVAS). .................. 28 
4.11. PRINCÍPIO DA ADEQUADA REPRESENTAÇÃO OU DO CONTROLE JUDICIAL DA 
LEGITIMAÇÃO COLETIVA ....................................................................................................... 31 
4.11.1. Introdução ............................................................................................................ 31 
4.11.2. Posições adotadas no Brasil ................................................................................ 32 
4.11.3. Critério doutrinários/jurisprudenciais para o controle judicial ................................ 32 
4.11.4. Natureza jurídica do controle judicial na representação ....................................... 34 
5. OBJETO DO PROCESSO COLETIVO (CDC, art. 81) ........................................................... 34 
5.1. DIREITOS/INTERESSES METAINDIVIDUAIS NATURALMENTE COLETIVOS ............ 35 
5.2. DIREITOS METAINDIVIDUAIS ACIDENTALMENTE COLETIVOS (INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS) ....................................................................................................................... 36 
5.3. GRÁFICOS: DIFUSOS x COLETIVOS x INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS ....................... 38 
5.3.1. Gráfico 01 ................................................................................................................ 38 
5.3.2. Gráfico 02 ................................................................................................................ 38 
5.4. OBSERVAÇÕES FINAIS RELACIONADAS AO OBJETO DO PROCESSO COLETIVO 39 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA.................................................................................................................. 41 
1. GENERALIDADES ................................................................................................................ 41 
1.1. PREVISÃO LEGAL/SUMULAR ....................................................................................... 41 
1.1.1. Histórico legal .......................................................................................................... 41 
1.1.2. Histórico sumular ..................................................................................................... 41 
2. DISTINÇÕES ......................................................................................................................... 42 
2.1. AÇÃO CIVIL PÚBLICA X AÇÃO COLETIVA ................................................................... 42 
2.2. AÇÃO CIVIL PÚBLICA X AÇÃO CIVIL DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ............. 42 
2.3. AÇÃO CIVIL PÚBLICA X AÇÃO POPULAR ...................................................................43 
3. OBJETO DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA ..................................................................................... 44 
3.1. ESPÉCIES DE OBJETOS .............................................................................................. 44 
3.1.1. Meio-ambiente ......................................................................................................... 44 
3.1.2. Consumidor ............................................................................................................. 45 
3.1.3. Bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico ............ 45 
3.1.4. Qualquer outro interesse difuso ou coletivo ............................................................. 46 
3.1.5. Ordem econômica ................................................................................................... 46 
3.1.6. Urbanística .............................................................................................................. 46 
3.1.7. Honra, dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos ........................................ 46 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 3 
 
3.1.8. Patrimônio público e social ...................................................................................... 47 
3.2. TUTELAS DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA ............................................................................. 47 
3.2.1. Tutela preventiva ..................................................................................................... 47 
3.2.2. Tutela ressarcitória .................................................................................................. 48 
3.2.3. Dano moral coletivo ................................................................................................. 48 
a) Direitos individuais homogêneos .................................................................................... 48 
b) Direitos difusos e coletivos.............................................................................................. 48 
c) Danos sociais ................................................................................................................. 49 
d) Destinatários das indenizações ...................................................................................... 50 
3.3. CUMULAÇÃO DE PEDIDOS .......................................................................................... 50 
3.4. ACP X ADI X ADC .......................................................................................................... 50 
3.5. VEDAÇÃO DE OBJETO ................................................................................................. 51 
4. LEGITIMIDADE ATIVA (NOÇOES GERAIS) ......................................................................... 52 
4.1. PREVISÃO LEGAL ......................................................................................................... 52 
4.2. CARACTERÍSTICAS ...................................................................................................... 52 
4.2.1. Ope legis ................................................................................................................. 52 
4.2.2. Concorrente e disjuntiva .......................................................................................... 53 
4.3. NATUREZA JURÍDICA ................................................................................................... 53 
4.4. LITISCONSÓRCIO ......................................................................................................... 53 
4.5. CONTROLE JUDICIAL DE REPRESENTAÇÃO ADEQUADA ........................................ 53 
5. LEGITIMADOS ATIVOS ........................................................................................................ 54 
5.1. MINISTÉRIO PÚBLICO .................................................................................................. 54 
5.1.1. Finalidade institucional ............................................................................................. 54 
5.1.2. Direito difuso ou coletivo .......................................................................................... 54 
5.1.3. Direito individual homogêneo ................................................................................... 54 
5.1.4. ACP em favor de uma única pessoa ........................................................................ 55 
5.1.5. Obrigatoriedade de agir ........................................................................................... 55 
5.1.6. Atuação para obrigar órgãos internos de controle .................................................... 55 
5.1.7. Legitimidade do MP e jurisprudência do STJ ........................................................... 55 
5.2. DEFENSORIA PÚBLICA ................................................................................................ 57 
5.2.1. Finalidade institucional ............................................................................................. 57 
5.2.2. Conceito de hipossuficiente ..................................................................................... 57 
5.2.3. Atuação no processo coletivo .................................................................................. 58 
5.3. ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA ....................................................................... 59 
5.3.1. Finalidades institucionais ......................................................................................... 59 
5.4. ASSOCIAÇÕES .............................................................................................................. 60 
5.4.1. Amplitude................................................................................................................. 60 
5.4.2. Expressa previsão de controle de representação adequada .................................... 60 
5.4.3. A questão dos direitos individuais homogêneos....................................................... 61 
6. LEGITIMADOS PASSIVOS ................................................................................................... 61 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 4 
 
6.1. INAPLICABILIDADE DO MICROSSISTEMA .................................................................. 62 
6.2. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL ................................................................................ 62 
7. COMPETÊNCIA .................................................................................................................... 62 
7.1. CRITÉRIO FUNCIONAL HIERÁRQUICO ....................................................................... 63 
7.2. CRITÉRIO OBJETIVO: EM RAZÃO DA MATÉRIA ......................................................... 63 
7.2.1. Justiça Eleitoral (art. 121 CF) ................................................................................... 63 
7.2.2. Justiça do Trabalho (art. 114 CR) ............................................................................ 64 
7.2.3. Justiça Federal ........................................................................................................ 64 
7.2.4. Justiça Estadual....................................................................................................... 66 
7.3. CRITÉRIO OBJETIVO: EM RAZÃO DO VALOR ............................................................ 66 
7.4. CRITÉRIO TERRITORIAL .............................................................................................. 67 
8. COISA JULGADA NO PROCESSO COLETIVO .................................................................... 69 
8.1. INTRODUÇÃO E PREVISÃO LEGAL ............................................................................. 69 
8.2. LIMITES OBJETIVOS, SUBJETIVOS, MODO DE PRODUÇÃO E EXTENSÃO DA COISA 
JULGADA NO PROCESSO COLETIVO ....................................................................................70 
8.3. SUSPENSÃO DA AÇÃO INDIVIDUAL E A EXTENSÃO DA COISA JULGADA .............. 74 
8.4. A POLÊMICA DO ART. 16 DA LACP. ............................................................................ 77 
9. RELAÇÃO ENTRE DEMANDAS ............................................................................................ 79 
9.1. CRITÉRIOS DE RELAÇÃO ENTRE AS DEMANDAS ..................................................... 79 
9.1.1. Identidade dos elementos da ação (tríplice eadem) ................................................. 79 
9.1.2. Identidade da relação jurídica material .................................................................... 80 
9.2. RELAÇÃO ENTRE DEMANDAS INDIVIDUAIS .............................................................. 80 
9.2.1. Identidade TOTAL dos elementos da ação individual .............................................. 80 
9.2.2. Identidade PARCIAL dos elementos da ação individual ........................................... 80 
9.3. RELAÇÃO ENTRE DEMANDA INDIVIDUAL X DEMANDA COLETIVA .......................... 81 
9.3.1. Identidade TOTAL dos elementos da ação individual com a coletiva ....................... 81 
9.3.2. Identidade PARCIAL dos elementos da ação individual com a coletiva ................... 81 
9.4. RELAÇÃO DEMANDA COLETIVA X DEMANDA COLETIVA ......................................... 82 
9.4.1. Identidade TOTAL dos elementos da ação coletiva ................................................. 82 
9.4.2. Identidade PARCIAL dos elementos da ação coletiva ............................................. 83 
9.5. CRITÉRIO PARA REUNIÃO DE DEMANDAS COLETIVAS ........................................... 84 
10. COMPETÊNCIA NAS AÇÕES COLETIVAS ....................................................................... 86 
10.1. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NA TUTELA COLETIVA DE DIREITOS DIFUSOS E 
COLETIVOS STRICTO SENSU ................................................................................................ 87 
10.2. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NA TUTELA COLETIVA DE DIREITOS 
INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS .................................................................................................. 88 
10.3. AMICUS CURIAE ........................................................................................................ 89 
10.4. ASSISTÊNCIA NA AÇÃO POPULAR .......................................................................... 89 
10.5. INTERVENÇÃO DA PESSOA JURÍDICA INTERESSADA NA AÇÃO POPULAR E NA 
AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (ARTS. 6º, § 3º, DA LAP E 17, §3º, DA LIA) ..... 90 
10.6. CABIMENTO DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE NA TUTELA COLETIVA ........................ 90 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 5 
 
11. LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO DA SENTENÇA COLETIVA ................................................ 92 
11.1. EXECUÇÃO DOS DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS (DIREITOS NATURALMENTE 
COLETIVOS) ............................................................................................................................ 92 
11.1.1. Liquidação/Execução da pretensão coletiva (Art. 13 e 15 LACP) ......................... 92 
11.1.2. Liquidação/Execução da pretensão individual derivada (art. 103, §3º CDC) ........ 93 
11.2. EXECUÇÃO DOS DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS (DIREITOS 
ACIDENTALMENTE COLETIVOS) ........................................................................................... 95 
11.2.1. Liquidação/Execução da pretensão individual (art. 97 do CDC) ........................... 95 
11.2.2. Execução da pretensão individual coletiva (art. 98 do CDC) ................................ 96 
11.2.3. Execução da pretensão coletiva residual: “fluid recovery” (reparação fluída) - (art. 
100 do CDC) .......................................................................................................................... 96 
11.3. TRÊS ÚLTIMAS QUESTÕES ..................................................................................... 98 
12. PRESCRIÇÃO ................................................................................................................... 99 
12.1. AÇÃO POPULAR (LAP) .............................................................................................. 99 
12.2. AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LIA) ................................................... 99 
12.3. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (MSC) ..................................................... 100 
12.4. AÇÃO CIVIL PÚBLICA (ACP) ................................................................................... 100 
13. RECURSOS NAS AÇÕES COLETIVAS .......................................................................... 101 
13.1. RECURSOS CONTRA FUNDAMENTAÇÃO DO DECISUM ..................................... 101 
13.2. EFEITO SUSPENSIVO ............................................................................................. 101 
13.3. REEXAME NECESSÁRIO ........................................................................................ 102 
13.4. IMPUGNAÇÕES À DECISÃO SOBRE A LIMINAR ................................................... 103 
14. INQUÉRITO CIVIL ........................................................................................................... 103 
14.1. ASPECTOS GERAIS ................................................................................................ 104 
14.2. CARACTERÍSTICAS ................................................................................................. 104 
14.3. FASES DO INQUÉRITO CIVIL .................................................................................. 105 
14.3.1. Instauração ........................................................................................................ 105 
14.3.2. Instrução (poderes instrutórios do MP) ............................................................... 106 
14.3.3. Prazo ................................................................................................................. 109 
14.3.4. Conclusão .......................................................................................................... 109 
14.4. COMPROMISSO/TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA (CAC/TAC) ............. 110 
14.4.1. Previsão legal..................................................................................................... 110 
14.4.2. Natureza do termo ............................................................................................. 110 
14.4.3. Legitimação ........................................................................................................ 110 
14.4.4. Responsabilidade pela má celebração do TAC ou não fiscalização do seu 
cumprimento ........................................................................................................................ 110 
14.4.5. Eficácia .............................................................................................................. 110 
14.4.6. Objeto ................................................................................................................ 111 
14.4.7. Condição de celebração do TAC ........................................................................ 111 
14.4.8. Celebração do TAC no curso do IC .................................................................... 111 
14.4.9. Celebração de acordo no âmbito da ACP já ajuizada pelo MP ........................... 111 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 6 
 
14.4.10. Compromisso preliminar .................................................................................... 111 
14.4.6. Em regra, não cabe TAC em improbidade administrativa (VER LIA) .................. 111 
14.4.7. Impugnação dos compromissos e transações .................................................... 111 
AÇÃO POPULAR (Lei nº 4.717/65) .............................................................................................113 
1. GENERALIDADES .............................................................................................................. 113 
1.1. CONCEITO ................................................................................................................... 113 
1.2. PREVISÃO CONSTITUCIONAL ................................................................................... 113 
1.3. PREVISÃO LEGAL ....................................................................................................... 113 
1.4. PREVISÃO SUMULAR ................................................................................................. 113 
2. OBJETO DA AÇÃO POPULAR............................................................................................ 113 
2.1. PREVISÃO NO ART. 5º, INCISO LXXIII DA CF ........................................................... 113 
2.2. *TUTELA RESSARCITÓRIA/ MEIO AMBIENTE/ PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL
 114 
2.2.1. Patrimônio Público ................................................................................................. 114 
2.2.2. Moralidade administrativa ...................................................................................... 114 
3. CABIMENTO DA AÇÃO POPULAR ..................................................................................... 115 
3.1. “ATO” ............................................................................................................................ 115 
3.2. “ILEGAL” ....................................................................................................................... 116 
3.3. “LESIVO” ...................................................................................................................... 117 
4. LEGITIMIDADE ................................................................................................................... 118 
4.1. LEGITIMIDADE ATIVA ................................................................................................. 118 
4.2. LEGITIMIDADE PASSIVA ............................................................................................ 119 
5. PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO ..................................................................................... 120 
6. COMPETÊNCIA .................................................................................................................. 120 
7. PRAZO PARA RESPOSTA DOS RÉUS .............................................................................. 121 
8. SENTENÇA ......................................................................................................................... 121 
8.1. PRAZO PARA JULGAR ................................................................................................ 121 
8.2. NATUREZA DA SENTENÇA ........................................................................................ 122 
9. REEXAME NECESSÁRIO ................................................................................................... 122 
10. APELAÇÃO (EFEITOS) ................................................................................................... 122 
11. DIFERENÇAS ENTRE A LA E LACP ............................................................................... 122 
12. PENHORABILIDADE SALARIAL ..................................................................................... 124 
13. SUCUMBÊNCIA ............................................................................................................... 124 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – ASPECTOS PROCESSUAIS ........................................... 126 
1. CONCEITO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ............................................................ 126 
2. PREVISÃO LEGAL E SUMULAR ........................................................................................ 126 
2.1. CF ART. 37 ................................................................................................................... 126 
2.2. LEI 8.429/92 ................................................................................................................. 126 
3. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI 8.429/92........................................................................ 127 
4. OBJETO DA AÇÃO CIVIL DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ..................................... 127 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 7 
 
5. LEGITIMIDADE ATIVA ........................................................................................................ 128 
5.1. MP ................................................................................................................................ 128 
5.2. PJ INTERESSADA ....................................................................................................... 128 
6. LEGITIMIDADE PASSIVA ................................................................................................... 128 
7. COMPETÊNCIA E A QUESTÃO DO AGENTE POLÍTICO .................................................. 129 
8. SANÇÕES ........................................................................................................................... 130 
9. PROCEDIMENTO................................................................................................................ 132 
9.1. PETIÇÃO INICIAL (INQUÉRITO CIVIL) ........................................................................ 132 
9.2. NOTIFICAÇÃO (§7º) ..................................................................................................... 132 
9.3. DEFESA PRELIMINAR EM 15 DIAS ............................................................................ 133 
9.4. DECISÃO DEVE SER FUNDAMENTADA .................................................................... 133 
9.5. PROVAS (REGIME DO CPP) ....................................................................................... 134 
9.6. SENTENÇA .................................................................................................................. 134 
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO ................................................................................. 136 
1. PREVISÃO LEGAL E SUMULAR ........................................................................................ 136 
2. CONCEITO .......................................................................................................................... 140 
2.1. LÍQUIDO E CERTO ...................................................................................................... 140 
2.2. NÃO AMPARADO POR HABEAS CORPUS OU HABEAS DATA ................................. 140 
2.3. CONTRA ATO .............................................................................................................. 141 
2.4. LEGAL OU ABUSIVO DE DIREITO .............................................................................. 142 
2.5. PRATICADO POR AUTORIDADE PÚBLICA OU AFIM ................................................ 142 
3. LEGITIMIDADE ................................................................................................................... 142 
3.1. LEGITIMIDADE ATIVA PARA O MS INDIVIDUAL ........................................................ 142 
3.2. LEGITIMIDADE PASSIVA ............................................................................................ 143 
4. COMPETÊNCIA .................................................................................................................. 145 
4.1. FUNCIONAL/HIERÁRQUICO ....................................................................................... 145 
4.2. MATERIAL .................................................................................................................... 146 
4.3. VALORATIVO ...............................................................................................................146 
4.4. TERRITORIAL .............................................................................................................. 146 
5. PROCEDIMENTO................................................................................................................ 147 
5.1. LIMINAR NO MS .......................................................................................................... 147 
5.2. INFORMAÇÕES ........................................................................................................... 147 
5.3. SENTENÇA .................................................................................................................. 148 
5.4. RECURSOS ................................................................................................................. 148 
6. DESISTÊNCIA ..................................................................................................................... 149 
7. DECADÊNCIA ..................................................................................................................... 149 
8. TEORIA DO FATO CONSUMADO ...................................................................................... 149 
 
 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 8 
 
APRESENTAÇÃO 
Olá! 
Inicialmente, gostaríamos de agradecer a confiança em nosso material. Esperamos que 
seja útil na sua preparação, em todas as fases. Quanto mais contato temos com uma mesma 
fonte de estudo, mais familiarizados ficamos, o que ajuda na memorização e na compreensão da 
matéria. 
O Caderno de Difusos e Coletivos possui como base as aulas do Prof. Fernando Gajardoni 
e Prof. Landolfo de Andrade (G7), o caderno foi complementado com doutrina (Daniel Assumpção, 
Processo Coletivo – 2016 e Cleber Masson, Landolfo de Andrade – Interesses Difusos e Coletivos 
Esquematizado - 2017). 
Na parte jurisprudencial, utilizamos os informativos do site Dizer o Direito 
(www.dizerodireito.com.br), os livros: Principais Julgados STF e STJ Comentados, Vade Mecum 
de Jurisprudência Dizer o Direito, Súmulas do STF e STJ anotadas por assunto (Dizer o Direito). 
Destacamos é importante você se manter atualizado com os informativos, reserve um dia da 
semana para ler no site do Dizer o Direito. 
Ademais, no Caderno constam os principais artigos de lei, mas, ressaltamos, que é 
necessária leitura conjunta do seu Vade Mecum, muitas questões são retiradas da legislação. 
Como você pode perceber, reunimos em um único material diversas fontes (aulas + 
doutrina + informativos + súmulas + lei seca + questões) tudo para otimizar o seu tempo e garantir 
que você faça uma boa prova. 
Por fim, como forma de complementar o seu estudo, não esqueça de fazer questões. É 
muito importante!! As bancas costumam repetir certos temas. 
Vamos juntos!! Bons estudos!! 
Equipe Cadernos Sistematizados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 9 
 
TEORIA GERAL DO PROCESSO COLETIVO 
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICO-METODOLÓGICA 
1.1. GERAÇÕES/DIMENSÕES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Daremos uma rápida rememorada no seguinte: 
1) Direitos de 1ª Dimensão (liberdade); 
2) Direitos de 2ª dimensão (igualdade); 
3) Direitos de 3ª Dimensão (fraternidade ou solidariedade); 
4) Direitos de 4ª Geração. 
1.1.1. Direitos de 1ª Dimensão (liberdade) 
O fator histórico que originou a primeira dimensão foram as Revoluções Liberais (francesa 
e americana), no Século XVIII. É nesse momento que surge a ideia de controle do Estado 
Absolutista. Surge o movimento do Liberalismo (Estado Liberal). 
a) Os direitos de 1ª geração são os direitos civis e políticos. 
b) Liberdades negativas 
c) São os direitos de defesa do cidadão em face do Estado, exigindo uma abstenção por 
parte deste. 
d) São direitos conhecidos como liberdades negativas, pois impõem ao Estado um “não 
fazer”. 
e) Pela teoria das quatro status, tratam-se dos ‘DIREITOS DE DEFESA’ (status 
negativus ou status libertatis). 
f) São essencialmente individuais. 
Exemplo: Direito de propriedade, herança, livre iniciativa, habeas corpus etc. 
O Estado se absteve completamente das relações privadas. Essa ausência estatal 
começou a gerar graves distorções, uma eclosão de desigualdade social. Surge, então, a nova 
geração. 
1.1.2. Direitos de 2ª dimensão (igualdade) 
Não se trata de igualdade FORMAL (tratamento igualitário da lei para com todos), que já 
havia sido consagrada nas revoluções liberais. A igualdade aqui é a material, ou seja, atuação do 
Estado para igualar os cidadãos, dada a crescente desigualdade social existente à época. O 
Estado liberal passa a ser social, dada a necessidade de intervenção nas relações particulares e 
sociais. 
Marco histórico: Revolução industrial (Século XIX). 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 10 
 
1) Direitos sociais, econômicos e culturais. 
2) Liberdades positivas 
3) São direitos prestacionais (DIREITOS DE PRESTAÇÃO – status positivus ou status 
civitatis), ou seja, exigem prestações do Estado. Tanto prestações jurídicas quanto 
prestações materiais. Caráter positivo. Exigem atuação estatal. 
4) São essencialmente direitos coletivos. Também são garantias institucionais. 
OBS: Garantias institucionais: Garantias dadas a determinadas instituições importantes 
para a sociedade, como família, funcionalismo público, imprensa livre etc. Essas garantias 
surgiram com os direitos de 2ª geração. 
Exemplo: limitações ao capital, direitos à assistência social, à saúde, à educação, ao 
trabalho, ao lazer etc. 
Livro Masson: Surgimento dos chamados corpos intermediários, que consistiam em grupos, classes ou 
categorias de pessoas, que se organizavam para lutar pelo reconhecimento dos interesses que tinham em 
comum. O exemplo mais típico é o movimento sindical. 
Obs.: O primeiro direito social a ser reconhecido em uma constituição foi o do trabalho (francesa); 
posteriormente, os direitos sociais e econômicos chegaram à constituição do México (1917) e à Constituição 
Alemã (de Weimar – 1919); a CF de 1934 foi a primeira a contemplar. 
Mesmo com essas duas gerações, percebeu-se que não havia suficiente proteção do 
homem. Isso porque se constatou que existiam direitos que não são individuais, mas são de 
grupos, e que igualmente reclamavam proteção, uma vez que a ofensa a eles acabaria por 
inviabilizar o exercício dos direitos individuais já garantidos anteriormente. 
Surge a nova dimensão. 
1.1.3. Direitos de 3ª Dimensão (fraternidade ou solidariedade) 
Direitos da coletividade; direitos METAINDIVIDUAIS, de titularidade difusa ou coletiva. 
Tutelam-se, aqui, os bens jurídicos que não podem ser individualmente considerados. Surgem a 
partir do século XX. 
Tem-se, como exemplo, o direito à paz, à autodeterminação dos povos, ao 
desenvolvimento, à qualidade do meio ambiente, à conservação do patrimônio histórico e cultural; 
à moralidade administrativa. 
Conclusão que chegaram: Não adianta cada indivíduo ter seus direitos protegidos, pois 
existem direitos coletivos que se forem violados acarretam na inviabilização de todos os demais 
direitos. 
Perceba que cada geração corresponde a um dos lemas da Revolução Francesa = 
LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE. 
1.1.4. Direitos de 4ª Geração 
Direitos da globalização. Direitos informáticos, Pluralismo etc. 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 11 
 
Livro Masson: Direitos humanos de quarta dimensão: Não há consenso. Bobbio, por exemplo, aposta que 
ela é composta pelo direito à integridade do patrimônio genético perante as ameaças do desenvolvimento 
da biotecnologia. Bonavides, por sua vez, entende ser, principalmente, o direito à democracia, somado aos 
direitos à informação e ao pluralismo.Direitos humanos de quinta dimensão: Bonavides defende que o direito à paz deveria ser deslocado da 
terceira para uma quinta dimensão. 
1.2. FASES METODOLÓGICAS DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
A doutrina também enxerga três momentos do processo civil. 
1) 1ª momento: Sincretismo, civilismo ou privatismo; 
2) 2º momento: Autonomismo (de 1868 até hoje); 
3) 3º momento: Instrumentalismo. 
1.2.1. 1ª momento: Sincretismo, civilismo ou privatismo. 
Essa fase começou a ser percebida no Direito Romano, durando até meados de 1868. 
Nessa fase, o processo não era considerado uma ciência autônoma. Havia uma confusão 
metodológica entre direito material e direito processual. As regras processuais eram previstas nos 
códigos de direito material (exemplo: CC/16). 
Nessa época, o direito de ação se confundia com o direito material. O direito de ação 
decorria diretamente da violação do direito material. A cada direito material violado 
corresponderia, diretamente, uma ação dele decorrente e apta para resguardá-lo. Não provada a 
violação, inexistia o direito de ação. 
Savigny: O processo civil era o Direito (material) armado para a Guerra. 
1.2.2. 2º momento: Autonomismo ou conceitual (de 1868 até hoje) 
Quem começou com essa fase foi Oskar Von Bülow, foi quem primeiro separou as 
relações materiais (entre dois indivíduos - bilaterais) das processuais (indivíduo - Estado - 
indivíduo - relação trilateral). O direito de ação passou a ser autônomo em relação ao direito 
material. No Brasil, o autonomismo só teve destaque com Liebman, em meados do século XX. 
Crítica: abandonou o direito material, dando mais atenção ao processo do que ao direito 
efetivamente violado. 
1.2.3. 3º momento: Instrumentalismo. 
Com a novel autonomia do direito processual, houve um abuso desse direito. 
Houve, por parte dos estudiosos, um exagerado apego a necessidade de se conceituar e 
sistematizar todos os possíveis e imagináveis institutos e princípios, o que levou a um exagerado 
culto à forma em detrimento do objetivo maior do processo, afastando-se exageradamente do 
direito material e de sua função de efetivar as pretensões dos jurisdicionados. 
Surge, então, um novo momento, com a finalidade de reaproximar direito material e direito 
processual, sem acabar com a autonomia do processo. Tem origem em 1950. Essa teoria tem 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 12 
 
como objetivo ver o processo como meio de acesso à justiça; um instrumento de serviço ao direito 
material. 
Parte-se da premissa de que não basta um processo eminentemente técnico e com primor 
cientifico, plenamente apto a agradar seus operadores e estudiosos: roga-se por um processo 
eficaz e célere, apto a solucionar as crises do direito material e benévolo aos que dele necessitam 
diuturnamente como seus destinatários (os jurisdicionados). 
Didier afirma que o processo e o direito material estão em uma relação circular, ou seja, o 
direito material serve ao processo, assim como o processo serve ao direito material. 
Essa fase começou com a obra denominada ‘Acesso à Justiça’ de autoria de Brian Garth 
e Mauro Cappelletti. Segundo os referidos autores, para possibilitar essa efetividade do processo 
e viabilizar o acesso à justiça, os ordenamentos jurídicos deveriam observar três ondas 
renovatórias: 
1) Possibilitar a justiça aos pobres. Exemplo brasileiro: Defensoria Pública, Lei de Assistência 
Judiciária. 
2) Efetividade do processo: O processo deve ser de resultados. Menos técnico e mais efetivo. 
Ainda está em andamento. 
3) Coletivização (molecularização) do processo: A coletivização do processo é uma onda 
renovatória e necessária diante de três situações extremas. 
3.1) Existem bens e interesses de titularidade indeterminada, que acabam ficando 
sem proteção com o sistema individualista de processo. É o exemplo da defesa do 
meio-ambiente e do patrimônio público, da probidade administrativa. Basicamente, 
a ideia é de que se são de todos também não são de ninguém. Desta forma, o 
sistema precisa criar mecanismos para mitigar/diminuir o “efeito carona”, nomeando 
porta-voz da coletividade. Ou seja, elege-se um grupo de legitimados que, embora 
não sejam os titulares do direito, irão atuar na sua proteção. Para a maioria da 
doutrina, são os direitos difusos e coletivos 
3.2) Existem bens cuja tutela individual é inviável do ponto de vista econômico, 
sendo necessário, no caso, que se permita a determinados entes ou órgãos tutelar 
esses direitos (legitimação extraordinária). São os casos em que, por exemplo, o 
indivíduo é prejudicado pela quantidade a menos na embalagem, pela cobrança de 
centavos. Para evitar o sentimento social de que a lei não funciona, esses direitos, 
de pequena monta, precisam ser tutelados. Por isso, elege-se os legitimados. 
3.3) Existem bens ou direitos cuja tutela coletiva seja recomendável do ponto de vista 
da facilidade do sistema (veja que esta não está preocupada com o jurisdicionado 
e sim com o judiciário). Potencializa a solução do problema. São os casos de ações 
repetitivas. Por exemplo, cobrança de assinatura mensal de planos de telefonia. 
Há, aqui, inúmeras vantagens, tais como: economia processual (uma sentença irá 
atingir várias pessoas) e uniformidade de entendimentos 
Na Europa, as ações coletivas tutelas os direitos de titularidade indeterminada (direitos 
difusos), não abarcando as demais hipóteses. O direito americano, ao contrário, preocupa-se, nas 
questões coletivas, com direitos economicamente desinteressantes no plano individual e com a 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 13 
 
tutela coletiva recomendável do ponto de vista da facilidade, caracterizando os direitos individuais 
homogêneos. 
No Brasil, há adoção do sistema europeu e do sistema norte-americano. 
Kazuo Watanabe: trata-se da molecularização do processo. Fomos ensinados a ver o 
processo como átomo. Devemos ver o processo como moléculas, é a generalização das soluções. 
Até então, o processo civil clássico era incapaz de tutelar essas três situações. 
A criação do processo coletivo se fazia necessária em virtude da inadequação do 
processo civil individual para a proteção das situações acima, em primeiro lugar no que diz 
respeito à legitimidade. Exemplo: Quem defenderia o meio-ambiente se só existisse a 
legitimidade ordinária? Ou melhor, quem seria o legitimado ordinário? Por isso, cria-se a 
legitimação extraordinária para a defesa de direitos que interessam toda uma coletividade ou 
grupo. 
Em segundo lugar, as regras de coisa julgada individual são incompatíveis com o 
processo coletivo. Ex.: Art. 506 CPC/2015. 
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não 
prejudicando terceiros. 
O processo coletivo, pela sua essência é altruísta, pois objetiva a beneficiar mais de um 
indivíduo. Em antagonismo ao processo individual, que é egoísta, na medida em que só atinge as 
partes nele presentes. 
Aqui citamos a incompatibilidade no que diz respeito à legitimidade e coisa julgada, 
entretanto, existem outras. 
1.3. PROCESSO INDIVIDUAL X PROCESSO COLETIVO 
PROCESSO INDIVIDUAL PROCESSO COLETIVO 
Tratamento atômico do conflito Tratamento molecular do conflito 
Alta possibilidade de decisões 
contraditórias 
Menor possibilidade de decisões 
contraditórias 
Conflito entre pessoas determinadas Conflito entre pessoas indeterminadas 
(talvez determináveis, algumas vezes só por 
grupo) 
Legitimação ordinária Legitimação atípica (extraordinária ou 
autônoma) 
Coisa julgada inter partes Possibilidade de coisa julgada erga 
omnes ou ultra partes 
Destinatário da indenização: vítima 
ou sucessores 
Destinatário da indenização: 
• Se divisível: vítima ou sucessoresCS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 14 
 
• Se indivisível: fundo (art. 13 da LACP) 
Sem intervenção nas políticas 
públicas, como regra 
Com intervenção nas políticas públicas, 
como regra (significado social) 
Processo egoístico Processo altruísta (não é a somatória 
dos direitos individuais, mas sinto deles: fim 
comum) 
 
1.4. ORIGEM DO PROCESSO COLETIVO BRASILEIRO 
 Vejamos em ordem histórica: 
1º Espécie de Ação Popular nas Ordenações do Reino. Nem sequer é citada, eis que 
muito precária. 
2º Lei de Ação Popular (Lei 4.717/65), o objeto desta ação é bem restrito (patrimônio 
público, meio ambiente, patrimônio historio e cultural, moralidade), tutela apenas direitos difusos. 
3º Lei 6838/81, tutela do meio ambiente. Fez nascer a ACP (art. 14). 
Entretanto, o processo coletivo no Brasil somente se consolidou em 1985, com a Lei de 
Ação Civil Pública (LACP, Lei 7.347/85). Essa lei foi o marco do processo coletivo, nesses 32 
anos, já sofreu tanto avanços quanto retrocessos profundos. 
AVANÇOS: CF/88, CDC (potencializou o processo coletivo: veio principalmente para 
defender a situação da proteção que era economicamente inviável individualmente e aquela com 
interesse no sistema – ver acima), ECA, Estatuto do Idoso, Estatuto da Cidade etc. 
RETROCESSOS: Medidas Provisórias, que tinham o fito de limitar a tutela coletiva. 
Futuro do processo coletivo brasileiro: 
Houve uma tentativa de elaborar um Código Brasileiro de Processo Coletivo. Houve dois 
grandes projetos: Um da USP (Ada); um da UERJ/UNESA (Aluísio Castro Mendes). 
Em 2008, o Ministério da Justiça nomeou uma comissão de juristas (além dos dois acima, 
entre outros o professor) que resolveu não levar adiante a ideia dos Códigos de Processo Coletivo 
(dada a lentidão do parlamento em aprovar Códigos). A opção foi elaboração de uma Nova Lei de 
Ação Pública (PL 5139/09, que já está na Câmara), que, a rigor, funcionará como um Código de 
Processo Coletivo (Como hoje funciona o LACP + CDC + Microssistemas de processo coletivo). 
Esse projeto entrou no pacote do pacto republicano, com expectativa que fosse votado no 
primeiro semestre de 2010, mas até agora nada. 
Professor salienta que não há perspectiva de que seja votado, pois envolve o MP, e, 
sempre que isso ocorre, tudo fica mais dificultoso. 
2. NATUREZA DOS DIREITOS METAINDIVIDUAIS 
 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 15 
 
 
 
 
 
 
S 
U Estado X Estado 
P Público 
E Estado X indivíduo 
R 
A Privado – Indivíduo X Indivíduo 
D 
O 
Sempre se disse que Direito se divide em Direito Público e Privado. Esses direitos 
metaindividuais (transcendem o indivíduo) pertencem ao DIREITO PRIVADO ou DIREITO 
PÚBLICO? 
Não se pode negar a carga de interesse social que permeia esses direitos, exatamente por 
serem direitos de titularidade de várias pessoas. Nesse ponto, os direitos metaindividuais se 
aproximam do Direito Público. Entretanto, esses direitos não são necessariamente 
afetos/relacionados ao poder público. Exemplo: Uma entidade particular ingressa com ação 
pleiteando que uma indústria pare de poluir o meio-ambiente. 
Conclusão: Não se pode classificar nem como Direito Público e Direito Privado. Assim, a 
‘summa diviso’ agora será entre direito público, direitos metaindividuais e direito privado. 
No entanto, alguns autores (Hugo, Assagra, Mancuso, Nery) têm proposto uma nova 
‘summa diviso’ (divisão de ramos): Direito Individual (público/privado) e Direito Coletivo ou 
Metaindividual. 
A natureza dos direitos coletivos ou metaindividuais, portanto é própria. 
Devemos ver o processo coletivo como um processo de INTERESSE público. Lembrar a 
divisão: interesse público primário que é o bem geral, da coletividade, o interesse público 
secundário é o do estado. 
O processo coletivo é de interesse público primário, isto é confirmado pelo fato de que a 
maioria dos processos coletivos tem como sujeito passivo o Estado. 
Masson: 
- Interesse público primário (propriamente dito): interesse geral da sociedade, o bem comum da 
coletividade. Sinônimo de interesse geral, de interesse social. 
A principal característica do interesse público é certa unanimidade social (= consenso coletivo), uma 
conflituosidade mínima. Em outras palavras, o insigne jurista observa que, no plano supraindividual 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 16 
 
(coletivo), não se verifica, manifestações contrárias aos valores e bens ligados ao interesse público, o que 
exclui a possibilidade de que, no plano individual, até mesmo judicialmente, alguém se insurja contra uma 
aplicação concreta daquele interesse. 
- Interesse público secundário: interesse concretamente manifestado pelo Estado-Administração, como 
pessoa jurídica. 
O interesse público secundário não deve chocar-se com o interesse público primário, devendo atuar como 
instrumento para sua consecução. 
- Também se denomina interesse público aquele que limita a disponibilidade de certos interesses que, de 
forma direta, dizem respeito a particulares, mas que, indiretamente, interessa à sociedade proteger, de 
modo que o direito objetivo acaba por restringir, como, por exemplo, em diversas normas de proteção do 
incapaz. 
 
3. CLASSIFICAÇÃO DO PROCESSO COLETIVO 
Classificar é agregar por semelhança ou diferença de características. 
3.1. QUANTO AO SUJEITO: ATIVO E PASSIVO 
3.1.1. Processo coletivo ATIVO 
É o processo tradicional, onde a coletividade é a autora. É a coletividade que está tendo o 
seu direito reclamado. 
 Exemplo: MP, em nome próprio, defendendo interesse da coletividade. 
3.1.2. Processo coletivo PASSIVO 
Aquele onde a coletividade é ré, é ela quem está sendo demandada. 
A grande dificuldade, deste tipo de ação, é a eleição de quem será o representante da 
coletividade ré. 
Divergência doutrinária violenta. Na doutrina há duas posições, diametralmente, opostas 
quanto ao processo coletivo PASSIVO: 
1ªC: (Dinamarco): é posição minoritária. Não existe ação coletiva passiva, pois não tem 
previsão legal para tanto. No art. 5º LACP, traz os legitimados ativos; quanto aos passivos, não há 
previsão. 
O anteprojeto do Código Brasileiro de Processos Coletivos propôs a seguinte 
regulamentação: qualquer espécie de ação pode ser proposta contra uma coletividade 
organizada, mesmo sem personalidade jurídica, desde que apresente representatividade 
adequada, se trate de tutela de interesses ou direitos difusos e coletivos e a tutela se revista de 
interesse social. 
2ªC (Ada, Gajardoni): Existe sim, e a sua existência decorre do sistema processual 
brasileiro, a partir de uma interpretação sistêmica. 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 17 
 
A prática tem demonstrado que há situações em que a coletividade deve ser acionada. 
Outro exemplo de interpretação sistêmica: exceção de pré-executividade, que também não tem 
previsão legal. 
Exemplo que comprova a segunda corrente: ação coletiva que visa impedir greve de 
metroviários. O MP entra com ação pedindo que não façam greve. Aqui, dos dois lados haverá 
coletividade (ação duplamente coletiva). 
Outro exemplo: Ação do MPF impedindo greve da PF. Os policiais correspondem à 
coletividade ré da ação. 
Rebatendo o argumento da primeira corrente, embora não previstos os legitimados 
passivos, em uma interpretação sistêmica, podemos dizer que são legitimados passivos, nos 
exemplos acima os sindicatos e associações de classe. 
TST Súmula 406 - II - O Sindicato, substituto processual e autor da 
reclamação trabalhista, em cujos autos fora proferida a decisão 
rescindenda, possui legitimidade para figurar como réu na ação rescisória, 
sendo descabida a exigência de citação de todos os empregadossubstituídos, porquanto inexistente litisconsórcio passivo necessário. 
 
Ou seja, se ação originária foi proposta pelo sindicato (substituto processual), será ele o 
legitimado passivo da ação rescisória. Esse inciso consagra um caso raro de legitimação 
extraordinária passiva. 
Ocorre, aqui, uma hipótese de processo coletivo passivo (ver adiante). 
Real dificuldade da ação coletiva passiva: determinar quem REPRESENTA a coletividade 
ré. Logicamente, a ação só pode ser admitida se intentada em face do verdadeiro representante, 
além de versar sobre interesse social. Assim, se a intervenção no processo de entes legitimados 
às ações coletivas pode se dar como litisconsortes do autor ou do réu, é porque a demanda pode 
ser intentada pela classe ou contra ela. 
Além disso, o art. 107 do CDC contempla a chamada convenção coletiva de consumo, 
afirmando que as “entidades civis de consumidores e as associações de fornecedores ou 
sindicatos de categoria econômica podem regular, por convenção escrita, relações de consumo 
que tenham por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à 
garantia e características de produtos e serviços, bem como à reclamação e composição do 
conflito de consumo”. Caso a convenção coletiva firmada entre essas classes não seja observada, 
de seu descumprimento se originará uma lide coletiva, que só poderá ser solucionada em juízo 
pela colocação dos representantes das categorias frente a frente, em ambos os polos da 
demanda. 
Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações de 
fornecedores ou sindicatos de categoria econômica podem regular, por 
convenção escrita, relações de consumo que tenham por objeto estabelecer 
condições relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e 
características de produtos e serviços, bem como à reclamação e 
composição do conflito de consumo. 
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento 
no cartório de títulos e documentos. 
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias. 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 18 
 
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar da 
entidade em data posterior ao registro do instrumento. 
 
Argumentam, ainda, que o sistema ope legis, em que a lei escolhe o adequado 
representante passivo de uma determinada coletividade, deveria ser temperado com o sistema 
ope judicis, em que o juiz também pode decidir, a luz do caso concreto, sobre a aptidão daquela 
entidade que se apresenta em juízo. 
Por fim, não havendo representante adequado, não será cabível. 
Atenção! Admitindo-se a ação coletiva passiva, se ficar demostrado que o sindicato, a 
associação de moradores, a decisão do processo irá atingir todos os indivíduos, mesmo os que 
não fazem parte da associação ou do sindicato. 
Alguns autores sustentam que os arts. 554 e 565, §2º, do CPC/2015 seriam exemplos de 
ações coletivas passivas, pois determinam a intimação do MP e da DP, atuariam como porta-voz 
da comunidade demandada. 
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não 
obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal 
correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. 
§ 1o No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande 
número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que 
forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-
se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em 
situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. 
§ 2o Para fim da citação pessoal prevista no § 1o, o oficial de justiça 
procurará os ocupantes no local por uma vez, citando-se por edital os que 
não forem encontrados. 
§ 3o O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da 
ação prevista no § 1o e dos respectivos prazos processuais, podendo, para 
tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de 
cartazes na região do conflito e de outros meios. 
 
Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a 
turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o 
juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá 
designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que 
observará o disposto nos §§ 2o e 4o. 
§ 2o O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a 
Defensoria Pública será intimada sempre que houver parte beneficiária de 
gratuidade da justiça. 
 
3.1.3. Processo Coletivo ATIVO e PASSIVO 
A ação duplamente coletiva é aquela em que há uma coletividade em cada polo da 
demanda, ou seja, há duas coletividades envolvidas na relação jurídica processual. 
Alguns exemplos podem ser úteis à compreensão do tema. Os litígios trabalhistas coletivos 
são objetos de processos duplamente coletivos. Em cada um dos polos, conduzidos pelos 
sindicatos das categorias profissionais (empregador e empregado), discutem-se situações 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 19 
 
jurídicas coletivas. No direito brasileiro, inclusive, podem ser considerados como os primeiros 
exemplos de ação coletiva passiva. 
ATENÇÃO! Na ação duplamente coletiva, em sendo os direitos tutelados de igual 
natureza, ou seja, os direitos oriundos do polo ativo são de mesma natureza dos oriundos do polo 
passivo da ação, não há restrições à formação da coisa julgada erga omnes. Como não há razão 
para privilegiar nenhuma das classes, pois ambas se encontram em mesmas condições de defesa 
e têm os direitos tutelados em igual patamar (v.g. direitos difusos x direitos difusos), a coisa 
julgada será formada independente de a sentença ser procedente para o autor ou para o réu. 
3.2. QUANTO AO OBJETO: ESPECIAL OU COMUM 
3.2.1. Processo coletivo ESPECIAL 
Processo das ações de controle abstrato de constitucionalidade (ADI, ADC, ADO, ADPF). 
3.2.2. Processo coletivo Comum 
Todas as ações para tutela dos interesses e direitos metaindividuais não relacionadas ao 
controle abstrato de constitucionalidade. Critério residual. Controle concreto do direito coletivo. 
Exemplos: 
1) Ação Civil Pública; 
2) “Ação Coletiva” (CDC); 
OBS: Somente alguns autores sustentam que ação coletiva á algo diverso da ação civil pública. 
Dizem que a ação coletiva é aquela que tem fundamento no CDC. 
Gajardoni: ação coletiva é gênero, em que estão todas vistas aqui. 
3) Ação de improbidade administrativa; há autores que sustentam que a ação de 
improbidade administrativa é espécie de ACP (denominada: “ação civil pública de 
improbidade administrativa”), o STJ por vezes também o faz. Não teria, assim, 
autonomia. 
Gajardoni: São ações diferentes. A ação de improbidade tem caráter sancionatório. A ACP tem 
caráter apenas reparatório. Assim o objeto, a legitimidade e a coisa julgada são diferentes. 
4) Ação popular; 
5) MS coletivo; 
6) MI coletivo. 
3.3. OUTRA CLASSIFICAÇÃO 
3.3.1. Ações Pseudocoletivas 
São ações ajuizadas com o rótulo de ações coletivas, mas que, na verdade, não são 
coletivas. São pseudocoletivas, ou seja, falsamente coletivas. 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 20 
 
Trata-se da ação que é proposta pelo ente legitimado em lei (legitimado extraordinário), 
mas que formula pedido certo e específico em prol de determinados indivíduos, que são 
substituídos processualmente. Há, na verdade, uma pluralidade de pretensões reunidas em uma 
mesma demanda. Exemplo comum é o de ação proposta por um ente associativo, deduzindo 
pretensão em prol de seus associados. Como se vê, nas ações pseudocoletivas o grande 
problema é o prejuízo que a demandapode trazer ao contraditório e ao direito de defesa. Por isso, 
a constatação desse prejuízo deve levar à inadmissibilidade da ação. 
4. PRINCIPAIS PRINCÍPIOS DE DIREITO PROCESSUAL COLETIVO 
Veremos somente os principais, que, obviamente, não afastam os princípios 
constitucionais do processo civil, tais como: contraditório, ampla defesa, devido processo legal. 
Alguns princípios são expressos, seja na legislação coletiva ou em outra normativa. 
Havendo, também, princípios implícitos, os quais decorrem do sistema de processo coletivo 
adotado no Brasil. 
Estudaremos os seguintes princípios: 
1) Princípio da indisponibilidade mitigada da ação coletiva (LACP, art. 5º, §3º; LAP, art. 
9º); 
2) Princípio da indisponibilidade da execução coletiva (LAP, art. 16; LACP, art. 15); 
3) Princípio do interesse jurisdicional do conhecimento do mérito; 
4) Princípio da prioridade na tramitação; 
5) Princípio do máximo benefício da tutela jurisdicional coletiva (art. 103, §§3º e 4º do 
CDC); 
6) Princípio do ativismo judicial; 
7) Princípio da máxima amplitude/atipicidade/não taxatividade do processo coletivo; 
8) Princípio da ampla divulgação da demanda coletiva (CDC, art. 94); 
9) Princípio da competência adequada; 
10) Princípio da integratividade do microssistema processual coletivo (aplicação integrada 
das leis processuais coletivas); 
11) Princípio da adequada representação ou do controle judicial da legitimação coletiva; 
4.1. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE MITIGADA DA AÇÃO COLETIVA (LACP, ART. 5º, 
§3º; LAP, ART. 9º) 
LACP Art. 5º, § 3° Em caso de desistência INFUNDADA ou abandono da 
ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado 
assumirá a titularidade ativa. 
 
LAP, Art. 9º Se o autor DESISTIR da ação ou der motivo à absolvição da 
instância, serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 21 
 
7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao 
representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da 
última publicação feita, promover o prosseguimento da ação. 
 
Esse princípio estabelece que o objeto do processo coletivo é irrenunciável pelo autor 
coletivo. 
Razão: O bem que está sendo objeto do processo não pertence ao autor coletivo, mas sim 
à coletividade. O interesse público é indisponível. 
Consequência prática dessa afirmação: Não se admite desistência ou abandono 
imotivados da ação coletiva. Se houver; não implicará extinção do processo, mas sim sucessão 
processual. 
OBS: Se a desistência for motivada e fundada, é possível que o juiz extinga o processo, 
verificando a pertinência das alegações. Por isso, diz que a indisponibilidade é MITIGADA. 
Exemplo: ACP ambiental, na metade do processo repara-se integramente o dano. O MP 
pode desistir do processo e acompanhar extrajudicialmente. 
Por fim, destaca-se que o MP não se trata de faculdade, possui o dever de assumir. 
4.2. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DA EXECUÇÃO COLETIVA (LAP, ART. 16; LACP, 
ART. 15) 
LACP Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença 
condenatória, sem que a associação autora lhe promova a execução, 
deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais 
legitimados. 
 
LAP Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da sentença 
condenatória de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a 
respectiva execução, o representante do Ministério Público a promoverá nos 
30 (trinta) dias seguintes, sob pena de falta grave. 
 
Perceber que na LAP a sentença de segunda instância deve ser executada desde a sua 
publicação. Na LACP, é desde o trânsito em julgado, o que parece ser mais correto, de acordo 
com a doutrina. 
É impossível não se proceder à execução da decisão de ação coletiva, é obrigatória. Se o 
autor da ação não tomar iniciativa para executar, a lei permite a outros legitimados, bem como ao 
MP proceder à execução. Esse dispositivo tem a função de evitar corrupção: o réu da ação paga 
ao autor para não executar. 
Não há a expressão “mitigada”. Consequência: Aqui, não há a possibilidade nem de 
desistência motivada. 
Para os colegitimados é faculdade a execução, mas para o MP é dever. 
Estes artigos aplicam-se aos direitos difusos e coletivos. Em relação aos direitos 
individuais homogêneos, aplica-se a regra própria prevista no art. 100 do CDC. 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 22 
 
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados em 
número compatível com a gravidade do dano, poderão os legitimados do 
art. 82 promover a liquidação e execução da indenização devida 
 
4.3. PRINCÍPIO DO INTERESSE JURISDICIONAL DO CONHECIMENTO DO MÉRITO 
Esse princípio decorre do sistema processual; não tem previsão legal. 
O CPC/2015, tratando do processo individual, traz previsão do referido princípio, que 
também pode ser chamado de princípio da primazia do julgamento de mérito. 
Ideia por trás desse princípio: magistrado deve evitar, de todas as formas, a extinção do 
processo sem apreciação do mérito. Deve fazer valer sempre o conteúdo em detrimento da forma. 
Razão: uma decisão sem mérito é o fracasso do Estado-juiz que toma proporções ainda 
maiores em se tratando de questões do interesse coletivo. 
Exemplos de manifestação do princípio: 
1) A ilegitimidade superveniente na ação popular (exemplo: perda da cidadania em razão de 
sentença penal) não conduz à extinção do feito. O juiz procurará outro cidadão para 
assumir o polo, em aplicação analógica dos artigos vistos acima quanto à sucessão 
processual na desistência imotivada da ação. Caso nenhum cidadão assuma, o juiz chama 
o MP. 
LAP Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da sentença 
condenatória de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a 
respectiva execução, o representante do Ministério Público a promoverá 
nos 30 (trinta) dias seguintes, sob pena de falta grave. 
2) A coisa julgada obedece ao regime “secundum eventum probationis”, de forma que em 
determinadas situações de improcedência por insuficiência de provas não há que se falar 
em coisa julgada material. O que o legislador quis foi garantir que o julgamento de 
procedência ou improcedência fosse de mérito, e não mera ficção decorrente das regras 
do ônus da prova (CPC/2015, art. 373). Ver adiante. 
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo 
do direito do autor. 
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa 
relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o 
encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do 
fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde 
que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a 
oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 
§ 2o A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situação em 
que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou 
excessivamente difícil. 
§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por 
convenção das partes, salvo quando: 
I - recair sobre direito indisponível da parte; 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 23 
 
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
§ 4o A convenção de que trata o § 3o pode ser celebrada antes ou durante 
o processo. 
 
Ligar este princípio à instrumentalidade das formas, teoria das nulidades (ver início da 
matéria) e ativismo judicial. 
4.4. PRINCÍPIODA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO 
É princípio implícito. 
Por esse princípio, o processo coletivo tem preferência sobre o processo individual, salvo os 
casos de exceções legais*. 
*Obviamente, essa preferência não se sobressai em relação aquelas com preferência 
prevista em lei (HC, MS, HD, etc.) 
Razão: No processo coletivo, resolve-se um grande número de situações não tuteláveis por 
processos individuais. 
4.5. PRINCÍPIO DO MÁXIMO BENEFÍCIO DA TUTELA JURISDICIONAL COLETIVA (ART. 
103, §§3º E 4º DO CDC) 
CDC Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará 
coisa julgada: 
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o 
art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985 (LACP), não prejudicarão as 
ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas 
individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o 
pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à 
liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99. 
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal 
condenatória. 
 
Este princípio favorece imensamente o jurisdicionado, mas, ao mesmo tempo, 
sobrecarrega o judiciário. 
A coisa julgada coletiva só beneficia os indivíduos; nunca prejudica. 
A coisa julgada negativa (improcedência da ação) não impede que os indivíduos ajuízem 
suas ações individuais. 
Quando a decisão do processo coletivo for de procedência, diz-se que ocorre o fenômeno 
do transporte ‘in utilibus’ da coisa julgada coletiva. É a possibilidade de o autor individual se 
utilizar da coisa julgada coletiva para proceder à liquidação e execução. 
De acordo com Gajardoni, o referido princípio é o “câncer” do Judiciário, pois nada impede 
que os inúmeros indivíduos, que não foram tutelados pela improcedência da ação coletiva, 
ajuízem ações individuais. 
ATENÇÃO (EXCEÇÃO)! art. 94 CDC. Quando o indivíduo entra como litisconsorte na ação 
coletiva será parte do processo. Sendo parte, a coisa julgada ‘pega’, seja procedente ou 
improcedente. 
 
 
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Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que 
os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem 
prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte 
dos órgãos de defesa do consumidor. 
4.6. PRINCÍPIO DO ATIVISMO JUDICIAL OU DA MÁXIMA EFETIVIDADE PROCESSO 
Também é um princípio implícito, que decorre do sistema. 
Por conta do interesse social, não há como se negar que no processo coletivo o juiz tem 
maiores poderes que no processo individual, na maioria dos casos com o objetivo de evitar a 
extinção do processo sem resolução do mérito (princípio do interesse jurisdicional pelo 
conhecimento do mérito). 
Doutrina e jurisprudência ampliam os poderes do juiz na condução e na solução do 
processo coletivo. 
Esse ativismo decorre do americano “defining function” (função de definidor). Graças a 
esse aumento dos poderes do juiz, ele fica autorizado a agir de quatro formas que no processo 
individual não poderia: 
1) Poderes instrutórios mais acentuados (condução); 
2) Flexibilização das regras procedimentais (condução); 
3) Possibilidade de alteração dos elementos da demanda após o saneamento do 
processo (condução); 
4) Controle das políticas públicas (solução). 
4.6.1. Poderes instrutórios mais acentuados 
Ainda que haja omissão probatória da parte, deve o juiz suprir essa lacuna, na busca da 
verdade real. 
Outra regra, que deixa claro esse caráter inquisitivo da ação coletiva, é o art. 7º da LACP: 
LACP Art. 7º Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem 
conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura da ação civil, 
remeterão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis. 
4.6.2. Flexibilização das regras procedimentais 
O juiz pode alterar a ordem de atos processuais, bem como malear os prazos. Ou seja, 
poderá moldar/adequar. 
Exemplo de alteração: Quando o juiz verifica a falta de litisconsorte necessário 
(ilegitimidade de parte) ele não extingue o processo, mas ele altera a ordem dos atos (engata uma 
‘marcha ré’), de forma a permitir a presença do litisconsorte. Tudo isso com a finalidade de tutelar 
o interesse coletivo e evitar o julgamento sem análise de mérito. 
Exemplo de flexibilização: Pelo CPC, as partes têm prazo de 15 dias para se manifestar 
sobre perícia. Na tutela coletiva, o juiz pode tranquilamente dilatar esse prazo. 
 
 
CS – DIFUSOS E COLETIVOS 2018.1 25 
 
4.6.3. Comunicação para o ajuizamento 
O art. 139, X, do CPC/2015 e o art. 7º da LACP, afirmam que os juízes, ao tomarem 
conhecimento de fatos que recomendem o ajuizamento de uma ação coletiva, deve encaminhar 
cópias para os legitimados, a fim de que tomem medidas a bem do interesse social. 
Art. 139, X - quando se deparar com diversas demandas individuais 
repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do 
possível, outros legitimados a que se referem o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 
de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, 
para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva. 
 
Ressalta-se o art. 7º da LACP refere-se apenas ao MP, mas o juiz irás analisar o caso 
concreto. Por exemplo, tratando-se de hipossuficiente deve encaminhar à DP. 
Art. 7º Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem 
conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura da ação civil, 
remeterão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis. 
 
4.6.4. Possibilidade de alteração dos elementos da demanda após o saneamento do 
processo (art. 329 do CPC/2015) 
Art. 329. O autor poderá: 
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a ca 
usa de pedir, independentemente de consentimento do réu; 
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de 
pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a 
possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, 
facultado o requerimento de prova suplementar. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à 
respectiva causa de pedir. 
 
Tudo isso com a finalidade de tutelar adequadamente o direito coletivo. Obviamente, sempre 
respeitando o contraditório e todos os princípios do devido processo legal. 
4.6.5. Controle das políticas públicas 
O judiciário, cada vez mais, faz opções que deveriam ser feitas pela Administração 
Pública. E o principal palco para esse ativismo são as Ações Civis Públicas. O judiciário 
somente pode intervir nas políticas públicas para implementar diretos e promessas fundamentais 
esculpidas na CF (saúde, por exemplo). 
O STJ e o STF entendem que, devido ao aumento dos poderes do juiz no processo 
coletivo, lhe é dado intervir na discricionariedade administrativa, desde que para analisar a 
legalidade dos atos, bem como a razoabilidade e a proporcionalidade. Tal controle é possível, pois 
há implementação de direitos fundamentais previstos na CF. Quando o Judiciário faz uma 
determinação para que o Estado implemente uma política pública, o faz, não por vontade 
própria, mas sim porque a CF já fez essa opção. Porém, o administrador não cumpriu. 
 
 
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É exatamente este o limite que o judiciário possui: a prévia previsão constitucional da 
política pública a ser implementada. Ex.: construção de creche, obras nos presídios (lembrar do 
estado de coisas inconstitucional – ver constitucional) 
O controle judicial excepcional não viola a discricionariedade administrativa, eis que toda

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